No livro “O Nobre Deputado” (Leya Brasil, 120 páginas), no qual a ficção é a mais pura realidade, o juiz Marlon Reis relata a corrupção no Parlamento brasileiro. Ele ouviu várias pessoas e um ex-deputado federal, que detalharam como funciona a corrupção no Legislativo e a “arte” de comprar votos na política patropi. O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), decidiu representar contra o magistrado no Conselho Nacional de Justiça. Como o escritor não nominou deputados específicos, dando nomes reais — criou o personagem Cândido Peçanha (uma alusão a “ingênuo” e a “peçonha”?) —, é provável que não será punido ou advertido pelo CNJ. Seus críticos estão vestindo a carapuça?
Marlon Reis é um dos pais do projeto que levou à criação da Lei da Ficha Limpa.

Euler de França Belém
Estou agora esperando o mesmo juiz lançar o volume dois de seu livro: aquele que trata da corrupção no judiciário, onde se vendem sentenças, liminares, HCs são dados na madrugada, juizes tem empresas e cursinhos em nomes de laranjas. Vai ser muito bom mostrar que a corrupção está nos tres poderes!
Enquanto pessoas com a coragem e o destemor do juiz Marlon Reis, Joaquim Barbosa e Eliana Calmon existirem, eu creio que algum dia teremos um país sério.