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Seleta lista de destinos naturais ser divulgada pela Unesco até o final deste mês

Edson Lima Júnior

Da roça em Goiás direto para o círculo polar ártico. Essa é a história de Ítalo Garcia, que é natural de Inhumas. Desde que nasceu, morava em uma fazenda às margens do Rio Meia Ponte e aos 5 anos de idade já trabalhava em lavoura de café. Na adolescência, já andava pela cidade vendendo doces e picolés. “Mas logo vi que aquilo ali não era pra mim”, decretou. Hoje, ele registra suas viagens no perfil @roceiroviajante.

Quando Ítalo completou 18 anos, saiu do Brasil pra jogar futebol em Lisboa, onde chegou a defender a camisa do time português Alverca na 1ª divisão dos juniores. Depois de uma contusão, foi dispensado pelo clube. “Eu machuquei e o time praticamente me botou pra fora, disseram que não precisavam mais de mim”, afirmou. Nesse período, chegou a dormir três noites na rua até encontrar um clube de menor expressão que topou bancar o tratamento dele.

Mas como o sonho do futebol não dava o dinheiro e Ítalo decidiu se reinventar para se manter na Europa. Foi servente de pedreiro e trabalhou em restaurantes lavando pratos e recolhendo copos no bar, onde começou a aprender outros idiomas. Pra conseguir se comunicar com os clientes, aprendeu inglês e alemão. “Nunca fui para a escola de línguas, aprendi tudo sozinho”, garantiu.

Com a vida melhorando, Ítalo começou a viajar pelo continente europeu e criou um perfil nas redes sociais usando o perfil “roceiro viajante”, pra não negar suas origens. “Hoje todo mundo aqui me conhece assim”, disse lembrando ainda que já visitou 65 países. “Nessas viagens vi a oportunidade de trabalhar com o turismo”, destacou. Atualmente, ele ajuda turistas na caça da aurora boreal e também pra conhecer as orcas, as famosas baleias assassinas - que muitos goianos só conhece pelos filmes -, no norte da Noruega. Na sua cartela de clientes, estadunidenses, alemães e suíços.

Hoje ele vive na Dinamarca, é casado com uma belarussa e tem dois filhos. É amigo de jogadores de futebol que também vivem na Europa. “Eu frequento a casa deles e até ajudo a programar a viagem deles”, comentou. E Goiás, agora, só nas férias pra rever os amigos e parentes. A última vez em que esteve em solo goiano foi há dois anos, onde foi “guia turístico” da esposa e dos filhos. “Apresentei o parque Vaca Brava para os meus meninos e comemos um pequi pra não esquecer as origens”, garantiu.

Entenda o que é a aurora boreal
Aurora boreal é um fenômeno que ocorre no hemisfério norte, na região do círculo polar ártico. É caracterizado pela formação de luzes multicoloridas do céu, que se movimentam de forma aleatória e que são resultantes da interação dos ventos solares com elementos químicos da atmosfera da Terra.

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Inclusão coloca percurso entre principais trilhas do Brasil, e possibilita novos investimentos

O Ministério do Meio Ambiente anunciou, nesta terça-feira, 23, a inclusão do Caminho de Cora Coralina na Rede Nacional de Trilhas de Longo Curso (RedeTrilhas). O trecho de 300 quilômetros entre Corumbá e a cidade de Goiás é o segundo do País que passa a integrar o eixo do Programa Parque+, do MMA. O programa foi criado este ano para incentivar o ecoturismo em parques nacionais, entornos e trilhas que os conectam.  

Regulamentada por portaria em 2020, a RedeTrilhas passou a contar com critérios objetivos de adesão, o que permitiu selecionar os percursos que oferecem mais garantias de estrutura e segurança nos trajetos. Segundo o Ministério do Meio Ambiente,  com sistema de sinalização específico, o Caminho de Cora Coralina contempla as exigências, garantindo acessibilidade em diversos trechos e rotas turísticas, tanto para ciclistas quanto para caminhantes.

Segundo a coordenadora do Caminho, Alexandrina Alves, o trabalho para conseguir toda a documentação exigida foi realizado em conjunto com a Associação Caminho de Cora Coralina. “Depois disso, recebemos a visita do Ministério em janeiro deste ano e, agora, saiu a aprovação”, comemorou.

O Caminho

O Caminho de Cora Coralina é uma trilha de 300 km entre Corumbá e a cidade de Goiás, composta por oito municípios e oito povoados, reunindo história, cultura, poesia, natureza e aventura. Além das cidades históricas, também fazem parte do percurso os parques estaduais da Serra dos Pireneus, da Serra de Jaraguá e da Serra Dourada.

Ao longo do trecho, há locais para caminhadas em trilhas, cavalgadas, cicloturismo, arvorismo, rapel, escalada, tirolesa e boia-cross, em meio à paisagem única do Cerrado, com serras, nascentes, cachoeiras, quedas d’água e corredeiras, além de rios e córregos. O passeio oferece vivências na natureza, incentiva a melhoria da infraestrutura e a sinalização das unidades de conservação, promovendo o turismo aliado à preservação do meio ambiente. 

Devido ao agravamento da pandemia, o atrativo está temporariamente fechado para visitação. A decisão foi tomada em conjunto pela maioria dos empresários e parceiros do atrativo e comunicada oficialmente pela Associação Caminho de Cora Coralina no último dia 15 de março. A resolução segue as orientações dos decretos estadual e municipais.

Ações desenvolvidas pela agência na trilha de longo curso foram repassadas aos novos gestores dos municípios