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Sandro Mabel não vai disputar reeleição para deputado federal porque perdeu suas bases eleitorais

Conta-se que o deputado federal Sandro Mabel não vai disputar a reeleição este ano porque pretende ser candidato a prefeito de Aparecida de Goiânia ou de Goiânia em 2016 e que planeja morar um ano no exterior. Uma líder do PR apresenta outra versão: “Ao migrar para o PMDB, deixando o PR, Mabel não levou a maioria dos integrantes de sua base. Hoje, sua antiga base apoia o governador Marconi Perillo e é controlada pela empresária Magda Mofatto — pré-candidata a deputada federal. As bases do PMDB, que não apoiam o ex-dono da fábrica de bolachas Mabel, estão controladas por Iris Araújo, Pedro Chaves, Daniel Vilela e Marcelo Melo. Sem espaço, optou por abandonar a disputa deste ano.”

Ex-vereador do DEM diz que setores do governo Marconi têm de respeitar trajetória do deputado Ronaldo Caiado

O advogado e ex-vereador Willian Machado mantém sua pré-candidatura a governador pelo DEM. “Mas a prioridade é mesmo o deputado federal Ronaldo Caiado.” Mestre em Direito, Willian Machado sugere que alguns setores da base do governador Marconi Perillo “respeitem” Caiado. “Trata-se de um político e homem de valor. Ele acrescenta. Outros acrescentavam quando estavam próximos do deputado.”

O que Getúlio Vargas pode ensinar sobre o relacionamento de Ronaldo Caiado e Marconi Perillo

Aos que não apostam numa aliança entre Marconi Perillo (PSDB) e Ronaldo Caiado (DEM) recomenda-se a leitura de uma frase do presidente Getúlio Vargas: “Nunca tive um amigo que não pudesse tornar-se um inimigo ou um inimigo que não pudesse tornar-se amigo”. A frase tem uma variante, também atribuída ao político gaúcho: “Inimigos, não sei se os tenho. Mas se os tiver, não serão jamais tão inimigos que não possam vir a ser amigos”.

Síndrome de Estocolmo: tucanos-ex-peemedebistas estão aliados com filhos de governador que pediu a cassação de Iris

Veja-se um caso curioso, para lembrar os 50 anos do golpe militar de 1964. Quando prefeito de Goiânia na década de 1960, Iris Rezende foi cassado a pedido do governador Otávio Lage (Arena). Este enviou uma carta pedindo sua cassação. Mesmo assim, tucanos que um dia foram peemedebistas (e, alguns, perseguidos pela ditadura) se tornaram aliados de Jalles Fontoura e Otavinho Lage, filhos de um udeno-arenista que apoiou todos os atos mais cruentos da ditadura civil-militar e sem fazer nenhuma ressalva. Cadê a crítica de Otávio Lage às torturas e ao AI-5? Síndrome de Estocolmo? Na certa! Lembrar o passado não significa sugerir que Jalles e Otavinho não são bons políticos. São políticos e empresários modernos, competentes e íntegros.

Chapa com Marconi, Vilmar e Caiado é forte. Mas há uma pequena resistência ao nome de Caiado

Uma chapa majoritária com Marconi Perillo (governador), Vilmar Rocha (vice) e Ronaldo Caiado (senador) é mesmo muito forte. Rocha e Caiado são políticos qualificados e acrescentam muito para o tucano-chefe. Mas é preciso considerar duas coisas: o vice-governador José Eliton não jogou a toalha e, entre os jovens, é uma das apostas do governador Marconi Perillo. Vilmar Rocha também diz que prefere disputar mandato de senador. Ele e José Eliton, antes adversários, agora são aliados.

A vitória de Pirro de Júnior Friboi pode ser um espirro eleitoral

De um irista cáustico: “Numa reunião, um peemedebista disse que, se derrotar Iris Rezende na convenção, Júnior Friboi teria uma vitória de Pirro. O empresário, intrigado, perguntou: ‘Espirro? Alguém está gripado?’”

Gestão sem criatividade de Eronildo Valadares faz eleitor sentir saudade de José Osvaldo. É o inominável

Em Porangatu não se comenta outra coisa: o prefeito Eronildo Valadares é sério, mas não está conseguindo administrar a cidade. O que parecia impossível está ocorrendo: o povão começa a sentir saudade do ex-prefeito José Osvaldo. “A gente era feliz, apesar de todos os desmandos, e não sabia.” Nem tanto, é claro. Eronildo Valadares herdou, vale ressaltar, uma dívida de 30 milhões de reais. Um papagaio desse engessa qualquer gestão. Mas nenhum prefeito deve ser eleito para ficar reclamando.

Jalles Fontoura garante que vai construir 2 mil casas e que vai criar uma faculdade de medicina

O empresário Jalles Fontoura (PSDB) foi eleito prefeito de Goianésia propondo duas coisas que avaliava como fundamentais. Primeiro, propôs a construção de 2 mil casas. Segundo, sugeriu a criação de uma faculdade de medicina. Segundo sua equipe, mil casas estão em fase de construção e/ou contratação. Ele assegura que, até 2016, no fim da gestão, terá edificado 2 mil casas. O tucano garante que a faculdade vai sair do papel.

Arzírio Vieira assume o comando do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro em Morrinhos

[caption id="attachment_1049" align="alignleft" width="300"]Presidente do PRTB em Morrinhos, Arzírio Vieira, e o vice,  Renato Melanias Presidente do PRTB em Morrinhos, Arzírio Vieira, e o vice, Renato Melanias[/caption] Arzírio Vieira, do ramo da construção civil, é o novo presidente do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro em Morrinhos. Junto com ele, assumiram novos integrantes. Arzírio frisa que sua “missão é organizar o partido” com vistas “às eleições de 2014 e 2016”. O político pretende constituir um grupo forte para “apresentar projetos e soluções para Morrinhos”. “Vamos filiar nomes importantes no partido. Iniciamos as conversações e desde já traremos companheiros para ajudar a promover uma política voltada para o interesse de todos”, afirma Arzírio. O agente comercial Renato Melanias, de família tradicional na cidade, é o vice-presidente do PRTB. Renato assegura que vai dialogar com vários segmentos da sociedade. “Atendendo um pedido do presidente regional, Denes Pereira, e do presidente do diretório metropolitano, Júnior Café, eu, o presidente Arzírio e os demais companheiros de partido vamos procurar toda a sociedade organizada e apresentar um novo modelo de gestão política para a cidade de Morrinhos. O nosso povo precisa ter representantes à sua altura, e é essa política que queremos para a nossa cidade”, enfatizou .

Ray Cunha autografa três livros na 2ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura

Marcelo Larroyed* [email protected] O escritor Ray Cunha autografará três livros e lerá contos na Livraria do Chico da UnB, no Pavilhão A, Estande 33 da II Bienal Brasil do Livro e da Leitura, de 11 a 21 de abril, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília: o recém-lançado Na Boca do Jacaré-Açu – A Amazônia Como Ela É (Ler Editora, Brasília, 153 páginas, R$ 25); Trópico Úmido – Três Contos Amazônicos (edição do autor, Brasília, 116 páginas, R$ 30); e O Casulo Exposto (LGE/LER Editora, Brasília, 153 páginas, R$ 28). Na Boca do Jacaré-Açu – A Amazônia Como Ela É está à venda no Sebinho, complexo de livraria, cafeteria e restaurante na 406 Norte, Bloco C; além do site www.lereditora.com.br, que atende a qualquer região do planeta, incluindo o Distrito Federal, com a entrega do livro em casa. Também pelo site da Ler Editora pode ser adquirido o livro O Casulo Exposto. Livreiros devem fazer pedidos pelo e-mail: [email protected], ou pelo telefone:(55-61) 3362-0008, ou ainda diretamente na Ler Editora, no Setor de Indústrias Gráficas (SIG), Quadra 3, Lote 49, Bloco B, Loja 59 – Brasília/DF – CEP 70610-430. RAY CUNHA - NA BOCA DO JACARÉ-AÇU - Blog Na Boca do Jacaré-Açu – A Amazônia Como Ela É é o terceiro volume da trilogia de contos que começou com A Grande Farra (edição do autor, Brasília, 1992, 153 páginas, esgotada) e prosseguiu com Trópico Úmido. A espinha dorsal da trilogia é a Amazônia, tanto a Hileia quanto as metrópoles da selva. O livro enfeixa 14 histórias curtas, ambientadas em Belém, que acaba sendo personagem subjacente no conjunto dos contos, e a quem o autor dedica o livro ("Cidades são como mulheres. Este livro é para Santa Maria de Belém do Grão Pará"). Algumas histórias têm sequências na maior feira livre da Ibero-América, o Ver-O-Peso, que aparece em fotomontagem na capa desta edição, bem como no Marajó, “maior ilha flúvio-marítima do planeta, ao sul do estuário do rio Amazonas, o maior do mundo, único com estuário e delta, e que despeja por segundo pelo menos 200 mil metros cúbicos de água e húmus no Atlântico, tornando as costas do Amapá e do Pará as mais piscosas da Terra, apesar de que a Amazônia Azul setentrional é a menos estudada pela academia e a mais mal guardada pelo estado brasileiro” – comenta Ray Cunha. “O conto que dá título ao livro, Na Boca do Jacaré-Açu, é o mergulho suicida do arqueólogo Agostinho Castro nos abismos do Mundo das Águas, a confluência dos rios Amazonas, Pará, Tocantins e Guamá, e o oceano Atlântico, abocanhando o arquipélago de Marajó, mais de mil ilhas, a maior delas do tamanho de Portugal. Jacaré-açu atinge mais de 6 metros de comprimento e meia tonelada de peso; no conto Na Boca do Jacaré-Açu, representa a morte, na pessoa do pai de Agostinho, Castro e Castro” – observa o escritor. Capa - Trópico Úmido - BlogTrópico Úmido –  Três Contos Amazônicos,  o segundo livro da trilogia Amazônia. Trópico Úmido reúne três contos com pano de fundo em quatro cidades da Amazônia: Belém, capital do Pará; Macapá, capital do Amapá; Manaus, capital do Amazonas; e Rio Branco, capital do Acre.  o segundo livro da trilogia Amazônia. Trópico Úmido reúne três contos com pano de fundo em quatro cidades da Amazônia: Belém, capital do Pará; Macapá, capital do Amapá; Manaus, capital do Amazonas; e Rio Branco, capital do Acre. Inferno Verde conta a história do repórter Isaías Oliveira, num duelo com o sinistro traficante Cara de Catarro. A trama se passa em Belém e na ilha de Marajó. Latitude Zero se desenrola em Macapá, cidade situada no estuário do maior rio do planeta, o Amazonas, na cofluência com a Linha Imaginária do Equador. Um punhado de jovens começa a descobrir que a vida produz também ressaca. A Grande Farra narra peripécias do jovem repórter e playboy Reinaldo. Candidato a escritor, ele gasta seu tempo trabalhando como repórter, bebendo e se envolvendo com inúmeras mulheres. O conto tem sua geografia em Manaus, encravada no meio da selva amazônica, e em Rio Branco, no extremo oeste brasileiro. Segue-se artigo do jornalista, escritor e crítico literário Maurício Melo Júnior, que apresenta o programa Leituras na TV Senado, sobreTrópico Úmido. OBSESSÕES AMAZÔNICAS DE RAY CUNHA – “A literatura brasileira está numa encruzilhada. Cada autor atira para um lado e ninguém consegue formatar o que no passado se chamou de movimento. Mesmo em lugares onde se pratica uma literatura regional intensa – Pernambuco e Rio Grande do Sul, por exemplo – não há o senso de união. Isso, se por um lado favorece a diversidade temática, por outro, paradoxalmente, desagrega autores e enfraquece o trabalho de formação de leitores. Embora o ato de escrever seja um exercício de solidão, são a vivência e a convivência que dão ao escritor o estofo necessário para a composição do texto. “O escritor Ray Cunha, nascido na beirada da floresta amazônica, sofre do mal que vitimou parte de seus colegas a partir dos anos setenta: é um escritor desagregado, carente de grupos com quem possa discutir temas, estéticas e formas. Isso fica muito claro em seu livro Trópico Úmido – Três Contos Amazônicos, no qual, apesar de uma certa obsessão geográfica, sente-se a ausência da região em sua plenitude. O leitor mais exigente terminará a leitura carente do sotaque e das cores amazônicas, embora fique saciado com o desenvolvimento bem resolvido da trama. “O conto que abre o livro, Inferno Verde, conta a história do repórter Isaías Oliveira em duelo sangrento e perverso com o traficante Cara de Catarro. O segundo texto, Latitude Zero, fala de um grupo de jovens em descobertas sexuais em Macapá. Pode ser visto como um conto de formação, embora carregado do escancaro de Charles Bukowisk, o que é até compreensível em quem sobreviveu às teorias de Freud e à revolução sexual dos anos sessenta. Finalmente, o último conto do volume, A Grande Farra, conta a história de Reinaldo, um repórter que sonha ser escritor, mas, milionário, gasta a vida em bebedeiras e aventuras sexuais. “A linha que liga todos os textos, além da região amazônica, é mesmo a temática da sexualidade. No entanto, este sentimento está muito próximo das práticas vindas com a liberação sexual dos anos sessenta, unidas a um certo sadismo dos personagens. Num pobre exercício de paráfrase com os Atletas de Cristo, que trazem halos angelicais para os nossos atletas do futebol, podemos dizer que os personagens de Ray Cunha são Atletas de Sade. É impressionante a obsessão por um ato doloroso e imposto. Há sempre dominação do macho sobre a fêmea, mesmo quando ela, também filiada à revolução sexual, escolhe seu parceiro. Ainda assim prevalece a força do macho. “Esses personagens construídos pelo autor, por conta da defesa de uma geração perdida, terminam por carregar cores muito iguais. São todos hedonistas, amantes do prazer sobre todas as coisas. Por conta desse sentimento entram de cabeça na vida sem medir qualquer consequência. E fica clara aí a influência de Bukowisk, o velho safado, embora a sensualidade das ninfetas traga para os textos uma certa lembrança de Nabokovisk, o velho também safado, mas um pouco mais pudico. Sobrevive disso tudo um mundo excessivamente cruel, posto que o prazer é o que menos importa aos moços. Todas as relações têm como objeto a sujeição do parceiro. “O poeta Augusto dos Anjos falava em um de seus sonetos da “obsessão cromática”, do que chamava de fantástica visão do sangue se espalhando por toda parte. Ray Cunha trás para a literatura um pouco dessa obsessão, que faz a festa dos repórteres policiais. Há muitas cenas cruéis, com requintes de crueldade, dignos das páginas dos romancistas policiais americanos da década de cinquenta, um período no qual a fineza britânica de Conan Doyle foi substituída pela inspiração de Bram Stoker. “Finalmente, há obsessão geográfica. Para um livro passado na Amazônia isso é bem interessante. No entanto o autor poderia descrever mais e citar menos. Explica-se. É comum por todo o texto o nome de ruas onde moram, vivem e rodopiam os personagens. O problema é que a citação pura e simples do nome da rua simplesmente não remete a qualquer impacto sobre o leitor que não conhece as ruas. O autor poderia descrever as ruas, o que daria uma informação a mais ao leitor, situando-o até no ambiente por onde transitam os personagens. “Fica do livro, entretanto, a construção da história. Há pontos de prisão do leitor no jogo de curiosidades desvendadas aos poucos. O autor sabe manipular bem a trama, levando o leitor ao clímax. Com isso, resgata uma das maiores carências da literatura brasileira atual: o bom contador de história. É que os nossos novos escritores, buscando a universalidade linguística de Guimarães Rosa, esqueceram que ele sabia contar bem uma história. Resultado: renunciaram à narrativa e não ganharam a inventividade estética. “Ray Cunha consegue contar bem suas histórias. No entanto poderia ter trazido o mundo mais amazônico para suas páginas; poderia deixar um pouco as influências estrangeiras e seguir a trilha de autores como Benedicto Monteiro. Isso pode transformá-lo no grande representante da literatura amazônica moderna. Aquele que conseguirá traduzir boa linguagem com boa narrativa, e tudo temperado em um bom caldo de tucupi.” O casulo exposto - Capa Andre Cerino - Divulgacao O CASULO EXPOSTO – “O Casulo Exposto enfeixa 17 contos ambientados no Distrito Federal. Trabalho, como jornalista, em Brasília, desde 1987, cobrindo amplamente a cidade-estado, o Entorno e o Congresso Nacional, o que me proporcionou conhecer bem essa geografia, inclusive a humana, que serviu para criar as personagens e o cenário dessas histórias curtas” – diz Ray Cunha. “O casulo é uma alegoria à redoma legal que engessa o Patrimônio Cultural da Humanidade, a borboleta de Lúcio Costa, ninfa golpeada no ventre, as vísceras escorrendo como labaredas de luxúria, depravação e morte, nos subterrâneos e na esfera política da cidade dos exilados, onde chafurda uma fauna heterogênea: amazônidas que deixaram a Hileia para trás e tentam sobreviver na ilha da fantasia; jornalistas se equilibrando no fio da navalha; políticos, daquele tipo mais vagabundo, que esconde merenda escolar na mala do seu carro e dinheiro na cueca; estupradores; assassinos; bandidos de todos os calibres; tipos fracassados e duplamente fracassados, misturando-se numa zona de fronteira e penumbra.” Segue-se prefácio de Maurício Melo Júnior: “O escritor Jorge Amado costumava se queixar de algumas ausências da literatura brasileira. E dizia que a mais gritante delas era a falta de romances sobre o ciclo do café, como os que foram escritos sobre os ciclos da cana-de-açúcar e do cacau. Também podemos dizer que ainda não surgiram os escritores que tomaram o desafio de contar as sagas da busca da borracha na Amazônia e da construção de Brasília em pleno cerrado goiano. “Neste seu novo livro de contos e novelas, o escritor Ray Cunha, nascido no Amapá e vivente de Brasília, passa longe da narrativa de homens perdidos na solidão da floresta ou na poeira das construções incansáveis. O que interessa ao escritor são os resultados daquelas experiências, são os personagens que ficaram depois das epopeias. “Os homens e mulheres que saltam destas páginas são bastante curiosos. Têm a política no sangue, embora apenas transitem em torno dela. Veem o poder bem de perto, mas não participam de suas benesses. Também calejados pelas dores impostas pela opressão da floresta, já nada os surpreende e a violência pode ser uma forma de defesa ou sobrevivência. Sim, os escrúpulos são poucos. Ou, citando Jarbas Passarinho, um acriano que fez carreira política no Pará, “às favas com o escrúpulo”. Em compensação, a sensualidade aflora na pele dessa gente. O perigo é que também este poder de encantar e seduzir é instrumento de dominação. “Naturalmente que a visão que temos aqui está superdimensionada pelos requisitos da literatura, mesmo assim sua base tem intensos pontos de realismo. E Ray ainda lhes dá um tratamento recheado de um humor cáustico, em alguns momentos até cruel. No entanto, este humor nasce do clima noir, o clima dos filmes e livros policiais surgidos nos anos de 1940. “Sem saudosismos e com muito suspense, os contos e novelas de Ray Cunha nos põem diante dos brasilienses, esses seres nascidos da junção plena de todos os brasileiros. E vale muito a pena conhecê-los”. Ray Cunha - Closup - Blog RAY CUNHA POR RAY CUNHA – “Sou caboco (sic) de Macapá, cidade da Amazônia Caribenha que tremeluz na Linha Imaginária do Equador e se debruça no estuário do Amazonas, a cerca de 200 quilômetros da boca do maior rio do planeta, quando o Mar Doce penetra fundamente o Atlântico, fertilizando-o até o Caribe” – define-se Ray Cunha, que mora em Brasília, onde trabalha como correspondente do Portaldo Holanda (o mais lido da Amazônia e vigésimo do país entre os sites auditados pelo Instituto de Verificação de Circulação – IVC) e no semanário Brasília Capital, além de ser aluno do curso de Medicina Tradicional Chinesa na Escola Nacional de Acupuntura (ENAc). *Marcelo Larroyed é escritor e mestre em língua portuguesa

Biógrafo diz que Brizola devolveu dinheiro a Cuba e que não há prova de que Fidel o tenha chamado de El Ratón

5073009Leio “El Caudilho — Leonel Brizola: Um Perfil Biográfico” (Editora Aquariana, 543 páginas), do jornalista FC Leite Filho. De cara, cabe esclarecer, é um livro a favor. A obra, embora íntegra, não é, no geral, crítica. É uma defesa quase sempre factual do criador do PDT. Pelo menos dois livros discutem, a sério, a história do dinheiro enviado por Fidel Castro para a “guerrilha” de Brizola. O capitão José Wilson da Silva, em “O Tenente Vermelho” (Editora Tchê!, 248 páginas) e em entrevista ao Jornal Opção, contou que o grupo de Brizola recebeu 1 milhão de dólares de Cuba. Os primeiros 500 mil dólares foram repartidos, em partes iguais, entre Brizola, João Goulart e Darcy Ribeiro. Depois, com intermediação de Lélio Carvalho (não citado por Leite Filho), Fidel enviou mais 500 mil dólares. O dinheiro, repassado por Darcy Ribeiro, teria financiado a Guerrilha de Caparaó. José Wilson chegou a atritar-se com Brizola, mas em nenhum momento diz que o líder trabalhista roubou o dinheiro de Cuba. [caption id="attachment_250508" align="aligncenter" width="620"] Leonel Brizola e Fidel Castro | Foto: Reprodução[/caption] A doutora em história social Denise Rollemberg, em “O Apoio de Cuba à Luta Armada no Brasil — O Treinamento Guerrilheiro” (Editora Mauad, 94 páginas), escreve: “... ninguém parece saber a quantia recebida. Brizola nunca prestou conta do dinheiro nem a Cuba nem aos militantes, fossem dirigentes ou de base. Tinha-o como um ‘empréstimo pessoal’, a ele Brizola, e que seria devolvido. Acredita-se ter havido gastos nos quais o dinheiro foi usado, mas apenas uma parte. [...] Brizola nunca teria ajudado os guerrilheiros presos e suas famílias com o dinheiro de Cuba”. Fidel Castro teria desabafado: “Digan a su jefe lo que yo pienso que ele es un ratoncito”. O ditador teria chamado o brasileiro de “el ratón”. Leite Filho diz que não há “provas de que” o líder comunista tenha dito isso. Embora não apresente provas — por exemplo, uma declaração de Fidel ou de outra autoridade cubana —, o biógrafo, baseado em depoimento do ex-deputado Neiva Moreira, sustenta: “Brizola foi o único líder revolucionário a devolver parte do dinheiro que recebeu, quando resolveu abandonar a guerrilha, por considerá-la inviável para o Brasil”. Neiva garante: “E todo mundo sabe disso em Cuba”. Se sabe, um depoimento de um cubano do primeiro plano seria fundamental para confirmar o depoimento de Neiva Moreira, amigo, aliado e, quiçá, cúmplice de Brizola. A surpreendente declaração de Neiva exige pesquisa, confronto. [caption id="attachment_250505" align="aligncenter" width="620"] Leonel Brizola num churrasco com Fidel Castro | Foto: Reprodução[/caption] Adiante, Leite Filho escreve: “... foi do financiamento de Cuba às guerrilhas brasileiras que surgiram as intrigas, atribuídas à CIA, de que Brizola se tinha apropriado de grande parte do dinheiro que lhe fora enviado por Fidel. É dessa época a história de que ele teria sido chamado de ‘el ratón’ (ladrão) por Fidel. Este o teria acusado ‘de haver abocanhado os parcos recursos economizados pelo sofrido povo cubano’. Mas a versão é veementemente contestada, tanto por Betinho como por Neiva Moreira e outros exilados, ainda que houvesse alguns cubanos interessados em disseminar o boato”. A história dos “cubanos agastados” não é apurada, infelizmente, pelo biógrafo. Mas este acrescenta que Fidel continuou a respeitar Brizola e mantiveram um encontro cordial, no Rio de Janeiro, quando o brasileiro governava o Rio de Janeiro, na década de 1980. As duas raposas políticas, apesar de pensarem de modos diferentes — um é comunista, o outro, no máximo, era nacionalista —, eram aliados, mais táticos do que estratégicos, na “luta” contra o que chamavam de “direita”. Depoimento de Betinho: “A história que eu conheço é a seguinte: primeiro que o Brizola fazia um controle estrito de dinheiro. Ele anotava tudo que entrava, tudo que gastava, tudo certo. Porque achava que era um dinheiro que ele tinha de prestar contas. Acho que, na cabeça dele, se ele chegasse ao poder, devolveria esse dinheiro para Cuba”. Bem, se não devolveu para Cuba, para quem Brizola devolveu parte do dinheiro que sobrou? O livro não esclarece. De qualquer maneira, mesmo não esclarecendo, a questão foi reapresentada e deve abrir um novo foco de pesquisa. Denise Rollemberg escreveu que Neiva Moreira não falava sobre o assunto. Para o livro de Leite Filho, o veterano político maranhense “abriu” o jogo. [caption id="attachment_250507" align="aligncenter" width="259"] Fidel Castro e Brizola | Foto: Reprodução[/caption] Metralhadoras — Neiva contou ao biógrafo que os cubanos deram mini-metralhadoras aos brasileiros e que “seu número não ultrapassou a 100”. Leite Filho acrescenta: “Neiva, que trouxe na bagagem de Havana cinco dessas metralhadoras, fala sobre o propalado ‘dinheiro de Cuba’: ‘Nada mais falso e ridículo do que essa história do ‘dinheiro de Cuba’, que a direita vem orquestrando desde então para comprometer os cubanos e os que, como Brizola, viveram aquelas responsabilidades históricas. Este dinheiro jamais existiu, a não ser recursos para o pagamento de certo número de passagens aéreas e modestas quantias para apoiar a viagem dos companheiros escolhidos para o treinamento, incluindo diárias de hotéis de escassas estrelas, no percurso até Praga’”. Leite Filho relata: “Neiva Moreira conta que se chegou a contatar um navio polonês, que, para fazer a rota de Cuba, passava pelo Brasil para depois seguir rumo à Polônia, na Europa, e poderia desembarcar uma boa quantidade de armas em alguma praia erma do Rio Grande do Sul: ‘Os poloneses desistiram do negócio na última hora’, diz Neiva. Outro governante que teria se comprometido a enviar armamentos foi Chedi Jagan, ex-primeiro-ministro da Guiana. Sua intenção era mandar um avião DC-3 cheio de armas, que aterrissaria em Goiás. Um campo de pouso chegou a ser preparado pelo foco do Brasil Central, a mando de Flávio Tavares, mas o premier foi derrubado antes de praticar sua boa ação”. Neiva diz a “verdade” ou apenas apresenta sua versão pessoal dos fatos? A resposta só pode ser formulada depois de uma investigação mais rigorosa, o que o livro não faz. Resta a pergunta: como Brizola teria devolvido dinheiro, se este era tão escasso, como afiança Neiva. Depois, a história dos dólares cubanos — e não ninharia para pagar passagens aéreas e diárias de hotéis — não tem sido divulgada tão-somente pela direita. José Wilson da Silva, o tenente vermelho, não é, definitivamente, um integrante da direita. Denise Rollemberg é uma pesquisadora criteriosa e não há notícia de que “trabalhe” para a direita. Entre os goianos citados no livro figuram Tarzan de Castro, uma vez, Mauro Borges e Aldo Arantes, várias vezes. Há alguns problemas: Fidel Castro e Aldo Arantes são citados em mais páginas do que registra o índice remissivo e o cubano que recebeu Neiva Moreira talvez não seja Manuel “Pinheiro”, e sim Manuel Piñero.

Mencken diz que Ambrose Bierce antecipou o francês Émile Zola

Os admiradores de Edgar Allan Poe certamente não vão gostar da heresia, mas Mencken diz que Bierce “escrevia melhor”. “Tinha mais pulso sobre os personagens, era menos literário e melhor observador”

O Popular confunde Tarzan de Castro com Hugo Brockes e publica fotografia e legenda erradas

Tarzan Brockes(1) O goiano Tarzan Castro é citado em vários livros, pois, como esquerdista, combateu o regime civil-militar. Para sobreviver, exilou-se na França. O publicitário e escritor Hugo Brockes foi torturadíssimo por militares. Como tem cabelos ruivos e é branco, alguns de seus torturadores chegaram a pensar que era estrangeiro? Na verdade, sabiam que não era estrangeiro. Na internet, na chamada para as reportagens o golpe de 1964, o “Pop” colocou a foto de Brockes, mas com uma legenda referente a Tarzan de Castro. Um, Brockes, é branco e ruivo; o outro, Tarzan, é moreno, com cabelos negros (começam a ficar brancos). São inconfundíveis — fora da redação do “Pop”. Um capitão, de família importante de Goiás, torturou Brockes barbaramente, até deixá-lo surdo de um ouvido. No dia de seu casamento, o capitão reservou um tempo para ir ao quartel torturar o jovem. Depois de ter se dedicado à publicidade durante anos, Brockes se dedica hoje exclusivamente à literatura. Ele está escrevendo bons romances e contos.

Barriga do ano: O Popular põe o coronel Brilhante Ustra no cenário da Guerrilha do Araguaia

imprensa2 Se estiver certo, o “Pop” (os repórteres Rogério Borges e Alfredo Mergulhão) publicou o furo jornalístico do ano. Pesquisadores categorizados, como Elio Gaspari, Leonencio Nossa, Luiz Maklouf Carvalho e Hugo Studart, vasculharam dezenas de documentos, ouviram centenas de pessoas, entre militares e civis, e não encontraram vestígios do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra (na foto acima)no cenário da Guerrilha do Araguaia (1972-1974). Como se sabe fora da redação do jornal goiano, Brilhante Ustra esteve noutras paradas — sua equipe chegou a prender um integrante do PC do B, mas longe de Goiás (Tocantins) e do Pará. O “Pop” poderia ter citado o general Bandeira, o general Nilton Cerqueira (na época, coronel), o coronel Léo Frederico Cinelli, Sebastião Rodrigues de Moura, o Curió (este, citado), o coronel José Teixeira Brant (doutor César), entre outros, mas preferiu mencionar, errado, Brilhante Ustra. Sem contar que inventou um tenente-coronel Lício da Mata, que, na verdade, não existe. O nome do oficial é Lício Augusto Ribeiro Maciel. Para o leitor verificar por si o equívoco do “Pop”, transcrevo trecho da reportagem “Araguaia, a guerrilha aniquilada” (terça-feira, 1º): “Além dele [Lício Maciel], foram apresentadas denúncias, pelos crimes cometidos durante a repressão à Guerrilha do Araguaia, contra o coronel da reserva Sebastião Curió e o coronel reformado Carlos Brilhante Ustra, além do delegado da Polícia Civil paulista Dirceu Gravina”. Outro “furo” (a rigor, uma barriga): Gravina não é citado nos livros sobre a Guerrilha do Araguaia. O “Pop” deve fazer uma correção urgente, porque quem conhece Brilhante Ustra, que não deixa nada sem resposta, sabe que pode mover processo judicial contra o jornal.

Biografia de Galvão Bueno, o homem de mais de 1 milhão de reais, sai no segundo semestre deste ano

A Globo Livros vai lançar a biografia de Galvão Bueno no segundo semestre deste ano, revela Lauro Jardim, da revista “Veja”. “O livro iria para as livrarias perto da Copa”, afirma o colunista. Aposta-se que será uma espécie de hagiografia, sem as passagens mais complicadas, e com algumas suavizadas. Limar as contradições seria a tarefa dos buriladores do texto. O conflito com o comentarista de Fórmula 1 Reginaldo Leme — costuma-se dizer que se trata de uma “guerra” de egos inflados — não vai ser expurgado, conta-se, mas será amenizado. Um dos mais bem-sucedidos locutores esportivos da televisão brasileira, estrela da TV Globo há anos — a rede começa a substitui-lo em alguns eventos, abrindo espaço para novos narradores —, Galvão Bueno é dono de um dos maiores salários do país, mais de 1 milhão de reais. Pesquisas sugerem que a Globo tem basicamente duas vozes: a de William Bonner, do “Jornal Nacional”, e a de Galvão Bueno, o rei da área esportiva. Os intelectuais e jornalistas dos veículos impressos torcem o nariz, mas o narrador continua amado pelo público. É uma referência. A biografia de Galvão Bueno é uma das grandes aposta da editora Globo que pretende transformá-lo em best seller. Fala-se até em projeto de filme.