Por Redação

Encontramos 12346 resultados
“La La Land” e por que são bobos os românticos

De Damien Chazelle, a obra não só inspira os sonhadores, como vai além ao contar que a vida é muito mais que uma história de amor

Sombrio e futurista, o mundo de Nonohay desmascara as pulsões do meio virtual

[caption id="attachment_84945" align="alignleft" width="300"] A obra tem 302 páginas, mas conta com uma leitura fluida que logo chega ao fim[/caption] Também juiz, o escritor porto-alegrense cinzela com objetividade e certa crueza um mundo de seres humanos deprimidos ou tomados pela incerteza, que tentam se relacionar ou se sobrepor uns aos outros

“As grandes cidades convivem com a divisão entre as ‘zonas vigiadas’ e suas periferias. O uso de drogas e medicamentos é disseminado, sendo controlado por laboratórios. Implantes cibernéticos são uma realidade, aumentando capacidades e aptidões, como a de memória, para aqueles que conseguem arcar com os custos. Religiões e grupos terroristas alimentam-se do descontentamento e das diferenças sociais” – Daniel Nonohay
Nórton Luís Benites Especial para o Jornal Opção Já no início da leitura do livro “Um passeio no jardim da vingança”, de Daniel Nonohay, lembrei-me de um especial professor que tive na pós-graduação. Depois de cada raciocínio agudo bem concluído, meio que embalado pelo sentimento de ter provocado dissonâncias cognitivas em seus alunos, esse mestre repetia com voz rouca e sotaque carioca: – Lembrem-se, meus caros, o mundo é mau, O MUNDO É MAU! Porto-alegrense, o também juiz Nonohay arquiteta, em sua obra, um sombrio mundo futurista. Cobiça, individualismo, egoísmo, vilania, crueldade, violência, ódio, exclusão social, fanatismo religioso e terror funcionam como pulsões em um meio virtual e tecnológico, que é fundado na internet, ou em algo que ele chama de “rede”. No meio disso, seres humanos deprimidos ou tomados pela incerteza tentam viver/relacionar-se ou se sobrepor uns aos outros. Tem sexo também, claro. Opa, ficou estranho colocar toda essa maldade no futuro diante do ano de 2016, que acaba de findar, com economia de combustível em avião que cai e mata muita gente, pena de morte de fato promulgada em presídios brasileiros à revelia da nossa Constituição, pessoas morrendo no mar quase no bico da bota da Itália, caminhão jogado contra o povo que se encontra em feira de Natal na Europa e etc. Pensando bem, faz pouco, pois foi em 1924 que Thomas Mann escreveu, na célebre obra “A Montanha Mágica”, que o “segredo e a existência da nossa era não são a libertação e o desenvolvimento do eu. O que ela necessita, o que deseja, o que criará é – o terror”. A obra de Nonohay é “buenísima”, como dizem os portenhos. A escrita é cinzelada com objetividade, com alguma crueza, mas sem perder elegância. Fica claro que o autor não quer desperdiçar o tempo de seu leitor. Apesar disso, o livro tem 302 páginas, cuja leitura voa. Sim, é daquelas histórias magnéticas, que fazem o cara varar a madrugada ou gazear a musculação para terminar de ler. A história tem uma galeria de personagens finamente descrita. Alguns logo viram nossos queridinhos, o que faz doer mais ainda quando eles sofrem – e como eles sofrem. Tem Amanda, que mereceu os seguintes pensamentos do Pastor, um homem de fé e com fibra pra resistir ao profano: A partir de determinado momento, soube que perdera sua isenção. Não tinha como a descrever e analisar em termos absolutamente objetivos. A presença dela era algo que não se podia ignorar. Não se tratava de beleza, embora ela fosse uma mulher muito atraente. Era algo mais. Indefinível. Os homens não ficavam indiferentes a ela; o olhar insistia em voltar para seu corpo, para seus gestos. Ela exigia atenção, mesmo sem o fazer. Acho que autores não devem gostar de resenhas com spoilers, mas, lamento, da Amanda a gente tinha que falar um pouco. O protagonista é Ramiro, um advogado tomado contraditoriamente pelo desânimo e pelo ódio, que adora tecnologia e que fez um implante cibernético no cérebro, o que lhe permite navegar quase sem limites pela “rede” e acessar e gozar de um imensurável fluxo de informações. Eis sua autoimagem: Desde garoto, nunca fora um sujeito popular. Não era tímido ou retraído. Conseguia me deslocar bem no meio social, tinha amigos e conhecidos, mas me faltava a capacidade de cativar. Fundamentalmente, não tinha o dom ou desenvolvera a arte de provocar o amor. [caption id="attachment_84947" align="alignright" width="300"] Daniel Nonohay: a obra se setoriza como em um roteiro fílmico em "descronologia" | Foto: Reprodução[/caption] A tecnologia futurista é um elemento essencial do livro, contudo, ela não parece aliviar muito a doce e dolorosa experiência humana. A propósito, tecnologia “‘é a resposta, mas qual era a questão?’ [...] CEDRIC PRICE (1979) [...] Frase inscrita num button que se tornou popular na década de 1970” – citação de Eduardo Giannetti, em “O livro das citações: um breviário de idéias replicantes”. Nonohay fala muito do humano, de suas contradições, sentimentos, das fraquezas e fortalezas. E faz essa coisa – acho que é filosofia – escrevendo ficção policial e científica. E, bem acompanhado, não seria heresia cogitar que foi mais ou menos isso que Ridley Scott fez em "Blade Runner". Falando nisso, o livro tem uma dimensão cinematográfica latente. Está setorizado como num roteiro em “descronologia”. Parece pronto para ser filmado. E Nonohay é um cara com senso de humor. Tem uma passagem em que o Pastor aborda Rogério, um pândego ébrio, oferecendo-lhe uma dose de uísque: – Posso sentar? – Claro. Quero confessar que, se a tentativa é de me converter, tu começou bem. Alonguei-me, é hora de finalizar. O que eu queria compartilhar mesmo é que o livro “Um passeio no jardim da vingança” é literatura de qualidade, tem filosofia, mas com diversão, com fluidez (flow). É uma ficção brasileira a serviço do prazer de ler. Nórton Luís Benites é natural de Porto Alegre. Além de juiz federal, professor e pós-graduado, é autor de artigos e livros técnicos na área do direito

Novo secretário da SMT admite possibilidade de alteração das ciclovias de Goiânia

Felisberto Tavares não pretende acabar com o que foi feito pela gestão anterior mas diz que providenciará estudos para que trechos sejam melhor aproveitados

Romance de diplomata brasileiro reflete o jovem atual, aquele que protesta sem saber por quê

João Almino demonstra literariamente como a juventude de hoje, sem encontrar líderes confiáveis, não consegue ver a saída para aquilo que lhes causa repulsa

“Todos sabem que paredes mal montadas não se sustentam, assim como um texto mal escrito”

Arquiteto e urbanista, o também poeta Eliézer Bilemjian lança “Da Capa ao Fim” e, em entrevista, comenta a relação entre as letras e demais artes

A alma das ruas

Brasigóis Felício Especial para o Jornal Opção O filósofo Gaston Bachelard escreveu sobre a poética do espaço. Na obra ele enfoca a casa como o símbolo da caverna – o lugar onde o homem busca a paz, o conforto e a segurança. Com muito menos engenho e arte, espero um dia ter talento para escrever sobre a poética das ruas. Até porque, como João do Rio, entendo que as ruas têm alma, emoções e sentimentos, como as pessoas que nelas vivem, ou que por elas transitam. Há ruas mal encaradas, outras são enxeridas, metidas a besta, por estarem, como seus habitantes, bem de vida; outras são eternamente esquecidas pelos sucessivos desgovernos, e são tristinhas, têm caras delambidas, como as mocinhas, filhas da lama e da poeira, que se enfeitam, e saem, nas tardes de domingo, sem esperança alguma de encontrar, na primeira esquina, sobre um cavalo branco, vestindo roupa de Elvis Presley, o príncipe encantado, que seria o grande amor de suas vidas. Sim, há ruas de bom caráter e de costumes sem jaça e sem vícios; outras há, despudoradas, afeitas aos costumes não recomendáveis estando o vivente no seio da sagrada família. Assim como há chinelas e pessoas tão humildes que jamais irão a salões de festas, há ruas que jamais receberão governantes, a não ser quando candidatos – pois neste período esquadrinham e infernizam a cidade inteira. Nas cidades interioranas que não se breganejaram, e não se meteram a bestas, há a rua de baixo e a rua de cima, a rua do córrego, e a rua do morro, a rua da igreja e a rua das casas de luz vermelha, onde vivem, tristemente, as mulheres ditas de vida airada e alegre. Para João do Rio “a rua nasce, como o homem, do soluço e do espasmo. Há suor humano na argamassa de seu calçamento. A rua sente nos nervos essa miséria da criação e, por isso, é mais igualitária, a mais socialista, e a mais niveladora dentre as obras humanas... há algo mais enternecedor do que o princípio de uma rua? A princípio capim, depois um braço a ligar duas artérias. Percorre-o, sem pensar, meia dúzia de criaturas. Um dia cercam à beira um lote de terreno. Surgem em seguida os alicerces de uma casa. Depois de outra e mais outra. Três ou quatro habitantes proclamam a sua salubridade e o seu sossego. Os vendedores ambulantes entram por ali como um terreno novo a conquistar. Aparece a primeira reclamação no jornal contra a lama ou o capim. É o batismo. As notas policiais contam que os gatunos deram em cima de seus quintais. É a estréia na celebridade. Oh! Sim, há ruas honestas, ruas ambíguas, ruas nobres, delicadas, trágicas, depravadas, puras, infames, ruas sem história, ruas tão velhas que bastam para contar a evolução de uma cidade inteira, ruas guerreiras, revoltosas, medrosas, spleenéticas, esnobes, ruas aristocráticas, ruas covardes, que ficam sem um pingo de sangue...”. Pensando em tudo isto o saudoso poeta Adory Otoniel da Cunha escreveu este soneto, a que intitulou “bairros do povo”. “Vila Nova, Nova Vila, Botafogo, macambira/ Cascalho, Coréia e Fama/ Vila Operária e Campinas/ Filhos pobres, renegados/ do ventre desta Goiânia/ que só não é mãe bastarda/ porque se veste de asfalto, e se enfeita/ com a grinalda cheirosa/ de seus mil flamboyants./ Vila Nova, Nova Vila, Botafogo, Macambira/ Cascalho, Coréia e Fama/ Vila Operária e Campinas./ Ouvi-me, bairros do povo/ onde há poeira seca/ e muita lama no inverno/ e grilos cantando sambas/aos casais de namorados/ à luz da luz goiana/ que outra luz vós não tendes./ Meus bairros proletários,/ daí tempo ao tempo/ que em breve/ vosso abandono será vingado/”. Brasigóis Felício é escritor e jornalista. Ocupa a cadeira 25 da Academia Goiana de Letras.

“Vou cobrar de Iris suas promessas de campanha, como a implantação das subprefeituras”

Iniciando seu 5º mandato na Câmara de Goiânia, vereador pessebista diz que está decepcionado com a diferença entre discurso e primeiras atitudes de colegas novatos

Atento às belezas e mazelas naturais e humanas, autor mineiro reflete a marginalização do próprio homem

Vencedor do Prêmio Barueri de Literatura e com participação em mais de 20 antologias literárias, Glauber Vieira Ferreira é ainda autor de “Mosaicos”, uma compilação de minicontos

Aliança de Michel Temer com PSDB no país pode gestar aliança entre Marconi e Maguito em Goiás?

É praticamente certo que o PMDB e o PSDB vão caminhar juntos para a disputa presidencial em 2018. Para o governo de Goiás, os dois partidos apontam nomes para a disputa. Mas podem repetir o quadro nacional?

O melhor amigo do meu filho é um robô

Graças à interação social e habilidade de comunicação, robôs despertam a empatia dos humanos. Mas até que ponto esta relação transforma as emoções humanas?

Oposição consegue acordo e Priscilla Tejota e Jorge Kajuru estarão na CCJ

Desde domingo, parlamentares reclamam que a proporcionalidade na formação dos colegiados permanentes não estava sendo respeitada

12 principais livros sobre o Jesus Cristo histórico

O Jornal Opção convidou os professores André Leonardo Chevitarese, da UFRJ, e Ademir Luiz, da UEG, para listar os livros que achassem mais importantes sobre o Jesus Histórico. A lista é para aqueles leitores que se interessarem mais pelo assunto e quiserem aprofundar a leitura a respeito. Chevitarese, que em parceria com o professor da Unicamp Pedro Paulo A. Funari, tem um livro muito bom sobre o tema — trata-se de “Jesus Histórico. Uma brevíssima introdução”, publicado pela Editora Kline —, entende que esses são alguns dos títulos mais relevantes para quem quer saber sobre o Jesus Histórico: [caption id="attachment_83104" align="alignright" width="250"]Fotos: Reprodução Fotos: Reprodução[/caption] “Jesus and Archaeology”, de James H. Charlesworth Este livro traz 30 trabalhos de especialistas diretamente envolvidos com os estudos arqueológicos e seus impactos para pensar Jesus de Nazaré. “O Jesus Histórico. A Vida de um Camponês Judeu do Mediterrâneo”, de John Dominic Crossan Publicado originalmente em 1991, este livro além de oferecer importantes chaves de leituras no campo teórico-metodológico, não deixa o leitor esquecer que qualquer pesquisa neste campo do saber exigirá sempre um olhar transdisciplinar acerca de quem é Jesus de Nazaré. “The Misunderstood Jew. The Church and the Scandal of the Jewish Jesus”, Amy-Jill Levine Esta obra nos lembra que Jesus nasceu, viveu e morreu como um judeu, não tendo sido jamais um cristão. Aborda também uma questão decisiva que diz respeito ao antijudaísmo da documentação antiga literária, especialmente o denominado Novo Testamento. Jesus Magician“Jesus the Magician. Charlatan or Son of God”, Morton Smith Um livro indispensável para todos os interessados no tema, especialmente pela lembrança incômoda que ele apresenta acerca das discussões sobre quem é Jesus, como ele foi visto e lido, não pelos seus atuais seguidores, mas por aqueles dos séculos I e II. “The Life of Jesus Critically Examined”, David Friedrich Strauss Publicada originalmente em 1835, esta obra continua ainda sendo leitura obrigatória para todos os interessados em realizar pesquisas no campo do Jesus Histórico, especialmente pelo seu aspecto crítico e analítico da documentação. Ademir Luiz, que também é escritor, está escrevendo um romance que se passa no século I e, para isso, tem lido muitos livros a respeito de Jesus. A seleção que apresenta como leituras indispensáveis sobre o tema, além de compreender “O Jesus Histórico”, de John Dominic Crossan, também citado por Chevitarese, contém: “O que Jesus disse, o que Jesus não disse”, de Bart D. Ehrman “Jesus, um judeu marginal”, de John P. Meier “Jesus, uma biografia revolucionária”, de John Dominic Crossan “A morte do messias”, de Raymond E. Brown “Nascimento do messias”, de Raymond E. Brown “A vida de Jesus”, de Ernest Renan “Testemunha ocular de Jesus”, de Carsten Peter Thiede [gallery type="slideshow" size="full" ids="83107,83109,83106"]

Meio ambiente 2017: em Goiânia, Goiás, no Brasil e no mundo, prioridade é questão de perspectiva

Quais os desafios postos para o meio ambiente nos níveis municipal, estadual, nacional e mundial no próximo ano? De Iris Rezende a Donald Trump, há muito que fazer – e com que se preocupar

“Esperamos que Goiás cresça nos próximos 2 anos com as medidas que tomamos no governo”

Nome da alta cúpula da gestão de Marconi Perillo, o titular da Secima confirma que o Estado está em situação bem melhor que outras unidades federativas

20 anos sem Caio F.

Escritor de amor e solidão, o autor gaúcho se mantém cada vez mais vivo com seu legado literário dado às gerações