Anistia aos golpistas e impeachment no STF: um retrocesso para a democracia
12 setembro 2024 às 15h26
COMPARTILHAR
Durante uma manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro defenderam a anistia para os envolvidos nos eventos do 8 de janeiro, incluindo o próprio Bolsonaro, e pediram o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ambas as ideias são inaceitáveis e carecem de base jurídica.
O ministro Moraes se tornou o principal alvo dos bolsonaristas por sua atuação nos inquéritos que investigam atos antidemocráticos e a disseminação de desinformação. Ele tem conduzido investigações que resultaram em medidas contra parlamentares e aliados de Bolsonaro. Mesmo que algumas decisões de Moraes possam ser vistas como controvérsias, isso não justifica anular as investigações ou apoiar um impeachment.
A crise política que começou em 2022, culminando nos ataques do 8 de janeiro, revelou conspirações contra o sistema democrático, incluindo atos de vandalismo e tentativas de golpismo. É essencial que a Polícia Federal conclua suas investigações e que os responsáveis sejam julgados de acordo com a lei.
No entanto, o impeachment de um ministro do STF, como proposto pelos bolsonaristas, criaria mais instabilidade, desviando o foco de questões urgentes que o Brasil enfrenta, como segurança, saúde e educação. A democracia brasileira precisa de estabilidade e de uma resposta rigorosa contra atos golpistas, sem alimentar divisões desnecessárias.
Leia também: