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A disputa para deputado estadual em Rio Verde tem sua primeira guerra na pré-campanha e terá sua segunda guerra na campanha. Há pelo menos sete pré-candidatos trabalhando, mas a tendência é afunilar para cinco. O município tem 120 mil eleitores, mas em geral votam 100 mil. Cerca de 75% dos votos vão para políticos locais e pelo menos 25% são distribuídos para os chamados paraquedistas. Se a eleição fosse hoje, estariam na disputa Lissauer Vieira (PSD), Karlos Cabral (PT), Maria José (PSDB), Leonardo Veloso (PRTB), José Henrique (PMDB), Paulo Henrique Guimarães (PMDB) e Chico do KGL (PDT). São sete nomes. A tendência é que fiquem: Lissauer Vieira, Karlos Cabral, Leonardo Veloso, Maria José e um nome do PMDB. Os favoritos são Lissauer Vieira, Karlos Cabral, Leonardo Veloso. Paulo Henrique — tem o apelo da juventude — é mais forte do que José Henrique (foi um grande vereador, ético e rigoroso). Se sair dois pelo PMDB, nenhum se elege.

Em baixa também no Ibope, presidente encara pressão contra decreto de conselhos populares, que retirou da gaveta como se faltasse confiança na reeleição

[caption id="attachment_7078" align="alignright" width="620"] Congresso Nacional: proposta de Dilma esvazia papel dos congressistas e facilita controle da imprensa, objetivo histórico do PT | Foto: Wilson Dias/ Agência Brasil[/caption]
A fórmula para sair do governo sem perder o poder é simples. A seis meses e meio do fim de mandato, a presidente Dilma, com a reeleição em xeque, colocou na rua o decreto que cria conselhos populares destinados a acompanhar, com poder de decisão, as ações de governo a partir de uma superestrutura que alcança em todos os níveis dos mais de 5 mil municípios.
A construção recebeu no palácio o nome de Política Nacional de Participação Social, onde os conselhos se tornam instituições que, em nome da sociedade civil, operam com poder de tutela junto a todos os níveis de gestão pública, inclusive as Forças Armadas. Os meios de ação terão todos os recursos à disposição da participação social, como as audiências públicas.
Outras ferramentas de atuação pública mais ampla são as ouvidorias, fóruns, comissões de políticas setoriais, meios de consulta e conferências – todo esse aparelho em níveis desde o comunitário ao nacional. A atuação seria a título de atuar de todas as formas na articulação das relações do governo com a sociedade em processos desde implementações a decisões.
Ainda falta definir como será o recrutamento dos membros dos conselhos. Poderão ser pessoas eleitas ou indicadas pela sociedade, num processo a ser regulamentado ainda neste governo pela Secretaria-Geral da Presidência da República, entregue aos cuidados do companheiro Gilberto Carvalho, que ainda não se sentiu à vontade para sugerir em público formas de recrutamento.
Trata-se de um mecanismo que, na prática, concorre com o legislativo, desde os vereadores aos senadores. Assim como compete em ação executiva desde secretarias municipais a ministérios. Os comandos dos poderes executivos e legislativos podem passar de um partido a outro, mas os conselhos populares ficam com seus mecanismos.
Tenham os conselheiros mandatos ou não, nenhum partido estará mais bem credenciado do que o PT ao preenchimento das vagas. Nenhuma outra associação se dedica há 34 anos à formação de quadros desde a militância à criação ou infiltração em movimentos sociais. Nenhum outro partido possui a mesma vocação pelo assembleísmo, a caráter dos conselhos populares.
Há uma coerência nessa fixação do PT na relação entre poder e organização social. As propostas petistas de reforma política insistem em privilegiar quadros organizados. É o caso da reforma proposta pela presidente Dilma a partir de uma Constituinte exclusiva com pauta aprovada em plebiscito. Um constituinte esnobaria a agenda determinada pelos eleitores?
Tem mais. A proposta pelo conselho é coerente com o empenho do PT em conquistar meios de impor o controle social da mídia. Os veículos de comunicação passariam a ser orientados pelo Estado com base em apelos de massas chavistas articuladas pela onda bolivariana que atravessa a América do Sul. Coisas que ressurgem quando se registram, sem saudosismo, os 50 anos da ditadura militar.
A criação da estrutura por decreto é uma solução para afastar o Congresso da formulação e, ao mesmo tempo, montar o sistema ainda neste ano. A constitucionalidade do aparelho será inevitavelmente questionada no Supremo Tribunal Federal, onde a aposentadoria do ministro Joaquim Barbosa oferece ao Planalto a chance de ampliar o círculo de amigos entre os juízes.

Na véspera da abertura da Copa, Dilma Rousseff convidou na última hora o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a acompanha-la a São Paulo para a abertura dos jogos – o presidente do Supremo, ministro Joaquim Barbosa, recebeu o convite na semana anterior. A presença de Calheiros se tornou uma oportunidade para o reencontro com o PMDB.
É verdade que, dois dias antes, Dilma esteve na convenção do partido depois que os peemedebistas decidiram apoiar a reeleição, mas com uma dose de frustração da candidata em queda de prestígio. Em seguida, comandados pelo PMDB, o Senado e a Câmara apoiaram a adesão a uma greve branca convocada pela oposição contra o decreto da consulta popular.
Com o apoio dos partidos de oposição, Calheiros e o deputado Henrique Alves (PMDB-RN) decidiram colaborar com a obstrução dos trabalhos no Senado e na Câmara até que a presidente desista da ideia do decreto e mande a criação dos conselhos populares ao Congresso na forma de medida provisória ou projeto — passíveis de mudanças parlamentares, inclusive de rejeição.
Se Dilma não mudar de ideia, o Congresso deverá insistir na votação de um projeto apresentado pelo DEM, PPS e PSDB para revogar o decreto do Planalto. Por ironia, o decreto seria anulado por outro decreto, mas parlamentar: decreto de projeto legislativo, instrumento que atende por PDL na intimidade.
“Quem representa o povo é o Congresso”, discursou Calheiros no Senado contra o decreto. Aproveitou o embalo e criticou também o controle da mídia, pois uma ideia leva a outra. ”Reitero que não apoio, não comungo, sequer admito discutir iniciativa, a qualquer pretexto, que pretenda regular a mídia.”
Na Câmara, o líder do DEM, deputado pernambucano Mendonça Filho, comanda a oposição na resistência aos conselhos e foi o porta-voz da greve branca. “A partir de agora estamos em obstrução total em defesa da autonomia do Poder Legislativo”, anunciou a paralisação que deve vigorar pelo menos nesta semana, com a colaboração da Copa e do Corpus Christie na quinta.
Apesar da pressão do Congresso e da mídia, a presidente Dilma evita conversa quando o assunto é a criação dos conselhos populares. Apenas dez dias depois de assinar o decreto, ela abordou o tema. Mesmo assim a abordagem foi rápida e indireta em 5 de junho. No bojo de discurso com 5.931 palavras feito para uma reunião com empresários no Planalto.
Sem mencionar os conselhos populares previstos no decreto, Dilma ironizou as denúncias da oposição contra os conselhos populares que assumem funções legislativas. Vagamente, disse que conselhos sociais que operam junto ao Executivo não invadem o Legislativo, pois apenas elaboram ideias, não fazem o projeto:
— Muitas cabeças pensam mais do que só a cabeça do Executivo, muitas cabeças. É uma convicção que nós temos e faz parte, eu acho, da construção da democracia no nosso país.
Quanto à frustração de Dilma com a convenção, o desapontamento veio da circunstância de que ganhou os minutos e segundos à disposição dos peemedebistas na televisão e rádio, mas não levou consigo o partido. Novamente, o PMDB entrará rachado nas urnas presidenciais, dividido entre a presidente e os concorrentes Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).
Os números falam muito, mas não dizem tudo. Na véspera da convenção o comandante do PMDB e vice-presidente Michel Temer calculou que a reeleição teria o apoio de 55 a 65% dos representantes do partido. No frigir dos ovos, acertou na média: foram 59% a favor.
Mais tarde, com a cabeça fria avaliou que, daqueles 59, uns 20% foram da cota pessoal dele, vinda de correligionários que votaram a favor apenas porque Temer é o nome do PMDB para continuar na vice – posição sujeita a revisão até o fim do mês. Os outros 41% se dividiram entre os que não acreditam na reeleição de Dilma e os insatisfeitos com o seu descaso com políticos.

[caption id="attachment_7082" align="alignright" width="620"] Aécio Neves e Eduardo Campos: eles são adversários, mas Dilma não quer que façam oposição[/caption]
A tensão que se instalou em torno da presidente Dilma Rousseff nos últimos dias incorporou ao comportamento bélico da candidata uma agressividade que deve se projetar ao longo desta semana, inclusive pela falta de tato político. Como fera ferida, Dilma lança provocações que não combinam com a humildade de candidata que precisa recuperar os votos perdidos.
A decadência da reeleição nas pesquisas de opinião colabora para acentuar o espírito guerreiro da presidente num momento crucial da campanha eleitoral. Trata-se de um impulso de fera que contraria o espírito político conciliador que se espera de candidato com menos terreno à medida que as urnas se aproximam. Não sobra espaço tático para uma pausa de trégua.
“Os pessimistas já entram perdendo”, em cadeia de televisão e rádio, a candidata desafiou os brasileiros que não concordam com os gastos e as obras incompletas da Copa do Mundo. Lançou a provocação na noite de terça, dois dias antes da abertura do campeonato. Os pessimistas a que se refere são, sobretudo, eleitores que estão nas ruas em manifestações ou na mídia.
Na mesma terça, pela manhã, Dilma, na convenção do PDT, partiu para cima dos concorrentes que enfrenta em duelo, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB). Acusou ambos de “oportunismo deslavado” porque desejam reciclar programas do PT. Em 1994, Lula combateu o Plano Real como “eleitoreiro” e inaproveitável. Perdeu a eleição para FHC, patrono do Real.
É lícita a conclusão de que a mais recente pesquisa presidencial do Ibope determinou a realização da cadeia nacional de Dilma na noite quarta, véspera da abertura da Copa. O marketing da campanha anda meio sem rumo, sem saber se convinha ou não convocar a cadeia, que, a pretexto dos jogos, foi ao ar mais tarde da noite do que o tradicional.
Agora que reeleição da presidente está a perigo, o PT e o Planalto decidiram colocar para fora uma ideia que permeava os petismo desde que o partido assumiu o poder há quase 12 anos. É a criação de conselhos populares para operar o poder com meios petistas numa superestrutura formada por movimentos sociais quase sempre oriundos do corporativismo, como os sindicatos.

Economistas apontam para um momento ruim no ano que vem. Assim, quem vencer as eleições de outubro precisará iniciar reformas severas para conter crise prevista

PMDB mantém aliança com a presidente petista, mas a divisão na sigla em relação ao PT ficou escancarada na convenção nacional
O PMDB, como maior partido brasileiro em número de filiados e em fisiologismo, tem uma capacidade incrível para perceber para onde o vento sopra. Não é por outra razão que uma parte considerável da sigla vem pregando abertamente o rompimento da aliança com o PT em favor da reeleição de Dilma Rousseff.
Outra parte, por enquanto a maioria, capitaneada pelo vice-presidente Michel Temer, quer a manutenção da coligação. A sigla está dividida, o que ficou evidente na convenção nacional realizada na terça-feira, 10, em Brasília.
O apoio à reeleição da petista teve 398 votos a favor, ou 59%, e 275 votos contra, 41%. O índice cai a 54% se considerados os 737 votos possíveis na convenção, que registrou 64 votos brancos e nulos ou abstenções. Matematicamente foi uma vitória para Dilma, mas politicamente as coisas são bem mais complicadas.
[caption id="attachment_7066" align="alignleft" width="620"] Presidente Dilma cumprimenta líderes peemedebistas após a convenção do partido: apoio à aliança pela reeleição teve menos votos que em 2010 | Foto: Wilson Cruz / ABr[/caption]
Na verdade, foi um constrangimento para a presidente, que na eleição passada teve nada menos que 85% dos votos dos convencionais peemedebistas, quando foi apresentada por Lula da Silva como a candidata governista. O recado está mais do que claro: o PMDB sente que a vitória de Dilma não tem nenhum garantia no horizonte. Sim, porque se a petista estivesse mantendo com tranquilidade a liderando nas pesquisas, não há dúvida de que o placar da convenção peemedebista seria bem mais favorável a ela. O partido está sentindo o cheiro de queimado na reeleição de Dilma Rousseff.
Mas, independentemente do momento não exatamente auspicioso em termos eleitorais para Dilma, há líderes peemedebistas que percebem o perigo não só na perda da eleição presidencial com a petista, uma vez que o partido se arruma fácil, fácil com quem derrotar Dilma, se isso vier a acontecer. A preocupação desses líderes passa também pela certeza do enfraquecimento do partido em função da aliança com o PT.
É fato que PMDB e PT formam a coluna vertebral de apoio parlamentar do governismo. O problema é que o PMDB sabe que sua existência está cada dia mais ameaçada, por que o parceiro aumenta sua potência predatória na medida em que fortalece as próprias bancadas na Câmara e no Senado.
Neste ano, não custa lembrar o óbvio, realiza-se a eleição para presidente da República. Mas não só, e novamente lembrando o óbvio, serão eleitos também governadores, deputados estaduais e federais e um senador por Estado.
O fortalecimento de qualquer partido se dá na medida em que consiga manter bancadas robustas e o máximo de Executivos estaduais. É aí que mora o perigo para o PMDB, porque o PT pode lhe tirar vagas importantes.
Se na convenção de terça-feira o PMDB fechou com Dilma, o descontentamento no partido com o governo também ficou escancarado. Integrantes da ala contra Dilma discursaram e distribuíram panfletos com acusações de ineficiência e corrupção no governo.
Mesmo adepto incondicional da aliança, o presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), disse que o partido apresentará propostas de governo a Dilma, entre elas o ensino em tempo integral e a “defesa permanente da liberdade de expressão e pensamento”, o que bate de frente com viés totalitarista do PT, que tem uma ala propugnando censura à imprensa. Raupp expressou o que talvez seja um espasmo de altivez do partido na questão programática.
O grupo mais crítico com os petistas foi o do PMDB do Rio. Lá, o candidato do PT ao governo, Lindbergh Farias, faz campanha desancando o governo de Sérgio Cabral, patrono de Luiz Fernando Pezão, o governador que concorre pelo PMDB. Cabral, o político que mais se desgastou com as manifestações do ano passado, esperava apoio dos petistas, mas estes jogaram mais gasolina na fogueira.
Na convenção, até Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), presidente da Câmara, candidato ao governo do Rio Grande do Norte, reclamou da falta de solidariedade dos petistas em seu Estado.
Base rachada nos Estados
O fato é que às vésperas da campanha eleitoral, a base aliada de Dilma Rousseff se apresenta rachada em pelo menos dez estados, como é o caso de Goiás pelo menos em relação a unificação da chapa pró-Dilma, e no Distrito Federal. Levantamento feito pelo “Correio Braziliense” na semana passada mostra um quadro em que a presidente terá dificuldade em escolher quais palanques frequentará, uma vez que os partidos aliados terão candidatos ao governo que não fecham com ela. E, pior, em outros Estados, como no Rio Grande do Sul, com Ana Amélia (PP) e, possivelmente, no Amazonas, com Rebeca Garcia (PP), o tucano Aécio Neves é que terá o palanque. Em Mato Grosso do Sul, o apoio do peemedebista Nelson Trad Filho vai para Eduardo Campos (PSB). Em Goiás, a situação de Dilma é ainda mais complicada. Boa parte dos partidos de sua base está com Marconi Perillo, o tucano candidato à reeleição e cabo eleitoral de Aécio Neves. Com a candidatura de Antônio Gomide pelo PT, se ele for mesmo candidato, e de Iris Rezende pelo PMDB, havia a dúvida se Dilma subiria nos dois palanques. Não há dúvida mais: Iris e seu pessoal definiram que não vão apoiar Dilma, pelo menos não formalmente. Obviamente que se Dilma Rousseff não estivesse caindo nas pesquisas, os peemedebistas goianos não dispensariam a presença dela em seu palanque. Já o petista Antônio Gomide não terá como fugir desse fardo, com Dilma caindo ou não nas pesquisas. No mapeamento feito pelo “Correio”, dos 30 candidatos ao governo pertencentes à base dilmista, 18 apoiam a petista, 8 não definiram a quem apoiar, 2 estão com Aécio Neves e 2 com Eduardo Campos.
[caption id="attachment_7049" align="alignright" width="620"] Marcus Vinícius, Clara López e Juan Manuel Santos: marketing político de altíssima qualidade na Colômbia[/caption]
O publicitário goiano Marcus Vinícius Queiroz é tido e havido na Colômbia como o golden boy do marketing político-eleitoral. No primeiro turno da eleição deste ano, Marcus Vinícius trabalhou na campanha da candidata Clara López, que, mesmo com uma estrutura pequena, obteve 15,2% dos votos válidos (quase 2 milhões de votos). Um número expressivo. Quando assumiu a campanha, Clara López tinha apenas 4% das intenções de votos e ninguém, talvez nem a própria postulante, acreditava que passaria dos 6%. Entretanto, sua campanha criativa, com críticas precisas e uma agenda propositiva, passou dos 15%, surpreendendo imprensa e analistas — menos Marcus Vinícius, que, desde o início, apostou no seu potencial. A política, um fenômeno, se tornou líder nacional.
No segundo turno, que será realizado no domingo, 15, se enfrentam o presidente Juan Manuel Santos — que obteve 25,7% dos votos no primeiro turno — e o oposicionista Óscar Iván Zuluaga, que recebeu 29,3% dos votos. Impressionado com a capacidade de Clara López para atrair votos de setores que não queriam participar do pleito — na Colômbia o voto é facultativo —, Santos aproximou-se dela. O presidente e sua equipe, mesmerizados pela qualidade da campanha, pela performance nos debates e pelo marketing de Clara López, decidiram seguir pelo mesmo caminho no segundo turno. Marcus Vinícius entrou, assim, na campanha de Santos, presidente cuja meta é pacificar o país (a batalha contra a guerrilha, paramilitares e grupos do crime organizado resultou na morte de mais de 220 mil pessoas e cerca de 5 milhões de deslocados).
As pesquisas internas mostravam, na semana passada, Santos na frente do direitista Zuluaga. A campanha indica que, com Marcus Vinícius participando da reelaboração do marketing, o presidente ganhou mais empatia com o eleitorado. “As pesquisas sugerem que viramos o jogo”, disse o marqueteiro, falando da Colômbia, ao Jornal Opção.
Duda Mendonça é o marqueteiro da campanha de Zuluaga. Se Santos ganhar a eleição, Marcus Vinícius também derrota o publicitário baiano que, em 2002, ajudou a eleger Lula da Silva presidente do Brasil.

Com a geração mais talentosa da história, os Diabos Vermelhos nesta Copa estão tão ofensivos como seus vizinhos holandeses nos melhores tempos. E melhor: sem responsabilidade, podem surpreender

A jovem desapareceu em abril após sair de uma igreja em Jataí. Namorado é suspeito de mandar matá-la
O estado de saúde do suspeito de participar do sequestro e morte da auxiliar administrativa Tatylla Cristina Marçal da Silva é gravíssimo. Diego Vitor Alves foi baleado na cabeça pela polícia em uma troca de tiros na tarde dessa sexta-feira (14/6) em Jataí, cidade a cerca de 320 quilômetros da capital.
[caption id="attachment_7033" align="alignleft" width="125"] Diego Victor foi baleado em tiroteio[/caption]
O jovem segue na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital de Urgência da Região Sudoeste (Hurso), em Santa Helena de Goiás. Diego Vitor foi baleado na cabeça em uma troca de tiros com a Polícia Militar. O suspeito estava foragido e há um mês invadia fazendas da região de Chapadão do Céu para tomar banho e alimentar-se. No momento do tiroteio o jovem estava escondido em um milharal.
A policia acredita que Diego Vitor, juntamente com um comparsa, Luciano Assis Silva, foram contratados pelo empresário Fabiano Antônio Falqueto para matar a jovem Tatylla Marçal. O comparsa já havia sido morto em uma troca de tiros em maio.
A jovem desapareceu no dia 13 de abril após sair de uma igreja em Jataí. Seis dias depois o corpo foi encontrado em avançado estado de composição em uma pedreira em Aparecida de Goiânia.
O delegado de Jataí, André Fernandes, disse na época, que eram fortes os indícios que relacionam o empresário ao crime. As investigações apontam que Fabiano Antônio havia pago R$ 18 mil reais para Diego Vitor e o comparsa cometerem o assassinato. O empresário chegou a ser preso, mas a Justiça de Goiás concedeu habeas corpus alegando falta de provas do envolvimento dele no crime.

Numa entrevista ao crítico italiano Giovanni Ricciardi, o escritor mineiro diz que o ofício de “ghost writer”, inclusive para Juscelino Kubitschek, prejudicou sua produção literária

[caption id="attachment_7024" align="alignleft" width="620"] Vitor Belfort, Chael Sonnen e Wanderley Silva: “velhinhos” não podem enfrentar jovens sem reposição hormonal?[/caption]
A pílula da felicidade ou o verdadeiro elixir da juventude máscula são o Viagra (a política do genérico democratizou o medicamento) e o Cialis. Homens mais velhos tomam para tourear uma possível impotência sexual. Jovens usam V e C para turbinar as relações. Homens são obcecados com desempenho sexual e, seres competitivos — portanto, artistas da comparação —, com o tamanho do pênis. Mulheres estão sempre um quilo acima do peso ideal. Homens têm pênis sempre dois centímetros a menos do que gostariam. A média brasileira é 14 centímetros, mas saia às ruas e pergunte. O entrevistador só vai encontrar bem dotados. A luta dos seres humanos é para se manter jovens e desejados. No meio esportivo, então, os atletas lutam, nos ringues e octógonos, para pelo menos parecerem jovens.
No UFC é relativamente comum “vovôs” de 35 a 37 anos — é assim que são vistos — lutarem contra garotos de 22 anos e ganharem. Às vezes, vencem devido à experiência e à técnica apurada, que compensam os escassos reflexos e mobilidade. Outras vezes é lamentável assistir Minotauro, lutador de bela história, sendo nocauteado por Roy Nelson, um lutador forte mas do segundo time.
Vitor Belfort, com 37 anos, luta como se fosse um garoto de 22 anos. Sua garra é evidente, além da técnica apurada. Mas a reposição hormonal o torna mais jovem, forte, confiante e com reflexos em dia. O mesmo ocorre com Chael Sonnen, recentemente pego num exame antidoping. O americano boquirroto, que havia criticado Wanderley Silva — que, surpreendido, não quis fazer o exame, possivelmente porque faz reposição hormonal (ele não confirma) —, diz que faz reposição hormonal para tentar engravidar sua mulher. Sonnen, de 37 anos, luta como um garoto, mas disse que vai se aposentar.
É provável que até lutadores mais novos usem algum artifício para turbinar sua energia. Atletas de ponta inteiramente “limpos” são raros. Talvez seja necessário, daqui pra frente, romper o véu da hipocrisia e permitir que a reposição hormonal — que rejuvenesce os atletas — seja permitida, desde que não excessiva. Porque senão vamos deixar de ver lutas de “velhinhos” ainda interessantes como Belfort, o melhor da turma, Sonnen e Wanderley.

Torcer para a Seleção Brasileira diante de uma Copa do Mundo que dilapida o País é como comprar droga na boca de fumo da esquina e fazer de conta que esse ato não financia o tráfico
“Desagregação — Por Dentro de uma Nova América” (Companhia das Letras, 496 páginas, tradução de Pedro Maia Soares), de George Packer, é um mergulho profundo nos Estados Unidos raramente apresentados ao mundo e aos próprios americanos. Os EUA, suposta meca dos deserdados de outros países, são expostos com crueza pelo autor. Sinopse divulgada pela editora: “A democracia americana está em crise. Mudanças sísmicas no espaço de uma geração produziram um país de perdedores e vencedores; ao mesmo tempo que criou possibilidades antes inimagináveis de ascensão social, e uma liberdade sem precedentes (nos costumes, iniciativa, vida privada), esse novo estado de coisas conduziu o sistema político à beira da falência e deixou legiões de cidadãos à deriva. É esse outro lado da moeda, o verso da fortuna e da liberdade, o que interessa a George Packer em ‘Desagregação’. “Nesta viagem à nova América, o leitor encontrará figuras como Danny e Ronale Hertzell, de Tampa, na Flórida, que largam a escola para se casar e a quem a “terra das oportunidades” oferece subempregos no Walmart, habitação num estacionamento de trailers e o completo afastamento de familiares e amigos; Tammy Thomas, uma operária que luta para se manter no Cinturão da Ferrugem, região do Meio-Oeste que perde suas indústrias de forma irreversível e se converte num aglomerado de urbes fantasmas; mas também Jeff Connaughton, um lobista de Washington que oscila entre o idealismo político e o fascínio do capital organizado, e Peter Thiel, o bilionário do Vale do Silício que questiona o significado da internet. “Packer justapõe essas histórias a breves perfis de personalidades públicas desta nova era, de Oprah Winfrey a Jay-Z, e colagens feitas de manchetes de jornal, slogans de propaganda e letras de canções que captam a corrente dos acontecimentos e seus mecanismos internos, numa tradição que remonta à Trilogia Americana de John dos Passos. “Desagregação retrata um superpoder ameaçado de perder sua essência, com elites sem qualquer senso de responsabilidade, instituições que não mais funcionam, pessoas comuns às quais não resta nada senão improvisar esquemas próprios de salvação e sucesso.” Katherine Boo escreveu sobre o livro: “Um dos melhores trabalhos de não ficção que li em muitos anos”.
No livro “O Nobre Deputado” (Leya Brasil, 120 páginas), no qual a ficção é a mais pura realidade, o juiz Marlon Reis relata a corrupção no Parlamento brasileiro. Ele ouviu várias pessoas e um ex-deputado federal, que detalharam como funciona a corrupção no Legislativo e a “arte” de comprar votos na política patropi. O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), decidiu representar contra o magistrado no Conselho Nacional de Justiça. Como o escritor não nominou deputados específicos, dando nomes reais — criou o personagem Cândido Peçanha (uma alusão a “ingênuo” e a “peçonha”?) —, é provável que não será punido ou advertido pelo CNJ. Seus críticos estão vestindo a carapuça?
Marlon Reis é um dos pais do projeto que levou à criação da Lei da Ficha Limpa.