Por Elder Sales

Será que mudando o nome de medicamento para suplemento as células agiriam diferentemente?

O cérebro não é capaz, em muitos casos, de separar o que é real do que é imaginário, levando o corpo a reagir da mesma forma desde o prazer de uma lembrança agradável à paralisia de imaginar um futuro assombrado

[caption id="attachment_45490" align="aligncenter" width="620"] Prefeito de Luziânia | Crédito:Y. Maeda[/caption]
Pintou desespero no grupo do prefeito de Luziânia, Cristóvão Tormin. Seus aliados, percebendo que Marcelo Melo consolida sua liderança com folga — consta que os eleitores, antes de serem pesquisados, já gritam, de longe: “Marcelo Melo”, espécie de Coca-Cola da política do município —, começaram a dizer que o tucano vai acabar desistindo da disputa.
O que eles não explicam é como alguém pode desistir de uma disputa se lidera todas as pesquisas de intenção de voto?

A crise ambiental, além de sacrificar cada vivente, ainda é pretexto descarado para os governantes aumentarem impostos

Se há uma boa notícia em todo o difícil cenário hídrico e energético atual, é a de que crises dão oportunidade de acelerar a mudança de hábitos. Gestores e cidadãos precisam aproveitá-la

“Liberdade - Nível de independência absoluto e legal de um indivíduo, de uma cultura, povo ou nação, sendo nomeado como modelo (padrão ideal).
P.ext. Reunião dos direitos de uma pessoa; poder que um cidadão possui para praticar aquilo que é de sua vontade, dentro das limitações estabelecidas pela lei: liberdade política; liberdade comportamental etc.” (http://www.dicio.com.br)
Como mero e simples leitor de tantos comentários interessantes e diversos acerca do atentado terrorista na França, ainda assim, não paro de perguntar a mim mesmo o que é liberdade e de suas várias formas a de expressão!
A questão do ataque seria etmológica ou existencial ou as duas coisas e mais um monte que cada um não pode ver, pois todos enxergam um mundo da forma que foram preparados, bem ou mal, para vê-lo?
Liberdade de expressão para escrever ou falar o que quiser, liberdade de expressão para metralhar suposto inimigo, liberdade de ser Charlie e de não sê-lo, liberdade com asas que sempre voam até certo ponto.
A discussão cai no colo de todo mundo, é um contexto humano, é ter que enfrentar os nossos demônios interiores como ego, vaidade, orgulho... Quem está certo nessa história? O problema, infelizmente, é nosso, as limitações existem em todas as pessoas, em todas as sociedades, isso, por si, diminui a liberdade que sonhamos.
Claro que a perspectiva, além de tudo, é histórica e o momento não é de orgulho pra ninguém. Algo de grave vem acontecendo no seio das sociedades no que se refere à xenofobia ou o que parece próximo dela como o receio de conviver com diferenças não apenas étnicas, religiosas, econômicas, mas, sobretudo, as diferenças individuais.
O próprio conceito de liberdade traz restrições. Liberdade absoluta poderia anular leis sociais. Estas, justas ou não, também traz implícito um jogo de poderes que sempre subestimou grande parte do tecido social em praticamente todas as sociedades. Vivemos em sistemas de dominantes e dominados e um existe por causa do outro, a lei do mais forte sempre esteve presente e aqui enxerga-se governantes que representam países que são carregados por populações conduzidas por interesses, claro, como seria diferente?
E como justificar a morte dos chargistas? Como justificar as charges agressivas? Um jornalista, das opiniões inflamadas, disse que não ser Charlie, neste contexto, é concordar que uma mulher que usa minissaia deva ser estuprada. Claro que não. Mas dependendo do lugar que ela vá esse risco aumenta e isto justifica? Também não, mas vivemos em sociedade e cada um arruma sua própria justificativa, os assassinos ou não, estupradores ou não, corruptos ou não, todos sempre vão ter justificativas, corretas ou não, favoráveis à sociedade ou não, individualistas ou não!
E nessa onda todos querem liberdade e a expressam mesmo que a fronteira seja o outro, os costumes, a religião, a vida do outro. Temos latente a necessidade de reflexão que é comum a todos: o convívio requer exercício constante e a liberdade é um presente que nós ganhamos, mas vem dentro de uma caixa.
Matematicamente a expansão ilimitada dessa liberdade vai entrar na fronteira dos outros, isso pode ser tolerável para uns e o caos para outros, vale a pena o risco? Cada um é “livre” para decidir.

Jogador do Goiás, principal revelação do futebol brasileiro em 2014, apareceu na Copa São Paulo de Futebol Júnior, que começa a ser disputada nesta semana e tem os quatro clubes da capital goiana como participantes
[caption id="attachment_25068" align="alignleft" width="620"] Erik, de 20 anos: de artilheiro da Copa São Paulo em 2013 a revelação do Brasileiro do ano seguinte | Foto: Rosiron Rodrigues/Goiás E.C.[/caption]
Elder Dias
O ano de 2014 terminou para o jovem Erik Nascimento Lima assim como havia começado 2013. Bastante reconhecimento por seus serviços prestados, embora, desta vez, com assédio muito maior. Aos 20 anos, Erik é jogador de futebol e tem uma boa chance de ficar milionário com o que faz. Um destino de sonho para quem morou a primeira metade da vida em um assentamento rural de Novo Repartimento, município do Pará situado na mesma latitude da região do Bico do Papagaio, no Tocantins.
Na segunda metade de sua vida entrou o futebol. Erik veio para Goiânia e, com seu talento, foi logo aprovado no teste para as categorias de base do Goiás. Passou a morar em casa de parentes na vizinha Aparecida de Goiânia e seu pai se tornou funcionário do clube, para que o garoto tivesse mais tranquilidade para se aprimorar. O trabalho rendeu frutos, visíveis já em 2013, quando a equipe goiana foi vice-campeã da Copa São Paulo de Juniores e o menino paraense, um dos artilheiros da competição, com oito gols. Quase dois anos depois, o garoto recebia o troféu de Revelação do Campeonato Brasileiro de 2014. Havia feito 12 gols e se tornado a principal referência ofensiva de um Goiás de conjunto bastante limitado.
Da façanha no torneio paulista até dezembro do ano passado, muita coisa aconteceu na vida de Erik: ele subiu para o elenco profissional, teve chances, não as aproveitou muito bem em um primeiro momento; mesmo sem se firmar, foi convocado para a seleção brasileira sub-20, e ganhou o Torneio Internacional de Toulon; depois, finalmente, tornou-se titular absoluto da equipe no segundo semestre de 2014. Tudo serve para mostrar como o mundo do futebol é instável, principalmente para quem está ainda tentando um lugar na vitrine.
Em janeiro, como Erik fez dois anos atrás, algumas dezenas de jovens de Goiás estarão em São Paulo para buscar mostrar serviço na Copinha, como é chamado o torneio, o mais tradicional (realizado desde 1969) no País entre os que buscam revelar novos jogadores. Pela primeira vez na história, os quatro clubes da capital goiana vão estar na disputa: Goiás e Goiânia conseguiram vagas pela cota técnica da Federação Goiana de Futebol (FGF); Atlético e Vila Nova foram convidados.
Ao mesmo tempo em que buscam a exposição de seus valores, os clubes carregam uma preocupação do mundo moderno do futebol. Com a globalização e a atual legislação para o esporte — especialmente a Lei Pelé, não raramente amaldiçoada nas sedes dos clubes —, a correlação de forças foi alterada. A figura do empresário de atleta ganhou ressonância: hoje boa parte dos jogadores, mesmo antes de se profissionalizarem, tem seus direitos econômicos fatiados entre “grupos de investidores”. É como se cada candidato a craque fosse uma empresa, com ações em que essas pessoas apostam suas fichas. Se der certo, todos ganham. Ou quase todos.
Se o time vai bem, quem aparece na vitrine vira alvo dos empresários, que às vezes representam seus próprios interesses ou de seus grupos; outras vezes trabalham a cargo de clubes do Brasil e do exterior. E assim, se o atleta não estiver bem “amarrado”, contratualmente falando, o clube que o está mostrando pode perder a joia a preço de banana, ou até de graça.
Competições de equipes de base podem ter resultados imprevisíveis. O Goiás de 2013 não tinha nada de favorito quando pegou a Via Anhanguera — um dos detalhes que diferenciam profissionais de jogadores de base é o meio de transporte — e por pouco não voltou de São Paulo com o título. Em dezembro de 2014, o mesmo Internacional que havia conquistado a Copa do Brasil de Juniores — vencendo o Goiás nas quartas-de-final — 15 dias antes, foi eliminado do Brasileiro na 1ª fase.
Trabalho de base no Goiás para perpetuar celeiro de craques
Do quarteto goianiense, o Goiás, por seu passado de revelador de talentos — craques como Luvanor, Zé Teodoro, Cacau, Túlio, Fernandão, Josué, Araújo e Danilo, entre outros —, pela estrutura e pela posição que ocupa, é de quem mais se espera um resultado positivo. O técnico é Augusto César, o mesmo que levou o clube à decisão da Copinha em 2013. Ex-lateral do clube entre 1992 e 1996, ele saiu do clube para atuar por Portuguesa, Corinthians — esteve no elenco campeão mundial de 2000 —, Botafogo e, depois, clubes do Japão e de Portugal. Encerrada a carreira, voltou à terra natal, Brasília, onde começou a trabalhar como treinador e foi buscado pelo então presidente do Goiás João Bosco Luz para as categorias de base. [caption id="attachment_25069" align="alignleft" width="300"]

Goiânia quer ser um heroico “Davi” na Copa SP
Responsável pelos garotos do Goiânia que vão à Copa São Paulo, Fabrício Carvalho é da mesma geração e idade (tem 31 anos) de Rafael Barreto. Mas já é um velho conhecido entre os que atuam nas categorias de base dos clubes goianienses. Já passou por Atlético, Vila Nova, Futebol Arte e Campinas e chegou a 11 finais, conquistando quatro títulos. Decidiu largar a carreira de jogador em uma noite em Cassilândia (MS). Comunicou a seu treinador que estava deixando o futebol. “Senti algo que me dizia que eu tinha era de estudar”, declara. E assim foi para a sala de aula, mas sempre visando continuar no esporte. Formou-se em Educação Física pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) e acrescentou ao título duas especializações. [caption id="attachment_25073" align="alignleft" width="300"]


E mais um ano se foi numa velocidade que já passou e todo mundo vai tentando alcançá-lo. Ficamos com a memória saborosa ou melancólica do que foi feito — ou não

Discussão sobre reajuste do tributo virou novela entre o Paço e a Câmara desde o ano passado. Valor venal dos imóveis está defasado, mas população quer ver retorno do que paga

Neste século, a ação do homem causará mudanças climáticas que vão deixar imensas áreas inúteis à sobrevivência. A partir de então, conflitos armados serão permanentes, alerta pesquisador alemão

“Gotas de água da chuva alegre arco-íris sobre a plantação, Gotas de água da chuva tão tristes, são lágrimas na inundação, Águas escuras dos rios que levam a fertilidade ao sertão, Águas que banham aldeias e matam a sede da população, Águas que movem moinhos são as mesmas águas que encharcam o chão, E sempre voltam humildes pro fundo da terra, pro fundo da terra...” (GA)
PÂNICO...
Neurologicamente poderia representar uma condição de alerta que invade o sistema nervoso a partir de um estímulo do ambiente que traz algum risco... Uma tempestade de neurotransmissores noradrenérgicos que ativam várias áreas do cérebro e numa mistura de medo, superexcitação e ansiedade vários sistemas se colocam a disposição para fugir, correr ou até lutar e agredir, enfrentamento? Talvez! Diria que o pânico no nosso país é multifatorial...
Mas que pânico poderíamos falar?
O da Band que paradoxalmente ao avanço da força feminina “bundaliza” a televisão e mais parece um açougue de belas carnes expostas num final de domingo? Sem falso moralismo, mas em meio ao caos é inevitável não passar e dar um espiadinha. É o consumo de um dos produtos mais vendidos da história: O corpo feminino. Pior, sua banalização.
Seria o pânico na floresta? Não, isso é filme que até foi satirizado e transformado de terror para o humor negro com pitadas de paródias de gosto discutível, mas que, para descontrair, acabou atingindo a população. A violência é escrachada e o sangue motivo de piada. É se não dá pra mudar a realidade o escape talvez seja como um analgésico para uma doença crônica!
Mas e o pânico da reeleição? Que cenário cinematográfico é esse? Um acidente de avião reconduz a sucessão política no Brasil. Um acidente tão confuso que mais parece o capitulo de uma das novelas que minam a sociedade. Como um raio, Marina “ressurge” e a presidência pode cair no seu colo uma vez que, caso haja segundo turno, os eleitores de Aécio tem na raiz um antilulismo piorado com Dilma e o seu pré sal.
Pânico por quê? Por, mais uma vez, podermos ter um representante votado às avessas não por opção primária, mas por desmotivação e a tentativa de mudança, mesmo imaginando que tudo pode continuar como antes na terra de... Nossa terra!
E são vários os “estados de alerta”, Estados, literalmente.
Entre eles, violência e impunidade num circulo alimentado a todo instante pela empresa das drogas e pelo ensimesmado poder judiciário, aristocrata, distante do povo num autismo esquizofrênico? Que pais vivem nossos legisladores?
Ao menos um pânico traz esperança e merece ressalvas de congratulações. Não o pânico em si, na maioria das vezes tão devastador, mas da concretização de socorro formatada em um aparelho conhecido como “Botão do Pânico” que ao ser acionado proporciona ajuda as vitimas de agressão e as mulheres são mais representativas. Ótima a iniciativa. Prática, real, não apenas discurso! Esse aparelho tem sido usado pela policia do Pará entre outros com bons resultados.
Não por maldade e oportunismo, mas o povo precisa desse botão quando vai ao supermercado, quando atravessa Brs com pedágio, quando vai aos hospitais e colocam os filhos na escola, o povo precisa do botão do pânico para o horário político para onde migram as melhores e mais altruístas almas preocupadas com esse povo mesmo que seja até o fim das eleições.
Cadê o nosso botão?

Costumo dizer nos meus devaneios sobre a origem da vida que em algum momento em um espaço temporal completamente insólito alguma “ordem” dirigiu o caos que num toque de “magia” uniu várias moléculas de carbono em cadeia num ambiente apropriadamente aquoso. A vida nunca mais seria a mesma. Na verdade ela nem existia...
A combinação de vários pressupostos materiais que variaram de temperatura ao grau de solubilidade ou não de várias biomoléculas como proteínas, lipídios e carboidratos pôde determinar a formação das primeiras entidades celulares que num evolução crescente organizou a nossa existência orgânica altamente dependente de condições favoráveis e de um conjunto de reações que montam e desmontam essas moléculas.
Essas reações em série e dinamicamente continuas caracterizam o que chamamos de metabolismo e esse cara tão falado hoje em dia governa o que conhecemos por biologia!
Toda a vida e seus paradigmas convergem para o ajuste permanente entre células e ambiente em interações às vezes saudáveis, às vezes catastróficas onde adaptar é preciso e viver é apenas a consequências disto.
Neste cenário tão apocalíptico, mas nem tanto se enquadra mais um dos revoltados moleculares que historicamente surgem em surtos, ceifam humanos e animais, alarma os viventes num recado que sempre apavora! No ônibus da evolução molecular os vírus perderam a passagem que levava até a organização celular.
Isso pode parecer estranho, mas até um bactéria é dotada de aparatos metabólicos que guiam sua adaptação, possuem membranas e organelas que conseguiram embora possam ter caído do ônibus no meio do caminho! Na fila dos acidentados vieram protozoários, esponjas... Sei lá...
A priori a humanidade, por favor, sem vaidade, aparentemente conseguiu chegar mais próxima da evolução plena, com metabolismo aeróbico altamente regulado e multienzimático, pluricelular e com alto poder de adaptação.
Sim, talvez o maior e melhor produto da evolução biológica é mais amplo nos humanos: A consciência. Do pó das cinzas estelares pré e pós big bang ela emergiu. Nos homens ela ganha um contorno de posse da vida e suposição do além da vida. Mas um vírus tem consciência?
O advogado dos vírus diria que são vítimas da biologia. Ficaram desprotegidos por essa mãe ingrata. Não ganharam membrana, citoplasma e núcleo componentes mínimos para a felicidade celular e o delírio metabólico.
Representavam apenas resquícios moleculares de ácidos nucleicos com envelopes proteicos, um grupo renegado de partículas sem a capacidade de metabolizar sozinhas. Como sobreviveriam em meio ao caos e aleatoriedade das interações vitais a partir de então?
Pois bem, como renegados pelo destino, passaram a criar estratégias de sobrevivência. Como conheciam toda a tramitação burocrática das sinalizações entre as células passaram a imitar moléculas reguladoras do metabolismo, passaram a imitar a forma dessas substâncias e a conseguir o acesso ao paraíso citoplasmático.
Nesse ambiente a delicia das enzimas que tão eficientes na produção da vida não diferenciam quem é o verdadeiro dono da casa se os vírus ou se a célula agora hospedeira. Assim, a margem da honestidade celular os vírus passaram a ser parasitas obrigatórios, sabotadores do metabolismo, invasores cruéis e com uma capacidade de mudar de “cara” que causaria inveja ao melhor dos atores humanos.
E pelo resto do que resta da vida esses invasores passaram a se reproduzir dentro dos outros organismos. Claro, não é chegando e entrando na célula. Tem que ter uma conversa antes, digo, interação com receptores celulares. Antes é preciso que o organismo hospedeiro encontre condições desfavoráveis ao seu metabolismo.
Condições precárias de higiene, alimentação e saneamento básico, convivência com animais infectados, pois muitas vezes os vírus transitam interespecificamente e pode ser mais ou menos letais dependendo do bicho onde esteja. Socialmente ele pode ter o caminho mais fácil em populações mais pobres sem vacinas ou informações preventivas.
Essa descrição seria ilustrada por vários tipos virais, mas atualmente, quem voltou à cena com sede de vingança é o vírus ebola. Ainda contido pela mídia que adora escândalo, esse vírus representa um perigo em escala global que ainda não tomou o verdadeiro contorno!
“Trocar um sofrimento por outro é, muitas vezes, tão grande alívio como sentir o fim do sofrimento”. Elizabeth Goudge
“Minhas mãos ainda estão molhadas do azul das ondas entreabertas e a cor que escorre dos meus dedos, colore as areias desertas (1)... Não sou sempre flor. Às vezes espinho me define tão melhor. Mas só espeto os dedos de quem acha que me tem nas mãos (2)”. (1- Cecília Meirelles 2- Marla de Queiroz)
Já tão conhecido o canto que diz que a mão que toca o violão se for preciso faz a guerra numa extensão semântica diríamos que a mesma mão que acaricia é a mesma que agride e flagela é, ainda, a mesma estrutura anatômica que põe o alimento na boca e, depois, limpa o resultado disso...
Aos privilegiados portadores desse par de apêndices com polegar opositor guiado pelo telencéfalo (cérebro) desenvolvido, veja o vídeo ilha das flores, SOCORRO!!!
Aonde vamos parar com esse vômito convulsivo das nossas frustrações, maldade, perversidade sarcástica e agressividade agora transformada em pequenas bombas digitais que retrata 1 segundo de um ato qualquer até mesmo de uma pessoa qualquer e coloca nesse mesmo segundo as cenas sobre os olhares de vários apreciadores da ridicularização alheia?
Um banquete farto para a ironia frívola e a crítica que destrói... Ainda que se esteja no conforto do anonimato, ou do sofá, ou dos recônditos da própria alma que olha pra fora, vê tudo de péssimo no outro e esconde de si mesmo a si próprio!
Espalha-se na nossa vivência e convivência uma nuvem negra e pantanosa que sempre se associa a condição humana, julgada por humanos que muitas vezes se esquecem desse fato.
Aos fatos.
Hoje os dedos queimam... Mas não são guiados pelo tal telencéfalo?
Sim, imaginem o dedo do E.T. lá nas décadas passadas! Aquele dedinho extraterrestre não é nada se comparado com os dedos “digitais” que hoje se arrastam nas telas da tecnologia, ou seja, celulares, tablets por ai vai. A espreita, a sociedade se amarra em vídeos fotos que escancara a vida como ela é e tanto melhor se for à vida alheia! A foto da coluna mostra o personagem atualizado e não quer dizer que somos ETs.
Que tal essa cultura de quanto pior melhor?
Aqui entra o complexo de vira-lata propalado por Nelson Rodrigues. Como está à auto-estima da população que por figura de linguagem chamamos de Brasil?
Uma avalanche de críticas a abertura da copa... Coreografada por uma Belga! Claro que a pior escola de samba do Rio de Janeiro faria melhor. Por que delegar a um estrangeiro a tarefa de dar ritmo a maior festa esportiva do planeta no país que tem o dom de criar esse ritmo? Mas as críticas foram para o Brasil e a Fifa não explica os buracos do Itaquerão no campo, na arquibancada e no amor próprio do Pais.
O saldo disso foi a foto com a Claudia Leite (Milk) paralela a galinha pintadinha, perfeito, estava satisfeita a sanha do país que se auto flagela!
Todo mundo quando recebe visita em casa esconde os problemas. A mesma população ou parte dela elegeu a Presidente. Mandar a “maior” autoridade do país tomar “banho” é simplesmente admitir ao mundo que somos incoerentes pois, maqueada ou não, pra piorar, as pesquisas mostram que Dilma continua a frente nas intenções de voto... Pra onde deveriam se guiar as vaias?
Na outra ponta se colocam os ufanistas que quixotescamente até colocam o Brasil como se já tivesse ganho o torneio. Ainda que ganhe, seqüestrando e adaptando a frase de Geraldo Vandré: A vida não se resume a uma copa!
A copa vai, e os dedos ficam! Os dedos que se arrastam na tecnologia, que se arrasta na tela e arranham nossas integridades e riscam o pouco do ufanismo e da esperança de que esse país fosse mais coeso, mais forte nas propostas e que jogássemos em grupo.
Se assim fossemos cuidaríamos mais do outro, da sua imagem, da sua integridade. Não somente por favor ou altruísmo, mas pela nossa condição de um dia também precisar sermos cuidados!
Como agir entre o ufanismo e o complexo de vira-lata usando os dedos de fogo nas fornalhas das redes sociais?
Possivelmente se segurarmos com esses dedos nas mãos do criador diminuiria o risco da cairmos aos pés do anjo da capa preta!
Observação: A última frase é uma alegoria, não tem vínculo ou proposta religiosa.
Vai Brasil!