Agora sim, Barbosa, descanse em paz!
21 julho 2014 às 15h44
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“Trocar um sofrimento por outro é, muitas vezes, tão grande alívio como sentir o fim do sofrimento”. Elizabeth Goudge
Tá bom!!!
Até sei que o assunto já passou, mas a memória ainda ferve e dilacera qualquer apaixonado pelo futebol. Desilusão, sensação de abandono? Quem se viu representado por essa nossa seleção? O que tem em comum a vida e o futebol? O futebol e a política? O futebol e a auto-estima de uma nação?
Você nem pensou que sou eu quem vai dar essa resposta, valeu!
Mas muitas idéias passaram como um furacão e das coisas menos importante o futebol é o mais importante. Essa frase foi do técnico da Itália que eliminou o Brasil em 1982. Mas esse esporte hipnotiza o mundo como nenhum outro.
Como liquidificador ele mistura um jogo efêmero de homens gastando a testosterona atrás de um objeto de disputa, uma bola, com sentimentos fortes de luta, possibilidade de glória ou de derrota já que o empate é continuar no mesmo lugar!
Adrenalina que alimenta a alma e condiciona e recondiciona cada resposta biológica do corpo que reboteia na alma e pode ser pano de fundo para manifestação da personalidade. Perdemos, morremos ou vamos para outra? Vamos para várias outras assim como acontece em cada um dos nossos dias, vamos pra outra.
Mas é preciso aprender, essa é a condição.
Primeiro aprender que não se vive de passado, a história registra um penta campeonato, mas a história é exigente, surpreendente, ela sempre espera algo novo, ele se alimenta de atitudes transformadoras e detesta quem a idolatra a ponto de estagnar. Ela gosta de ser referência, mola de propulsão para os homens que a usam para, sempre, construí-la com força e capacidade, nisso ela admira os homens e está a favor de todos nós.
Podemos pontuar para refletir:
1- Um lado bom: Liberamos o goleiro Barbosa de um peso sepulcral! Em 1950 perdemos a final por 2 a 1, talvez por excesso de confiança, não sei, estava longe de lá, mas jogamos. A vergonha e tudo que foi gerado naquela copa não há dúvida que foi a energia potencial necessária para ganharmos as duas primeiras na seqüência, algo nunca igualável. O frango do Barbosa ficou pequeno diante daquele jogo que poderíamos esquecer, mas só se for com o Azheimer, outro alemão. Vai Barbosa, descanse em paz, os deuses do esporte aliviam sua alma.
2- O reverso: Não dá pra esquecer nosso já não tão caro Felipão, devemos a ele, errar tentando acertar vale à pena. A arrogância e prepotência são muito amarradas a quem tem poder ou a quem se delega tanto poder. Esse problema não é só do Felipão, pode estar próximo de todos nós né? Mas daí mandar alguém para o inferno em uma entrevista se resume em despreparo! E… Fomos para o inferno, ao final da copa, quem veio nos fazer companhia? O grande Felipão. O problema é que ele vai ter mais dificuldade de sair de lá!
3- A tatuagem: Todo mundo lembra o final do jogo contra o Chile! Aquela bola na trave podia ter entrando, hoje é mais fácil ver isso! O jogador que chutou deixou gravado na pele essa cena de sabedoria questionável pensa carregar no couro a imagem do “quase”, do como seria se fosse? Mas esse peso não é nosso porque de peso já temos sete, sete, sete, sete,sete, tese, tese setes ss senten, stenç, sentença!!!
4- Qual a diferença do jogador alemão para o brasileiro? A diferença é liquida e certa. Entre suor, lágrimas e sangue todas estão liberadas na competição da vida e do futebol, a questão é a dose. Que desculpem a comparação, mas a granja Comary tem esse nome de granja por quê? Pensa num lobo entrando num galinheiro e pegando sete ovos de cada galinha e essas galinhas tremendo de medo e inanimadas, abatidas?
Estamos falando do comportamento em campo e não de pessoas que merecem respeito, os jogadores. A Alemanha sangrou, o Brasil chorou instável, pressionado… Mas alguém perguntou antes da copa o que se esperava dele? Desde o início o time era um azarão! Era consenso a idéia do “vai que cola”! Estar entre as 4 seleções já foi no tranco, seria fácil conformar.
5- O fim: Vamos então povo brasileiro, parar de idolatrar alemão que gemeu contra a Argélia, escapou contra gana, e num lance que poderia acontecer em um dos lados bateu os argentinos e que no ciclo das copas entre Brasil, Alemanha e Itália sempre ganhará um em algum momento. Os nossos hermanos que começaram a copa contra a Holanda podem um dia repetir a chave em que caíram! E que a vida não se resume a futebol! Que tal tentarmos não eleger sempre os mesmos políticos, será que isso melhorará nosso time? Ou nossa vida?