Por Euler de França Belém

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Aécio Neves volta para Minas. Alckmin afoga-se na crise da água. Resta Marconi Perillo para presidente

Na semana passada, o presidente da Metrobus, Eduardo Machado, do PHS, ficou surpreso com dois fatos. “Percebi que o governador de Goiás é bastante conhecido no Rio de Janeiro, até por populares. Mas o que me surpreendeu foram os políticos sugerindo que o tucano goiano é o ‘cara’ para a disputa da Presidência da República em 2018. Peemedebistas frisam que Aécio Neves deve voltar-se para a recuperação do poder em Minas Gerais e que Geraldo Alckmin vai ‘naufragar’ na crise da água de São Paulo.”

Marconi Perillo pede calma a deputados federais que planejam “devolver” cargos

Na semana passada, o governador Marconi Perillo disparou telefonemas, do Rio de Janeiro, para auxiliares, sugerindo que ajudassem a contornar a crise com um grupo de deputados federais, supostamente liderados por Giuseppe Vecci (PSDB), que planejava “devolver” todos os cargos. Antes, parlamentares tinham cargos no valor de 70 mil a 100 mil reais. Agora, caiu para 20 mil reais — o que não dá para contemplar a maioria dos cabos e sargentos eleitorais que trabalharam em suas campanhas.

Inglês compara Mário de Andrade com T. S. Eliot e “Pauliceia Desvairada” com “A Terra Devastada

“O talento mais extraordinário da Semana foi Mário de Andrade, o maior polímata do país. Foi poeta, romancista, fotógrafo, jornalista e pioneiro da etnomusicologia” O livro “Constelação de Gênios — Uma Biografia do Ano de 1922” (Objetiva, 567 páginas, tradução de Camila Mello), de Kevin Jackson, tenta provar que a literatura modernista surge, ou cristaliza-se, com a publicação, em 1922, do romance “Ulysses”, do escritor irlandês James Joyce, e do longo poema “A Terra Devastada”, do poeta americano T. S. Eliot. Jackson eleva o papel do crítico e poeta americano Ezra Pound, que contribuiu tanto para a consolidação do livro de Joyce quanto do poema máximo de Eliot. Não só: deu sugestões para melhorar e ajudou a publicar as duas obras. Neste texto concentro-me mais na exposição do autor sobre a Semana de Arte Moderna, de 1922, e, sobretudo, a respeito de Mário de Andrade, que mereceram duas páginas (74 e 75). [caption id="attachment_372546" align="aligncenter" width="620"] T. S. Eliot e Mário de Andrade: crítico inglês percebe o livro “Pauliceia Desvairada”, do segundo, como a versão brasileira do poema “A Terra Devastada”, do primeiro l Fotos: Wikipédia[/caption] “De 11 a 18 de fevereiro, no Teatro Municipal [de São Paulo], aconteceu um dos eventos culturais mais significativos da cultura latino-americana moderna: a ‘Semana de Arte Moderna’, que apresentou as conquistas do modernismo brasileiro ao mundo. Seus organizadores principais foram o pintor Emiliano di Cavalcanti e o poeta Mário de Andrade — cuja maior obra, ‘Pauliceia Desvairada’, foi lida em voz alta pelo autor na noite de fechamento, e publicada pela primeira vez naquele ano”, escreve Jackson. O compositor Heitor Villa-Lobos é apontado “como figura única e mais importante da música erudita da América Latina”. Ele apresentou, com “seus músicos”, “várias de suas composições — incluindo ‘Quarteto Simbólico’”. Jackson anota que Villa-Lobos é mais conhecido fora do Brasil do que Mário de Andrade. Porém, sublinha, “o talento mais extraordinário da Semana foi seu codiretor, Mário de Andrade (1893-1945). Com quase toda certeza o maior polímata que seu país já produziu, Mário de Andrade foi poeta, romancista, fotógrafo, jornalista e pioneiro da etnomusicologia”. Estranha ou sintomaticamente, não há uma linha sobre o poeta e prosador Oswald de Andrade, outra figura central da Semana de Arte Moderna e do modernismo local. [caption id="attachment_28009" align="alignright" width="222"]Um livro brilhante, de caráter enciclopédico, sobre o ano que deu ao mundo o notável romance “Ulysses”, de James Joyce, e o poema “A Terra Devastada”, de T. S. Eliot Um livro brilhante, de caráter enciclopédico, sobre o ano que deu ao mundo o notável romance “Ulysses”, de James Joyce, e o poema “A Terra Devastada”, de T. S. Eliot[/caption] “‘Pauliceia Desvairada’ foi chamada”, segundo Jackson, “de ‘A Terra Devastada’ da literatura latino-americana, e é em alguns aspectos formais similar ao trabalho de Eliot. A obra é composta em grande parte por frases poderosas e crípticas, sem métrica ou rima regulares, que parecem enunciadas pelos habitantes de São Paulo ou pela cidade em si”. O comentário é, para usar uma palavra cara a Mário de Andrade, interessantíssimo. Há mesmo pontos de contatos entre a poética de Eliot e a de Mário de Andrade, mas não haveria muito mais entre o americano e Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo Neto? Há uma tendência, notadamente a partir da leitura dos concretistas, a valorizar Oswald de Andrade e a subvalorizar Mário de Andrade. Este, além de grande poeta, teve outro papel, o de pesquisador, crítico e orientador cultural. Nesse sentido, Mário de Andrade talvez possa ser considerado, não o Eliot, e sim o Pound patropi. Porque, direta ou indiretamente, orientou, se não a obra diretamente, a forma de pensar e encarar a poesia e mesmo a prosa de autores como Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, talvez até mesmo Manuel Bandeira, e também o memorialista Pedro Nava e o prosador Fernando Sabino, entre outros. Não sei de onde tirou a informação, mas Jackson escreve: “A outra grande obra literária de Mário de Andrade, ‘Macunaíma’, também foi chamada de ‘Ulisses’ da América Latina, em parte por causa de seu retrato da vida na cidade moderna, em parte por sua preocupação intensa com a herança linguística mista do Brasil, com suas várias línguas indígenas em interação constante com a língua imperial, o português. Parte da complexidade do romance pode ser atribuída à posição social ambígua de Mário An­dra­de: embora sua família fosse composta por proprietários afluentes de terras, ele era um mulato, e não um descendente branco europeu”. Três problemas, se são problemas. Primeiro, a mulatice de fato influenciou a literatura de Mário de Andrade? Segundo, isto travou seus contatos com a elite branca? É provável que a resposta às duas perguntas deve ser “não”. Terceiro, é provável que Jackson não conheça bem a literatura brasileira — ou talvez pelo fato de circunscrevê-la a 1922 — e, por isso, não menciona “Grande Sertão: Veredas”, de João Guimarães Rosa. O romance do escritor mineiro é o que se tem, no Brasil, de mais próximo de “Ulisses”. “Catatau”, de Leminski? Um filho menor.

Richard Ellmann e Russell Kirk

As obras de Joyce e Eliot, de tão ricas e complexas, devem ser, mais do que lidas, estudadas. Leitores comuns podem entendê-las, ao menos no básico, sem as múltiplas referências, ressonâncias e reverberações. Porém, aqueles leitores que, mesmo não sendo especialistas em literatura, querem saber mais sobre as obras e os homens que as escreveram podem consultar dezenas de obras. Para a conexão livros-criadores, sugiro, o que deve contrariar alguns críticos, três biografias. “James Joyce” (Globo, 997 páginas), de Richard Ellmann, embora publicada há vários anos, permanece como a biografia clássica e com a vantagem de que o autor entende tão bem a obra quanto a vida do criador de “Finnegans Wake”. Joyce fica mais legível depois da leitura da pesquisa exaustiva de Ellmann, um expert em autores irlandeses (Wilde, Yeats, Joyce). T. S. Eliot ganhou duas biografias alentadas e de qualidade. Não há edição em português de “T. S. Eliot” (Fondo de Cultura Economica, 377 páginas, tradução de Tedi López Mills), de Peter Ackroyd. O livro pode ser encontrado em sebos (Estante Virtual) em inglês e espanhol. Há uma ótima edição de “A Era de T. S. Eliot — A Imaginação Moral do Século XX” (É Realizações, 656 páginas, tradução de Márcia Xavier de Brito), de Russell Kirk. “T. S. Eliot” (Imago, 114 páginas) é um belo livrinho de Northrop Frye.

GJC proíbe funcionários de ter contrato com governos e demite apresentador da TV Anhanguera

[caption id="attachment_28003" align="alignright" width="620"]Marcello Rosa: por meio de sua demissão, o Grupo Jaime Câmara manda um recado para seus jornalistas l Foto: Divulgação/Facebook Marcello Rosa: por meio de sua demissão, o Grupo Jaime Câmara manda um recado para seus jornalistas l Foto: Divulgação/Facebook[/caption] Marcello Rosa foi demitido da TV Anhanguera porque mantém contrato com o governo do Estado de Goiás. O jornalista era apresentador do “Jornal Anhanguera”, o da edição do almoço. Ao tomar a decisão, a cúpula do Grupo Jaime Câmara avaliou duas coisas: primeiro, o profissional que mantém contrato com governos perde a independência, e, segundo, é possível que o faturamento do empregado “prejudique” o da empresa. Leitores e jornalistas — estes, sempre em off — mandaram vários e-mails com a mesma pergunta: “Só Marcello Rosa mantém relações comerciais, diretas ou indiretas, com governos?” É uma pergunta que não tenho como responder. O GJC tomou uma decisão parecida com a do Grupo Globo, que não aceita duplo emprego. Os profissionais podem escrever e vender livros, mas não podem ter outro emprego, nem público nem privado. A ressalva é que na empresa da família Marinho os salários são bem superiores. O jornalista Aulus Rincón, que se manifestou nas redes sociais, disse que a demissão tem a ver com a baixa audiência da TV Anhan­guera. No entanto, ao menos um diretor garante que a Anhanguera é líder em audiência em Goiás. Um diretor da TV Serra Dourada contesta: o “Jornal do Meio Dia”, no seu horário, estaria superando o “Jornal Anhanguera”. Há algum tempo, quando o Jornal Opção publicou dados, que de fato apontavam o “Jornal do Meio Dia” na liderança, o Ibope ameaçou com ação judicial, enviou e-mail e ligou para a redação, e disse que as informações eram confidenciais. Porém, não negou a veracidade do que havia sido publicado. Os dados eram corretos. Um dado curioso: nenhum jornalista do Grupo Jaime Câmara se manifestou sobre a demissão do colega em blogs e redes sociais. Nem contra nem a favor.

O filme A Teoria de Tudo, sobre Stephen Hawking, discute a ciência e a vida complexa dos indivíduos

[caption id="attachment_28000" align="alignright" width="620"]LEGENDA Eddie Redmayne com Stephen Hawking: o cientista diz que ator captou sua essência, como o fato de ter humor Eddie Redmayne com Stephen Hawking: o cientista diz que ator captou sua essência, como o fato de ter humor[/caption] Há momentos, no filme “A Teoria de Tudo”, sobre os quais se pensa, num lampejo, que o físico não é Stephen Hawking, autor do livro “Uma Breve História do Tempo”, e sim a sua ex-mulher, Jane Wilde Hawking. Há duas explicações, quem sabe, toleráveis. Primeiro, a dificuldade de comunicação do cientista, hoje com 73 anos, contrariando o prognóstico médico. Quando era jovem, médicos disseram que só viveria dois anos. Segundo, a base da história levada ao cinema pelo diretor James Marsh é o livro “A Teoria de Tudo” (Única Editora, 448 páginas, tradução de Júlio de Andrade Filho e Sandra Martha Dolinsky), de Jane Hawking. É sua versão dos fatos, o que não significa que seja falsa. O mais provável é que seja apenas lacunar, exacerbe sua participação ao lado do cientista e encubra (ou suavize), aqui e ali, determinados problemas. A história sobre uma pessoa ou fato é sempre uma versão. Independentemente de certas questiúnculas, que nunca são resolvidas, e por isso parecem questão de fundo, quando não o são, “A Teoria de Tudo” é um belo filme, divertido quase sempre, doloroso às vezes; sobretudo, conta uma grande história. Uma história da ciência, as pesquisas revolucionárias de Stephen Hawking, uma história de superação (e nestas histórias não há como escapar a certo sentimentalismo e certa pieguice, mas o filme evita ser apelativo) e uma história de indivíduos que, apesar de tudo, têm uma vida comum, com prazeres e desprazes, como quaisquer outros. Jane Hawking amava o homem Stephen Hawking, com todos os seus problemas físicos, e cuidou dele e dos três filhos, enquanto sacrificava a própria carreira (e vida), até se apaixonar por outro homem, o que é perfeitamente normal (e as expectativas das pessoas são mesmo diferentes). A frase de Liev Tolstói, do livro “A Sonata a Kreutzer”, permanece perfeita: “Dizer que a gente vai amar uma pessoa a vida toda é como dizer que uma vela continuará a queimar enquanto vivermos”. O físico também se apaixona por outra mulher, que se encanta com sua inteligência. Inteligência que, embora respeitada, não encantava como antes Jane Hawking. O espectador tem sorte com os atores: Eddie Redmayne, que faz Stephen Hawking, e Felicity Jones, como Jane Hawking, estão muito bem, nas convergências e divergências. O “casamento” entre os atores, em termos de encenação e interação, é praticamente perfeito. Eddie Redmayne brilha pela contenção, não pelo excesso, ao representar um personagem complexo e intenso. Às vezes, aqui e ali, sente-se pena do Stephen Hawking que “salta” da tela e parece dialogar conosco, mas, no geral, sente-se mais admiração e respeito pelo cientista que, no lugar de se entregar e lamuriar, continuou a pesquisar, a pensar, a escrever (se se pode dizer assim) e a publicar livros que eventualmente balançam as estruturas da ciência. A bela Felicity Jones está muito bem. Sua ansiedade (e ambiguidade), em parte de matiz sexual — mas não só —, é contida e, ao mesmo tempo, exasperante. Sente culpa, pois, ao trair Stephen Hawking, parece trair a si própria. O filme trata a vida íntima do casal, com a inclusão do amante, com suavidade, sem escândalo, sem sensacionalismo. Num tempo de excessos, a contenção, que nada esconde — pelo contrário, cobra que o espectador imagine —, é apreciável. No seu Facebook, Stephen Hawking postou que Eddie Redmayne, de fato com desempenho impressionante, estava igual a ele, agia como ele e com “o mesmo senso de humor”. O físico nunca perdeu o humor. Para um entendimento mais equilibrado, por assim dizer, vale a pena ler “Stephen Hawking — Uma Vida Para a Ciência” (Record, 336 páginas, tradução de Ryta Vinagre), de Michael White e John Gribbin.

O grupo Diário Associados vende Diário de Pernambuco e planeja passar adiante a TV Brasília

Os produtos jornalísticos dos Diários Associados são de qualidade, mas o grupo, como empresa, enfrenta uma crise arrasa-quarteirão. Em Pernambuco, um de seus maiores mercados, foram vendidos o tradicional “Diário de Pernambuco” e uma rádio. Agora, pretende-se vender a TV Brasília — retransmissora da programação da Rede TV! —, apontada como não lucrativa e de baixa audiência. O problema é que o sócio, o empresário da construção civil e do ramo imobiliário Paulo Octávio, não quer vender sua metade. O que estiver dando prejuízo será passado adiante — é a nova norma da casa. O “Diário de Pernambuco” teria sido comercializado para uma empresa da área de seguro de saúde. Comenta-se, mas sem evidências, que o advogado José Dirceu, o articulador do mensalão, estaria por trás da transação do jornal. A tendência dos Diários Associados é que se mantenha tão-somente o controle dos jornais “Correio Braziliense” e “Estado de Minas”, líderes em circulação em suas respectivas regiões. Comenta-se, em Brasília e Belo Horizonte, que as duas publicações vão promover mais demissões — agora na área de publicidade e classificados.

Eichmann vivia escondido na periferia e não no centro de Buenos Aires. O Popular errou

Ao contrário do que escreve Rogério Borges, do “Pop”, o nazista Adolf Eichmann não “foi sequestrado no centro de Buenos Aires”. O Mossad, serviço secreto de Israel, o sequestrou na periferia da capital da Argentina. (Detalhe: a palavra “capítulo” não perdeu o acento.) Se Eichmann vivesse no centro da capital portenha, o Mossad teria mais dificuldade para sequestrá-lo. Para entender como foi capturado o nazista que chefiava o transporte de judeus para os campos de concentração e de extermínio, vale a pena ler: “Caçando Eichmann” (Objetiva, 200 páginas, tradução de Maria Beatriz de Medina), de Neal Bascomb. Em sebos, pode ser encontrado o livro do chefe dos agentes que sequestraram o nazista. O Jornal Opção publicou três textos pouco ortodoxos sobre Eichmann, que podem ser lidos nos links: http://bit.ly/1DiIECL; http://bit.ly/1uflT0l e http://bit.ly/18RDBO5.

O grande ator, como Othon Bastos, brilha sobretudo nos pequenos papéis

Rogério Borges lamenta o fato de o ator Othon Bastos fa­zer o papel de mordomo na no­vela “Império”. O repórter está certo: trata-se mesmo de um grande ator. Mas grandes atores brilham, como é o caso, em papéis que, em tese, são menores. O grande desafio de um ator, como Othon Bastos, é brilhar a partir de papeis menores. Não há, pois, o que lamentar.

Diário da Manhã cria “neologismos” e recebe crítica de professor de Língua Portuguesa

O professor de Língua Portuguesa Pedro Paulo de Oliveira faz duas perguntas: “Procede que as palavras ‘muçulmanos’ e ‘bloqueio’ ganharam novas grafias? Acredito que sim, pois, na capa do jornal ‘Diário da Manhã’, publicaram ‘mulçumanos’ e ‘broqueio’. O que diria a personagem Policarpo Quaresma, do romance de Lima Barreto?” O professor, irônico, esclarece as dúvidas, se existirem. A capa do "DM" informa: "Atentado na França — A posição dos mulçumanos em Goiás". Trata-se de uma entrevista de Jamil Nagib Ghannoum, "fundador do Centro de Divulgação do Islã, em Trindade".

A revista “Gula”, de gastronomia, pode ser extinta

Com uma dívida apontada como gigantesca, a “Gula”, excelente revista de gastronomia, pode fechar as portas brevemente. A empresa que a edita não sabe sequer quanto terá recurso para bancar a próxima edição. Segundo o Portal dos Jornalistas, “a queda na receita de publicidade em 2014 teria sido o principal estopim da crise e a responsável por levar a direção da revista a buscar investidores interessados em arrendar ou comprar o título. Ironia do destino, esse indesejável desfecho dá-se exatamente no ano em que a publicação completa 25 anos de vida. Na Redação, o fim da revista já é dado como certo”.

Editores de O Popular esquecem até de pôr a data na primeira página

O editor e o diagramador da capa do “Pop” esqueceram-se de uma coisa elementar na edição de sexta-feira, 6: não publicaram a data do jornal. O “Pop” já foi cuidadoso com seu material jornalístico. A perda de profissionais experientes está refletindo na (baixa) qualidade do texto do jornal. O volume de erros impressiona até leitores que não prestam muita atenção no problema. Há indícios de que os editores perderam o controle da qualidade do produto.

O Popular ignora, olimpicamente, partida do principal clube do Estado, o Goiás

Qual é o principal clube de futebol do Estado? O Goiás, é claro. Pois o time jogou na quinta-feira, 5, pelo Campeonato Estadual e o “Pop” ignorou olimpicamente a partida. O jornal não publicou nenhuma linha.

O nome do deputado Paulo Cezar Martins é a vítima preferencial do “cartório” de O Popular

O nome do deputado estadual Paulo Cezar Martins, do PMDB, é uma vítima dos jornalistas do “Pop” e, às vezes, do “Diário da Manhã” e do Jornal Opção. O “Pop” escrever “Cesar”, “César”, “Cézar” e até, o certo, Cezar.

Texto de Rogério Borges conecta a seca atual à literatura de Graciliano Ramos e Raquel de Queiroz

“Vidas Secas” é um belíssimo texto de Rogério Borges sobre a seca, a real da atualidade e a abordada pela literatura de Graciliano Ramos (o título é, claro, uma referência ao romance magno do escritor alagoano), Raquel de Queiroz (por sinal, caro Borges, sem acento), José Américo de Almeida, Patativa do Assaré e Ariano Suassuna e pela música de Luiz Gonzaga (“Súplica Cearense”, não citada [veja uma versão modernizada do Rappa no link: https://www.youtube.com/watch?v=F19PnbWigSA], e “Asa Branca” são maravilhas do cancioneiro popular). No fim do texto, no qual discute as motivações da seca, Borges pergunta: “Por que não os leram?” (Graça, Rachel, Almeida, Patativa e Suassuna. Poderia ter acrescentando Josué de Castro e Marco Antônio Villa.) “Luiz Gonzaga transformou em hino a fuga da asa branca... Por que não o ouviram? Por que nunca aprendemos, meu Deus?”

Graça Foster não parece corrupta. Mas sua suposta inocência foi paga com a demissão

A ex-presidente da Petrobrás Graça Foster é corrupta? Tudo indica que não. Parece que não está envolvida com as falcatruas de políticos e empreiteiros. Se não está, por que foi pressionada a se demitir? Porque, embora possivelmente não esteja envolvida pela engrenagem corrupstêmica (corrupção sistêmica), a Petrobrás precisa de fatos novos para funcionar e se não arrebentar na bolsa. Não só. No mercado capitalista de alta competitividade, o político e o econômico, nenhum executivo pode ser inocente. Graça Foster pode não ter sido contaminada, por escolha pessoal, mas certamente sabia o que estava acontecendo, não nos porões, e sim nos mais refinados e poderosos gabinetes da empresa. Se não sabia, como seus “aliados” sugerem, é muito pior. Pois significa que não tinha domínio sobre o que acontecia, às claras, na Petrobrás. A suposta inocência de Graça Foster foi paga, se se pode dizer assim, com a demissão e, sobretudo, com o desgaste do nome para sempre.