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Novo romance de Donna Tartt será levado ao cinema por Brett Ratner

42272389"O Pintassilgo" (Companhia das Letras), de Donna Tartt, deve entrar na lista dos melhores romances publicados no Brasil em 2014. A prosadora americana escreve muito bem, tem uma imaginação poderosa e, por isso, sabe como poucos contar uma (intrigante) história. Há uma vantagem extra: a tradução de Sara Grünhagen é do primeiro time, fluente e sem erros. Aqueles que preferem cinema a ler um livro de 719 páginas podem ficar sossegados: o romance será adaptado pelo diretor Brett Ratner (“Hércules”). A Warner Bros adquiriu os direitos. Brad Simpson e Nina Jacobson serão os coprodutores. O trabalho do roteirista não será nada fácil, e não pelo tamanho do livro, e sim porque a história é intrincada e há detalhes que, embora importantes, não cabem num filme de duas horas. Mas o núcleo do romance é adaptável. Na página 33, o personagem Theo cita “Cidadão Kane”, de Orson Welles: “Gostei muito da ideia de uma pessoa poder reparar, casualmente, numa desconhecida fascinante e lembrar-se dela o resto da vida”.

Livro conta que ditadura civil-Militar vigiou de muito perto líderes da Igreja Católica no Brasil

imprensa1A ditadura civil-militar vigiou integrantes da Igreja Católica, revela o historiador Paulo César Gomes. Seu livro “Os Bispos Católicos e a Ditadura Militar Brasileira: A visão da Espionagem” (Record, 224 páginas), baseado em documentos inéditos e secretos, mostra que os governos militares se preocupavam muito com as ações dos líderes católicos. César Gomes, pesquisador do Grupo de Estudos Sobre a Ditadura Militar da Universidade Federal do Rio de Janeiro, é mestre e doutorando em história. Comentário de Daniel Aarão Reis, um dos mais historiadores do período pós-64: “Pesquisando os arquivos da chamada ‘comunidade de informações’, garimpados por mão segura e olhar aguçado, dialogando com a melhor literatura sobre o assunto, Paulo César Gomes reconstitui esta trama complexa — recoberta e dissimulada por grossas camadas de memória —, apanhada em seus meios-tons e matizes diferenciados, tortuosa e contraditória como a vida. É o que faz deste livro um trabalho de História”.

Tradutoras dizem que não fizeram traduções para editora Germinal

Denise Bottmann

Sobre as fraudes da Editora Germinal, fico contente em avisar que tive ciência do andamento do inquérito policial por estelionato que o Ministério Público de São Paulo considerou por bem instaurar: as pessoas que constavam como tradutoras das duas obras que questionei junto ao MP “confessaram não terem sido as autoras das traduções em tela” e o laudo pericial realizado pelo instituto de criminalística constatou que “as obras questionadas e os padrões” apresentavam conteúdos semelhantes.

Para acompanhar o caso da Germinal, conhecer os cotejos, a relação das várias fraudes e as denúncias de Alfredo Monte e de Euler Fagundes De França Belém desde 2004, veja http://naogostodeplagio.blogspot.com.br/search/label/germinal.

O músico João Gilberto tenta mas não consegue apreender biografia não autorizada

João Gilberto, o Roberto Carlos da Bossa Nova, tentou mas não conseguiu apreender o livro “João Gilberto”, de Walter Garcia, publicado pela editora Cosac Naify, em 2013. O Portal Imprensa relata que “a 5ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a decisão de primeira instância que indeferiu o pedido de busca e apreensão de biografia não autorizada do cantor e compositor João Gilberto”. A Justiça avaliou, com correção, que a apreensão do livro “seria uma forma de censura prévia”, registra o portal. “O relator João Francisco Moreira Viegas avaliou que o compositor não demonstrou o alegado dano moral que teria sofrido e agiu com a intenção de determinar censura antecipada ao livro.” Livros que propagam a obra de João Gilberto, reconhecidamente de qualidade, não provocam dano algum. Pelo contrário, soam como publicidade de sua música. “Nos apertados limites dessa cautelar, em que o autor/apelante só busca a apreensão da obra literária em via de ser divulgada, não há mesmo como reconhecer a ocorrência de lesão à honra, à imagem ou à intimidade do apelante. Adentrar nessa seara é admitir a possibilidade de censura prévia", assinalou o relator João Viegas. Não há dúvida de João Gilberto é um dos maiores artistas brasileiros, comparável a Noel Rosa, Chico Buarque e Caetano Veloso. Mas seu comportamento no Brasil não parece o de um simples mortal. Ele comporta-se como uma espécie de Emilio Garrastuzu Médici da música patropi. Fica-se com a impressão de que se uma pessoa espirrar, e se o espirro soar como “jooooããããoooo ggggilllbberrtoo”, o músico recorrerá à Justiça para mover mais um processo. A Justiça não deve ser vista como chicote para “atacar” aqueles que, mesmo escrevendo de maneira positiva sobre seu trabalho — e a respeito seu estranho comportamento —, não se posicionam como aduladores tradicionais. João Gilberto é, possivelmente, maior do que o mito de ranzinza, chato de galocha, como se dizia quando ele era jovem, que está criando para si. O gigante fica menor quando encrespa quando faz muito barulho por nada.

Marina Silva ganha no segundo turno. Missão de Dilma e Aécio é tentar arrancar sua aura de não política

Ascensão da ex-ministra deve forçar a presidente a mudar seu marketing político e partir para o confronto com a candidata a presidente do PSB

Nigerianos roubam U$ 242 milhões de banco brasileiro

Misha Glenny con­ta a his­tó­ria do gol­pe que um gru­po de cri­mi­no­sos ni­ge­ri­a­nos apli­cou no Ban­co No­ro­es­te, das fa­mí­lias Si­mon­sen e Cochra­ne, en­tre 1995 e 1997

J. K. Rowling deve publicar mais um livro sobre Harry Potter

A autora não esclarece se a história da cantora Celestina Warbeck, personagem de “Harry Potter”, vai ser transformada em livro

Revista Veja põe TVeja na internet

A revista “Veja” fez o que todos vão fazer: criou a TVeja. O canal, que será ancorado pela jornalista Joice Hasselmann, terá programação fixa e diária na internet. A web possibilita a integração total do jornalismo. Tirar proveito disso vai gerar mais acesso e, daí, influência e, eventualmente, mais faturamento. As entrevistas das “Páginas Amarelas” vão ser levadas ao ar.

Amazon sugere que livrarias melhorem serviços aos leitores ou fechem as portas

bezos1 A Amazon (www.amazon.com.br), maior livraria virtual do mundo, está no Brasil desde quinta-feira, 21, oferecendo, além de mais de 2 milhões de e-books, 150 mil livros impressos de 2.100 editoras brasileiras. “É o maior catálogo de livros em português no país”, afirma o gerente geral do grupo no Brasil, Alex Szapiro. Não resta dúvida de que a Amazon facilita a vida dos leitores e deve contribuir para melhorar os serviços das livrarias (e até das editoras) brasileiras. A concorrência é um incentivo à melhoria do atendimento do leitor. A Fnac de Goiânia, para ficar num exemplo, trata o leitor como se não existisse. Recentemente, comprei uma biografia do Frei Tito pela Livraria Cultura (a melhor do país no atendimento virtual) e o livro demorou mais de um mês para chegar. As livrarias físicas de Goiânia, como Saraiva, Fnac e Nobel, já estavam vendendo a obra. Mas, se beneficia os leitores, com preços mais baixos, a Amazon joga pesado e contribui para o fechamento de livrarias físicas e provoca crise até em grandes editoras, tanto nos Estados Unidos quanto na Europa. Há uma briga sem quartel entre a livraria e a Editora Hachette, que não aceita vender segundo seus preços. Autores como os best selleres John Grisham e Stephen King — e mais 900 escritores — ficaram ao lado da editora As editoras Record, Companhia das Letras e Novo Conceito saudaram a chegada da Amazon. Mal sabem o que está prestes a acontecer. A livraria vai promover, a médio prazo, uma verdadeira guerra com livrarias e editoras. Jeff Bezos, o chefão da Amazon, joga pesado, especialmente quando se sente fortalecido localmente. Dá para controlar a Amazon? Não dá. Os Estados Unidos não deram conta. França e Alemanha tentam mantê-la sob controle. Mas sua relação forte com o leitor, com a política de preços mais baixos, é praticamente invencível.

Patrícia Poeta e William Bonner: jornalismo da TV Globo que escandaliza por ser crítico

bonner e poeta William Bonner e Patrícia Poeta fizeram entrevistas exemplares com Eduardo Campos, Aécio Neves e Dilma Rousseff. Os jornalistas não “alisaram” nenhum dos candidatos e fizeram perguntas críticas cruciais. Aécio e Dilma não gostaram, evidentemente, porque no Brasil todos querem que o jornalismo seja o sorriso do poder e a cárie da sociedade. Militantes atacam a TV Glo­bo, fazendo referências à sua ligação com o regime militar. Os militares não estão no poder há 29 anos e a Globo se tornou crítica e, como as entrevistas mostram, com todos. Seus proprietários, diretores e editores podem ter simpatia por algum candidato — talvez Aécio Neves (e Dilma Rousseff tende a ser o plano b) —, mas as entrevistas foram deliciosamente objetivas.

A história de Manuel Madruga, um self made man cego

O empreendedor ficou cego aos 26 anos e mesmo assim fundou um mini império de venda de tecidos

Caso Míriam Leitão: revista Veja erra ao censurar artigo de Rodrigo Constantino

[caption id="attachment_13405" align="alignright" width="620"]imp1 Miriam Leitão, jornalista, e Rodrigo Constantino: a primeira, vítima da ditadura dos militares; o segundo, vítima da censura da revista “Veja”[/caption] A revista “Veja” é uma das poucas publicações liberais do Brasil. Há outras, mas mantêm um pé na esquerda, flertam com o centro e fingem que não percebem a direita, tratando-a com certo distanciamento e ironia, às vezes como uma coisa exótica e bizarra. Se a “CartaCapital” alinha-se à esquerda, apoiando desabridamente o governo da presidente Dilma Rousseff, por identificação ideológica, a “Veja” não faz diferente, apostando no pensamento liberal, tanto que escreve a palavra “Estado” com letra minúscula — o que talvez seja uma infantilidade, porque o Estado tem sido uma espécie de salva-vidas das alopradices do mercado. Pode-se dizer que, como é avessa ao populismo patropi e não disputa eleições, a “Veja” é mais liberal do que a maioria dos liberais. Às vezes “empurra” (ou devolve) os liberais para o liberalismo — o que é positivo. A revista contribui para deixar o ambiente político e ideológico mais claro e objetivo. Nesta semana, porém, o liberalismo da “Veja” foi posto em xeque. Pode-se até acusar o colunista Rodrigo Constantino de “deselegante”, mas pelo menos é um dos poucos liberais que, além de ter o que dizer, não tem receio de expor suas posições, às vezes cáusticas (e mais fundamentadas do que as de Diogo Mainardi). A jornalista Míriam Leitão concedeu um depoimento lancinante ao jornalista Luiz Cláudio Cunha, publicado no Observatório da Imprensa, no qual relata como foi torturada (leia o depoimento no link http://bit.ly/1tv22VS) por militares, em 1972, quando era ligada ao Partido Comunista do Brasil (PC do B). Ela tinha 19 anos, estava grávida e trabalhava como jornalista numa rádio. Tudo indica que o depoimento é sincero — há um histórico de seriedade a considerar — e Míriam Leitão diz que não tem ódio e não exige indenização do governo. A jornalista quer apenas um pedido de desculpas das Forças Armadas, que, até agora, não ocorreu. Não há revanchismo em suas palavras, não há proposta de caça às bruxas. No seu artigo, publicado no site da “Veja”, no qual é blogueiro, Rodrigo Constantino pergunta se Míriam Leitão vai pedir desculpas por ter pertencido a um partido comunista, “entoando hinos marxistas”. Ele frisa que a jornalista não é uma “heroína”. No seu depoimento, em nenhum momento ela diz que é. Se condena Míriam Leitão por ter sido comunista e por ter combatido a ditadura com o objetivo de instalar outra ditadura — a do proletariado; na prática, da Nomenklatura —, Rodrigo Constantino não condena a tortura, o que seria de se esperar de um liberal. Liberais em geral defendem o indivíduo contra os tentáculos arbitrários do Estado, sejam de direita ou de esquerda. Entretanto, o liberalismo de combate não raro deixa de perceber esta dimensão. Discordar de Rodrigo Cons­tantino significa que ele está errado e quem pensa diferente está certo? Nada disso. Na democracia, ideias, mesmo que consideradas implacáveis, devem ser expostas, e sobretudo com o máximo de clareza possível. É o que o economista faz, sem tergiversações, e isto, no lugar de fechar, deveria contribuir para abrir o debate. Comungo sua crítica ao comunismo, que obviamente não tem um projeto democrático, mas discordo de sua crítica ácida ao depoimento de Míriam Leitão. Isto não significa, porém, que defenda que seu artigo seja banido. O editor da “Veja”, não fica explícito se foi o diretor de redação Eurípedes Alcântara — liberal dos mais ferrenhos —, censurou e tirou do site o texto de Rodrigo Cons­tantino. “A pedido do editor da Veja.com, retirei do ar. Ele apresentou seus argumentos, eu concordei em parte, e achei melhor retirar. Poderia causar a impressão em alguns de que eram coisas equivalentes a tortura que ela sofreu e o comunismo que ela pregava, ambos tendo de pedir desculpas. Ainda acho que ela deveria fazer um reconhecimento público de que não lutava pela democracia e não era uma heroína, mas faço isso em outra ocasião”, escreveu o economista no Facebook. Fica-se com a impressão de que não concordou, nem em parte, com os argumentos do editor. O editor de “Veja” errou. No caso de discordância, como é o caso, que a revista publicasse o texto mais qualificado como resposta ao artigo de Rodrigo Constantino. Mas retirar a divergência do ar, ainda que seja “grossa” ou “deselegante”, não contribui em nada para a prática democrática. O crítico Edmund Wilson, autor de “Rumo à Estação Fin­lândia”, e o escritor Vladimir Nabokov, autor de “Lolita”, trocaram farpas violentas devido a uma tradução de Púchkin. No Brasil, é provável que algum editor tirasse os artigos, o que desagradaria tanto Wilson quanto Nabokov. Nos Estados Unidos, os artigos foram publicados e nenhum editor cogitou eliminar trechos ou deixar de divulgá-los. A nossa democracia ainda não é completa porque temos medo — até certo pânico — de ouvir e ler divergências duras, mas necessárias. Em suma, a “Veja” cometeu uma violência, ainda que não tão grave quanto a violência cometida pelos militares contra Míriam Leitão. Acabou que temos, por assim dizer, duas “vítimas”: Míriam Leitão (que, felizmente, pôde falar) e Rodrigo Constantino (que, infelizmente, parece que não pode falar abertamente, ao menos não no site da revista).

Prêmio Nobel de Literatura deste ano será de Milan Kundera, de Philip Roth ou de Joyce Carol Oates?

[caption id="attachment_13406" align="alignright" width="300"]imp3 Milan Kundera, Philip Roth e Joyce Carol Oates: um deles, se escolhido pela Academia Sueca, faria do Nobel um prêmio mais nobre e qualitativo[/caption] Há autores que, de tão consagrados, não precisam mais do Prêmio Nobel de Literatura. Tal como ocorreu com Liev Tolstói, Henry James, James Joyce, Guimarães Rosa, Jorge Luis Borges, Carlos Drummond de Andrade, todos mortos, consagrados mas sem o Nobel, o americano Philip Roth e o tcheco Milan Kun­dera não precisam do Nobel. Se um deles for escolhido este ano, a Academia Sueca merecerá ganhar um prêmio, o de qualidade literária. Nos últimos anos, Roth posicionou-se como um escritor de esquerda, quem sabe para agradar os politicamente corretos, como os acadêmicos suecos, e disse que aposentou-se. Talvez agora seja premiado. Milan Kundera é uma vítima de seu sucesso. Embora seja um autor de qualidade, tanto como prosador quanto como crítico literário — mais ensaísta —, Milan Kundera, por ter se tornado popular, devido ao imenso sucesso do romance e do filme “A Insustentável Leveza do Ser”, passou a ser considerado praticamente um escritor do segundo time, o que não é. Assim como Roth, merece o Nobel deste ano. Há outros escritores que merecem o Nobel. Se quiserem premiar uma mulher, para demonstrar algum equilíbrio, Joyce Carol Oates é a escolha mais adequada. O português António Lobo Antunes, embora não muito cotado, é outro autor que merece o Nobel. No caso de se homenagear um brasileiro, o poeta Ferreira Gullar é o nome apropriado. É mais poeta do que Manoel de Barros. O poeta Adonis aparece nas listas de nobelizáveis todos os anos. Thomas Pynchon, embora tenha cancha para ser premiado, certamente não o será porque, se escolhido, talvez não vá à Suécia. Ele permanece incógnito. Don DeLillo e Ian McEwan são ótimos escritores, mas quase não aparecem nas listas. Salman Rushdie, dada a perseguição iraniana e à qualidade de sua literatura, tende a figurar na bolsa de apostas. Seria um novo Orhan Pamuk. O japonês Haruki Murakami pode ser vítima do seu sucesso. O sul-coreano Ko Un, do qual não conheço nada, figura nas listas, ao lado de Jonathan Franzen (é muito jovem), Paul Auster, Michael Ondaatje, Péter Nádas, Cees Nooteboom e Ngugi wa Thiog’o (quem leu?).

Milan Kundera lança romance mignon e de alta qualidade

O romance “A Festa da Insignificância” (Companhia das Letras,tradução de Teresa Bulhões) exibe um Milan Kundera em plena forma. O autor tcheco mostra o que se pode fazer, em termos de qualidade literária, em apenas 136 páginas. Trata-se de um romance mignon, em tamanho, e gigante, no conteúdo. “Passados mais de dez anos da publicação de seu último romance, Milan Kundera — um dos maiores escritores vivos — volta à ficção com uma trama breve e espirituosa ambientada em Paris nos dias de hoje. Layout 1“Autor de romances, volumes de contos, ensaios, uma peça de teatro e alguns livros de poemas, Milan Kundera, nascido na República Tcheca e naturalizado francês, é um dos maiores intelectuais vivos. Ficou especialmente conhecido por aquela que é considerada sua obra-prima, A Insustentável leveza do ser, adaptada ao cinema por Philip Kaufman em 1988. Vencedor de inúmeros prêmios, como o Grand Prix de Littérature da Academia Francesa pelo conjunto da obra e o Prêmio da Biblioteca Nacional da França, Kundera costuma figurar entre os favoritos ao Nobel de Literatura. Seus livros já foram traduzidos para mais de trinta línguas, e há mais de quinze anos o autor tem sua obra publicada no Brasil pela Companhia das Letras. “Em 2013, o mundo editorial se surpreendeu com um novo romance de Kundera, que já não publicava obras de ficção desde o lançamento de A ignorância, há mais de dez anos. A festa da insignificância foi aclamado pela crítica e despertou enorme interesse dos leitores na França e na Itália, onde logo figurava em todas as listas de best-sellers. “Lembrando ‘A Grande Beleza’, filme de Paolo Sorrentino acolhido com entusiasmo pelo público brasileiro no mesmo ano, o novo romance de Milan Kundera coloca em cena quatro amigos parisienses que vivem numa deriva inócua, característica de uma existência contemporânea esvaziada de sentido. Eles passeiam pelos jardins de Luxemburgo, se encontram numa festa sinistra, constatam que as novas gerações já se esqueceram de quem era Stálin, perguntam-se o que está por trás de uma sociedade que, ao invés dos seios ou das pernas, coloca o umbigo no centro do erotismo. “Na forma de uma fuga com variações sobre um mesmo tema, Kundera transita com naturalidade entre a Paris de hoje em dia e a União Soviética de ontem, propondo um paralelo entre essas duas épocas. Assim o romance tematiza o pior da civilização e lança luz sobre os problemas mais sérios com muito bom humor e ironia, abraçando a insignificância da existência humana. “Mas será insignificante, a insignificância? Assim Kundera responde a essa questão: “A insignificância, meu amigo, é a essência da existência. Ela está conosco em toda parte e sempre. Ela está presente mesmo ali onde ninguém quer vê-la: nos horrores, nas lutas sangrentas, nas piores desgraças. Isso exige muitas vezes coragem para reconhecê-la em condições tão dramáticas e para chamá-la pelo nome. Mas não se trata apenas de reconhecê-la, é preciso amar a insignificância, é preciso aprender a amá-la.”

Correio Braziliense publica poema inédito de Cora Coralina

Na quinta-feira, 20, em comemoração aos 125 anos de nascimento da poeta goiana Cora Coralina (1889-1985), o “Correio Braziliense” publicou uma entrevista de sua filha, Vicência Bretas Tahan, e um poema inédito de sua autoria — “Guia de Goiás”. Tahan conta que há outros textos que não foram publicados. Um documentário sobre sua vida será exibido no próximo ano. Guia de Goiás Cora Coralina Tem sua rima Bem pode ser a mulher terra, a mulher sertaneja, sua velha escriba, Cora Coralina Guia do meu Goiás Guia de muita gente, para conhecer mais o meu Goiás. Goiás, seu mapa é uma certeza no centro do Brasil. Goiás é coração, é o sonido Augusto do berrante na frente das manadas, das estradas do sertão Goiás é água e pão, água para toda sede e pão para toda fome Goiás é oferta de trabalho, é a terra em gestação