Reconhecida pelo turismo de negócios, Goiânia retoma com força essa tendência no pós-pandemia. A geografia do município é opção para grandes eventos. Nesse sentido, o perfil turístico da Capital contribui para o crescimento de todo o setor turístico no Estado. A última Pesquisa Mensal de Serviços feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que as atividades turísticas em Goiás registraram alta de 5,2%. As informações são de 2023, em comparação ao mês anterior, o que levou o turismo goiano ao quarto lugar de mais crescimento no Brasil.

A vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Goiás (ABIH-GO), Vanessa Pires Morales, explica que o turismo de negócios é aquele em que as pessoas viajam para atender compromissos profissionais como visitas técnicas, reuniões, cursos, congressos, convenções, treinamentos, palestras etc. “Mas o mercado já entendeu que mesmo o turista que viaja a trabalho, não deixa de ser um turista”, pontua.

“Esse estilo de viagem bleisure, uma combinação de business e leisure, que une o conceito de viajar a negócios com lazer, está transformando a indústria do turismo. É um viajante que busca experiência, comunidade e conforto, mesmo em um compromisso empresarial”, acrescenta Morales.

Para este ano a perspectiva para é que o setor de turismo goiano movimente mais de R$ 1 bilhão. Caso isso se concretize, será um incremento de 14% em relação aos R$ 886,2 milhões gerados em 2019. Essa estimativa é da Goiás Turismo. A entidade se baseia no crescente número de turistas de eventos, negócios e compras no estado. O momento é analisado como propício para tanto para a Capital quanto as cidades do interior na atração de turistas. O otimismo leva em consideração os aumentos recentes nos números de voos, gastronomia variada, grandes shows e festivais e crescimento da rede hoteleira.

Dados da Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (Abracorp), em fevereiro deste ano, revelam que o segmento turístico movimentou R$ 908 milhões. Para efeito de comparação, o aumento foi de 76% em relação ao mesmo mês de 2022. O avanço foi de 22% na comparação com quatro anos atrás, mostrando uma crescente constante.

Diferente do turismo de lazer, o turismo de negócios é destacado pela particularidade. Isso porque não há altas ou baixas temporadas. O motivo seria devido o setor estar sempre ativo em todos os meses do ano. Em capitais não litorâneas, como é o exemplo de Goiânia, estima-se que dois terços dos viajantes se deslocam por motivos de negócios. “Essas pessoas frequentam restaurantes e casas noturnas, alugam carros, compram roupas e presentes e, quando têm tempo livre, também gostam de fazer passeios turísticos”, cita Vanessa.

Hospedagem

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) Turismo, a maior parte dos gastos dos turistas ficam na hospedagem. Atentos a essa questão, o setor hoteleiro busca soluções e mais opções para os visitantes. Por exemplo, a empresa goiana especializada em hospitalidade, a STAY, vem se reinventando com locações de flats a apartamentos.

“Esse estilo de hospedagem é vantajoso para quem loca os flats e apês e rentável para o proprietário do imóvel. Há muita demanda por esse tipo de estadia, que oferece comodidades semelhantes às dos hotéis e pousadas. Esse modelo novo em relação à locação tradicional diminui as chances de o imóvel ficar vazio; ao contrário: rentabiliza mais para o dono, se tornando um investimento seguro”, afirma Vanessa, que também é head de hospitalidade, vendas e marketing da STAY.