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“Idioma de um só” reúne narrativas que subvertem a linguagem formal em favor de uma visão alucinante e sarcástica da realidade
[caption id="attachment_91578" align="alignleft" width="620"] Ricardo Koch Kroeff desconcerta o leitor inúmeras vezes durante as histórias de “Idioma de um só”, seu livro de estreia | Foto: Divulgação[/caption]
Sérgio Tavares
Especial para o Jornal Opção
O título do livro de estreia de Ricardo Koch Kroeff indica uma singularidade que traduz com perfeição o estilo operado pelo autor gaúcho. “Idioma de um só” é o que pode ser entendido convencionalmente como uma reunião de contos, embora não exista nada de convencional na engenharia dos textos.
Kroeff manipula a forma de modo a criar um tipo de moinho mágico através do qual as palavras constituem um painel de natureza pictórica, uma tela animada de intensidade surrealista. A descrição meticulosa se ocupa dos pequenos gestos, da ação que se desprende dos movimentos mínimos, transformando a relação entre seres e objetos num enlace que proporciona uma dupla caracterização. A consciência se transfere de um a outro, nesse espaço de puras excentricidades.
É o caso de “Ruxandra Dragomir”, narrativa que abre o livro. O palco aqui é a final do torneio de Roland Garros. Ruxandra, que entrou na disputa como número 127 do mundo, enfrenta a número dois, a russa Nadiezda Maleeva. Uma missão dificílima, porém o ânimo para a vitória está conectado ao desempenho de um plano secreto.
As tenistas, então, adentram a quadra de pó de tijolo laranja. Ao lado, está uma mesa de plástico branco, dessas com um furo no meio, descontente por estar ali. Ela insiste que nasceu para morar à beira da piscina, sendo suja pelos picolés das crianças, pelos almoços em família. Ruxandra é a primeira a sacar. Pega uma bolinha amarela peluda e a joga para cima. O nome da bolinha é Pômpi, e “(...) sobe quietinha e para no ar; fecha os olhinhos de cílios longos, contrai a face gordinha e espera”.
A narrativa vai ganhando elementos cartunescos sem se dispersar do ponto central, que é a execução da partida. Da mesma maneira, dois instantes se entrecruzam ao presente: o passado da tenista, na antiga Checoslováquia, e a presciência dos acontecimentos depois do último set. Kroeff concentra-se num ritmo ágil, multívago, que por vezes assemelha-se a um desalinho, mas que preserva um fecho nos limites desse recorte de tempo, ainda que esse fecho não signifique o fim.
Os contos são tipos de documentos abertos, cujo eixos dão corda a uma multiplicidade de sentidos. Em “Solidão da baleia”, o narrador vai sendo seduzido por uma mulher chamada Alice, que diariamente passa, por debaixo da porta de sua casa, uma carta em que descreve partes inusitadas de seu corpo, a exemplo da curva de seu tornozelo e da parte interna de sua coxa esquerda.
A sedução cria uma necessidade, cujo resultado é o lançamento para um estado meio de sonho, meio de devaneio. Outra vez, o autor subverte a linguagem formal, agora unindo palavras e fabricando neologismos. “É por medo do mundo pós-alíctico que meu primeiro olho abre e entro em mim para tentar ver o que Alice enxergará-garia. (…) Procuro no chão os filhos desses olhos de terceiros que nasceram do momento-Alice e esmago os momentolhinhos”.
O sexo é retratado (obviamente) com tonalidades vivas em “I'm sexier than a bitchwitch in thigh-high boots”. A narradora descreve, da forma mais lasciva, uma cena que envolve felação. “Van Gogh Dylan” constitui-se a partir de entreatos que acompanham o pintor holandês Vincent Van Gogh e o músico estadunidense Bob Dylan em circunstâncias mobilizadas pelo curso de uma criação artística. É o texto mais complexo, desconcertante; uma coisa de espelhamento, de câmbio de identidade, de transfusão, preparada numa cornucópia de imagens, sons, reproduções, de algo que não se sabe bem o que é.
Todos os diálogos são escritos em inglês (há, ainda no livro, passagens inteiras em francês e no idioma de uma tribo indígena). Um quê de absurdo que transparece o absurdo que tomou a vida comum de assalto.
O mundo de Kroeff se edifica como parte de uma visão alucinante, inventiva e sarcástica da realidade; uma técnica de operar a escrita que remete à literatura de nomes como David Foster Wallace e George Saunders.
A parte final do livro é reservada a duas autoras inéditas que, segundo o autor, são essenciais para o projeto inclusivo que o livro deseja ser. Christine Gryschek, uma jovem paulista, poeta, que “com 27 anos escreveu-leu-ouviu sobre loucura”; e Paola Santi Kremer, porto-alegrense que reside na Argentina, admiradora do portunhol selvagem. Seus contos, em formato e conteúdo, diferenciam-se entre si e de todo o conjunto anterior. Mas será que elas realmente existem?
Independente da resposta, o indefinido é uma maneira perfeita de terminar uma obra cuja força está no poder de desestabilizar o leitor.
Sérgio Tavares é jornalista e escritor
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Serviço:
“Idioma de um só”, 144 páginas Editora: Não Editora Preço: R$ 39,90Trecho do livro

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