Resultados do marcador: Quadrinhos

"Aos 42 anos eu cheguei lá, desenhista Marvel, e pretendo que seja só o começo"

Em décadas passadas, o Ceará viveu o auge da era da pistolagem. Políticos guerreavam muito além do campo das palavras, utilizando pistoleiros para executar adversários

Talentoso quadrinista brasileiro relança obra, mas também terá trabalho inédito no fim do ano

Se em “Batman: A Piada Mortal” vemos que um dia ruim pode mudar a vida de um homem, imagine uma sucessão de tragédias

Personagem que trava batalha com o sobrenatural pode levantar comparações com John Constantine, mas é bem diferente
Em 2013, ao aproveitar as manifestações que tomaram as ruas do País, o quadrinista Luciano Cunha lançou o anti-herói Doutrinador. O personagem é, na prática, um vigilante caçador de políticos e empresários. O sucesso foi tão grande, que a criação foi parar no cinema e também na TV, pois virou série.
Além disso, Luciano aproveitou a boa fase para criar o selo Guará Entretenimento, que, além do Doutrinador, traz outras histórias no mesmo universo. Dentre elas, o “Santo”. Adquiri recentemente a edição #1.
A ideia é uma publicação periódica nos moldes Marvel/DC, mas com equipe, histórias e personagens brasileiros. O Santo acompanha a história do médium Salvador Sales, que, apesar de não ter nada a ver com o Hellblazer (o mago inglês John Constantine), logo de cara levanta comentários comparativos.
Sinopse
“Salvador Sales é um professor solitário que rejeita sua mediunidade, latente desde os quatro anos de idade. Mas ele presencia um brutal ataque a um centro de umbanda, perpetrado por uma sociedade secreta que revive o Círculo Vril, uma tenebrosa mistura de magia negra e arianismo. Ele então decide usar seus poderes paranormais para combater os lunáticos e descobre um influente político por trás do grupo. Enquanto forças espirituais poderosas se envolvem numa verdadeira guerra entre luz e sombras, Salvador encontra seu ideal de luta contra falsos profetas.”
Política, religião e nazismo. Um monte de clichês batidos no liquidificador. Apesar disso, é divertido e vale a sequência de leitura para ver onde isso vai dar.
A história não é sutil. Espíritos guias já deixam claro logo de cara que tudo está acontecendo, a batalha do bem e do mal é direta.
Ambientação
O protagonista é um homem negro que tem como uniforme terno branco e chapéu, que provavelmente tenta remeter aos pais de santo. Mas ele aparece em boa parte da história com trajes civis.
Ambientada no Rio, a história tem cenários de acordo e, sendo assim, bem diferente dos estilos de comics dos Estados Unidos. Ponto para arte de Mikhael RS e as cores de Alzir Alves. Já o roteiro é de Luciano Cunha e Gabriel Wainer.
Obras
A primeira edição do Santo, que foi publicada em maio deste ano, mas só chegou por aqui em julho, tem formato 17 x 26 cm e 48 páginas. A número #2 ainda não apareceu, mas quando vier, provavelmente comprarei movido pela curiosidade.
Além do Santo e do Doutrinador, a Guará Entretenimento também possui outras HQs impressas. São elas: “Os Desviantes” e “Pérola”.
“Os Desviantes” traz uma história mais voltada para o universo dos super-heróis. "Num país ainda mais dividido entre ricos e pobres, as castas privilegiadas — a chamada Fortaleza — tenta dominar as zonas periféricas autoproclamadas Resistência, onde vivem os desamparados, as cobaias para experimentos transumanos. É na luta entre essas duas forças que nossos heróis Fióti, Tom e Anita entram em cena. Uma guerra civil ideológica-tecnológica, onde voltar para casa será uma aventura épica”.
Já em “Pérola”, o leitor acompanha “uma dançarina que está juntando dinheiro para tirar ela e Belinha, sua irmã mais nova, dessa vida. Seu cafetão a manda para uma festa na casa de poderosos e Pérola experimenta uma droga que lhe dá habilidades sobre-humanas. Quando volta da festa, sua irmã Belinha é sequestrada por uma quadrilha de prostituição e sua saga para combater o crime só está começando”.

“O ataque das terríveis abobrinhas mutantes zumbis comedoras de cérebro” busca apoio na plataforma de financiamento coletivo para virar papel

Bárbaro criado na década de 1930 se mantém interessante para velhos e novos leitores

Ao manter o texto bíblico e não adaptá-lo, quadrinista mostra visualmente todo o peso contido no livro original

História dos anos 1980 mostra os problemas da fé cega e a busca constante por um salvador

Obra lançada em 2014, no Brasil, conta com a arte do brasileiro Eduardo Ferigato
Sempre gostei da ideia do personagem Fantasma, de Lee Falk. O "espírito que anda", como é conhecido, atua no fictício país Bengala, na África, e, aparentemente, é imortal. Esta impressão, que causa terror em seus inimigos, se dá ao fato de que a máscara e o anel são passados de pai para filho.
A história foi criada em fevereiro de 1936, como tira diária de jornal, e em versão dominical, colorida, de maio de 1939 a 2006 — com Lee Falk, seu criador, até 1999 e, posteriormente, com Tony DePaul (roteiro) e Mike Manley (arte), de segunda a sábado, e Terry Beatty (aos domingos). Outros nomes passaram, pela tira, entre o autor original e os atuais, mas não é sobre essas publicações de veículos de comunicação que iremos falar, mas da obra “O Último Fantasma — A Jornada do Espírito”.
O Último Fantasma
A série, originalmente lançada pela Dynamite Entertainment em 2010 como “The Last Phantom” chegou por aqui pela Mythos Books em 2014. No roteiro, Scot Beatty, com artes do brasileiro Eduardo Ferigato e belas capas pintadas de Alexa Ross.
“O próximo Fantasma pode muito bem ser o último! Por mais de vinte gerações, os filhos de Kit Walker assumiram as armas e os anéis do Espírito que Anda para defender a indefesa Bengala e todo o mundo. Por razões a serem reveladas, o mais jovem Kit Walker — último filho de sua linhagem heroica — optou por afastar-se da missão auto imposta do Fantasma. Porém, à medida que forças externas e internas conspiram para controlar Bengala, Kit descobre que ele e todos os seus entes queridos agora são alvos.! Ser o Fantasma é uma escolha ou um destino inescapável?", questiona a sinopse.
A obra, que revigora o personagem de forma cativante, formato 17 x 26 cm, 176 páginas e capa dura. Existe uma sequência, intitulada “A Lei da Selva”, mas essa fica pra depois.
História
Após um jantar beneficente promovido pelo atual Kit Walker — que possui uma rentável instituição filantrópica —, em Nova York, ele e o primeiro-ministro de Bengala pegam um voo de retorno a África. O que não imaginava era que seu avião seria sabotado ao mesmo tempo que a família do herói era assassinada em uma vila. Tudo isso por seu amigo Peter Quisling.
Esse era o estopim que Kit precisava para assumir o anel, as armas e a máscara do fantasma. Mas agora tudo é mais tecnológico.
A camuflagem é científica, as armas automáticas, tudo foi adequado aos tempos modernos, mas, claro, os vilões também dispõem dos mesmos recursos. E a luta pela sobrevivência começa na selva, onde ele e o primeiro-ministro sobreviveram à queda do avião (e, neste momento, ele só dispõe do treinamento de “espírito que anda” e sua maleta).
Com uma pintura no corpo, ele enfrenta cerca de meia dúzia de mercenários camuflados/invisíveis e triunfa, apenas com os outros sentidos. O primeiro-ministro não tem tanta sorte.
O plano do empresário de matar Kit e o primeiro-ministro envolve dar poder e presidência vitalícia ao general Jaali Kiboko, mas a persistência do Fantasma, se torna, obviamente um complicador.
Outros pontos
É importante dizer que talvez os melhores momentos da trama, que já é interessante, sejam os flashbacks. Histórias do treinamento de Kit, ainda criança, por seu pai, o Fantasma anterior.
As cenas, que surgem durante a narrativa principal, mostram um pouco da vida do herdeiro do Fantasma e explicam o porquê de ele não querer segui-la — destino do qual, como mostra a HQ, é difícil de escapar...
Esta, que parece uma jornada de vingança, pode ser, simplesmente, uma jornada. A história depende da sequência, mas homenageia o fantasma original e pode conquistar novos fãs para o personagem.
“Eu era um pai, tinha um filho e uma linda mulher… Este lugar, esta missão ficou na frente do meu verdadeiro caminho. Eu quebrei a tradição e agora… Sou apenas um fantasma”.
E para quem pensar que um personagem da década de 1930 não tem mais nada a oferecer… “Bengala resiste”.
[caption id="attachment_197743" align="aligncenter" width="620"]
Eduardo Ferigato: brasileiro que recriou o Fantasma | Foto: Reprodução[/caption]
Eduardo Ferigato
Nascido em 1976 em Campinas, o brasileiro Eduardo Ferigato é também conhecido por organizar a versão em quadrinhos da sátira Feira da Fruta (paródia que redublou um episódio da série do Batman, dos anos 1960), das HQs de ficção científica, Quad, e, mais recentemente, pela obra Piteco, que faz parte do selo Graphic MSP, do Maurício de Sousa.
Ferigato também já foi premiado com o Troféu HQ Mix. Ele venceu na categoria Melhor Publicação Independente de Autor, em 2017, pela HQ Opala 76. Seu traço, que já era bom, mudou muito — e pra melhor –— de “O Último Fantasma” pra cá.

HQ acompanha agente do FBI William Clyde, que se vê em uma investigação ultrassecreta sobre um “fantasma” que tem atuado desde a Segunda Guerra Mundial

HQ adapta lenda japonesa e traz elementos da mitologia oriental com os personagens do escritor britânico

Ex-vocalista do The Doors talvez não conquiste no quadrinho pelo excesso de verborragia e poucas gestos
Príncipe Valente, de Hal Foster, atravessa gerações e, agora, é possível acompanhar suas histórias em edições separadas por ano

Título da HQ é, aparentemente, a única palavra que o protagonista é capaz de dizer, além de seu nome