Por Elder Dias

O vaivém por conta das restrições sanitárias para a circulação do coronavírus vai causando, numa esquina aqui, noutra avenida ali, a mortes de empresas tradicionais. Sem união, liderança e respeito à ciência, não há como mudar o quadro
O fechamento por tempo indeterminado da academia Athletics Sports, anunciado no fim desta semana, é mais um marco triste da pandemia em Goiânia. Em funcionamento há 30 anos e localizado em ponto nobre, no Setor Bueno, o estabelecimento era um dos destaques do ramo de atividades físicas da cidade.
Para publicar a decisão, o proprietário, Antônio Borges, compartilhou um vídeo que comoveu as redes, não só pelo comunicado em si, mas por relatar um drama que é vivido por milhares de empresários como ele no atual momento. Difícil negar o que ele confirma em seu relato: as idas e voltas nas medidas de restrição ao comércio e à circulação de pessoas têm funcionado como duros golpes em todo o ramo de prestação de serviços. A consequência é que muitas empresas, infelizmente, estão indo a nocaute.
Um experiente profissional da área de educação física, também ex-proprietário de academia, relata o momento grave: “A gente sabe que não dá para voltar com esse índice de infecção e de contágio. Muitos empreendedores têm consciência disso, outra parte quer reabrir de qualquer jeito, por desespero. Mas, no fundo, todos sabem que a situação não é de nenhuma normalidade e estão perdidos”, diz.
[caption id="attachment_320966" align="alignleft" width="300"] Bolshoi Pub, fechado por tempo indeterminado depois de 17 anos de atividade | Foto: Divulgação[/caption]
Mais do que a dificuldade conjuntural, pesa também para os empresários a noção de incerteza em médio e em longo prazos. A alta contaminação em todo o País e a falta de uma vacinação eficaz jogam mais interrogações. Isso referenda o cenário de completa incerteza sobre como evoluirá o quadro da pandemia no Brasil – já que não há nenhuma sinalização positiva, muito pelo contrário – e aumenta ainda mais a apreensão de todos os setores da economia.
Entretanto, o setor de prestação de serviços ligado ao entretenimento, à cultura e ao bem-estar físico é o que mais tem padecido. No mês passado, outra referência de seu setor anunciou que não abrirá por tempo indeterminado: o Bolshoi Pub, uma das casas de shows mais antigas da capital (com 17 anos de atividade), voltada para o público de pop-rock nacional e internacional.
Faltou comprar vacina antes
O vaivém por conta da necessária medida sanitária visando reduzir a circulação do coronavírus vai causando, numa esquina aqui, noutra avenida ali, a mortes de vários CNPJs também.
Era o que temia o presidente Jair Bolsonaro no começo da pandemia. Ironicamente, ao se negar a fechar acordo de 75 milhões de vacinas (isso apenas com a Pfizer) ainda em agosto, causando o atraso no início da vacinação – e mandando o Brasil para o fim da fila de muitas aquisições –, ele também é grande responsável: a prova é que países que apostaram logo na compra dos imunizantes, como os Estados Unidos, o Reino Unido, Israel e até o vizinho Chile, veem a esperança de um segundo semestre bem mais tranquilo.
Sem a Athletics, sem o Bolshoi, sem tantas outras empresas de referência em seus ramos, como será Goiânia quando voltar à normalidade? Aliás, quando voltaremos?
Ninguém sabe, porque nunca houve um planejamento sério e engajado de enfrentamento da situação. Nunca houve união dos setores dentro das cidades nem união nacional, comandada pela administração central de Brasília. A ciência, que pode nos salvar, inclusive economicamente, continua desrespeitada. Lutamos uns contra os outros até aqui. Numa cena trágica assim, só quem vence e evolui é o próprio vírus.

Internado, prefeito de Aparecida de Goiânia faz uso de oxigênio, com quadro estável. Seu pai, o ex-deputado Léo Mendanha, teve "pequena melhora" no Albert Einstein, em São Paulo
O prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (MDB), segue com quadro estável e, embora com uso de oxigênio, segue com respiração espontânea e sem febre.
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O relato é do boletim desta tarde de sábado, 3, da equipe médica do Hospital Santa Mônica, no próprio município que o emedebista governa.
Já o pai do prefeito, Léo Mendanha, continua internado sob sedação no Hospital Albert Einstein. Os níveis de oxigênio apresentaram melhora.
O prefeito está internado desde a última quinta-feira, 1º, quando se agravou o quadro de Covid-19.
Leia na íntegra a nota da equipe médica que cuida de Gustavo Mendanha:
De acordo com boletim médico do Hospital Santa Mônica, divulgado na tarde deste sábado, 03 o quadro de saúde do prefeito Gustavo Mendanha segue estável, com respiração espontânea e uso de oxigênio, sem febre. O boletim é assinado pela infectologista Ana Carolina Andrade.
Com relação ao pai do prefeito e ex-deputado estadual Léo Mendanha, segue em tratamento no Hospital Albert Einstein ainda sedado e com pequena melhora na oxigenação.

Apresentador da TV Serra Dourada se encontra em estado grave por Covid-19, no Hospital dos Acidentados e plano de saúde não cobre vários dos gastos com sua internação

Menos por interesse direto na pasta e mais por pressão de setores como o agronegócio, o Centrão deve fazer do Meio Ambiente o novo alvo de pressão entre os ministérios
Se teve uma coisa em que o governo de Jair Bolsonaro "ensinou" ao Brasil como nenhum outro foi a "arte" de colocar a pessoa mais errada para cada lugar. Assim, para a Educação, foram convocados Vélez Rodríguez e depois Abraham Weintraub; para os Direitos Humanos, Damares Silva; para as Relações Exteriores, Ernesto Araújo; e para o Meio Ambiente, Ricardo Salles.
Todos antiministros da própria pasta, à semelhança do próprio chefe, o primeiro antipresidente da história do Brasil.
Não precisaria muita explicação, mas o prefixo "anti" tem origem no grego e significa "do lado contrário". Assim tivemos, colocados em suas pastas, Vélez e Weintraub trabalhando contra a educação e Ernesto destruindo as relações exteriores do Brasil. Todos demitidos, alguns muito a contragosto do titular da principal cadeira do Planalto.
Damares e Sales continuam afundando os interesses das pastas que ocupam. E o segundo causa ainda mais preocupação.
[caption id="attachment_320865" align="alignleft" width="300"] O "antiministro"Ricardo Salles na reunião ministerial vazada de abril de 2020: o estouro da "boiada" deve atingir o Meio Ambiente / Divulgação[/caption]
Depois de ocupar a Secretaria de Meio Ambiente de São Paulo no governo Geraldo Alckmin por dois anos – o que lhe rendeu uma condenação por ter alterado uma minuta do decreto do plano de manejo de uma área de proteção ambiental –, Salles foi alçado a ministro do Meio Ambiente na gestão Bolsonaro.
O que viria a seguir na área ambiental, em 27 meses de governo, um descaso total com a fiscalização, a defesa escancarada da atividade de garimpeiros e madeireiros em terras indígenas e outras inapropriadas e o sucateamento das estruturas já combalidas do Ibama e ICMBio.
A olhos vistos, o avanço do desmatamento e das queimadas em todo o País, a ponto de um incêndio destruir, no ano passado, cerca de um terço do Pantanal. Sem política de manejo ou de fiscalização, o País foi execrado internacionalmente por sua conduta irresponsável em relação às medidas contra o aquecimento global.
O que fez Jair Bolsonaro? Demitiu o ministro? Não, pelo contrário: protegeu seu pupilo e atacou ONGs e líderes de outros países, como o francês Emmanuel Macron e o ainda candidato Joe Biden.
Bolsonaro e Salles não fazem a mínima questão de entender que a negligência e o "passar da boiada" (expressão usada pelo antiministro na fatídica reunião de abril de 2020, para propor a aprovação de normas e leis polêmicas aproveitando o olhar da imprensa e da população voltado à pandemia) são extremamente prejudiciais à própria economia brasileira.
Notadamente, quem mais está perdendo diretamente com o discurso reacionário e contrário às medidas ambientais de alcance mundial, como o Acordo de Paris, é o agronegócio brasileiro. Cada vez mais incomodado, os líderes da bancada ruralista sabem que dependem de certificados ambientais para venderem lá fora e que alguém como Ricardo Salles pode atrapalhar ainda mais do que já fez.
Por isso, menos por interesse direto na pasta e mais para atender gente poderosa que quer lucrar, mas precisa de que, pelo menos na aparência, o Brasil cuide do seu patrimônio verde, o Centrão deve fazer do cargo do antiministro o novo ponto de pressão sobre o presidente.
Ninguém se engane: todos esses ministros fizeram ou fazem a "obra" como extensão do braço de Jair Bolsonaro. Quem tiver olhos para ler, que leia.

Com Covid-19, o ator vai receber tratamento de oxigenação por membrana extracorpórea (Ecmo), procedimento usado pelo prefeito eleito de Goiânia no Hospital Albert Einstein
Uma das maiores revelações da TV brasileira e considerado por muitos críticos o melhor humorista de sua geração, Paulo Gustavo encara a luta pela vida desde o dia 13 de março, internado com Covid-19 num hospital do Rio de Janeiro.
[caption id="attachment_7414" align="alignleft" width="300"] Paulo Gustavo luta pela vida em hospital do Rio de Janeiro / Divulgação[/caption]
Ele teve de ser intubado nove dias depois e, após apresentar certa melhora, houve agravamento do quadro clínico nesta sexta-feira, 2/4, e seu comprometimento respiratório levou os médicos a optar pelo uso de uma espécie de pulmão artificial.
É a terapia de oxigenação por membrana extracorpórea (Ecmo), que foi aplicada pela equipe médica que cuidou do ex-governador de Goiás e prefeito eleito de Goiânia Maguito Vilela (MDB). Internado primeiro na capital e depois no Hospital Albert Einstein, ele morreu no dia 13 de janeiro.
Paulo Gustavo tem 42 anos, é casado com o dermatologista Thales Bretas e tem dois filhos, Gael e Romeu.

Portal criado pelo empresário se tornou o maior do País para publicação e resposta de queixas de consumidores em relação a produtos e serviços de empresas
Aos 58 anos, o fundador do site Reclame Aqui, Maurício Vargas, perdeu a batalha para a Covid-19. Ele estava internado em um hospital particular de São Paulo, por complicações da doença. O empresário deixou pais, um irmão e dois filhos.
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Nascido em Campo Grande, Maurício fundou o Reclame Aqui em 2001. O portal acabou por se tornar o maior do Brasil entre os que clientes acessavam para exigir sobre o serviço de empresas nas relações de consumo.
A assessoria de imprensa do site divulgou a seguinte nota: "Um dos principais lemas do Maurício, estampado nas paredes do Reclame Aqui, dizia que 'não faz sentido acumular riqueza, o importante é ter um negócio que muda a vida das pessoas' e este é o grande legado que ele deixa para sua família e para os 200 colaboradores do Reclame Aqui que agora carregam essas palavras", declarou, em nota, a assessoria de imprensa do site.
