Por Euler de França Belém

O ex-deputado estadual Lívio Luciano, um dos principais iristas goianos, está na chapa de José Nelto na disputa pelo comando do PMDB. Porém, se o postulante a presidente for Iris Rezende, Lívio Luciano o apoia sem pestanejar. O ex-deputado é um dos iristas mais consistentes e modernos. E sempre joga limpo.

De um peemedebista: “Luis Cesar Bueno, antes de planejar disputar a Prefeitura de Goiânia, vivia adulando os peemedebistas, sobretudo Iris Rezende. Agora, está nos tratando com arrogância e displicência”.

Iristas apostam que, ao criticar Iris Rezende, inclusive contrariando a orientação de seu pai, o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, que cobra paciência, Daniel Vilela estaria sinalizando que pode deixar o PMDB para, em 2018, disputar o governo do Estado.
A ressalva é que Maguito Vilela não quer Daniel Vilela disputando mandato por outro partido. Ele sugere, em conversas com aliados, que o tempo de Iris Rezende está passando e, por isso, não é preciso confrontá-lo agora.
O tempo é o senhor da razão, sugere Maguito Vilela o filho.

Durante anos, Iris Rezende expurgou todos aqueles que o criticaram ou apenas não concordavam com suas diretrizes autoritárias. A lista é enorme: Mauro Borges, Henrique Santillo, Nion Albernaz, Lúcia Vânia, Irapuan Costa Junior, Henrique Meirelles e, mais recentemente, Júnior Friboi. Daniel Vilela pode ser a próxima vítima.

Nas conversas com aliados, Iris Rezende não tem economizado palavras negativas para nominar Daniel Vilela. Os termos mais leves são “garoto impertinente”, “topetudo”, “arrogante” e “surtado”.

Iristas sustentam que Maguito Vilela nunca desafiou Iris Rezende. “Em 1998, quando Iris disse que queria disputar o governo, Maguito praticamente rompeu com seus aliados, que exigiam um enfrentamento, e o apoiou”, afirma um irista. Mais duro do que Maguito Vilela, Daniel Vilela comemorou seu aniversário, na semana passada, e disse, para os aliados, que não se submeterá ao decano Iris Rezende. Daniel Vilela teria dito que ouve e respeita seu pai, Maguito Vilela, mas que não seguirá o caminho da submissão. “Em 1998, se Maguito Vilela tivesse disputado o governo, possivelmente teria sido eleito”, afirma um danielista. “Mas recuou, abrindo espaço para Iris Rezende, e o PMDB perdeu a eleição e nunca mais, desde então, fez o governador de Goiás”, acrescenta. Mas há quem acredite que, na hora agá, Daniel Vilela vai ceder, sobretudo sob pressão do pai.

Mais de um peemedebista teria ouvido de Daniel Vilela mais ou menos o seguinte a respeito de Iris Rezende, o velho cacique: “Vou enfrentá-lo e derrotá-lo para o bem do PMDB”. Iristas garantem que Daniel Vilela, depois das bravatas iniciais, vai recuar. Como todos os outros fizeram, no passado.

Um danielista aposta que a mão direita de Ronaldo Caiado agiu para lançar Iris Rezende para presidente do PMDB. Porque o democrata só tem alguma chance, na disputa pelo governo de Goiás em 2016, se Daniel Vilela não for candidato. Com Iris Rezende fortalecido, dificilmente Daniel Vilela será candidato a governador. O nome, evidentemente, será o de Ronaldo Caiado. O jornal ouviu um caiadista. “Ronaldo Caiado não se envolve nos assuntos do PMDB”, resumiu.

Na campanha de 2014, o marqueteiro Dimas Thomas orientava Iris Rezende cuidadosamente, tentando mostrá-lo como o “médico” — nos programas eleitoras —, porém, nos debates, aflorava o “monstro”, que era interpretado pelo eleitorado como o verdadeiro Iris.
Marconi Perillo, pelo contrário, não demonstrava dupla personalidade. Era simpático e apresentava seu programa e aparecia nos debates de maneira tranquila, sem gritaria e expondo suas ideias com serenidade e o máximo de clareza. Era o “médico” o tempo inteiro.
Lúcio Flávio Paiva, candidato a presidente da OAB, está muito parecido com Iris Rezende. Inicialmente, o marketing apresentou-o como “bom moço”, tranquilo — uma espécie de Lucinho-Flavinho paz e amor.
Entretanto, no primeiro debate, na Rádio Vinha FM, a máscara do marketing caiu e Lúcio Flávio se apresentou agressivo, irritadiço (com certo tom de desespero?), com extrema dificuldade de apresentar críticas e propostas consistentes.
Advogados chegaram à conclusão de que o candidato não sabe bem o que é a OAB.
O escritor escocês Robert Louis Stevenson diria que o monstro por vezes supera o médico.

A JBS, grupo dirigido pelos goianos Joesley e Wesley Batista (irmãos de Júnior Friboi), é um gigante na comercialização de carnes na Europa (já domina o mercado dos Estados Unidos, o mais concorrido do mundo). O governador Marconi Perillo recebeu a informação, no Porto de Antuérpia, que a JBS é campeoníssima em importação (e exportação) de carne. Quando o governador disse às autoridades que se tratava de uma empresa criada numa cidade de Goiás — Anápolis —, os belgas ficaram agradavelmente surpresos.
Na lida diária com os europeus, na sua turnê, o governador de Goiás, Marconi Perillo, é sempre abordado sobre política, economia e, claro, futebol. Os europeus não deixam de fazer pilhéria sobre a derrota por 7 a 1 para a Alemanha na Copa do Mundo realizada no Brasil. Bem-humorado, Marconi Perillo ri e sugere que o Brasil é pentacampeão mundial de futebol e, claro, tem o rei do futebol, Pelé, que acaba de fazer 75 anos. O Brasil, em termos de futebol, é uma monarquia. Tem rei, Pelé, rainha, Marta, e príncipe, Neymar.

O rei do aço, Jorge Gerdau, diz, com frequência, que o governador de Goiás, Marconi Perillo, deve ser presidente da República. Pois, mesmo sem ter lido as declarações de Jorge Gerdau, o gestor de Liège, terceira maior cidade da Bélgica, Hervé Jamar, ouviu a história do governador goiano e, em seguida, exigiu mais uma fotografia ao seu lado. “Este homem vai ser presidente do Brasil e vou colocar a foto na minha parede.”

Segundo integrantes da equipe do governador Marconi Perillo, sua turnê europeia tem sido bem-sucedida em todos os aspectos, porque Goiás está sendo apresentado com inteligência, objetividade e clareza. Do ponto de vista acadêmico, o sucesso é considerado total. O programa Goiás Sem Fronteiras foi elogiado por autoridades, políticos, empresários e intelectuais.

Dois marqueteiros e um pesquisador disseram ao Jornal Opção que levantamentos qualitativos sugerem que o ex-reitor da Universidade Federal de Goiás Edward Madureira tem mais aceitação na sociedade goianiense que no próprio PT.
De todos os nomes do PT, o menos contaminado pelas denúncias de corrupção na Petrobrás é exatamente o de Edward Madureira, seguido de Humberto Aidar e Luis Cesar Bueno.
Edward Madureira é visto mais como ex-reitor e gestor competente do que como petista. Só que isto o enfraquece dentro da máquina do PT.

[caption id="attachment_24379" align="aligncenter" width="620"] Foto: Wagnas Cabral[/caption]
Ressalve-se que o governador de Goiás, Marconi Perillo, permanece dizendo que o candidato do PSDB será Jayme Rincón. Se ele quiser, é claro.
Jayme Rincón é articulado e quer. Mas só vai começar a discutir a partir de dezembro-janeiro. Senão não dá conta dos “pedidos”.