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O Ministério Público do Trabalho é um acabado exemplo de um rebanho acovardado — com raríssimas exceções — perante governo federal e PT. Descobre trabalho escravo até na Companhia Vale do Rio Doce, mas é incapaz de adotar uma providência sequer para proteger os médicos cubanos da expropriação de seu salário por Havana e da truculência da polícia cubana que age livremente — pasmemo-nos todos — aqui dentro do país. Reportagem da “Folha de S. Paulo” do dia 17 deste mês, das jornalistas Cláudia Collucci e Camila Turtelli, feita em Agudos (SP), mostra a ação da vice-ministra da Saúde de Cuba, Estela Cristina Morales, usando a polícia política da ditadura cubana para obrigar aqueles profissionais a enviar de volta a Cuba os filhos menores que trouxeram para o Brasil. Por quê? Porque é preciso que eles fiquem lá em Cuba, como reféns da ditadura dos irmãos Castro, como garantia para que os médicos se comportem: não comentem as misérias do regime cubano, não falem mal dos ditadores, não reclamem dos salários que lhes estão sendo roubados, não tentem se asilar por aqui ou algures.
No dia seguinte às passeatas, ministros falaram sandices. No dia subsequente foi a vez da presidente. Falou em humildade, quando sua linguagem corporal só dizia da prepotência. Falou em reforma política, que os manifestantes não pediram. Falou em medidas contra a corrupção, mas deu a entender que seriam medidas legislativas. Não precisamos de mais leis, precisamos apenas que não nos roubem metodicamente, como se faz agora. Precisamos que não aparelhem os tribunais superiores, porque enquanto o fizerem, petistas ficarão soltos, mesmo quando outros companheiros ocasionais forem presos, como no mensalão. A presidente falou das manifestações de sexta feira, 13 (CUT, UNE, MST), montadas com dinheiro público para respaldá-la e das de domingo, 15, para pedir sua saída e o fim da corrupção, como se fossem a mesma coisa. Não são. Falou de seu passado, afirmando que lutou contra a ditadura, em benefício da democracia. Não é verdade. Sabemos que o fez na tentativa de trazer para cá o regime cubano. E falou no direito de expressão, como se para ela fosse um valor a ser preservado. Não é. Sabemos do esforço que fazem seu governo e seu partido para arrolhar a imprensa e apoiar ditaduras, como a de Cuba e agora, da Venezuela, onde ninguém pode questionar o governo, sob pena de cadeia ou coisa pior.

Nunca antes na história deste país um presidente foi tão rapidamente da vitória nas urnas para o buraco da impopularidade
THAÍS MORAES Sobre a nota “Alunos das faculdades de Direito da UFG e da PUC brigam por uma cadeira. A guerra está declarada” (Jornal Opção Online, coluna “Bastidores”), primeiramente tenho algumas preocupações para revelar. De fato reconheço o espanto ao me deparar com essa situação. Por um lado, um objeto levado de um ambiente privado sem autorização e, de outro lado, uma verdadeira “festa” ao receber tal objeto, inclusive com a participação de renomados professores, como se estivessem comemorando o que, em minha opinião, não passa de “justiça com as próprias mãos”. E, explico, seja lá qual o motivo daquela cadeira ter passado os últimos anos no CACB [Centro Acadêmico Clóvis Bevilácqua, da Faculdade de Direito da PUC-GO], com absoluta certeza, não é legal invadir o espaço físico e retomá-la sem ordem judicial ou uma mera autorização dos responsáveis. Por outro lado, a circunstância a qual a cadeira foi levada e a facilidade para que isso acontecesse me preocupa ainda mais, pois levanta mais uma vez o importante debate a respeito da segurança dos alunos da PUC no Campus V. Até quando seremos vítimas de furtos dentro da universidade sem que a reitoria tome medidas efetivas? Não bastassem os carros serem levados do estacionamento, os cotidianos furtos de celulares nas salas de aula, agora até patrimônio do CACB estão conseguindo levar? Qual é o problema da segurança do Campus V, se temos uma boa quantidade de guardas e câmeras espalhadas por todo lado? Se há uma coisa que pode ser proveitosa nesse caso é a oportunidade de “chacoalhar” de vez a Reitoria da PUC e fazê-los tirar as nádegas das cadeiras para discutir com a comunidade acadêmica qual a melhor solução para resolver esse notório problema na segurança do Campus V. Ah, sobre a cadeira? Sou da opinião que o tempo será a melhor resposta para esse caso, já que as medidas cabíveis já estão sendo tomadas. Thaís Moraes é estudante de Direito na Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO).
“Cadeira é bem público e não tem usucapião”
ROGER KUHN O CACB considera um crime a restituição de um bem público fruto de um crime pretérito. As informações deveriam ser complementadas com o argumento utilizado pelos dirigentes do CACB utilizaram pra tentar reaver o bem: que eles teriam o direito de usucapião sobre a cadeira! Além de cúmplices de um crime, são desconhecedores da lei, pois a cadeira é um bem público e, portanto, não é passível de usucapião! Voltem para a faculdade e para os livros. Roger Kuhn é advogado, formado em Direito pela Universidade Federal de Goiás. E-mail: [email protected]“Corrupção só é investigada porque o PT está no poder”
SÍLVIO MIGUEL GOMES Está havendo investigação sobre um escândalo de corrupção no Brasil somente porque o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff são do PT. Isso já ocorreu no passado, é normal no Brasil. A grande imprensa não foi contra Getúlio Vargas por causa da ditadura e depois por causa da corrupção: a verdade é que os direitos trabalhistas é a grande mágoa dos barões da imprensa. Se Dilma cair, não tenho a menor dúvida de que os processos serão arquivados, como foram os das operações Satiagraha, Castelo de Areia e outros que envolviam “gente nossa/nossos amigos/aliados”. Para saber sobre os governos FHC leiam Delfim Netto [economista, político e ex-ministro]. O Brasil simplesmente quebrou e a frase de Delfim define bem: “FCH vendeu as joias da família e ficou devendo mais ainda.” Passamos por uma crise que atingiu toda a humanidade com situação de quase pleno emprego e com toda a grande imprensa querendo destruir o País juntamente com certa elite. Mas as grande obras estão em andamento. E-mail: [email protected]
O Lulopetismo opera um jogo arriscado e não muito bem delineado: torce não pelo fracasso total, e sim parcial da presidente, para que Lula da Silva surja como o político-gestor, quase de oposição, para recuperar o país. As oposições? Estão dormindo

Dilma começou a penar no domingo com os protestos e continuou a sofrer até sexta, quando o MPF abafou o pacote contra corrupção
A rejeição ao governo Dilma subiu de 24% no começo de fevereiro para 62% no início da semana passada. A aprovação como ótimo ou bom desceu de 24% para aa metade, 13 pontos no mesmo período. Desde o governo Collor, nenhum presidente foi tão impopular. Ao ser afastado do Planalto, Collor tinha 68% de rejeição. A taxa mais alta de rejeição a Dilma ocorreu no Centro-Oeste, com 75% – antes da visita da presidente a Goiânia na quinta-feira. A seguir, o Sudeste, com 66%. A maior taxa de aprovação pertence ao Norte, com 21% — contra 51 de rejeição. A seguir vem o Nordeste, onde 16% aprovam contra a maioria de 55% que rejeitam. Entre as pessoas com renda até dois salários mínimos, a rejeição é de 60%, quatro vezes superior aos 15% que aprovam. Entre os dois e cinco mínimos, a rejeição é quase sete vezes maior: 66% contra 10. Acima de 10 mínimos, a proporção é menor: 65% a 14. Entre 5 e 10 mínimos, a proporção é a mesma dos mais ricos: 65% a 13.
“Esta reunião é sigilosa”, avisou previamente o presidente do PT, Rui Falcão, ao grupo de mais de 20 deputados do partido com que se encontrou, na quarta-feira, para discutir sobre o depoimento do tesoureiro petista, João Vaccari Neto na CPI da Petrobrás. “Peço que os senhores não tuítem o que for conversado”, redobrou o apelo. “Assim, ficamos mais à vontade.” Ao justificar a cautela, Falcão se referiu ao estrago que causou ao governo o vazamento, na véspera, do documento da Secretaria de Comunicação Social do Planalto com críticas à presidente Dilma e sua gestão. “Vocês viram aquele documento que vazou do Planalto?”, abriu a conversa com a pergunta como exemplo da necessidade de discrição. O tesoureiro ainda não foi convocado pela CPI, mas os deputados consideraram inevitável a convocação porque o PT está isolado na comissão desde o começo por causa da aliança do PMDB com a oposição no confronto atual com o Planalto. Os petistas temem que a fala de Vaccari diante da CPI conduza a fatos que comprometam Lula e Dilma no petrolão. Como forma de contrapor-se, Falcão consultou os deputados sobre a possibilidade de serem convocados também tesoureiros de outros partidos — repetiu a fórmula gasta de dividir responsabilidades com outros em casos suspeitos do PT. Os deputados o convenceram a nem tentar porque a comissão não apoiaria a ideia, como relatou repórter Pedro Venceslau. Então Falcão disse que Vaccari poderia contornar a convocação ao oferecer-se para depor espontaneamente. Responderam que isso não aliviaria a tensão no interrogatório da comissão. “O Vaccari já está sendo preparado”, comunicou aos deputados que o partido está ensaiando o tesoureiro para encarar a CPI com o mínimo de estrago possível para o PT. Os petistas temem que o ambiente adverso a Vaccari se intensifique na Câmara na medida em que os deputados possam se valer de outros desgastes do governo durante a semana, como as marchas de protestos em todo o mapa nacional e a queda do prestígio de Dilma constatada pela pesquisa do Datafolha. Será uma boa oportunidade para deputados mostrarem serviço ao país.
[caption id="attachment_31192" align="alignnone" width="620"] Governador analisa situação do Tocantins: “Tempo de mudanças” | Foto: Fernando Leite / Jornal Opção[/caption]
O governador do Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB), fez uma visita cordial ao Jornal Opção na tarde de sexta-feira, 20. Despojado e sem assessores, o peemedebista falou sobre o rombo de aproximadamente R$ 5 bilhões deixados pela gestão passada, a expectativa para os próximos meses e o foco que pretende dar à nova administração.
De pronto, Marcelo destacou que não pretende ficar lamentando a situação precária em que recebeu o Estado: “Tinha consciência do tamanho descontrole financeiro. Mas, chega de reclamar. O que eu quero é trabalhar pelo Tocantins”. Com a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2015 finalmente aprovada, o governador pretende dar início ao plano de recuperação do Estado. “Conseguimos resolver a questão do Igeprev, estamos, aos poucos, recuperando os créditos perdidos, trazendo investimentos privados e fechando parcerias com grandes bancos, como o Banco Mundial”, adiantou ele.
A grande aposta do peemedebista será no desenvolvimento das hidrovias: “A Araguaia Tocantins já é uma realidade. Temos o Ecoporto Praia Norte que já é navegável e começamos vislumbrar uma nova maneira de escoar nossos produtos”.
No entanto, apesar de otimista, Marcelo reconhece que o caminho será longo e acredita que este primeiro ano será de ajuste. “O problema dos servidores, por exemplo. Estamos, aos poucos, chegando a um denominador comum. Recebemos o Estado com a folha de pagamento já atrasada. Quer dizer, este ano vamos pagar 14 folhas... Estou em dia com o servidor público. Agora, continuaremos a dialogar”, explica. Questionado sobre uma solução para o momento delicado por que passa o Tocantins (e todo o Brasil), Marcelo resume: “É enxugar a máquina e cada secretário entender que o momento é de se recolher. É preciso fechar a torneira”. A entrevista completa estará disponível na edição on-line do Jornal Opção.
“Game of Thrones” versão Goiânia: PUC x UFG
Nem na série norte-americana “Game of Thrones” um assento é tão disputado. Alunos da UFG se envolveram em uma polêmica após levarem uma cadeira — feita de madeira, entalhada com o brasão da então República dos Estados Unidos do Brasil e carregada de simbolismo — de dentro do Centro Acadêmico de Direito da PUC Goiás. As teorias quanto à procedência e posse do móvel são diretamente proporcionais ao tamanho da confusão que foi causada após o fato. Enquanto os alunos da Federal alegam que apenas foram buscar algo que lhes pertence por direito, os estudantes da PUC falam em crime. Até agora, nenhuma das duas universidades se pronunciou sobre o caso. E a “guerra” continua...Novo Pacote anticorrupção criminaliza caixa-2
A presidente Dilma Rousseff (PT) lançou o tão esperado — e promessa de campanha — “pacote anticorrupção”. Após as manifestações do domingo, 15, o governo federal respondeu com medidas como a tipificação do crime de caixa 2 e a elaboração de um projeto de lei que institui a obrigatoriedade de ficha limpa para todos os servidores públicos dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Pela proposta, quem for condenado poderá ser sentenciado à reclusão de três a seis anos. Um ponto interessante é que a punição será estendida aos doadores – inclusive responsáveis por doações de pessoas jurídicas – e aos partidos. A proposta prevê ainda aplicação de multa de cinco a dez vezes sobre o valor doado e não declarado, proporcional aos crimes praticados por pessoa física, jurídica ou partido que se aproveitar das condutas ilícitas. Será que passa?Novo aeroporto de Goiânia fica pronto em novembro
Durante o evento de lançamento das obras do BRT Norte-Sul em Goiânia, Dilma Rousseff (PT) anunciou também a entrega do novo terminal do aeroporto da capital. De acordo com a presidente, as obras vão ser retomadas no dia 6 de abril e concluídas até novembro. “Estamos chegando quase ao final dessa obra e não poderia deixar de passar a oportunidade e dizer que trago uma boa notícia: as obras do pátio e da pista que foram abandonadas lá atrás, vão ser iniciadas na primeira semana de abril, mais especificamente no dia 6 e devem ser concluídas em novembro”, comemorou. Falou até que “cobrará” do ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha. No que se refere a prazos, o governo Dilma nos dá pouca esperança.Prefeito de Goianira é afastado e tem bens bloqueados
O prefeito Randel Miller de Assis Santos, Miller (PP), e o secretário de Infraestrutura e Transporte, Belchior Augusto Caetano, foram afastados de seus cargos por 30 dias. Na sexta-feira, 20, o TJ-GO divulgou a decisão da juíza Fláviah Lançoni Costa Pinheiro, que também pediu o bloqueio dos bens de ambos. Eles são acusados de improbidade administrativa por contrato temporário de prestadores de serviços sem autorização legislativa e realização de processo seletivo simplificado. Além disso, foram constatados vestígios de que houve contratação de servidores para cargos não autorizados pela norma legal, contratos temporários celebrados antes da publicação, vigência do conjunto normativo e ausência do processo seletivo simplificado legalmente exigido. O Jornal Opção tentou contato com o prefeito de Goianira, mas as ligações não foram atendidas.Dilma, Marconi e Paulo Garcia: pela tolerância
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Entre aspas
"Prefiro ser chamado de mal educado que de achacador” Ex-ministro da Educação Cid Gomes ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), durante sessão que lhe custou o cargo

[caption id="attachment_31196" align="alignnone" width="620"] Secretário Thomas Traumann: documento vaza e ele viaja[/caption]
Responsável pela denúncia do “caos político” no governo, o jornalista e companheiro Thomas Traumann se habilitou a uma provável promoção nesta semana: a troca da Secretaria de Comunicação Social no caótico Palácio do Planalto da presidente Dilma, pela estabilidade da assessoria correspondente na Petrobras.
A troca seria vantajosa. O ambiente na petroleira oferece mais sossego. A agitação do petrolão não é problema na empresa, pois se repete no Planalto, onde a tendência a envolvimento em escândalos promete crescer. Sem falar nos protestos de rua que se dirigem contra o palácio, como a pressão pelo impeachment da presidente.
O caminho à provável ascensão de Traumann foi aberto na quinta-feira, com a demissão do companheiro Wilson Santarosa na chefia gerência de comunicação há 12 anos. Ele, com origem sindical, desembarcou na Petrobrás quando o companheiro Lula assumiu o governo em 2003. Quer prova maior de estabilidade? Vale pelo menos enquanto não surgir outro Traumann em governo do PT.
Amanhã, segunda-feira, termina a folga de seis dias que o secretário Traumann combinou com a presidente Dilma para ir aos Estados Unidos acompanhar o tratamento médico de uma irmã. Na volta, terá de explicar a coincidência entre a viagem e o vazamento do documento com a crítica mais dura do PT à comunicação do governo. Mas isso não deve ser problema.
Tudo se passou no fim da tarde de terça-feira. Enquanto o secretário carregava a mala, o Datafolha se preparava para publicar a nova pesquisa que confirmou a implosão no prestígio de Dilma dois meses e meio depois da posse no novo mandato. A rejeição era de 24% no princípio de dezembro e chegou a 62 pontos no começo da semana passada.
Era como se a pesquisa fundamentasse o radicalismo da crítica que surgiu no próprio aparelho jornalístico do Planalto, numa falta de sintonia entre a comunicação do governo e a militância do PT. Um divórcio causado pela corrupção, palavra usada mais de uma vez no papel que transitou do palácio para a imprensa, sob o tratamento informal que companheiros se concedem:
“De um lado, Dilma e Lula são acusados pela corrupção na Petrobrás e por todos os males do país. Do outro, a militância se sente acuada pelas acusações e desmotivada por não compreender o ajuste na economia.”
Tudo bem, o papel seria apenas para conhecimento interno do palácio, mas vazou num momento de coincidências na fase mais crítica dos quatro anos e dois meses de gestão de Dilma. Veio ao público e expôs a oposição interna no palácio ao ajuste da economia com a redução de direitos trabalhistas.
No contexto, mais uma referência a corrupção. “A mudança nas regras do seguro-desemprego, o desastrado anúncio de cortes do Fies, o aumento da gasolina e energia, e do massacre das TVs com as denúncias de corrupção na Petrobras geraram entre dilmistas um sentimento de ‘abandono’ e ‘traição’”, denunciou o documento.
Abandono e traição. A divisão do PT a partir do racha entre Lula e Dilma, acentuada pela falência de governo que impôs à presidente esquecer seu antigo modelo econômico e buscar um novo projeto fora dos quadros petistas, com a incorporação dos novos ministros da Fazenda e do Planejamento, Joaquim Levy e Nelson Barbosa. No conflito, Traumann assumiu uma posição.
A crítica que está no texto da Comunicação não leva assinatura do autor, além de vazar. Mas quem poderia ser o responsável na secretaria? A autoridade pertence ao secretário Thomas Traumann, que bateu asas para o exterior em momento crítico à presidente, vítima, como o PT, das marchas de protestos que foram às ruas dois dias antes.
O secretário abandonou ou traiu a chefe? Em dezembro, quando Dilma reorganizava a equipe depois de reeleita, era certo que não estava em seus planos a renovação do contrato de Traumann. Mas ele foi ficando no palácio. Apenas em fevereiro a presidente formalizou a permanência do secretário, um mês depois de novo governo. Ele poderia se sentir abandonado e traído?
O documento da Comunicação poderia ser aquela autocrítica de governo que Dilma se recusa a fazer? Não, a presidente ainda não chegou a esse estágio. Em sua longa entrevista a repórteres na segunda-feira, ela ensaiou uma autorrevisão. Mencionou nove vezes a palavra humildade como uma postura pessoal a ser adotada, mas ainda não chegou nem a isso na prática.
[caption id="attachment_31191" align="alignleft" width="250"] Dilma deveria intensificar os conflitos, segundo petistas[/caption]
O documento que vazou na Secretaria de Comunicação Social da Presidência animou uma ação dentro do PT que procura afastar Lula de desgaste com o ajuste fiscal da presidente Dilma, a quem lulistas acusam de se tornar impopular por conta da mudança econômica conservadora, mais a deficiência na montagem de um sistema de mídia adequado em apoio ao governo petista.
A impopularidade da presidente teria a ver com a falta de mídia mais manipulável, com verbas ou apoio aos recursos de comunicação disponíveis no aparelho do governo. Seria uma maneira de conter a independência dos veículos. Por isso, o documento oferece a Dilma a receita para “virar o jogo” com maior exposição em público, “não importa quantos panelaços eles façam”.
O estímulo a Dilma para desafiar a hostilidade da oposição nas ruas com seus panelaços seria um tiro no pé da própria. Uma forma maquiavélica de enfraquecer a presidente mais ainda, além de forçá-la a martirizar-se. Em benefício de quem? De Lula? Bem, ele seria poupado. Ficaria no bem-bom do lar e do escritório, entre os seus. A sucessora seria o boi de piranha.
Mas quem seriam aqueles que promovem o panelaço, como está no documento? São as pessoas que saem às ruas em marchas de oposição ao governo. Eles são o mal. Os companheiros do PT são o bem. A estratégia proposta a Dilma é a de intensificar os conflitos, a dissensão social. Com a disseminação de confrontos, militâncias poderiam ser milícias. Revolucionariamente.
A segunda parte da virada do jogo viria com a unificação dos serviços de mídias do governo. “É preciso consolidar o núcleo de comunicação estatal, juntando numa mesma coordenação ‘Voz do Brasil’, sites, twitter e facebook dos ministérios, facebook da Dilma e Agencia Brasil”, sugere o texto, que inclui também o aparelho dos ministérios e estatais.
O foco da ação do aparelho seria São Paulo, território tucano onde o PT é fraco. Seria algo em parceria com o prefeito e companheiro Fernando Haddad, como justifica o documento com um laconismo que torna a recomendação pouco clara, pobre em matéria de comunicação social:
— Há uma relação direta entre um e outro.
Observe-se que o ajuste fiscal de Dilma recebe progressivamente a condenação pública de comunicadores que passaram por Brasília a serviço de governo petista. Todos eles paulistas e militantes lulistas, como Traumann. Acusam a presidente de não montar um aparelho de comunicação que agregue apoio jornalístico ao governo e integre todos os meios públicos à disposição.
“Instrumentos de comunicação o governo hoje tem de sobra”, escreveu Eugênio Bucci em artigo, como se os recursos não existissem quando presidiu a antiga Radiobrás na era Lula. “Pagos a peso de ouro. As somas são bilionárias. Não foi por falta de máquina de propaganda que a classe média foi às ruas no domingo”, completou Bucci.
Também em artigo de jornal, André Singer atribuiu a Dilma uma contradição entre palavras e atos que “constitui perigosa sequência daquela produzida por uma campanha à esquerda e a montagem de um ministério à direita.” Escreveu Ricardo Kotscho que “o governo Dilma 2 está se acabando sozinho, numa inimaginável autodestruição.”

Pesquisadores estão sempre em busca de ossadas de Miguel de Cervantes Saavedra. Agora, depois de estudos intensos, encontraram ossadas que, supostamente, são do escritor. O que isto efetivamente muda na biografia do autor de “Dom Quixote” e outras histórias? Nada, ou quase nada.
Em termos da obra, não se fará mudança alguma, exceto se descobrirem algum texto inédito de Cervantes, o que, se não é impossível, é muito difícil. Portanto, entre as ossadas e “Dom Quixote”, os leitores que apreciam boa literatura certamente ficarão com o romance.
Há de se perguntar: os pesquisadores estão se comportando, de certo modo, como o personagem Dom Quixote de la Mancha?
O prefeito João Gomes se reuniu com o presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, desembargador Leobino Chaves, para solicitar mais agilidade na avaliação do processo que trata da situação do transporte coletivo de Anápolis. O processo tramita há cerca de dois anos na Corte Estadual. O julgamento foi adiado para a próxima semana, fato que motivou o prefeito, vereadores e outras autoridades a procurar o TJ. Leobino Chaves ouviu o pedido do prefeito e da comitiva. “Estamos aqui para ouvir os pleitos dos cidadãos e, com certeza, a celeridade desta matéria beneficiará diretamente a cidade de Anápolis”, declarou. Ao fim da audiência, o presidente designou o ouvidor do TJ-GO, desembargador Luiz Eduardo de Souza, para conhecimento e providências em relação ao caso. Há dois anos está em tramitação no TJ processo do qual sairá a decisão apontando qual empresa administrará o transporte público na cidade. A ação foi movida por uma das empresas que participaram da última licitação do transporte coletivo, questionando o resultado do certame.

[caption id="attachment_31185" align="alignnone" width="620"] Prefeito João Gomes e secretário estadual de Governo, Henrique Tibúrcio, articulam o passe livre estudantil | Foto: Prefeitura de Anápolis[/caption]
Boa notícia para os milhares de estudantes anapolinos. Após reunião entre o prefeito João Gomes e o secretário de Governo do Estado, Henrique Tibúrcio, avançaram as providências para a implementação do Passe Livre Estudantil (PLE), fruto da parceria entre a prefeitura e governo estadual. Anápolis será a primeira cidade do interior do Estado, fora da região metropolitana da capital, a contar com o programa e a ideia é que todos os estudantes que já fazem jus à meia passagem tenham o benefício a partir do próximo semestre.
De acordo com Henrique Tibúrcio, a ação prioritária pela implementação do Passe Livre Estudantil em Anápolis será a realização de um estudo a ser elaborado em conjunto pelo governo estadual, prefeitura e empresas que detêm a concessão do transporte público na cidade.
Quando for efetivado em Anápolis, cada estudante terá direito a 46 passes mensais, que representam 23 viagens contando o trajeto de ida e volta. Estudantes de pós-graduação também terão direito ao benefício. No último levantamento realizado pela empresa que presta o serviço de transporte público na cidade, cerca de 15 mil estudantes utilizam o direito ao pagamento de meia passagem em Anápolis. Número que pode aumentar com a isenção integral das passagens.
Dentro da política de reconhecimento e valorização do servidor público municipal, a Prefeitura de Anápolis, concede aumento de 9% no salário de aproximadamente dez mil funcionários ativos e inativos. O Projeto de Lei, de autoria do Executivo, foi aprovado em segunda votação na terça-feira, 16, pela Câmara Municipal, e agora segue para sanção do prefeito João Gomes. O reajuste nos vencimentos entra em vigor já neste mês de março. O aumento beneficia servidores públicos municipais ativos do quadro efetivo e comissionado, além dos inativos com paridade, exceto os ocupantes de cargos de magistério que, no início deste ano, tiveram seus vencimentos reajustados, conforme piso nacional. Segundo o secretário municipal de Gestão de Recursos Humanos, Rodolfo Valentini, o porcentual da revisão foi estabelecido após uma análise realizada em diversos índices nacionais, por meio de uma comissão formada para discutir e analisar os proventos do funcionalismo público em Anápolis.