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Kátia Abreu foi convidada por Dilma Rousseff, contra a vontade da maioria do PT e de boa parte do PMDB e da Frente Parlamentar
Aos 65 anos, um doutorado em economia pela Universidade de Lancaster e falando o “inglês da rainha” (tal a fluência), Euler Morais é o nome que o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela (PMDB), prepara para sucedê-lo, na disputa de 2016. Secretário de Governo da Prefeitura de Aparecida, Euler Morais disse ao Jornal Opção que, no momento, “o mais importante é ajudar Maguito a continuar fazendo uma administração qualitativa. O prefeito mostra que, com empenho e planejamento, é possível fazer muitas obras em Aparecida. Com sua estatura política nacional, afinal foi governador, senador e vice-presidente do Banco do Brasil, conseguiu recursos junto ao governo federal e dinamizou o município para o qual foi eleito”. A uma pergunta direta — “o sr. quer ser candidato a prefeito?” —, Euler Morais responde assim: “Quem não quer ser candidato a prefeito de uma cidade importante como Aparecida? Dizem que tenho perfil para dar continuidade à gestão de Maguito. A preocupação é ir para frente, e não recuar”. Uma curiosidade: Euler Morais não é filiado ao PMDB. Deve se filiar brevemente. O ex-deputado federal tem adversários internos? O presidente da Câmara Municipal, Gustavo Mendanha, é um deles. Mas nenhum tem tanta proximidade com Maguito Vilela quanto o secretário. Há também Sandro Mabel, que ora diz que disputará em Aparecida, ora garante que disputará em Goiânia. O certo é que, se o delegado Waldir Soares for candidato, Mabel estará fora do páreo. Ele teme o deputado federal eleito do PSDB.
Apesar do convite que recebeu do governo da presidente Dilma Rousseff, é mais provável que o presidente nacional do PHS, Eduardo Machado, fique como secretário do governo Marconi Perillo, em Goiás. Eduardo, que se tornou um articulador federal, planeja promover eventos, em todo o país, para que o tucano-chefe articule sua “cruzada nacional pela segurança pública”. “Dada sua obstinação e habilidade política, acredito que Marconi deve disputar a Presidência da República em 2018”, afirma.

[caption id="attachment_22037" align="alignright" width="620"] Foto: Fernando Leite[/caption]
O delegado Waldir Soares “caiu no gosto” dos eleitores de Aparecida de Goiânia. O prefeito Maguito Vilela receia que, apesar de fazer uma gestão consistente, não consiga eleger o sucessor. Porque o deputado federal eleito, espécie de força da natureza, por onde passa atropela todo mundo. Uma pesquisa, recente, sustenta que ele ganha para prefeito de Aparecida.

Envolvido em casos de corrupção, presidente está colocando a discriminação contra as mulheres praticamente como uma política de Estado
Embora seja o nome mais forte do PSDB para disputar a Prefeitura de Valparaíso, a deputada estadual eleita Lêda Borges prefere passar o bastão para outro político. A base marconista deve lançar o vereador Pablo Mossoró ou um empresário prestigiado da cidade. Este empreendedor é ligado ao deputado federal eleito Célio Silveira e Lêda Borges. A prefeita Lucimar Nascimento, segundo o tucanato local, tem uma rejeição próxima de 90%.
A prefeita de Cidade Ocidental, Giselle Araújo (PTB), é apontada como bem intencionada mas que faz uma gestão desgastada, com baixa aprovação popular. Alex Batista, do PHS, tende a derrotá-la na disputa de 2016. Ninguém, nem seus aliados, acredita na recuperação de Giselle Araújo. Mas é preciso ressaltar que ela tem mais dois anos pela frente.
O deputado estadual eleito Ernesto Roller (PMDB) está com a faca e o queijo nas mãos e uma vontade danada de comê-lo. Se o prefeito de Formosa, Itamar Barreto (PSD), for candidato à reeleição, Ernesto Roller pode fazer, com dois anos de antecipação, o terno da posse, para 1º de janeiro de 2017. Dificilmente, se confirmada a candidatura do líder pessedista, o peemedebista será derrotado. Porém, segundo Célio Silveira, Ernesto Roller poderá enfrentar uma pedreira. “Tudo indica que, aposentado do Tribunal de Contas dos Municípios, Tião Caroço sairá direto para a disputa da Prefeitura de Formosa, contra Ernesto Roller. Pode anotar: Caroço vai derrotá-lo. Porque é um fenômeno político.” Único senão: se for o candidato apoiado por Itamar Barreto, que passa por uma fase de desgaste intenso, nem Tião Caroço ganha de Ernesto Roller, Detalhe: Tião Caroço, Doc Holliday, e Ernesto Roller, Wyatt Earp, foram amigos íntimos e se tornaram inimigos quase mortais. Os dois (notadamente, o primeiro) falam mal um do outro de manhã, à tarde e à noite. Na madrugada, descansam a língua para começar a falar mal de novo, no dia seguinte. Um amigo de Tião Caroço brincou: “Tião, e se um dia o Ernesto Roller morrer?” Mais do que depressa, o ex-prefeito de Formosa bateu três vezes na madeira e disse: “Benza-me, Deus. Não pode, não. De quem eu vou falar mal com tanta volúpia?”. Todos riram, até alguns aliados do peemedebista que estavam próximos. “Malhar Roller” é o esporte preferido do conselheiro do TCM.
O ex-prefeito de Anápolis Antônio Gomide (PT) é cotado para assumir a Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco). Antônio Gomide é visto como o gestor que, se assumir o comando, põe a Sudeco para funcionar de fato. No momento, é meramente decorativa.
O tucano-chefe Marconi Perillo vai fortalecer, de forma planejada, a comunicação de seu governo, cada vez mais usando as redes sociais. A diferença é que vai se tentar, por meio das redes, dotar o governador de Goiás de uma esquema de divulgação nacional.

[caption id="attachment_22018" align="aligncenter" width="620"] Foto: Claudio Fachel/Palácio Piratini[/caption]
O governador do Rio Grande do Sul, o petista Tarso Genro, no dia 25 de novembro, publicou na UOL um artigo, cujo título, já por si um artigo. É: “Irada com derrota, oposição pode favorecer invenção de um Berlusconi caboclo”.
Pareceu-me, pelo veneno das linhas e entrelinhas, que Tarso é quem está irado com a derrota exemplar que conseguiu conquistar a duras penas, perdendo a reeleição para o governo gaúcho. A duras penas, digo, porque se há algo difícil, quase impossível no Brasil, é quem está no poder perder uma reeleição majoritária. Aliás, em qualquer lugar do mundo. Tarso conseguiu a façanha.
A exemplo de outro petista, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, Tarso está indignado com as oposições, que classifica ora “de direita”, ora de “neoliberais”, coisas, no seu (dele) entender, piores do que xingar a mãe.
Indignado porque as oposições estão explorando a roubalheira do Petrolão, coisa que, interpretado seu artigo, seria normal e corriqueira na empresa, tanto assim que já havia sido denunciada por Paulo Francis. Essa exploração, ainda segundo seu artigo, pode levar a uma instabilidade política tal que gere um futuro presidente com as características de Berlusconi, o caricato ex-primeiro-ministro italiano. Menos, Tarso, menos.
O que deve mesmo nos preocupar não é um Berlusconi, mas um Hugo Chávez. Um Berlusconi ainda daria para suportar, pois, mesmo com todos os seus defeitos, o italiano não desorganizou a economia de seu país e nem atentou contra a democracia. Já um Hugo Chávez...
Tarso termina sua diatribe pedindo a Dilma que nomeie logo seus ministros, pelo republicanismo democrático. Hum... Tarso jamais acreditou em repúblicas democráticas, exceto aquelas cujo modelo é Cuba. E quanto a esse seu pedido: “Presidente, nomeie logo seus ministros fundamentais...” me pareceu que nele bradava uma oração oculta: “e eu entre eles”. Esperemos que não.

[caption id="attachment_22017" align="aligncenter" width="620"] Marcio Thomaz Bastos: morto, o advogado de parte da cleptocracia tropical virou santo em artigos e reportagens publicados nos jornais | Foto: Nelson Jr./SCO/STF[/caption]
“Mas sabe o senhor por que somos sempre mais justos e mais generosos para com os mortos? A razão é simples: para com eles não existe obrigação.” [“A Queda”, de Albert Camus]Não faz muito tempo, faleceu entre nós de uma figura pública de comportamento discutível, que costumava receber críticas bastante ácidas da imprensa. A surpresa veio no dia mesmo do enterro: uma unanimidade de elogios, na mesma imprensa. Cheguei a comentar, aqui mesmo na coluna, que às vezes no Brasil é mais confortável estar morto do que vivo (falava, é mais que evidente, do conforto moral). Essa é uma característica nossa, é mais uma jabuticaba: a morte redunda numa imediata beatificação e o velório já é palco da canonização do de cujus, de uma maneira quase geral. A história agora se repete, superlativamente. Morto na semana passada, o advogado e político Marcio Thomaz Bastos foi alvo deste comportamento à exaustão. Noventa e nove por cento dos necrológios impressos, televisivos e irradiados exaltavam a figura do falecido com os mais positivos adjetivos. Tornou-se, da noite em que ainda vivia, para o dia em que morreu, um Pai da Pátria, um Varão de Plutarco. Pouquíssimos os que, muito timidamente disseram algum “não é bem assim”. Não faz bem à história esse comportamento abertamente condescendente. E não só a ela, história, que é passado. Tampouco faz bem ao futuro, que pede exemplos, e onde, para se usar figura bem atual de retórica, há sempre uma estiagem de exemplos a serem seguidos. Maquiagem dos fatos reais, eis uma farsa. Voltaire dizia que aos vivos devemos respeito, e aos mortos devemos verdade. Não conheci pessoalmente Marcio Thomaz Bastos. Falei com ele ao telefone por duas vezes, ainda no final da década de 1970. Foi interessante: um amigo de São Paulo, honesto, mas temperamental, reagiu a uma ofensa agredindo severamente uma pessoa em local público. Foi preso em flagrante, respondia a processo e necessitava de um bom advogado. Era um homem de posses. Pediu-me para falar com Bastos, já conhecido como um dos melhores e mais caros criminalistas da Pauliceia, que ele não conhecia. Ponderei que também não o conhecia, mas ele insistiu: Marcio Thomaz Bastos dava-se muita importância, tinha vasta clientela e talvez não o atendesse. Já eu, era um ex-governador... Diante de sua insistência, liguei para Bastos, e expus a questão. A resposta foi que, sim, a causa lhe interessava, e custaria um determinado valor. Pediu uma resposta em 24 horas. Com a concordância de meu amigo, voltei a ligar no dia seguinte. Para minha surpresa, Bastos me comunicou que não prosseguiria na negociação, pois havia combinado defender... a parte contrária. Ficou-me uma má impressão, de um leilão entre dois possíveis clientes em litígio. Lembrei-me do fato quando vi sua nomeação para ministro da Justiça de Lula, e muitas vezes critiquei aqui sua atuação na vida pública. Não concordo com as louvações que recebeu quando de seu falecimento precoce, logo lamentável. Concordo que foi arguto, inteligente, conhecedor como pouquíssimos dos meandros da advocacia criminal. Chegou, nos últimos tempos, a ser chamado de “God” pelos advogados dos mensaleiros, tal a sua proeminência entre os colegas, reverentes ao seu preparo e inteligência. Talvez devesse — e poderia fazê-lo — selecionar um pouco melhor sua clientela, por critérios outros que não o do saldo bancário. Usaria melhor sua inteligência. Mas não é questão que nos diga respeito; diz respeito apenas a ele e ao Criador, a quem deve, nesta hora, prestar contas. Não quero, pois, me referir ao advogado, mas ao homem público, ao ministro e petista. A verdade é que foi figura central para que a impunidade, ainda que em parte, prevalecesse no mensalão. A sua tese do “caixa dois de campanha”, se não triunfou sobre a tese de roubo escancarado foi apenas devido à pertinácia de Joaquim Barbosa. Mas a cúpula petista, ao contrário dos empresários envolvidos, embora todos igualmente culpados, já está fora das grades, e até fazendo suas viagens de recreio, disfarçadas de trabalho. Em grande parte agradece a Marcio Thomaz Bastos por isso. O célebre advogado foi ainda figura central em evitar o impedimento de Lula, que parecia inevitável. Bastos foi quem, com Antônio Palocci, convenceu Fernando Henrique Cardoso a se acovardar e fazer recuar a oposição, que já se aprestava a requerer um impeachment. A continuidade do petismo, assim obtida, até hoje nos estiola como brasileiros. Vide o Petrolão, escândalo símbolo dessa continuidade. O desarmamento dos corretos, a omissão do desarmamento dos bandidos e o desrespeito ao resultado do referendo sobre o desarmamento tiveram também o concurso firme de Marcio Thomaz Bastos. O resultado, para o Brasil está à vista: mais de 50 mil assassinatos por ano, uma população inerme, a marginalidade superconfiante, ciente de que o governo fez o favor de desarmar suas vítimas. A tentativa — felizmente fracassada — de transformar a Polícia Federal em polícia política também pode ser creditada a Bastos. Nossa fraca memória não traz à tona as operações espetaculosas, sempre com a presença de uma televisão escolhida a dedo, “prendendo ricos pela primeira vez na história deste país”. A maioria dessas prisões em nada redundou, a não ser espetáculos e jactância de Lula. Sigamos Voltaire: a morte não pode elidir a verdade.
Em Rio Verde, até as pedras e postes “sugeriam” que o candidato a prefeito pelo PSD, em 2016, seria o deputado federal Heuler Cruvinel. Agora, se as pedras continuam “insistindo” que Heuler Cruvinel disputará o pleito, os postes “indicam” que o deputado estadual Lissauer Vieira está cada vez mais próximo do prefeito Juraci Martins, o poderoso chefão do PSD na cidade. Lissauer Vieira e Heuler Cruvinel já falaram a mesma língua. Porém, no momento, falam grego e aramaico. Pode ser que, sob pressão de Juraci Martins, passem a falar uma única língua — talvez latim, quiçá português. Agora, tem uma coisa: se Juraci Martins bancar Lissauer Vieira, é provável que Heuler Cruvinel deixe o PSD e saia candidato assim mesmo, aí pela oposição. Mas alguém acredita mesmo num rompimento entre Juraci Martins e Heuler Cruvinel? Ninguém, nem os dois. Brigam, se atacam nos bastidores, mas preferem “morrer” abraçados.
O deputado Cláudio Meirelles trabalha, em tempo integral, para solapar a indicação de Joaquim de Castro para conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios. Os dois se “odeiam”. A briga de Cláudio Meirelles com Joaquim de Castro tem tudo a ver com questiúnculas políticas do município de Jussara. O deputado apoia a prefeita do município, Tatiana de Castro, de quem é amigo íntimo. Joaquim de Castro é seu principal opositor no município.
Por ser jovem e dinâmico, Virmondes Cruvinel Filho (PSD) pode ser a surpresa no secretariado do governador Marconi Perillo. O que mais o tucano-chefe admira, além de sua competência técnica — é gestor e tem amplo conhecimento jurídico —, é a sua capacidade de arregimentar jovens, de fazê-los participar da vida pública.