Por Do Leitor

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Cartas

“Terão de investigar tudo do BNDES”

Alberto Nery dos Santos Se querem mesmo investigar o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social], devem investigar tudo, porque aqui no Brasil as grandes empresas conseguem, num piscar de olhos, vultosos empréstimos. Agora, terão também de investigar os empréstimos para esses países nanicos, que através do palestrante Lula da Silva (PT) levou a Odebrecht a construir até ferrovia no deserto. Têm de serem passados a limpo todos os empréstimos. Mais não acho que Michel Temer (PMDB) consultou a cúpula do Friboi para nomear o ministro Henrique Meirelles, porque ele era o sonho de consumo de Lula para a Fazenda, mais Dilma Rousseff (PT) não o quis. E, por ser teimosa, perdeu a Presidência. [“Governo Temer vai investigar empréstimos pra Angola, Venezuela e Cuba, mas não se interessa pela JBS”, Jornal Opção 2134, coluna “Bastidores”] E-mail: [email protected]  

“Onde vai parar o Brasil com essa torrente de políticos envolvidos?”

Marco Antonio Chuay Dizem que será a mãe de todas as delações. Uma fonte altamente confiável, amigo meu de Curitiba, diz que a força-tarefa já tem indícios que comprometem 80% do Con­gresso Nacional. Tudo vai caminhando nesse sentido mesmo. E aí surge uma grande questão: onde vai parar o Brasil com essa torrente de políticos envolvidos? Como limpar o cenário? [“O­debrecht fecha acordo de delação premiada e vai comprometer centenas de políticos de vários partidos”, Jornal Opção Online 2134, coluna "Bastidores"] Marco Antonio Chuay é publicitário  

“Agradeço a lembrança do Jornal Opção a minha investigação”

Fernando Venâncio É meia-noite em Lisboa e parto de manhãzinha para casa. Agradeço a bela lembrança do jornalista Euler de França Belém de publicitar a minha investigação. O excelente apontamento resume um artigo saído no jornal português “Público”, que por sua vez resume a conversa que eu tive com uma jornalista, que por sua vez resume aquilo que um dia será publicado em livro (também em edição brasileira). Tanto não obstou a que a leviandade já se manifestasse na sua autossuficiência. Mas tenho no lombo 15 intensos e excitantes anos de debate na internet. Imagine quanto ouvi, li, aprendi, aguentei, ripostei e calei. [“Linguista garante que Camões não criou ‘uma Língua Portuguesa’”, Jornal Opção 2134, coluna “Imprensa”]  

“O russo era a língua dos camponeses até o século 19”

Sonia Branco Guardadas as devidas proporções, a língua russa até meados do século 19 era também a língua dos camponeses — a língua culta era a francesa. Isso não impede que Púchkin [Alexander Sergueievitch Púchkin, escritor da era romântica, considerado por muitos como o maior poeta russo e fundador da moderna literatura daquele país] seja considerado o criador da língua literária russa, ao resgatar o léxico popular, o eslavo antigo e o eslavo eclesiástico, modernizando o seu uso, atribuindo novas acepções, lado a lado com os estrangeirismos. A antropofagização do outro e a ressignificação do próprio atribuíram um novo estatuto à língua russa. Sonia Branco é professora da Faculdade de Letras e doutora em Ciência da Literatura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)  

“Uma pesquisa assim não pode ser demonizada com argumentos rasos”

Fábio Coimbra Pelo que li, trata-se um estudo sério, categorizado. Espero que saia na Espanha. Esse tipo de pesquisa não pode ser demonizado com argumentos rasos, de quem, mesmo que domine assuntos parecidos (digamos um professor de literatura), não sabe do que está falando com precisão, pois não a consultou. A pesquisa, por aquilo que li no artigo, não desmerece, em nenhum momento, Camões e sua obra. Aliás, a descoberta de outro par de Camões, na questão da iberização da língua, não foi notada por leitores assim. Se Deus mora nos detalhes, como dizem no Brasil, há detalhes expostos no texto do jornalista Euler de França Belém, a partir da pesquisa do professor Fernando Venâncio, que não foram considerados. Não se trata, lógico, de abolir a crítica, mas sim, na verdade, de observar com mais atenção o que foi exposto. Por fim, é preciso considerar que um texto de jornal, e de pequena extensão, não tem como sintetizar um estudo aparentemente tão fecundo e exaustivo. Fábio Coimbra é sociólogo  

“Dilma tomou partido para ‘aliviar o lado’ das empresas”

Thiago Cazarim Em relação à matéria "Operações Mãos Limpas destruiu políticos e pegou leve com empresários" (Jornal Opção 2134, coluna "Imprensa"), é importante ressaltar que o discurso de que Dilma Rousseff (PT) não interveio nas investigações “esquece” a tentativa da presidente de aliviar o lado das empresas. Então, me parece que, se Dilma não interferiu no curso da Lava Jato, ela ao mesmo tempo tomou partido de um grupo específico – justamente o das empresas. Depois disso, quem ainda achar que o PT é um partido comunista pode pedir para decretar falência cognitiva. Thiago Cazarim é professor de música do Instituto Federal de Goiás  

“Salvar o Goiânia será o maior desafio da vida de Eduardo Machado”

Fagner Pinho Será o maior desafio da vida de Eduardo Machado. Que tenha isso em mente. Ao menos trabalhará sob menos pressão do que o presidente do Vila Nova, por exemplo. Acho que todos os goianienses, independentemente de time, se simpatizam com o Galo. [“Edu­ardo Machado assume presidência do Goiânia. Conseguirá ressuscitar o time?”, Jornal Opção Online 2131, coluna “Bastidores”] Fagner Pinho é jornalista  

“O ideal para o Galo seria uma fusão com o Atlético”

Hélio Torres Eu acho que o Goiânia quer acordar muito tarde. Não cabe mais no futebol atual. O ideal seria soprar no ouvido do Atlético e propor uma fusão, já que as diretorias possuem alguma afinidade. Hélio Torres é historiador e profissional de TI  

“Goiânia tem condições de retomar seu lugar no futebol goiano”

João Paulo Lopes Tito Se, felizmente, não sumiu até hoje, acredito que o Goiânia tenha ainda condições de retomar seu lugar no futebol goiano. Torço por isso. João Paulo Lopes Tito é assessor jurídico no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO)

“O fato é que o emprego formal acabou”

Tom Coelho Observe a correlação entre a profissão exercida e o curso superior realizado pelos profissionais. Enquanto 70% dos dentistas, 75% dos médicos e 84% dos enfermeiros trabalham na mesma área em que se formaram, apenas 10% dos economistas e biólogos e 1% dos geógrafos seguem pelo mesmo caminho. Exame atento de outras profissões ainda nos indicará que apenas um em cada quatro publicitários, um em cada três engenheiros e um em cada dois administradores faz carreira a partir do título que escolheu e perseguiu. O fato é que o emprego formal acabou. Nas décadas de 1960 e 1970 o paradigma apontava como colocação dos sonhos um cargo em uma empresa pública. Nos anos 80 experimentamos o boom das multinacionais e empresas de consultoria e auditoria recrutando os universitários diretamente nos bancos escolares. Já na década de 90, o domínio de um segundo idioma, da microinformática e a posse de um MBA eram garantia plena de uma posição de destaque. Hoje, nada disso se aplica. Há anos que as grandes empresas têm diminuído o número de vagas disponíveis e são as pequenas companhias as provedoras do mercado de trabalho. Ainda assim, a oferta de trabalho é infinitamente inferior à demanda – e, paradoxalmente, muitas posições deixam de ser preenchidas devido à baixa qualificação dos candidatos. Assim como todos os produtos e serviços concorrem pela preferência do consumidor, os profissionais também disputam oportunidades. Engenheiros que gerenciam empresas, administradores que coordenam departamentos jurídicos, advogados que fazem estudos de viabilidade, economistas que se tornam gourmets. Uma autêntica dança das cadeiras que leva à insegurança os jovens em fase pré-vestibular. O que falta aos nossos jovens é preparo, o que deveria ser conferido desde o ensino fundamental por meio de disciplinas e experiências alinhadas com a realidade, promovendo um aprendizado prazeroso e útil, despertando talentos e desenvolvendo competências. Um ensino capaz de inspirar e despertar vocações. Ensino possível, porém distante, graças à falta de infraestrutura das instituições, programas curriculares anacrônicos e desqualificação dos professores. Em vez disso, assistimos a estudantes adolescentes que às vésperas de ingressar no ensino superior sequer conseguem escolher entre Psicologia e Co­municação Social, entre Ar­quitetura e Educação Física, entre Veterinária e Direito. A escola e a família devem propiciar ao aluno caminhos para o autoconhecimento e descoberta da própria personalidade e identidade. Fornecer informações qualificadas e estimular a reflexão, exercendo o mínimo de influência possível. Muitos são os que direcionam suas carreiras para atender às expectativas dos pais, aos apelos da mídia, à busca do status e do sucesso financeiro, em detrimento da autorrealização pessoal e profissional. Orientação vocacional não se resume aos testes de aptidão e questionários. Envolve conhecer as diversas profissões na teoria e na prática. Permitir aos estudantes visitarem ambientes de trabalho, ouvindo relatos de profissionais sobre objetivos, riscos, desafios e recompensas das diversas carreiras. Tomar contato com acertos e erros, pessoas bem-sucedidas e que fracassaram. Provocar o interesse e, depois, a paixão por um ofício. Precisamos voltar a perguntar aos nossos filhos: “O que você vai ser quando crescer?” A magia desta indagação é que dentro dela residem os sonhos e a capacidade de vislumbrar o futuro. Aliás, talvez também devamos colocar esta questão para nós mesmos, pais e educadores. Tom Coelho é educador, escritor e palestrante em gestão de pessoas e negócios. E-mail: [email protected].

“Acerca da empatia perdida”
É de se constatar cada vez mais adequada, hoje em dia, a aplicação, ao brasileiro médio, do conceito do “homem cordial”. A expressão — cunhada pelo historiador Sérgio Buarque de Holanda — que, numa análise precipitada, poderia levar à conclusão de que o brasileiro seria dotado de uma aura mítica, portadora de uma simpatia inata, tenta, na verdade, descrever os dois lados do atributo da cordialidade: o homem, que agindo de cor(ação), pratica atos que – para o bem ou para o mal — escapam à esfera da razão. As­sim, por um mesmo e indissociável princípio, “de coração”, enaltece-se ou apunhala-se o outro. Com as redes sociais — objeto sobre o qual o respeitável historiador perdeu a riquíssima oportunidade de se debruçar —, o referido conceito torna-se ainda de mais fácil percepção, vez que amplificadas e escancaradas as relações mantidas na grande ágora entre os “cordiais amigos” (aqui numa junção de conceitos talhados pelos pen­sadores Buarque e Zuckerberg). A empatia, instituída como regra nas relações, ao que parece, então, afigura-se como algo para um patamar bem posterior — grassando no nível das utopias. Assim é que — muito provavelmente — nenhum alemão ou dinamarquês esperará que seu vizinho aja, para consigo, com “empatia”, não abrindo mão, aquele, entretanto, do emprego do “respeito” no cotidiano convívio. Portanto, por ora, melhor talvez fosse priorizar-se uma sociedade em que houvesse — antes — o império do respeito ao indivíduo, para, num momento futuro, almejar-se — quem sabe — uma relação mais empática para com o outro (aí incluídos samambaias, tamanduás e o Meia-Ponte, por exemplo). Ou, como sempre bem soletrado por Aretha Franklin: “R-E-S-P-E-C-T”! Beto Almeida é técnico judiciário. “O recurso a antidepressivos poderia ser diminuído e até evitado” Bacana a pesquisa que aponta que metade dos que usam antidepressivos não estão efetivamente deprimidos. São inegáveis os casos em que a medicação é imprescindível, como os de surtos psicóticos, mas penso que a pesquisa aponta para a importância dos tratamentos psíquicos que resgatam a dimensão subjetiva e emocional de cada um. Se o tratamento possibilitar o encontro do sujeito com seus próprios traumas (e se nesse encontro houver uma delicada elaboração), o recurso à medicação poderia ser diminuído e até evitado. Cristiano Pimenta é psicanalista.
“O governo russo não assumiu suas responsabilidades diante da tragédia de Tchernóbil”
Vou ler o livro de Svetlana Aleksiévitch [“Vozes de Tchernóbil — A História Oral do Desastre Nuclear”] com calma, mas pela narrativa percebe-se que o governo russo não assumiu suas responsabilidades com a tragédia em relação ao extremo cuidado que se deve ter com todos os atores na hora e no pós-acidente nuclear. Um comportamento de Estado autoritário acostumado a conviver e criar tragédias de grandes dimensões, como foi a política para a Ucrânia na década de 50. Passados 70 anos das explosões de Hiroshima e Nagasaki, que sofreram os mais violentos efeitos da energia nuclear, essas cidades superaram os feitos devastadores de uma bomba nuclear e hoje são cidades referência no Japão, orgulho dos japoneses, que se superaram e conseguiram limpá-las de todos os resquícios das mortíferas radiações nucleares, tornando-as habitáveis novamente. Introduzi essa história japonesa para lembrar que, 30 anos após o acidente de Tchernóbil, a região é deserta e inabitável, pois lá o acidente ainda não terminou: o reator acidentado continua funcionando debaixo de espessas camadas de concreto. [“Livro de Svetlana Aleksiévitch revela o inferno de Tchernóbil narrado pelas vítimas”, Jornal Opção 2133, coluna “Imprensa”] Arthur Otto é físico nuclear.
“Um dos maiores assassinos do mundo”
Interessante o texto “Assassinou Nativo da Natividade e foi roubado pelo tio pistoleiro” (Jornal Opção 2051, coluna “Imprensa”). No livro, o escritor descreve com detalhes (mandante e vitima) a maioria dessas quase 500 pessoas assassinadas pelo tal do matador Júlio? Se sim, esse seria com certeza um dos maiores assassinos do mundo. Exemplo: o finlandês Simo Hayha —um dos snipers [atiradores de elite] mais famosos do mundo —, que nasceu em 1905 e foi apelidado de “Morte Branca”, alcançou o número impressionante de 505 mortes (que foram registradas) durante a Guerra Soviético-Finlandesa. Willian Barbacena de Oliveira é consultor em informática.
“Sinto orgulho de meu País”
Como brasileiro, filho de argentino (este, filho de alemão) e brasileira (esta, neta de italianos), sinto orgulho do meu País e, depois de morar em vários, sei como o Brasil progrediu nos últimos 30 anos. Não à toa está entre os dez mais ricos do mundo. Fábio Coimbra é sociólogo.
“Psicotrópicos podem minimizar o abuso de analgésicos”
De fato, existe uma certa banalização do uso de psicotrópicos e mesmo do uso de certos diagnósticos psiquiátricos, fatos que frequentemente são alvos de discussão (inclusive pelas implicações éticas e sociais disso). O risco de fazer uma clínica unicamente baseada nos sintomas e no uso da medicação, desprezando a subjetividade, é o de transformar a psiquiatria em uma espécie de “ortopedia da mente”. Mas o estudo em questão parece focar mais na questão do uso de antidepressivos para outras condições médicas, como a migrânea [enxaqueca] ou a dor neuropática. A medicina, infelizmente, ainda não tem tratamentos específicos para diversos quadros. E, na ausência de um tratamento ideal, usamos os recursos que temos. No tratamento da dor neuropática e da migrânea, por exemplo, alguns antidepressivos mostraram certa eficácia na profilaxia das crises álgicas. Assim, o uso deles pode minimizar o abuso de analgésicos e se constituir num recurso terapêutico mais seguro. Gustavo Macedo Mustafé é médico.

Cartas

“Condomínio fechado é uma agressão à cidade”

PAULO GOMES MACHADO JÚNIOR Apesar de morar em condomínio — obviamente que de classe bem mais baixa que este da matéria, não me orgulho, aliás me envergonho disso. É um retrato de um país atrasado, desigual, elitista. E olha que sou de opinião bem oposta a muitos da esquerda, mas condomínio fechado é uma agressão à cidade. Pegam um terreno, cercam-no e cria-se um oásis para que meia dúzia de endinheirados possam usufruir. E graças à falta de segurança pública, muitas vezes as famílias ficam “reféns” dos condomínios. Ou seja, é um processo que tende a piorar. Triste, mas é a realidade. O que aconteceu no Alphaville é ridículo, esdrúxulo, estapafúrdio, vergonhoso. O trabalhador doméstico, seja homem ou mulher, ainda sofre com as características coloniais de um país atrasado e, muitas vezes, da própria lei. [“Revista em empregados domésticos causa revolta em moradora de condomínio fechado”, Jornal Opção Online] Paulo Gomes Machado Júnior é funcionário público.  

“Um livro difícil de encarar”

JADSON BARROS NEVES Li livro uns três anos atrás. Con­fes­so que passei mal. Em julho do ano passado, passei por Porto Franco, e me lembrei de toda a história. Há certas cenas no livro que nem médico de IML consegue encarar. É um livro difícil de encarar, pois vai fundo em certas vivências do ser humano.[“O pistoleiro brasileiro que matou 492 pessoas e não foi preso pela polícia e condenado pela Justiça”, Jornal Opção 2051, coluna “Imprensa”] Jadson Barros Neves é escritor.  

“Cuidado e atenção ao retratar nosso hospital”

PAULO CÉSAR VEIGA JARDIM Li a matéria “Atendimento humanizado com mais recursos tecnológicos em sede nova” em versão impressa do Jornal Opção (edição 2132) e também, por meio de link, na internet. Agradeço imensamente o cuidado e a atenção do jornalista Cezar Santos em retratar nosso hospital. Achei a matéria excelente, não obstante meu conflito de interesse. Minhas saudações ao repórter e também ao fotógrafo Renan Accioly, cujas fotos ficaram excelentes. Paulo César Veiga Jardim é cardiologista.  

“O Brasil não consegue ficar mais de 30 anos sem um golpe”

RICARDO REIS A receita dos golpes no Brasil quase sempre teve e tem os mesmos ingredientes: insatisfação popular; um caso de corrupção bem escabroso amplificado e turbinado pela mídia familiar e seus interesses oligárquicos; autoridades, juízes, promotores e policiais alçados à categoria de semideuses; grupelhos fascistoides insuflando a população contra o “comunismo”, “Cuba”, a política e contra “tudo isso que está aí”, seja lá o que isso signifique. Sobre essa mistura aplica-se o glacê golpista-parlamentar e/ou militar e enfeita-se a coisa com alguma cereja jurídica de ocasião para dar uma tosca aparência de legalidade e está pronto mais um golpe contra a democracia, com o incondicional beneplácito da elite autocrática brasileira. Mesmo conservadores, como o jurista Cláudio Lembo, admitem que agora, na América Latina, o impeachment tornou-se uma versão light para golpes e uma alternativa menos sinistra do que o golpe militar — mas, ainda sim, golpe. O Brasil, assim como países do Oriente Médio e da África, não consegue ficar mais de 30 anos sem um golpe de Estado. O dano à imagem do País é irremediável e em todos os cantos do planeta a imprensa estrangeira fez da cobertura da crise brasileira um show de bizarrice e humor com âncoras fazendo piadas sobre as patetices de um Congresso corrupto depondo uma presidente honesta, dando tom e clima burlesco à farsa. O golpe contra si próprio, um país continental e uma grande economia antes vista como promissora, assusta o mundo civilizado. Ricardo Reis é consultor.  

“É provável é que Delegado Waldir tire Iris do 2° turno”

GILBERTO MARINHO Em relação ao Editorial “Iris Rezende e Waldir Soares podem ficar fora do 2º turno na disputa pela Prefeitura de Goiânia?” (Jornal Opção 2131), tenho a dizer que, como a campanha eleitoral ainda não começou só é possível cogitar, pois não há dados para uma abordagem mais científica. Mas ressalto que há algo de premonitório na pergunta, pois se há alguém que tira votos de Iris Rezende (PMDB) é justamente Delegado Waldir (PR). Assim, o mais provável é que o delegado tire Iris do 2° turno, repetindo, assim, o que fez com Dona Iris (PMDB) na eleição para deputado federal, pois parcela considerável dos eleitores do casal Iris é da população de baixa renda, mais sensível ao discurso e às práticas populistas. Gilberto Marinho é jornalista.

“No ônibus, todos viram os cabelos brancos de meu pai. Mas ninguém deu seu lugar a ele”

VALÉRIA RAMOS Quero reclamar da falta de estrutura dos ônibus do Eixo Anhanguera, que é minha linha de uso diário. Minha lamentação, além daquela que já faço em relação aos governantes, é em especial pela falta de educação das pessoas que usam esse meio de transporte. Por toda a concepção do sistema, é compreensível em alguns momentos a selvageria que existe nas plataformas na hora de entrar em uma condução dessas e que, no momento de ir para casa, todos querem embarcar ao mesmo tempo. Mas, esses dias, fiquei me perguntando se em algum momento da vida alguém pensou ou pensa em agir diferente. Em ter um pouco mais de paciência, em ser um pouco mais delicado, em ser um pouco mais solidário. Na segunda-feira, 9, como sempre, me levantei às 5 horas da matina para me ajeitar e tomar o Eixo por volta de 6h15. Mas havia certa mudança na viagem. Meu pai, que nasceu no dia 8 de setembro de 1942 – no dia da Natividade de Nossa Senhora —, um senhor de quase 74 anos, estava comigo. Coitado, experimentou o gosto amargo de viajar de Eixo! E que gosto amargo, para mim e para ele. Às 6h23 entramos. Meu pai sentou-se? Adivinhem: não! Por um milagre, o ônibus não estava daquela forma em que não se consegue nem respirar; estava até com certo espaço a mais. Deu para ficar em pé a viagem toda sem muitos empurrões. Porém, para o meu pai, que mora numa pacata cidade de 30 mil habitantes, foi simplesmente o fim da vida entrar naquele ônibus. Para ele, a quantidade de pessoas era absurda. E inúmeras vezes reclamou: “Deus me livre, como você aguenta?”. Eu respondi: “Nem, eu não aguento isso não!”. Ele retrucou: “Valéria, é a última vez que venho aqui para fazer essa manutenção (referindo-se à manutenção no aparelho do ouvido, pois com a idade ele perdeu quase toda a audição e a cada 6 meses precisa vir a Goiânia fazer ajustes), não volto mais de jeito nenhum! Deus me livre, como você consegue vir cinco dias por semana neste ônibus?” A cada reclamação do meu pai, meu coração cortava. E eu tentava consolá-lo dizendo: “Papai, hoje está bom: nem tem empurrões, eu sempre venho espremida.” Mas isso não amenizou em nada a situação. Com sérios problemas de coluna e dores no joelho, ele não aguenta ficar muito tempo de pé, tampouco caminhar muito. No entanto, todos viram seus cabelos brancos, seu rosto já conta a idade que tem. Mas ninguém, ninguém mesmo, se ofereceu para se levantar e ceder-lhe o assento. E nós também não pedimos. Fomos educados de forma diferente: se virmos alguém que precise se ajuda, não esperamos que nos peça; com isso, também não aprendemos a pedir. Somos do tipo que acha que a pessoa precisa ter “desconfiômetro”. In­felizmente, a maioria não é assim. Eu me senti triste, magoada, impotente. Ainda mais neste momento de crise, essa sensação de impotência é ainda maior. Quando eu olhava para o rosto do meu pai a fazer caretas de dor, eu pensava: meu Deus, quanta falta faz um carro! Não é justo que meu pai, depois de tanto trabalho que teve na vida, não possa ser conduzido com o mínimo de conforto a uma clínica para cuidar da sua saúde. Não é justo meu pai ter tido que levantar às 5 horas para sair comigo. Mas eu não tive alternativa: ou o levava comigo ou o levava comigo. A consulta era às 15 horas, mas como ir para Goiânia trabalhar de manhã e voltar para busca-lo? E, de todo jeito, o buscaria de ônibus. Então, o jeito foi pular da cama cedo. Com relação à atitude das pessoas, penso que estamos precisando rever certos conceitos. No ônibus de hoje, havia muitas pessoas jovens – sentadas nos bancos destinados aos idosos, inclusive. Entre os que tinham direito, não era só o meu pai que estava em pé. É triste isso. Como nossas crianças e jovens estão sendo educados? Ninguém mais ensina a eles que é preciso ser solidário e respeitoso de vez em quando? Dormindo sentados estavam, dormindo sentados permaneceram. E só no terminal do Dergo meu pai conseguiu uma vaga. Na praça A, trocamos de ônibus. E querem ouvir uma novidade? Contarei: é claro que meu pai não se sentou, o que só ocorreu ao chegar à plataforma da Avenida Goiás. Mas no próximo ponto já desceríamos. Mesmo assim, ele disse: “Já serve, não estou aguentando de dor nas pernas e nas costas, qualquer tanto que eu me sentar está bom!”. Tive vontade de desaparecer do mapa naquele momento. Ver meu pai se conformar de se sentar por um segundo foi dolorido demais. Mas, fazer o quê? É a triste realidade do nosso transporte público, que não prioriza nada. É a triste realidade da educação que está sendo dada aos novos. Paciência. Valéria Ramos é secretária.    

Layout 1“Temos de respeitar quem pensa diferente da gente”

ADRIANA ACCORSI Minha gratidão ao jornalista Euler de França Belém pela gentileza em momento tão difícil. Suas ponderações nos chamam a atenção para o ódio e a intolerância que estão permeando as relações, sobretudo nas redes sociais. Todos nós temos de combater esse ódio e respeitar quem pensa diferente da gente. Muito obrigada, em nome de minha família. [“Desejar a morte da deputada Adriana Accorsi mostra o nível do debate ‘político’ nas redes sociais”, Jornal Opção 2131, coluna “Imprensa”] Adriana Accorsi (PT) é deputada estadual.    

“É provável é que Delegado Waldir tire Iris do 2° turno”

GILBERTO MARINHO Em relação ao Editorial “Iris Rezende e Waldir Soares podem ficar fora do 2º turno na disputa pela Prefeitura de Goiânia?” (Jornal Opção 2131), tenho a dizer que, como a campanha eleitoral ainda não começou só é possível cogitar, pois não há dados para uma abordagem mais científica. Mas ressalto que há algo de premonitório na pergunta, pois se há alguém que tira votos de Iris Rezende (PMDB) é justamente Delegado Waldir (PR). Assim, o mais provável é que o delegado tire Iris do 2° turno, repetindo, assim, o que fez com Dona Iris (PMDB) na eleição para deputado federal, pois parcela considerável dos eleitores do casal Iris é da população de baixa renda, mais sensível ao discurso e às práticas populistas. Gilberto Marinho é jornalista.

“Qualidade do Parlamento: a gente só colhe o que planta”

ARNALDO B. S. NETO Vejo muita gente reclamando da qualidade dos nossos deputados. Então, jovens, vamos fazer um pequeno exercício de imaginação e de realismo político. Dois deputados, João e Manuel, se elegem no mesmo ano. João é íntegro e cheio de ideias. Manuel, nem tanto. João permanece crítico ao governo, independente, aferrado às suas convicções. Manuel aproveita cada votação para barganhar cargos, liberação de emendas, ajuda para a campanha, proximidade com o poder, trânsito para resolver problemas de seus eleitores e apoiadores. Manuel até troca de partido para continuar apoiando o governo da vez e mantendo o acesso aos benefícios que a proximidade do poder proporciona. Se não está com o poder federal, Manuel está com o estadual, mas certamente está próximo ao poder, a qualquer poder. Não interessa muito, pois tanto União quanto Estados possuem muitos mecanismos legais de cooptação de deputados. Aderir a um governo estadual, por exemplo, e votar de forma canina a favor do governador, renderá a possibilidade de nomear dezenas de cargos comissionados. João e Manuel vão disputar as próximas eleições. João, dom quixote solitário, vai na cara e na coragem, pegando empréstimo para pagar despesas de campanha. Manuel “nomeou” sessenta comissionados, logo terá sessenta cabos eleitorais. Sua lista de clientes e pessoas que lhe devem favores enche um caderno. Um terá suas ideias e sua integridade. O outro terá dinheiro, cabos eleitorais, favores que poderá cobrar, emendas que liberou e que serão lembradas aos eleitores da sua clientela. Quem vocês acham que terá mais chances de se eleger? Se você teve paciência de ler as linhas acima, vai entender que nosso atual Parlamento é fruto de um largo processo de involução. Quanto mais venal é um deputado, quanto mais aberto for para negociar, mais chances teve e terá de se manter no jogo. Isto vale para todos? Certamente que não. Existem exceções. Mas vale para uma boa parte. No atual momento viram que o Executivo que os alimentou e estimulou por três décadas (todos os governantes da redemocratização agiram assim, sem exceção) está ocupado por uma presidente fraca. Não vai poder dar a eles o combustível de que precisam. Também se assustaram com as manifestações e com a rejeição da opinião pública. Não tiveram dúvidas de votar pelo impedimento. A vida é assim. Você colhe o que planta. Apoiar este sistema de milhares de cargos comissionados de livre nomeação, esta miríade de empresas estatais (são mais de 100 na esfera federal), o sistema de compra de apoios com emendas parlamentares, tudo isso para depois querer um Parlamento mais qualificado? Eu acho um contrassenso. Você quer a quadratura do círculo. Você colhe o que você planta. O presidencialismo de coalizão que temos é isso aí: você vota para deputado em qualquer um. O voto decisivo vai ser para presidente, não é? Em seguida temos um Congresso sem nenhuma responsabilidade com a governabilidade. Um Congresso que está ali apenas para negociar as vantagens que farão seus membros novamente serem reeleitos. Este Parlamento que está aí é fruto de décadas de cooptação pelo Executivo. Funcionou muito bem enquanto o chefe de governo tinha carisma e força política. E desmoronou na primeira onda de impopularidade de uma governante. Você acha que isso se resolve apenas com financiamento público? Ok. Então refaça o exemplo acima, com o João e o Manuel e ponha na equação que os mesmos receberão a mesma quantia de financiamento público. Mesmo assim, diante dos outros fatores, quem terá mais chances de se reeleger? A equação continuará igual. Manuel terá todas as vantagens. E, a cada eleição, mais e mais membros do “baixo clero” estarão dominando o jogo. Isto é Darwin, amigos. O cara que mostrou que seleção tem a ver com adaptação. E adaptação não quer dizer que ocorreu algo para melhor. No caso, escolhemos deliberadamente selecionar sempre os piores. Chegamos ao Congresso kakistocrático. O Congresso dos piores. São as regras que fazem a diferença. Mude as regras e quem sabe daqui a alguns anos tenhamos um Parlamento melhor. Até lá, conformem-se e economizem vossa filosofia moral. A gente colhe somente o que planta. ARNALDO B. S. NETO é doutor em Direito Público pela Universidade Vale dos Sinos (Unisinos/RS) e professor da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Goiás (UFG).

“Por que é a alta a incidência de câncer na próstata?”

FÁBIO COIMBRA Li o artigo, do dr. Rafael Macedo Mustafé, “Ejaculações frequentes diminuem a incidência de câncer de próstata?” (Jornal Opção 2130). De fato, é consistente. O autor expõe as ideias básicas do estudo “Ejaculation frequency and risk of prostate cancer: updated results with an additional decade of follow-up”, publicado no periódico científico “European Urology”, apresentando-as cuidadosa e meticulosamente. Depois, revelando equilíbrio e conhecimento, procede a uma crítica pertinente, quero dizer, ressalvas apropriadas. Como não se trata de um texto extenso, e tem finalidade específica, avaliar um estudo sobre um tema determinado, restou ao menos uma dúvida, que gostaria de ver esclarecida: por qual motivo é alta a incidência de câncer na próstata? No pulmão tem a ver com cigarro, por exemplo. Mas e na próstata? Fábio Coimbra é doutor em Ciências Sociais.

“É melhor viver e não se preocupar excessivamente”

RAFAEL MACEDO MUSTAFÉ Em resposta ao sr. Fábio Coimbra, tenho a dizer que as causas do câncer de próstata são os fatores de risco não modificáveis que citei — sendo o principal a idade. Hoje, com as pessoas vivendo mais, aumenta a possibilidade de desenvolver doenças degenerativas e neoplasias. Houve uma época em que as pessoas morriam de doenças infecciosas e não chegavam a desenvolver tantos problemas cardíacos, degenerativos ou neoplasias. Infelizmente, é algo que foge do nosso controle, como muitas coisas na vida. Nossa lógica e necessidade de buscar sempre uma causa bem estabelecida para os fenômenos que observamos têm a ver com o nosso conforto cognitivo de sentir que temos o controle de tudo. Na verdade, não temos. Muitos dos fenômenos que observamos são complexos e não têm uma causa única e de fácil controle. Até o câncer de pulmão não tem a ver apenas com o cigarro. A verdade é que somos todos vulneráveis. Então é melhor viver e não se preocupar excessivamente. Rafael Macedo Mustafé é médico.

“E se os comunistas tivessem sido vitoriosos?”

LENA CASTELLO BRANCO Sobre o texto “Livro revela conteúdo de documentos para Fidel Castro e diz que Cuba financiou guerrilha em Goiás” (Jornal Opção 2130), é bom conhecer o depoimento de ex-participantes das guerrilhas que abandonaram ideias e práticas totalitárias. Vê-se que os guerrilheiros não eram jovens românticos lutando pela democracia no Brasil. Tinham treinamento no exterior e recebiam financiamento cubano. Também tinham objetivo definido: a implantação do regime cubano-comunista-marxista no país. E se eles tivessem sido vitoriosos naquele momento histórico? Lena Castello Branco é escritora e professora.

“Boa ‘república das bananas’ é a que se assume como tal”

LUIZ SIGNATES Qualquer das soluções postas para tirar Dilma Rousseff implicaria primeiramente alterar a Constituição. Um casuísmo para resolver o problema dos que o criaram. É mais fácil desobedecer a Constituição no mérito, cumprindo o rito constitucional para aparentar legitimidade. Afinal, a questão, na verdade, é tomar o poder. O resto é discussão vazia. Assumir que é golpe é um avanço do retrocesso. Boa “república das bananas” é a que se assume como tal. O tema da “necessidade” é a parte hilária da questão. Pena que humor dessa proporção só tem graça quando a gente não tem que pagar a conta. [“Impeachment nada mais é que um golpe necessário”, Jornal Opção 2130] Luiz Signates é analista político e professor da Universidade Federal de Goiás (UFG).

“Como não testar um remédio importante como a fosfoetanolamina?”

Adriana Gomes da Silva Depois de muitos anos de estudos e de pesquisa, chegamos a um resultado esperado por muitos: a fosfoetanolamina, a esperança de vencer o câncer. Infelizmente, acham que é um medicamento que não precisa ser testado. Como isso pode estar acontecendo, se todos os medicamentos do mercado são testados, desde um simples analgésico para tirar uma pequena dor? Como podem achar que não precisam testar um medicamento para curar o câncer, sendo esta uma das doenças mais complexas e perigosas que existem? Será que estão “cansados” e não dão conta mais de fazer mais nenhum teste? Ou acham que são os “homens do futuro” e que já sabem do resultado? Se for isso, maravilha, nossos problemas vão ser resolvidos de agora em diante sem precisarmos de tanto esforço e dedicação.

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“Sou totalmente contra as mudanças na região do Jardim Botânico”

Roberth Lutiane jardim-botanico-operacao-foto-prefeitura-de-goiania Cresci na Alameda Botafogo e sou totalmente contrário à verticalização daquilo pouco que resta de área verde original na capital, na região do Jardim Botânico, como está sendo proposto na chamada Operação Urbana Consorciada (OUC). Um parque não depende de um conjunto de prédios para servir à população. Façam o simples. Vamos lá em um domingo e todos verão os moradores dali passeando tranquilamente pela região. Detalhe: temos ali uma faculdade, algumas empresas e residências. Pra que fazer prédio se se pode ter um grande parque que atenda mais gente do que essa vontade desenfreada de verticalizar as margens das poucas áreas verdes e puras da cidade? Você consegue vislumbrar como seria um luar, o nascer ou o pôr do sol sem aquele monte de prédios ao redor do Parque Flamboyant? Será que já pensaram nisso? A verticalização das margens das áreas verdes vai contra a sustentabilidade, que já é pouca em nossa cidade. O Setor Pedro Ludovico vai perder o restante do seu charme para o capital especulativo dos arranha-céus. Questio­no esse viés de pensamento extremamente financeiro e que vai matar literalmente a alma de um dos melhores bairros populares de Goiânia. Roberth Lutiane é vendedor.

“Marilena Chauí deveria abrir uma ‘portinha’ para sentir os efeitos da crise”

Marilena-Chaui_Universidade-Perfil Greice Guerra Em relação à nota “Marilena Chauí chama Aécio Neves de moleque e diz que tem iate de 250 milhões de dólares” (Jornal Opção Online), publicada na coluna “Imprensa”, tenho a dizer que acredito que os argumentos colocados por ela são fracos e não possuem muito fundamento. Ela está preocupada com o patrimônio do senador Aécio Neves (PSDB-MG), enquanto deveria estar assim pela situação econômica do País, que, independentemente de quem tomar o poder, demorará no mínimo 20 anos para se recuperar. Além disso, a filósofa deveria apresentar soluções que começassem a tirar o Brasil da recessão em que o mesmo se encontra. Deveria também observar o mercado e seus índices, que cada vez mais são assustadores e vergonhosos. Creio que Marilena está trabalhando no “varejo” e não no “atacado” — e lendo “poesia” também. É uma postura própria desses petistas que nunca produziram no País, nunca tocaram se­quer uma “banca de frutas” para sentir a dificuldade de se empreender e se manter no mercado. A maioria das leis no Brasil é elaborada por quem nunca produziu absolutamente nada, por quem nunca esteve em uma linha de produção. Por isso mesmo é que a maioria das leis é inexequível e acaba por destruir as empresas. Creio que essa senhora, ao invés de estar preocupada com patrimônio “alheio” e se ele existe ou não, deveria trabalhar. Não no governo, mas, sim, abrindo uma “portinha” para sentir na pele os efeitos econômicos de um governo populista, desarticulado e desgovernado. E ter de literalmente “rebolar” para lidar com tais efeitos para manter essa “portinha” aberta. Acredito que depois dessa “experiência” a professora Marilena Chauí mudaria muito seus conceitos e valores, e passaria a trabalhar mais no “atacado”. Greice Guerra é economista.

“O jornalista que criou um jornal que se tornou uma instituição”

MORTE DE HERBERT DE MORAES /1942-2016 [caption id="attachment_54799" align="alignnone" width="620"]Herbert de Moraes: jornalista que criou o Jornal Opção há 40 anos | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção Herbert de Moraes: jornalista que criou o Jornal Opção há 40 anos | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption] “O jornalista que criou um jornal que se tornou uma instituição” DEMÓSTENES TORRES Herbert de Moraes era homem culto e, acima de tudo, um jornalista do primeiro time. Quando o visitava para entrevistas e conversas sobre política e economia, percebia que se tratava de um profissional re­publicano. Os nossos diálogos e­ram longos, mas jamais enfadonhos. Herbert queria que Goiás se tornasse um Estado cada vez mais moderno e criou o Jornal Opção para contribuir com essa modernização. Não queria que os políticos fossem provincianos — incentivava-os a se tornarem cosmopolitas. Chegava a incentivá-los a aprender línguas estrangeiras e a conhecerem o mundo. Goiás perde, com a morte de Herbert, um grande homem, um grande jornalista e um cidadão exemplar. Um abraço para Nanci, sua mulher, e para os filhos Ludmilla Melo, Herbert Moraes e Patrícia Moraes Machado. Patrícia, jornalista séria, competente e responsável, saberá dar continuidade ao projeto criado por seu pai. Aliás, já está dando. O Jornal Opção é, como sugeriu o Editorial da semana passada, uma instituição de Goiás e, também, do Brasil. É um jornal que dá prazer de ler, dada a qualidade de seu texto, de suas informações e de suas análises. Um jornal raro. Demóstenes Torres, ex-senador, é procurador de justiça.   “Nunca vou esquecer essa frase de Herbert” CEZAR SANTOS Na quinta-feira da semana passada, dia 24 de março, nossa equipe de editores fechou mais uma edição do Jornal Opção, daquela vez sob o imenso peso da morte de Herbert de Moraes, seu fundador. Desde que o co­nheci, em todos esses anos, volta e meia uma frase dele ecoa em minha cabeça: "Texto que repórter meu escreve eu assumo a responsabilidade”. Mais que a confiança que um patrão tem em seu empregado, a sentença ilustra a confiança que um jornalista dedica a outro. Acho que nunca vou esquecer essa frase do Herbert. Cézar Santos é editor do Jornal Opção.   “Fui várias vezes ao jornal só para conversar com Herbert” ERNANI DE PAULA Quando prefeito de Aná­polis, mantive contato frequente com o jornalista Herbert de Moraes, editor do Jornal Opção. Tenho as melhores lembranças possíveis. Ele era de fato um homem de imprensa republicano. Tinha a mente de um estadista e jamais pensava pequeno. Fui várias vezes à redação só para conversar com Herbert. Só dava bons conselhos. Às vezes pedia moderação e, quando necessário, ousadia. Era um mestre. Faz falta e fará muita falta. Anotem. Ernani de Paula, empresário do setor de educação, foi prefeito de Anápolis.   “Quem conviveu com Herbert teve o privilégio de fazer parte da história das liberdades” WILDER MORAIS Quem conviveu com o jornalista Herbert de Moraes teve o privilégio de fazer parte da história das liberdades. O apogeu de sua criatividade, seu empreendedorismo e seu talento foi o Jornal Opção, no qual exerceu e garantiu à sociedade o exercício das principais, a de imprensa e expressão. Enquanto houver vigilância por elas, sua prática e sede de liberdades, Herbert continuará vivo e construindo a história. Wilder Morais (PP) é senador da República por Goiás.   “O tempo vai aplacar a tristeza da despedida” DANIN JÚNIOR Meus sentimentos à família de Herbert de Moraes – sua mu­lher, Nanci, seus filhos Patrícia, Ludmilla e Herbert. O tempo vai aplacar a tristeza da despedida. O tempo e a forte certeza de que ele esteve aqui conosco para fazer história. História que vocês continuarão escrevendo. Deixo ainda um abraço aos ex-colegas e grandes amigos Euler de França Belém, Cezar Santos, Afonso Lopes, Elder Dias e outros do Jornal Opção, que também perdem uma enorme referência de vida. Danin Júnior é jornalista.   “Herbert deixa um filho sólido e de alta qualidade: o Jornal Opção” RENATO BERNARDES A morte de Herbert de Moraes torna o jornalismo de Goiás mais pobre. Mas ele deixa um filho sólido e de alta qualidade — o Jornal Opção, uma referência de qualidade. Trata-se de um jornal que sempre publica os fatos mais importantes em primeiro lugar. No sábado, por volta de meia-noite, não há quem não pare o que está fazendo para conferir as notas da coluna “Bastidores”. Nós, que pertencemos ao PP, sabemos da importância do jornal na divulgação dos fatos políticos. Sobretudo, sabemos que suas análises refletem o que é de fato a política de Goiás e do Brasil. Renato Bernardes foi secretário-geral do PP de Goiânia.   “Que Deus o receba no conforto do céu" REINALDO CRUZ Meus sentimentos a família e aos que compõe o Jornal Opção. Que Deus o receba no conforto do céu. Reinaldo Cruz é jornalista.   “O jornalismo fica mais pobre” LUIZ FALEIRO Perda irreparável. O jornalismo fica mais pobre. Meus sentimentos aos filhos Herbert Morais Filho e Patrícia Morais. Luiz Faleiro é secretário-geral do diretório estadual do PPS.   “Cumpriu otimamente sua jornada na vida” EVERALDO LEITE O Jornal Opção é uma ótima obra, seu fundador cumpriu otimamente sua jornada na vida. Everaldo Leite é economista e professor universitário.   “Uma triste notícia” GILBERTO MARINHO Triste notícia. Abraço fraterno à equipe do Jornal Opção, destacadamente à sua filha Patrícia Mo­raes Machado e demais familiares. Gilberto Marinho é jornalista.   “Travamos boas discussões sobre Goiás e o Brasil” JEFERSON DE CASTRO VIEIRA Herbert de Moraes foi meu aluno de economia na PUC-GO [Pontifícia Universidade Católica de Goiás] em que travamos boas discussões sobre Goiás e o Brasil. Uma grande perda para o jornalismo goiano Jeferson de Castro Vieira é economista e professor universitário.   “Perda lamentável” MARCO ANTÔNIO LEMOS Perda lamentável. Meus sentimento a todos os familiares. Marco Antônio Lemos é desembargador do Distrito Federal e Territórios.   “Foi um dos meus melhores amigos, apesar da diferença de idade” WILLIAN BARBACENA Ainda me faltam palavras para falar desse grande amigo e mestre Herbert de Moraes. Apesar de mais de 20 anos de amizade e da nossa diferença de idade, posso dizer com toda certeza que ele foi um dos meus melhores amigos. Parecíamos dois adolescentes quando ficávamos horas na frente de um computador. Ele tentando absorver tudo que passava pelo monitor e eu atenciosamente ouvindo tudo sobre literatura, religião, política goiana e nacional e principalmente o mais interessante: suas histórias de vida — sobre quando conheceu a dona Nanci, sobre seus filhos e netos, sobre quando ele redigia e distribuía os primeiros esqueletos do futuro Jornal Opção. Nunca tive um professor, um pai e um amigo que me pudesse ensinar tanto quanto ele me ensinou. Nunca conheci uma pessoa mais generosa do que Herbert em toda minha vida. Obrigado também ao jornalista Euler de França Belém, que se lembrou de mim no belo texto deste Editorial (Jornal Opção 2125). Durante todos esses anos como amigo e confidente de Herbert, posso garantir que ele não só tinha uma admiração pelo profissional que Euler é como também o considerava um grande e fiel amigo — ele por várias vezes repetia que Euler e eu eram os únicos amigos a que ele podia confiar tudo que falava. Willian Barbacena de Oliveira é consultor em informática.   “A trajetória de um desbravador importante para o Estado” MARCUS VINICIUS DE FARIA FELIPE Quero expressar meus sentimentos à diretora-editora executiva do Jornal Opção, a competente Patrícia Moraes Machado, e a sua família pela precoce partida de seu pai, Herbert de Moraes. Sua trajetória na imprensa goiana é a de um desbravador. Ele sempre esteve à frente de vários projetos como as edições diárias, semanais e eletrônicas de seu veículo. Num mundo carente de ideias e de idealistas, toda partida como a de um homem como Herbert representa uma grande perda para o Estado e para o País. Minha solidariedade a todos os colaboradores do Jornal Opção, com especial carinho ao meu amigo Euler de França Belém, de quem tive e tenho preciosas lições de jornalismo. Marcus Vinicius de Faria Felipe, jornalista, foi presidente da Agência Goiana de Comunicação (Agecom), hoje Agência Brasil Central (ABC).   “Um epitáfio à altura de um homem substantivo” ADALBERTO QUEIROZ “O factual passa; a análise, desde que sólida, fica e reverbera” (Herbert de Moraes) Um epitáfio à altura de um homem substantivo. Se Villaça [Antonio Carlos Villaça, escritor, jornalista, conferencista e tradutor, reconhecido como um dos mais importantes memorialistas em sua área no Brasil] escrevia epitáfios olhando “o nariz do morto”, o jornalista Euler de França Belém o faz atento aos olhos neste Editorial (Jornal Opção 2126). Parabéns a ele pelo texto e condolências à família, principalmente a Patrícia, a menina do Opção, que tem nas mãos um legado que nós, leitores e colaboradores, devemos ao sr. Herbert, jornalista. Um humanista e visionário. Adalberto Queiroz é escritor.   “Lamento profundamente essa notícia” MANOEL L. BEZERRA ROCHA Lamento profundamente essa notícia. Tive o prazer de ter co­nhe­cido Herbert de Moraes du­rante minha rápida passagem pelo Jornal Opção, como advogado e como colunista. Minhas condolências a toda a família, amigos jornalistas e funcionários do semanário. Manoel L. Bezerra Rocha é advogado.   “Uma grande figura se vai” ROGÉRIO LUCAS Triste. Grande figura. Lamento muito, sobretudo não ter tido mais de nossas intermináveis — e inenarráveis — reuniões de pauta. Transmitam meus sentimentos à família e um abraço afetuoso em especial para dona Nanci, muito querida, sempre tão gentil e cuidadosa. Rogério Lucas é jornalista.   “Idealizador de uma trincheira da democracia e da cultura goiana” DORACINO NAVES Nossos sentimentos pela perda lamentável do jornalista Herbert de Moraes, idealizador do Jornal Opção, trincheira da democracia e da cultura goiana. Doracino Naves é jornalista e editor do Portal Raízes.   “Trabalhei com ele e aprendi muito nesse período” GUILLERMO BOTOVCHENCO Grande perda. Trabalhei com ele por dois anos e meio, e muito aprendi nesse período. Meus pêsames e muita força à família. Guillermo Botovchenco Rivera é jornalista e diplomata.

“Goiás perde um empreendedor de considerável poder criativo e que deixa uma grande lacuna no jornalismo”

[caption id="attachment_61968" align="alignleft" width="620"]Herbert Moraes herbert Arquivo pessoal[/caption] Marconi Perillo Recebo com grande pesar a notícia da morte do jornalista, fundador e diretor-geral do Jornal Opção, Herbert de Moraes, nome marcante da imprensa goiana e responsável pela concepção de um veículo de comunicação vibrante, instigante e muito antenado com a modernidade e tudo o que ela transpira para uma leitura aprimorada do mundo em que vivemos. Há mais de 40 anos, Herbert foi um visionário ao criar o Jornal Opção, que começou como um semanário de análise, passou a diário e posteriormente se transformou e se consolidou em semanário, sempre primando pelo bom conteúdo jornalístico, tanto o informativo como o opinativo. A vida dele foi toda dedicada ao jornalismo, profissão que acolheu como um sacerdócio e pela qual sempre lutou, combatendo com o lema da responsabilidade social e do compromisso com a informação e a formação de qualidade. Pessoa de fino trato e dotada de uma acurada sensibilidade, faro jornalístico e erudição para a análise do mundo, Herbert imprimiu no Jornal Opção muito do que retratava sua vida, transparecendo sua autêntica forma de ver e perceber os acontecimentos e as transformações sociais, políticas e econômicas. Goiás perde um empreendedor de considerável poder criativo e que deixa uma lacuna muito grande no jornalismo do nosso Estado e do Brasil. Aos familiares, parentes, amigos e colaboradores do Jornal Opção, externo meu mais profundo pesar pela morte de Herbert, desejando muita paz e confortando-os com meu fraterno abraço. Marconi Perillo é governador de Goiás.  

“Deixou filhos jornalistas – e a escola do Opção continua aberta”

Irapuan Costa Júnior Tive estreita convivência com Herbert de Moraes, desde a década de 1970. Estudou economia, mas sua vocação clara e irreversível era mesmo o jornalismo. Brilhante, pioneiro, marcou a imprensa goiana com a criação do até hoje único jornal verdadeiramente opinativo da região, o Jornal Opção. Fez inovação jornalística: deixou filhos jornalistas; e a escola do Opção continua aberta. Meus pêsames a Nanci, aos filhos de Herbert e a todos os que trabalham no Opção. Irapuan Costa Júnior é ex-governador e ex-senador de Goiás.  

“Um dos homens mais cultos de Goiás”

Paulo Bittencourt  Grande jornalista e um dos homens mais cultos de Goiás. Trabalhei com Herbert de Moraes em várias fases do Jornal Opção e aprendi muito com ele. Era de uma coragem espantosa. A lenda que corre é que sabia de tudo – e sabia mesmo. Nada passava despercebido diante dele. Sempre bem informado, leitor voraz e dono de um texto certeiro, ele marcou época no jornalismo e, com justiça, figura entre os construtores do Goiás moderno de hoje, que deixou de ser rural e atrasado para se transformar na 9ª economia do País. Registro com pesar a morte de Herbert e deixo aqui a minha solidariedade a Nanci Guima­rães de Melo Ribeiro, sua mulher; Ludmilla de Melo Ribeiro, Herbert Filho e Patrícia Moraes Machado, seus filhos; e ao jornalista Euler Fagundes de França Belém e toda a equipe do Jornal Opção. Paulo Bittencourt é jornalista.  

“Um visionário no jornalismo goiano”

Dioji Ikeda Foi com grande tristeza que recebi a notícia do falecimento jornalista e economista Herbert de Moraes, fundador e diretor do Jornal Opção. Seu engajamento e doação fez de Herbert um visionário no jornalismo goiano, com a opinião e a cultura em destaque. Transmito meu pesar e envio um abraço forte aos familiares e amigos de Herbert de Moraes em nome de toda a comunidade inhumense. Dioji Ikeda é prefeito de Inhumas.  

“Maior perda da imprensa brasileira nos últimos tempos”

Thiago Albernaz A morte do jornalista e economista Herbert de Moraes representa a maior perda dos últimos tempos para a imprensa brasileira. Conhecido por seu pensamento arrojado e olhar aguçado, era um dos grandes intelectuais de seu tempo. Inquieto e perfeccionista, jamais se contentou com a análise rasa da história que acontece diante dos nossos olhos. Jamais se rendeu à vaidade que encastela as grandes mentes e, humildemente, dialogava e ensinava seus jornalistas na permanente construção de um dos maiores semanários do Brasil. Dizer que era prestigiado por intelectuais e autoridades é reduzir sua importância. Os goianos e o País é que foram prestigiados por seu jornalismo de fino trato durante os 40 anos de história do Jornal Opção. Recebemos com surpresa e pesar a morte de Herbert de Moraes, mas não nos permitimos nos entregar ao sentimento de perda, porque seu legado é perene. Nossos mais sinceros votos de paz aos seus familiares. Que Deus os ampare a abençoe. Thiago Albernaz (PSDB) é vereador em Goiânia.  

“Incansável em sua luta pelo bom jornalismo”

Eduardo Machado Lamento profundamente a morte do fundador e diretor do Jornal Opção, de Goiânia, o jornalista Herbert de Moraes, de 73 anos. Envio meus sentimentos à família e aos amigos do semanário, que perde um grande líder e grande homem. Herbert de Moraes foi incansável em sua luta pelo bom jornalismo, fez um grande trabalho para Goiás e para todo o Brasil desde que fundou seu veículo, em 1975. Excelente jornalista e economista, Herbert fará muita falta a todos nós. Que descanse em paz! Eduardo Machado é presidente nacional do PHS.

“Nosso jornalismo perde uma inteligência ímpar”

Mátya Rodrigues Apenas um “oi” para confortar o coração do jornalista Euler de Fran­ça Belém e toda a equipe do Jornal Opção. Sinto muito, mesmo, e nosso jornalismo perde uma inteligência ímpar. Abraços e força a todos aí! Mátya Rodrigues é coordenadora de comunicação da Record Goiás.  

“Herbert se dedicou ao sonho de um veículo com a essência de seu pensar”

José Eliton “O jornalista Herbert de Moraes dedicou sua vida ao sonho de criar um veículo de comunicação que fosse a essência do seu pensamento social. O Jornal Opção se consolidou, no decorrer de 40 anos, como espaço democrático e eficaz para a opinião e o debate de ideias, destacando-se em nível nacional pela sua qualidade e profunda lealdade a uma linha editorial lúcida, influente e fiel às concepções do seu fundador. Dono de uma inteligência notável, Herbert soube manter o semanário enquanto opção moderna, critica e corajosa. “O factual passa. A análise, desde que sólida, fica e reverbera”, sentenciava ele. Herbert foi testemunha e agente de grandiosos fatos que mudaram o perfil histórico de sua época. As páginas do Jornal Opção se mantiveram repletas de argumentos que influenciam Goiás e o Brasil. Nunca temeu desafiar poderosos ou ideias cristalizadas. Sempre defendeu os princípios de uma imprensa livre, democrática e comprometida com o interesse público. O tempo todo, soube debater com honestidade e propósitos justos. Jamais cedeu à insensatez. As páginas do Jornal Opção sempre estamparam discussões que desafiam clichês e paradigmas. Deixa um legado jornalístico à altura dos melhores periódicos nacionais e internacionais. Certamente será estudado e continuará a influenciar gerações. A esposa Nanci Guimarães de Melo Ribeiro, diretora financeira, os filhos Patrícia Morais Machado, diretora-editora-executiva, Herbert Morais filho, correspondente da Rede Record em Israel e colunista do jornal, a médica Ludmila Melo, bem como o diretor editor-chefe Euler de França Belém, saberão perpetuar, em suas respectivas áreas de atuação, os ideais do fundador. Aos familiares, amigos e leitores, à equipe do Jornal Opção, os nossos sentimentos”. José Eliton é vice-governador de Goiás.  

“Sua morte me pegou de surpresa”

Lourenço Pinto de Castro Meu profundo sentimento ao Jornal Opção, a Nanci, sua mulher, e aos familiares pelo falecimento do querido amigo jornalista Herbert de Moraes, que me pegou de surpresa. Lembro-me dele ainda adolescente, redigindo artigos em jornais estudantis, já mostrando o seu talento jornalístico. Grande perda. Lourenço Pinto de Castro é advogado.  

“A influência de seu modo de ver o mundo é nítida no Jornal Opção”

Bruna Aidar Não convivi pessoalmente com Herbert, mas a admiração de todos no jornal por ele não passa despercebida, e a influência do seu modo de ver o mundo é nítida no perfil do Jornal Opção. Como bem ressalta o jornalista Euler de França Belém, até hoje o que orienta a redação é este lema: “O factual passa; a análise, desde que sólida, fica e reverbera". Meus sentimentos à família. Bruna Aidar é jornalista.  

“Herbert deixa importante marca no jornalismo”

Fleurymar De Souza Lamento profundamente a morte do jornalista Herbert de Moraes. Tivemos breve convivência no jornal “O Popular”, em que ele escrevia uma coluna sobre economia. Depois nos reencontramos no “Diário da Manhã”. Num dado período, atendendo ao seu convite, escrevi algumas matérias para o Jornal Opção. Deixa uma importante marca no jornalismo. À família, meus sentimentos. Fleurymar de Souza é jornalista.  

“Assinou minha carteira em meu primeiro emprego”

Marley Costa Leite Herbert assinou minha carteira se trabalho em meu primeiro emprego como jornalista, na década de 70. Vá em paz! Marley Costa Leite é jornalista.  

“Um jornalista no sentido mais puro da palavra”

Deusmar Barreto Tive o prazer de com Herbert conviver no auge de sua pujança profissional. Quando nos dispúnhamos a conversar, não eram alocuções, mas análises profundas sobre as inquietações humanas. Um jornalista no sentido mais puro da palavra. Respirava 24 horas por dia essa essência, de maneira indissociável, única e vital. Deusmar Barreto é jornalista.  

“Meus sentimentos a todos deste importante jornal”

Umberto Machado de Oliveira Meus sentimentos a todos os familiares e aos funcionários desse importante jornal, e especialmente ao jornalista Euler de França Belém, que teve convivência próxima a Herbert de Moraes. Umberto Machado de Oliveira é promotor.  

“Comecei no Jornal Opção”

Dehovan Lima Conheci Herbert de Moraes no final dos anos 70, quando comecei, no Jornal Opção, à época diário, a trabalhar em jornal. Sentimentos à família. Dehovan Lima é jornalista.  

“Alguém de seriedade e competência ímpares”

André Luiz Dias Mattos Um grande jornalista e grande pessoa. Conheci Herbert há muitos anos, alguém sempre de uma seriedade e competência ímpares. Meus sentimentos. André Luiz Dias Mattos é secretário da Saúde da Prefeitura de Morrinhos.  

“Perdem a sociedade goiana e o jornalismo crítico”

Raquel Teixeira Foi com tristeza que recebi a notícia do falecimento do fundador e diretor-responsável do Jornal Opção, o jornalista e economista Herbert de Moraes. Perdem a sociedade goiana e o jornalismo crítico, inteligente e opinativo. Envio minhas condolências e minha solidariedade a toda a equipe e à família de Herbert, na certeza de que seu legado permanecerá conduzido por talentos que continuarão nos instigando à reflexão. Raquel Teixeira é secretária de Educação, Cultura e Esporte de Goiás.  

“Sentimentos e pesar”

Viviânia Medeiros Meus sentimentos e pesar à família desse ilustre colega, extensivos à direção e a toda a equipe do Jornal Opção. Viviânia Medeiros é jornalista.  

“Sempre polêmico e muito participativo”

Sérgio Vieira Costa Meus sentimentos à família do jornalista Herbert de Moraes. Conheci esse jornalista no final dos anos 1990, quando a gente frequentava o curso de Ciências E­co­nômicas na UCG [Universidade Católica de Goiás], hoje PUC-GO. Ele era sempre polêmico e participava bastante. Sérgio Vieira Costa é jornalista.

Mantido o afastamento de prefeito de Caseara pelo Superior Tribunal de Justiça

Afastado desde o mês de dezembro por ato de improbidade administrativa, o prefeito de Caseara, Renato de Almeida (DEM), teve o pedido de suspensão de liminar e de sentença negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Renato de Almeida é alvo de Ação Civil Pública (ACP), protocolada pelo Ministério Público Estadual (MPE), por irregularidades em pagamentos efetuados a empresas do ramo de construção civil. Na sua decisão, o ministro Francisco Falcão reitera que o afastamento é necessário para evitar a possível interferência do acusado na instrução processual e também para cessar supostas condutas ímprobas. A ação foi baseada em investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Diversas irregularidades foram apuradas, principalmente nos pagamentos realizados pela prefeitura de Caseara às empresas JNC Construções e Transportes e Sobral Construtora Ltda – ME. Segundo o Promotor de Justiça de Araguacema, Caleb de Melo Filho, as investigações do Gaeco apontaram que os serviços foram prestados por Cesar Augusto Pereira Brito e Acrismar Pereira dos Santos, moradores de Caseara, e não pelas empresas mencionadas. Ainda segundo o promotor, o prefeito já responde a outra ação de improbidade por ter pago à JNC o valor de R$ 144 mil por serviços que foram prestados pelo Estado do Tocantins e Prefeitura de Caseara, em força-tarefa do Programa de Auxílio aos Municípios (PAM). “Visando enganar o juiz, o Prefeito fraudou o banco de dados da Prefeitura de Caseara, com ajuda de terceiros, inserindo falsas devoluções do dinheiro pago às empresas, o que foi desvendado por meio das investigações”, ressaltou.

“O normal seria as pessoas defenderem interesses coletivos”

Lá pelos idos dos anos 1980, um certo poeta denominado Renato Russo nos alertou com uma simples frase: “Que País é este?”. Este mesmo poeta, depois, escreveu um verso: “festa estranha, com gente esquisita, eu não estou legal”... Este é o nosso País e o nosso povo, que mantém o foco na festa mas não se preocupa com as mínimas coisas que dizem respeito à melhoria de sua vida, condição “sine qua non”. A preferência é pela baderna e não diminuição da perda. Outro grande poeta dos anos 80, de nome Cazuza, enalteceu algumas palavras que não vão se perder: “A tua piscina está cheia de ratos, tuas ideias não correspondem aos fatos”. Assim como ele, o povo brasileiro é muito “exagerado”, e com seus exageros nunca chega a lugar algum. A mediocridade e a utopia fazem parte desta Nação. São coisas arraigadas no âmago e no DNA da população brasileira, a ponto do absurdo tamanho que um conhecido escreveu nas redes sociais: “Praticando o exercício da civilidade”. Que civilidade? Participar da mancha de protesto dos loucos por poder? Colocar o manto sagrado – diga-se camisa verde e amarela e a bandeira nacional – e mostrar-se patriota? Lutar na guerra ninguém quer, não é? É belo aparecer na mídia e criticar o vazio. Mas abrir mão dos seus ganhos e salários, de seus patrimônios e propriedades, de suas viagens, de suas vantagens e de suas propinas, para melhoraria de toda a nação, ninguém quer, não é vero? Várias pessoas que não tinham nada num determinado governo e que agora possuem vantagens e patrimônios, estavam protestando contra o outro governo. Por que será mesmo? Para melhorar a condição social do país ou simplesmente para continuar aumentando seus ganhos? Patético. Tudo isso seria cômico se não fosse trágico. O normal seria as pessoas estarem em defesa dos interesses coletivos. Mas o que se vê, é simplesmente a disputa pelo poder, pelo ganho indiscriminado e pela manutenção da massa assoberbada e arrebatada, nos pântanos da pobreza extrema. Igualmente, como já bem esclarecido pelos estudo de Michel Foucault, a disputa pelo poder é um divisor de águas. O poder é a mola propulsora, é o motor que impulsiona todos esses fatos, tornando os menos afortunados de pensamento e ideologia, uma nova massa de manobra midiática e uma nova classe manipulada pela perda do poder. Ou simplesmente, porque os manobrados não admitem que o sejam. Lastimável. Não tem nada a ver com discurso político-partidário, de qual lado estamos. O objetivo é uma disputa desleal, velada e sagaz, onde o objeto central é a manutenção do “status quo”, do ganho já conquistado, dos valores desvelados. Infelizmente, ninguém está manifestando por um país melhor, mas sim pela melhoria dos seus ganhos próprios. O Brasil e os brasileiros sempre foram assim, e sempre o serão. Adoram o “pão e circo”, mas se esquecem de que depois eles próprios precisam limpar o coliseu. A mídia e os partidos políticos são autocratas, para não dizer “antropodercêntricos”. Nunca irão perder a centralidade do Poder. Como sou faixa preta, não preciso me esconder por trás de rótulos e fazer de conta que a situação irá melhorar por causa de uma veste ou outra. Fico muito entristecido em pensar que a atitude das pessoas só é momentânea, pois quando chega a “hora H”, que é nas urnas, não fazem o mínimo esforço para mudar a situação atual do país. É triste essa utopia e essa desfaçatez de momento. Leonardo Ângelo Stacciarini de Resende é advogado e professor de educação física.

“Foi o ‘petralha’ ou foi você quem não entendeu?”

Marcelo Augusto Parrillo Rizzo São divertidos os posts que dizem mais ou menos assim: “O que esses petralhas safados não entendem é que sou contra corrupção de todos e que todos devem ser punidos!”. E aí, você olha a “timeline” do sujeito no Facebook e vê que é só descendo o verbo no PT. Então, não foi o “petralha” que não entendeu: foi você. Os “petralhas” estão pouco se lixando se vai ser todo mundo preso. Os petistas (uma ínfima parte daquilo que se identifica como “petralhas”), estes sim, devem estar preocupados com o desmantelamento de seu partido; já os “petralhas” estão pouco se lixando para o PT. Eles, na verdade, estão preocupados com algo muito mais importante: o desmantelamento das instituições brasileiras. Quando um “petralha” fala do Aécio, ele não está tentando livrar a cara do Lula ou qualquer outro; ele está preocupado com o fato de que um notório corrupto, além de não ser investigado, é o principal articulador de um movimento anticorrupção que pretende se instalar no poder. O “petralha” se indigna com o fato de que a maioria dos principais políticos oposicionistas já tenha sido delatada sem que isso tivesse gerado investigações policiais, manchetes ou condenações. O “petralha” acredita que, quando a PF, o MPF e outras instituições decidem ultrapassar todo o respeito à lei por um objetivo político, já nos encontramos em um terreno absolutamente perigoso. E ele sabe que não precisa de nenhuma teoria conspiratória para se provar isso: vazamentos de delações são crimes seriíssimos e as autoridades se recusam a fazer qualquer coisa para conter essa tática de cunho golpista. A prova está nos jornais, revistas e TVs que se consomem todos os dias. O “petralha” fica mais estupefato ainda com algo que é cada dia mais óbvio: enquanto quase todos os políticos — tanto da situação quanto da oposição — se encontram sob suspeita, não há nada contra o principal alvo da fúria popular: a presidente Dilma. A não ser que se contem boatos (como aquele em que se diz que ela pretende ‘chipar’ todo mundo) ou coisa parecida. O “petralha” se preocupa com o fato de que o Congresso, sob liderança de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), decidiu votar todas as contas de presidentes anteriores de forma expressa para poder julgar as contas da presidente Dilma e, desta forma, dar bucha para um impeachment que não conseguia um grão de evidências legais para tomar o poder. O “petralha” se preocupa quando um policial (o “japonês da Federal”) se torna herói quando ele já foi condenado por contrabando, mas ninguém noticia nada sobre isso. O “petralha” se preocupa com a notícia de implantação de “grampos” (os mesmos que livraram um Daniel Dantas da cadeia) não gerar nenhuma preocupação neste momento. } Dos escândalos do PT o “petralha” sabe os que você tanto cita quanto muitos outros, já que, normalmente, esse “petralha” não é um neófito na discussão política. Mas, os “petralhas” sabem de muitos outros escândalos também, que envolvem tanto os partidos da oposição como de alguns dos que investigam a corrupção. O “petralha” comemorou o fim das doações empresariais porque ele sabe onde se encontra a corrupção. O “petralha” quer discutir o presidencialismo de coalizão e luta por uma verdadeira reforma política. O “petralha” se preocupa tanto quanto você com a crise econômica, mas coça a cabeça quando a oposição decide parar o Congresso. Isso não significaria trabalhar para agravar a crise? O “petralha” está puto com a Dilma, ele quer saber das punições contra a Samarco, quer uma política econômica que saia da armadilha da austeridade, quer que a presidente se posicione frente a diversos problemas, mas o “petralha” não quer golpe. O “petralha” explicita suas posições políticas e não se esconde atrás de um amor amorfo e difuso pelo Brasil. Exposto tudo isso, fica claro: para o “petralha” preocupado, sua indignação contra a corrupção parece golpe. Entendeu?

Marcelo Augusto Parrillo Rizzo é servidor público federal e doutorando em História pela UFG.

“No Brasil, basta os dois lados se eximirem de ser donos da verdade. Fácil, não?”

Gustavo Henrique Pessoa No primeiro semestre de 2014, a crise já estava clara pra muita gente e também para mim. Mudaram até a regra da poupança, porque ela rendia mais que títulos do governo. Baixaram a taxa Selic de modo irresponsável, em um país em que a população vive de crediário. A inflação explodiu e continua batendo recordes todo mês. Medidas anti-inflacionárias, que teriam sido simples no começo, não foram tomadas e criaram um monstro. A presidente Dilma Rousseff (PT) declarou para a imprensa, com todas as letras, que “aceitaria a inflação em nome do crescimento”, isso com a recessão já instalada. No primeiro semestre de 2014, pensei que um sinal de boa vontade e uma boa medida de campanha seria a presidente propor a autonomia do Banco Central, o que diminuiria o risco de pedaladas eleitoreiras. Morreu Eduardo Campos (PSB), veio Marina defendendo a autonomia, e o PT a atacou como se fos­se Malafaia contra o mal. Puro discurso pra agradar as ovelhas. Dilma se reelegeu com o voto de vários eleitores ignorantes do que estava por vir, e eu fui um deles, porém esclarecido (ou cínico) como Maquiavel (ou Aécio). Não adiantou dividir para governar, a vitória foi de Pirro. Passou 2015 tentando, sem sucesso, fazer o oposto do primeiro governo, quando amargou 8% de aprovação. Isso é inegável e 2016 ainda é uma incógnita. Mas a independência do Banco Central continua sendo uma boa ideia. Só que a iniciativa teria de partir da oposição, o PT segurar suas bases e além de tudo, ocorrer um acordo entre ambos. Ou seja, a oposição teria de não estar desejando o quanto pior, melhor; Dilma demonstrar habilidade política, como por um milagre; e os dois lados se eximirem de ser donos da verdade. Fácil, não? Gustavo Henrique Pessoa Chaves é servidor público federal.  

“Mataram o estuprador e comeram seu coração”

Hélio Torres Certa vez em Jataí, terra da minha família, eu ainda adolescente, presenciei com curiosidade a revolta de um grande grupo de pessoas, em frente à delegacia da cidade, a fim de lincharem um estuprador que havia também matado uma adolescente e seu namorado, de idade compatível, havia poucos dias. Na ocasião, por precaução e seguindo o procedimento padrão nes­ses casos, o delegado colocou o sujeito numa viatura com quatro po­liciais fortemente armados e os despachou para Rio Verde, cidade vizinha. O delegado percebeu que os po­liciais estavam demorando a chegar ao destino, pois não haviam ligado no prazo combinado. Incomo­dado, ele enviou os policiais restantes, que tinha ficado, para averiguar a situação. A poucos quilômetros acharam a viatura na beira da estrada, com os quatro policiais amarrados com suas próprias camisas, sem sinais de agressão, e suas armas intactas guardadas na viatura. O estuprador estava amarrado pelos pés, dependurado numa árvore de cabeça pra baixo, já sem a pele das costas, que tinha ficado pelo asfalto próximo, e gotejando o restinho de sangue que lhe havia sobrado e que jorrou principalmente na região dos genitais — que haviam sido cortados por golpes de facão com muita fúria — e do coração que havia desaparecido. Os policiais contaram que foram rendidos por dois carros com dez pessoas armadas e encapuzadas, que os amarraram, torturaram o estuprador e tomaram cachaça comendo seu coração com ele ainda pulsando. O primeiro jorro de sangue serviu de tinta pra escrever num papelão pregado na árvore escolhida pelo carrasco: “Isso é pra aprender não mexer com filha de homem.” O delegado, ao receber a notícia, disse que iria averiguar o caso. Mas, passados pelos menos 25 anos, deu-se tudo por encerrado, imagino. Hélio Torres é consultor e profissional em tecnologia da informação (TI).

“Conseguir se sentar em ônibus no Eixo Anhanguera é luxo de primeira grandeza”

Valéria Ramos onibusA cada dia, ando mais revoltada com o Eixo Trinda­de–A­nhanguera. Na segunda feira, 22, já peguei o ônibus lotado em Trindade. Como sempre ocorre, não era possível nem se mexer. Ao chegar à Praça A, todos têm de trocar de veículo, porque até certa hora da manhã o Eixo Trindade só vai até aquele ponto. O terminal da Praça A parece um formigueiro, tamanha a quantidade de gente. É desumano, deprimente, humilhante. Tive de esperar que passasse meia dúzia de ônibus para então conseguir entrar em um, no qual nem de longe havia a possibilidade de um banco para mim. Ou seja, fui de Trindade até o Centro de Goiânia sem sentar um só minuto. À tarde, na hora de voltar pra casa, qual foi a grande novidade? Nenhuma, todos os ônibus lotadíssimos. Por um milagre, quando cheguei ao Terminal Vera Cruz, consegui me sentar. Aleluia! No dia seguinte, a mesma novela. De manhã, meu ponto lotado, para variar. E novamente a troca na praça A foi da mesma forma. Ao voltar, à tarde, por um imprevisto no caminho que contarei a seguir, consegui me sentar quando chegava ao Vera Cruz. É que, simplesmente, depois de ter vindo em pé da Rua 20 (Centro) até o Terminal Padre Pelágio, peguei o ônibus para Trindade de um jeito que não dava para respirar, de tanta gente. Na primeira parada do Eixo depois da saída do terminal, eis que acontece uma coisa “linda”: o pneu estoura. Como pode isso? Um ônibus tão bom, tão lindo, tão confortável, todo pleno de manutenção? O motorista ligou para alguém, certamente explicando a situação. Enquanto não vinha um ônibus vazio para pegar o povo que ficou a pé, os que passavam, para lá de lotados, foram pegando mais pessoas entre aquelas que estavam ali. Quando chegou o ônibus reserva, mais da metade já havia se apertado nos outros que passaram. Mas bastava olhar a situação dos pneus do veículo para ver o descaso com o povo. Queria muito que alguém conseguisse a façanha de colocar os governantes no Eixo Anhanguera por uma semana. No horário de pico. Cedo e à tarde. Levando todos os chutes, empurrões, pontapés e grosserias, para que sentissem na pele o quão bons eles são. Ainda tem um agravante, que é a falta de educação do povo. Isso de certa forma é até compreensível, porque infelizmente a gente sabe que ninguém do poder público está se importando e que os ônibus são mesmo poucos. Assim sendo, é preciso entrar empurrando no primeiro que aparece, porque está todo mundo cansado da jornada de trabalho e quer chegar a todo custo em casa. E assim somos empurrados para entrar no ônibus. Já se sentar em um desses coletivos do Eixo é um luxo de primeira grandeza! Aquela lei da física segundo a qual dois corpos não ocupam o mesmo espaço, definitivamente foi derrubada nessa linha. Ali, no mínimo dez corpos ocupam o mesmo espaço. E o preço da passagem ainda sobe, com toda essa falta de estrutura? Somos tratados pior do que gado, porque em uma carreta de bois só colocam nela a quantia exata de animais que ali se comporta. No Eixo, não: enquanto há uma fresta de luz e ar, entra gente, porque, se não entrar com ele mesmo lotado, não se chega em casa. Outra coisa que dá revolta é ver vários ônibus vazios na fila, mas que não vão pegar o povo, que está esperando na plataforma. Eles têm de realmente dar tempo para que saiam entupidos de gente. É um descaso total, com falta de respeito e falta de segurança, sem um mínimo de dignidade. Outro dia ouvi uma pessoa dizer que ela precisava se mudar, para ficar mais perto do trabalho. Eu pensei cá com meus botões: ajuntei dinheiro por anos para comprar uma casa nova e agora eu tenho de me mudar porque o bus não funciona? Não deveria ser o contrário? Não é o transporte que tem de melhorar, já que eu pago, além da passagem, um monte de impostos? Estou mesmo revoltada. Meu filho, que morou nos Estados Unidos, tem mesmo razão de não querer mais ficar aqui. Está impossível viver neste País. Desculpem-me o desabafo, mas quem sabe assim possamos ao menos encontrar alguém que se importe com o povo.

Valéria Ramos é secretária na Cúria Metropolitana (Arquidiocese de Goiânia).

Cartas

“A Bolsa de Valores é fascinante e extremamente dinâmica” Greice Guerra Em relação à nota “Executivo descobre que mercado financeiro ‘rouba’ investidores e cria bolsa alternativa” (Jornal Opção Online), digo que, por ser um dos investimentos de mais alto risco que existem, porém o “top”, a expressão máxima do capitalismo — muito complexa, ao mesmo tempo certa e incerta, pois lida com inúmeras variáveis e cenários de mercado, e também com fenômenos naturais, exige disciplina, foco, objetivo, conhecimento, resistência, hábito de leitura e interpretação de notícias, raciocínio rápido, não pode haver “ambição” demasiada etc. —, a Bolsa de Valores assume a imagem de “mito”. Várias teorias e elucubrações são formadas a respeito da mesma, muitas vezes infundadas, devido à falta de conhecimento e estudo técnico e acadêmico mais aprofundado, além de ser um investimento de retorno em longo ou longuíssimo prazo. Bem diferentemente — eu diria a anos-luz de distância —, de um investimento conservador como a poupança ou um CDI [certificados de depósito interbancário], por exemplo, em que as pessoas aplicam os recursos e vão observar os resultados “certeiros” ao fim de 30 dias, independentemente do que aconteça tanto na economia nacional quanto internacional. Na Bolsa de Valores não é assim. Cada dia é um dia, cada hora é uma hora, cada minuto é um minuto. É algo extremamente dinâmico. Talvez por isso seja tão fascinante e passível de várias elucubrações. Porém, em todo segmento de mercado existem os bons e os maus profissionais. Isso está presente em todos os setores da economia, não só no mercado financeiro. Há de se prevalecer a ética, a moral, os bons costumes e os princípios. Greice Guerra é economista.   “A boa capitalização se dá pela Bolsa em qualquer lugar do mundo” Jeferson de Castro Vieira Bons profissionais fazem uma leitura muito minuciosa das empresas e do mercado. Eu faço uma leitura das conjunturas nacional e internacional para fazer minhas recomendações. Muita gente ganhou muita grana aplicando na Petrobras na hora certa e caiu fora. O mesmo fez na Vale. Nós não temos culpa se quem aplica no mercado financeiro pensando como especulador se prejudica pensando em lucros altos e em curto prazo. Qualquer lugar do mundo a boa capitalização se dá pela bolsa de valores e outros instrumentos de capitalização. Jeferson de Castro Vieira é economista e professor universitário.   “Seleção de poemas tem uma coesão que é um feito épico contemporâneo” Ana Clara Medeiros Atuo há anos com o professor Augusto Ro­dri­gues (e com o poeta Augusto Niemar) no âmbito da crítica literária. Recentemente, chamou-me muito a atenção a iniciativa do Jornal Opção em publicar cem poemas de até cem caracteres em parceria com o poeta-amigo citado, dentre outros grandes [“100 poemas de até 100 caracteres”, edição 2118]. Por tal feito, parabenizo-o de antemão! Gostei muito da seleção poética, que me revelou uma coesão interna surpreendente — parece que os poetas todos se combinaram para fazer um grande poema só. Isso me veio como um feito épico contemporâneo. Ana Clara Medeiros é doutoranda em Literatura na Universidade de Brasília.     “De retorno ao tribunal inquisitorial” Luiz Augusto Paranhos Sampaio Estamos retornando àquela época do “Index librorum proibitorum”, que durou séculos, quando um tribunal inquisitorial vedava aos cristãos, católicos romanos, que lessem livros, segundo os analistas, pois contrariavam a fé e a doutrina cristãs. André Gide, Prêmio Nobel de Literatura, autor controvertido e homossexual, teve vários livros proibidos pelo Vaticano. Ele foi um dos escritores franceses mais celebrados do século 20 e recebeu o prêmio em 1947. Livros vetados pelos vaticanistas: “Os Frutos da Terra”, “Os Porões do Vaticano”, “Os Moedeiros Falsos”, “O Pombo Torcaz”, “Le Coridon”. Ele ainda escreveu uma obra, de vez que, convidado pelo Partido Comunista, ele andava de flerte com o comunismo francês, de regresso a França, escreveu “Retour de l'URSS”, no qual descreve o horror do stalinismo. Desiludiu-se do bolchevismo. Segundo ele, “crê nos que buscam a verdade, duvide dos que a encontram”. Gide já não mais causa escândalo. Por seus méritos literários, o escritor francês merece ser lido. [“Não se deve proibir a leitura de livros, como Macunaíma, devido a preconceitos contra a homossexualidade”, Jornal Opção 2118] Luiz Augusto Paranhos Sampaio é advogado e escritor.