Resultados do marcador: Prefeitura de Goiânia

O deputado federal afirma que ele e Francisco Júnior saíram do PMDB porque o chefe político peemedebista impedia a renovação

[caption id="attachment_75940" align="alignright" width="620"] Magda Mofato, Flávio Canedo, Thiago Peixoto, Francisco Júnior, Vilmar Rocha e Adriana Accorsi possivelmente apoiarão a candidatura de Vanderlan Cardoso no segundo turno. É a hora do anti-irismo[/caption]
A eleição para prefeito de Goiânia será realizada daqui a oito dias. Portanto, se as pesquisas de intenção de voto estiverem certas, o segundo turno se dará entre os candidatos do PSB, Vanderlan Cardoso, e do PMDB, Iris Rezende. Só não se sabe quem irá para a próxima etapa em primeiro lugar. Os iristas apostam no peemedebista, avalizados por sua história na capital. A ascensão fulminante do postulante do PSB sugere, para seus defensores, que pode superar Iris Rezende, indo para a etapa seguinte em primeiro lugar.
Com o quadro teoricamente definido, algumas campanhas começam a ser desaceleradas, até por que não compensa gastar dinheiro quando se sabe que o resultado será infrutífero. Em “on”, publicamente, nenhum dos postulantes, a partir do terceiro colocado, admite que vai apoiar Vanderlan Cardoso ou Iris Rezende no segundo turno. Em “off”, privadamente, alguns deles, além dos líderes dos partidos políticos, começam a pensar num rearranjo político.
O PR da deputada federal Magda Mofatto, uma política articulada e com forte presença no interior, tende a fechar acordo para apoiar Vanderlan Cardoso. Claro que tudo vai depender de uma conversa com o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), que, por certo, será o avalista do acordo político entre o PR e o PSB. Há, como se sabe, o fato de que o PSB terá candidata a senadora em 2018 — a senadora Lúcia Vânia — e Magda Mofatto já se apresenta como postulante a uma vaga na chamada “câmara alta”. Frise-se: no PR manda a deputada-empresária e seu marido, Flávio Canedo. Ninguém mais.
O PT, depois da debacle nacional, é um barco à deriva, em busca de um porto sobre o qual seus militantes nada sabem e não contam com bússola para localizá-lo. No segundo turno, tende a se dividir. A corrente do deputado estadual Luis Cesar Bueno — que teria Síndrome de Estocolmo em relação ao líder do PMDB na capital — tende a apoiar Iris Rezende. Mas Pedro Wilson, Olavo Noleto, Osmar Magalhães, Carlos Soares e Adriana Accorsi possivelmente apoiarão Vanderlan Cardoso. O motivo é simples: o peemedebista, com o apoio do vice-prefeito Agenor Mariano, faz o possível para descontruir a gestão petista.
O PSD do ex-deputado federal Vilmar Rocha, do deputado federal Thiago Peixoto e do deputado estadual Francisco Júnior — candidato a prefeito de Goiânia — não hesitará um minuto: vai apoiar Vanderlan Cardoso. Aliados do governador Marconi Perillo, os pessedistas, ao apostarem no postulante do PSB, estarão apostando na disputa de 2018, por isso não ficarão ao lado de Iris Rezende.
O resultado é que a massa de apoio a Vanderlan Cardoso vai crescer no segundo turno — encorpando sua campanha — e o grupo de Iris Rezende não deve crescer. Isto fará uma diferença enorme.

[caption id="attachment_72064" align="alignright" width="620"] Fotos: Fernando Leite e Renan Accioly/ Jornal Opção[/caption]
O Jornal Opção perguntou para dois pesquisadores: “Nas últimas pesquisas, o que de fato mais chamou sua atenção?”
Os pesquisadores sugerem que há um aspecto que desperta mais a atenção dos que trabalham com pesquisas: a simulação de segundo turno. Quando pesquisas mostram que Iris Rezende, candidato do PMDB a prefeito de Goiânia, e Vanderlan Cardoso, postulante do PSB, estão empatados — por exemplo, com 43% e 42% —, isto significa que a situação de Iris Rezende é das mais complicadas.
Iris Rezende, sublinham os pesquisadores, é um político “de” Goiânia e que tem fama de sempre ganhar na capital, tanto para o governo quanto para a prefeitura. Mas agora, de acordo com a simulação de segundo turno, o quadro mudou: os eleitores tendem a trocá-lo por aquele candidato que se pode nominar de “novo consistente”, ou seja Vanderlan Cardoso.
O que aconteceu com Iris? Esgotou-se politicamente, perdeu conexão com os eleitores.
A fama de não terminar mandatos é outro dos problemas incontornáveis de Iris Rezende. Parece que o eleitor goianiense percebe, ao menos agora, que o peemedebista é “fissurado” pelo governo do Estado. Antes, poucos eleitores observavam o nome do vice e suas peculiaridades. Mas, como o peemedebista não para, sempre se desincompatibilizando para disputar outros cargos, os eleitores, desta vez — e também devido a Paulo Garcia, do PT, o prefeito super reprovado da capital —, estão de olho no vice, o Major Araújo, e parece não aprová-lo. E sua desaprovação aumenta a rejeição de Iris Rezende.
Um dos principais problemas de Iris Rezende é que o eleitor o percebe como um político superado, que não se atualizou. Ao mesmo tempo, é apontado como aquele gestor que não vai além do arroz com feijão. Em termos políticos e de gestão, é visto como uma pessoa que não tem capacidade de renovar-se. Pode-se dizer, portanto, que acabou a lua de mel de Goiânia com Iris Rezende e que se tornaram espécies de Brad Pitt e Angelina Jolie, falando linguagens diferentes.
Ao mesmo tempo em que Iris Rezende perde sintonia com os goianienses, Vanderlan Cardoso aparece como líder, como um político forte e qualificado. Os pesquisadores frisam que o Vanderlan Cardoso de hoje não é o mesmo de 2014. Na opinião dos especialistas, ele é mais sólido, até falando com mais firmeza e precisão. Seu programa eleitoral, apresentando-o nas ruas, sugere que mantém contato com a cidade e os seus problemas reais.
Por ser mais jovem — tem 30 anos a menos do que Iris Rezende, que tem idade para ser seu pai —, Vanderlan é notado como mais contemporâneo dos moradores da cidade.
Outro fator positivo para Vanderlan é sua rejeição baixa. A rejeição é um limitadores do crescimento de Iris Rezende

Candidato do PSB disse que levantamentos diários já mostram seu nome como o mais citado pelo eleitor de goianiense

Candidato do PSB tem 27,1%, atrás 8 pontos percentuais de Iris Rezende (PMDB), que marca 35,7%

Considerando que o 2º turno está praticamente assegurado, a ordem dentro do comitê do candidato do PSB é encostar no peemedebista nas pesquisas

Candidato do PSB surpreende e está a um ponto do decano peemedebista. É também o menos rejeitado

[caption id="attachment_71193" align="aligncenter" width="620"] Delegado Waldir e Vanderlan Cardoso | Fotos: Renan Accioly/ Jornal Opção[/caption]
O objetivo número um da aliança que apoia Vanderlan Cardoso, candidato do PSB a prefeito de Goiânia, nos próximos dez dias, é passar o candidato do PR, Waldir Soares. Aposta-se que, superado o segundo colocado, que está caindo — mais precisamente, estagnado; é possível que esteja sendo “canibalizado” eleitoralmente por Iris Rezende, do PMDB —, se criará uma nova “expectativa de poder”. Não só: avalia-se que, “removido” o delegado, Vanderlan Cardoso tende a crescer e a se aproximar do postulante peemedebista. Há a tese de que Waldir, além de não crescer, está segurando a possibilidade de outro candidato crescer e se aproximar do líder.

[caption id="attachment_73249" align="aligncenter" width="620"] Vanderlan Cardoso , Waldir Soares e Iris Rezende: a tendência é que os eleitores julguem eles, e não suas alianças políticas[/caption]
Há corrupção na Saneago? Tudo indica que sim. Mas vale ressalvar que, para se ter uma visão global e isenta, é preciso que o caso, adiante, seja avaliado e julgado por um juiz. Por enquanto, está na esfera da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. Em seguida, concluído, o inquérito será remetido à Justiça, que, aí sim, pode individualizar culpas e condenar — ou não — pessoas que forem comprovadamente venais. A pergunta é: o caso terá influência na eleição de Goiânia? Pode ser que sim e pode ser que não.
O eleitor brasileiro, não apenas o goianiense, tem o hábito de levar em conta, quando vota, o candidato — e não seu vice ou a aliança política que o banca. Veja-se o caso do deputado Waldir Delegado Soares, que tem o apoio do ex-deputado Valdemar Costa Neto, um dos mensaleiros que foram condenados pela Justiça. O eleitor avalia o apoio do político que até há pouco usava tornozeleira eletrônica ou o candidato a prefeito? O candidato, é claro. Adriana Accorsi é ligada a Delúbio Soares, o ex-tesoureiro do PT, mas o eleitor tende a avaliá-la, e não sua aliança com ele. Iris Rezende recebeu o deputado Eduardo Cunha em sua casa, mas o eleitor só vai julgar o candidato peemedebista. O mesmo pode ocorrer no caso da Saneago.
Vanderlan Cardoso é candidato do PSB, e não do PSDB — cujo presidente regional, Afrêni Gonçalves, está preso. Seu vice é o tucano Thiago Albernaz (de história limpa). Mas a tendência do eleitor é avaliar o postulante a prefeito, não sua aliança ou seu vice.

Alberto Araújo — O marqueteiro da campanha; Armando Vergílio — Líder do Solidariedade; Benitez Calil — Presidente do PSL em Goiás; Bráulio Morais — PSDB, um pé do governador Marconi Perillo na campanha; Carlos Maranhão — Marqueteiro, o outro pé Marconi na campanha; Eduardo Zarath — Presidente do PV; Elias Vaz — Vereador, do PSB; João Campos — Deputado federal e presidente do PRB em Goiás; Lucas Calil — Deputado estadual, do PSL; Lucas Vergílio — Deputado federal, do Solidariedade; Lúcia Vânia — Senadora, do PSB; Marcelo Augusto — Presidente do PHS de Goiânia ; Marcos Abrão — Deputado federal, do PPS; Pastor Quirino — Líder do PRB; Rafael Louza — Presidente do PSDB em Goiânia. Roni Pessoni — Do PSB; Sandes Júnior — Deputado federal e presidente do PP em Goiânia; Simeyzon Silveira — Deputado estadual, do PSC; Thiago Albernaz — O vice, do PSDB.

[caption id="attachment_38592" align="aligncenter" width="620"] Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
O vice-prefeito de Goiânia, Agenor Mariano, é um dos golden boys do candidato do PMDB a prefeito da capital, Iris Rezende. Como dizem os indefectíveis colunistas sociais, são carne, unha e cutícula. O Jornal Opção pergunta: “Iris Rezende avalia que tem condições de ser eleito no primeiro turno?” O peemedebista responde: “Iris nos diz que é preciso trabalhar redobrado, sem vaidade e arrogância, respeitando todos os candidatos e, sobretudo, os eleitores. Não se ganha eleição por antecipação, temos consciência disso. No momento, nós temos 44% dos votos válidos e as pesquisas de intenção de voto sinalizam que estamos em processo de crescimento. O que esperamos é que, por meio do que se pode chamar de ‘migração de votos’, o nosso candidato conquiste votos dos indecisos e que, aos poucos, retire votos dos demais candidatos, como Waldir Soares. A tendência é que o candidato que está liderando, de maneira consistente, tanto por sua experiência em termos de gestão quanto pela estatura política, absorva o chamado voto útil”.
Agenor Mariano afirma que, ao examinar as pesquisas, pouca atenção se tem dado a uma informação: “Iris Rezende está superando o que alguns chamam de ‘teto do PMDB’, cerca de 30%, e se aproximando dos 40% das intenções de voto. Ao mesmo tempo, os demais candidatos, como Waldir Soares e Vanderlan Cardoso, longe de crescerem, perderam contato com o postulante peemedebista. Eles não estão crescendo. No caso específico do postulante do PR, há sinais evidentes de que está caindo e não se sustenta até 2 de outubro. Por certo, daqui para frente, lutará, não para se aproximar de Iris, o que parece impossível, e sim para não perder espaço, ainda mais, para Vanderlan. O fato é que só Iris está numa situação confortável. Os demais lutam para disputar o segundo turno com o nosso candidato. Este é o quadro real. O resto é filigrana política”.

Tese de um deputado petista: “Sabemos que, a partir de determinado momento, dada sua estrutura poderosa, Vanderlan Cardoso irá superar Waldir Soares, que não tem consistência política nem um grupo sólido de apoio. Assim que isto acontecer, a candidata a prefeita de Goiânia pelo PT, Adriana Accorsi, vai partir pra cima do delegado, com o objetivo de superá-lo, e depois vai tentar se aproximar do candidato do PSB”.

Levantamento do Instituto Grupom para a rádio 730-AM repete situação registrada antes por Serpes e Instituto Paraná: Iris tem vantagem, Waldir estaciona em 2º e Vanderlan está na 3ª posição

A rejeição de Iris Rezende (34,5%) e Waldir Soares (34,2%) é alta. Vanderlan Cardoso é o menos rejeitado pelos eleitores
O geólogo e marqueteiro Carlos Maranhão integrou-se à campanha de Vanderlan Cardoso, com o objetivo de dar um verniz mais social ao discurso do candidato do PSB a prefeito de Goiânia. Mais: Carlos Maranhão, na equipe, é sinal de que o governador Marconi Perillo está mesmo empenhado na campanha do empresário.