Opção cultural

Nova exposição do artista goiano fala do mosaico de referências apreendidas ao longo da vida e das possibilidades para se viver de arte

Em um cenário dantesco, obra de autor goiano retrata a humanidade na desatinada locomotiva da sociedade brasileira

Em seu novo livro, o goiano destaca sua habilidade de escrita jocosa e leve do absurdo lógico da vida

A Fósforo Cultural está assoprando velinhas. Já com nove anos de estrada, a produtora está preparando um arraiá para lá de caprichado no berço da aniversariante, o Martim Cererê. A “Julindie” traz 13 shows, dez DJ’s, decoração temática e uma Feira Mix com vinis, comidas típicas, bugingangas e merchandise. Na line-up principal tem Carne Doce, Overfuzz, Faroeste, Dry, Aurora Rules, Cherry Devil, Dogman, Beavers, Chá de Gim, Components, Meio Termo, Peixefante e a Shotgun Wives com a Quadrilha Indie. Os DJ’s Maurício Motta, Robson (Projeto “Ar é Música“), Pedro Hernández, Pablo Kossa e Carol Tinoco ficam por conta do som externo.
Ainda tem palco DJ Set com Felamacumbia (Zargov e Bruno Caveira), Daniel De Mello, Milian G, Gui Alb e Daiene Matarazzo. “Julindie” também é o lançamento oficial do Festival Vaca Amarela 2015. É no sábado, 4, a partir das 14h. Os ingressos custam R$ 10, com passe livre até às 17h.

Livro
Na Berma de Nenhuma Estrada
A escritora Mia Couto selecionou 38 textos, publicados originalmente em jornais e revistas ao longo dos últimos anos, para esta coletânea de contos.
Autor: Mia Couto
Preço: R$ 29,90 - Companhia das Letras
Música
The Desired Effect
O novo álbum solo de Brandon Flowers, vocalista do The Killers, o intitulado “The Desired Effect” é considerado seu trabalho mais consistente desde “Day & Age”.
Intérprete: Brandon Flowers
Preço: R$ 27,90 - Universal
Filme
Cinderela
Lily James dá vida à personagem do clássico conto de fadas “Cinderela”. O longa tem ainda no elenco os atores Richard Madden, Cate Blanchett e Helena Bonham Carter.
Direção: Kenneth Branagh
Preço: R$ 39,90 - Bueno Vista

As inscrições para o processo seletivo de filmes nacionais para a 15ª edição do Goiânia Mostra Curtas já estão abertas e continuam até o dia 30 de julho. Considerado um dos mais expressivos festivais brasileiros no formato curta-metragem, o Mostra Curtas será realizado na cidade de 6 a 11 de outubro. De acordo com o edital, aberto pelo Instituto de Cultura e Meio Ambiente (Icumam), os curtas devem ter formato digital, duração máxima de 25 minutos e terem sido realizados a partir de janeiro de 2014. Cineastas de todo país podem se inscrever nos gêneros ficção, documentário, experimental e animação. Você fica sabendo o resultado em setembro.

Aside não é um grupo, mas uma ideia de fazer música e ouvir. Parte da programação do Conexão Samambaia, você descobre mais do concerto no Teatro Centro Cultural UFG, às 20h da terça-feira, 30. A entrada é franca.
- A banda Nenhum de Nós apresenta seu novo trabalho, o intitulado “Sempre é Hoje”, nos palcos do Bolshoi Pub na noite do sábado, 4.
- A mostra “Eiga” exibe filmes de animação japonesa no Cine Goiânia Ouro, nas tardes dos dias 4 e 5 de julho. Os ingressos custam R$ 6. As sessões têm horários variados.

O australiano Jason Law ministra o curso “Atuar Dançar: uma cena para musicais”, na Casa Corpo, nas manhãs de segunda e terça-feira, 29 e 30 de junho. Bailarino, coreógrafo e diretor criativo profissional, Jason tem experiência em diversas danças, como ballet, jazz, contemporânea, hip-hop. Para a oficina, ele traz técnicas de teatro e dança musical. No segundo dia, será registrada uma cena curta de criação coletiva, fruto da oficina. As vagas são limitadas e a contribuição é voluntária e consciente.

O expediente de sexta já se foi, agora é só descansar. E nada melhor que uma boa música para embalar o final de semana, não é mesmo? Então, eis as músicas que mais tocaram na redação do Jornal Opção, nessa semana. A equipe do online fez uma homenagem ao cantor Cristiano Araújo. Agarrate Catalina - La Violencia Arctic Monkeys - A Certain Romance Blur - Lonesome Street Cambriana - Swell Cristiano Araújo - Efeitos Cristiano Araújo - Hoje Eu Tô Terrível Cristiano Araújo - Mente Pra Mim Gilberto Gil e Jorge Ben - Filhos de Gandhi Jimi Hendrix - Purple Haze Oren Lavie - Trouble Don't Rhyme Steve Vai - For The Love Of God Stevie Wonder - Isn't She Lovely & Sunshine Scorpions - Love Of My Life

O corpo está sendo velado no Cemitério Jardim das Palmeiras e o sepultamento será às 17 horas
[caption id="attachment_38866" align="aligncenter" width="620"] José Mendonça e Ana Maria Teles, em homenagem no ano passado | Foto: Flávio Isaac[/caption]
Iuri Godinho
Especial para o Jornal Opção
3:32 da manhã e a amiga da vida inteira Alessandra Teles deixou três palavras no meu zap: “minha mãezinha faleceu”. Ana Maria, uma das pessoas mais importantes para a cultura goiana nos últimos 50 anos, o esteio silencioso de José Mendonça Teles, já não estava entre nós.
Foi Ana Maria quem segurou todas as barras para que seu marido, José Mendonça Teles, se dedicasse integralmente e de graça à cultura. Ela quem topou dar sua casa histórica na Rua 24 para a fundação que leva o nome do Zé. Ela o esperava nas madrugadas após as intermináveis viagens que fazia como secretário municipal da Cultura ou presidente de instituições culturais.
Nunca vi Ana Maria reclamar das santas doideiras que o Zé aprontava na sua abnegação pela cultura em um Estado periférico, de um país periférico pouquíssimo afeito ao saber. Pelo contrário, com seu olhar manso e silencioso, um meio sorriso nos lábios, ela o apoiava. Até como forma de incentivá-lo, brincava dizendo: "tudo que em Goiás nunca dá dinheiro, o Zé Mendonça faz".
Ana e o Zé, suas duas filhas e depois as netas, as conheço desde sempre. Na adolescência já sentia a presença forte de Ana Maria, aquela que controlava e comandava a todos apenas com a autoridade do olhar, sem falar muito. Mas acima de tudo, dava espaço para que a família fosse o que quisesse. Alessandra Teles virou artista plástica, viveu as aventuras que quis pois sabia que sempre podia voltar para as asas acolhedoras da mãe.
Quando José Mendonça piorou do Parkinson, ela novamente o apoiou quando decidiu realizar uma operação de risco para minorar os efeitos da doença. E de anjo da guarda do marido só não subiu de posto porque não existe cargo mais alto do que o de anjo que se dedica ao próximo. Cuidou do Zé até o último dia.
No final de semana, Ana Maria baqueou. Enfraqueceu. Estava com anemia e pneumonia. Pelo Facebook, a filha Alessandra pediu sangue para a mãe. Um batalhão acorreu para ajudá-la.
Quem dera a gente tivesse sobre a vida o doce e acolhedor controle que Ana tinha sobre a família. Mas a gente não tem e Ana Maria se foi nessa madrugada. Madrugada do apóstolo São João. O primo de Jesus, o cara que batizou o filho de Deus.
Ana se foi numa bela data. Dia de festa. À sua maneira, foi também um apóstolo do bem para a família e, por consequência e sem nunca cobrar por isso, para a cultura goiana.

Você curte livros com histórias fantásticas, games e seriados? Se liga então, pois Leon Rabelo coordena uma oficina, um bate-papo sobre Game Of Thrones. Tanto na noite de hoje, quanto na de amanhã, a conversa é a mesma. Começa às 19h30, no Espaço Culturama. Se você levar um amigo, e um dos dois for estudante, rola um desconto e a entrada que custa R$ 20 fica pelo valor de meia entrada. Se prepare, afinal são vídeos, imagens e mais um bocado de coisas divertidas e interessantes sobre a série norte-americana, que tem grudado muita gente no sofá.

O músico-poeta fez show em Goiânia na semana passada e deixou uma questão: para onde apontam os dedos de seu trabalho, que vai muito além dos palcos?

Grande parte desse tipo de filme vem dos EUA, mas isso não significa que apenas trabalhos de lá estejam entre as melhores
[caption id="attachment_38542" align="alignleft" width="620"] Cena de “Uma história de amor e fúria”, que retrata o Rio de Janeiro no ano 2096[/caption]
Marcos Nunes Carreiro
Listas são sempre polêmicas. Por isso, já aviso logo que esta é fruto de escolhas únicas e inalienáveis deste que vos escreve. As justificativas estão postas e aceito questionamentos e novas listas feitas por você, caro leitor. Critique-me. A intenção da lista é mostrar que há enredos bem feitos e histórias fantásticas – se me permitem a ambiguidade do termo – nessas produções. Um fato importante é que não há apenas ganhadores de Oscar na lista, embora haja muitos.
A questão é: a lista foi feita tendo em mente apenas aqueles filmes “blockbuster”, isto é, de muita aceitação entre o público e, consequentemente, de excelente bilheteria. A única exceção, como verá o leitor, é a animação brasileira “Uma História de Amor e Fúria”, que entrou na pré-seleção de indicados ao Oscar de 2014, mas não teve “aquela” abrangência nas salas de cinema. A classificação por número é mais uma questão didática do que necessariamente pelo fato de uma animação ser melhor que a outra. Cada uma foi escolhida por um motivo em particular e, por isso, merece um lugar neste “cânone”. Veja:
1) Os Incríveis
A história da família Pêra merece o primeiro lugar desta lista por um simples motivo: esta animação foi responsável pela reformulação do papel do herói na sociedade. O filme mostra como as instituições sociais começaram a desprezar os (super) heróis, afinal, eles destruíam a cidade durante sua luta contra o crime. Os gastos públicos eram muito grandes e o custo-benefício passou a ser negativo. Pela primeira vez em animações de grande investimento, vimos a sociedade se (re)voltando contra os super-heróis, algo que agora veremos no cinema em Batman vs. Superman e Capitão América: Guerra Civil. “Os Incríveis” fez história.
2) Uma história de amor e fúria
O leitor pode pensar: “ora, esse filme não é um ‘bockbuster’. Que filme é esse, afinal?”. Bem, esta animação – que estreou nos Estados Unidos com o título “Rio 2096: A Story of Love and Fury”, em 2013 – foi a primeira produção totalmente brasileira a chegar com chances de ganhar o Oscar. Além de uma produção gráfica muito bem feita, o enredo contém belíssimos traços de metaficção historiográfica, pois reconta a história das lutas do Brasil de 1560 à atualidade e ainda ficcionaliza os conflitos do ano 2096. Isto é, retrata a história brasileira: da luta indígena pela sobrevivência à colonização à escassez de água que provavelmente atingirá o país no futuro. Essa animação deve ter lugar garantido em todas as listas do gênero.
3) Wall.E
Nem é necessário falar largamente deste filme, que tem uma das histórias mais bem contadas tendo por recurso o não-diálogo. Afinal, Wall.E e Eva, dois robôs, não conversam por meio de palavras, que passam a ser quase desnecessárias ao entendimento de quem assiste, pois a linguagem não-verbal toma conta do imaginário e dá conta do enredo. A decisão por usar esse recurso estilístico é um dos grandes responsáveis por dar à animação o Oscar da categoria em 2009 – além, claro, da magnífica execução gráfica.
4) Happy Feet (1 e 2)
Os filmes são tão bonitos que sempre é preciso dizer: “Maldito cisco no olho”. Além da melhor trilha sonora já colocada em uma animação (sempre que vejo o filme preciso correr e ouvir Stevie Wonder depois), este filme traz “o” tema da atualidade: a necessidade de atenção às políticas ambientais. E faz isso com uma verossimilhança interna de dar inveja a muitos autores de ficção. O Oscar de 2007 foi mais que merecido a esta magnífica obra produzida pela Village Roadshow Pictures e pela Warner Bros.
5) A lenda dos guardiões
Não, esta animação não é aquela que conta a história do Papai Noel, do Coelhinho da Páscoa, João Pestana e companhia (esse é A origem dos guardiões). Este filme conta a história de Soren, uma corujinha fascinada pelas histórias dos alados guerreiros míticos que travaram uma grande batalha para salvar a espécie de uma enorme ameaça. Por que ela está na lista? Porque seu roteiro é a mais absoluta prova de que é possível unir dois gêneros literários, pois é um híbrido da épica epopeia heroica e da fábula. E faz isso com uma influência enorme do escritor britânico J.R.R. Tolkien, o primeiro a hibridizar os gêneros – embora o tenha feito com a epopeia heroica e o conto maravilhoso.
6) Toy Story (trilogia)
Toy Story marcou a infância e adolescência de muitas pessoas. Isso porque Woody e Buzz Lightyear são os maiores exemplos de lealdade já vistos nas telas de cinema. É tanto que algumas crianças até quiseram escrever Andy na sola dos seus sapatos direitos – algumas de fato o fizeram. Além disso, o filme (Oscar em 1996 e 2011) foi pioneiro em criar verossimilhança interna para guiar uma trilogia, fazendo isso com uma sutileza sem tamanho. Toy Story são filmes que merecem estar em qualquer lista que trate de animações.
7) Como treinar o seu dragão
Prefiro infinitamente o primeiro filme ao segundo. Acho que deveria ter ganhado o Oscar em 2011 e concordo que “Como treinar o seu dragão 2” tenha perdido o deste ano, até porque “Big Hero” teve competências gráfica e de enredo muito maiores (aqui uma explicação: “Big Hero” só não está na lista porque não trouxe nada de exatamente novo para as telas. Gostei demais do filme; sim, os gráficos são os melhores já feitos; e o enredo é bom. Porém, a história do vilão contra um grupo de heróis é comum). Por que só o primeiro filme está na lista? Porque é o único que representa os dragões em sua complexidade e função mitológicas: a do supremo desafio, que nenhum homem consegue vencer por suas próprias forças. No segundo, uma vez domesticados pela “sociedade viking”, os dragões não têm mais sua função primitiva. Por isso, embora goste do segundo filme, não posso colocá-lo aqui.
8) Valente
O papel da mulher foi reavivado de maneira ímpar neste filme (algo que foi retomado em Frozen no ano seguinte, o que justifica a falta deste na lista). Não à toa, Valente foi o primeiro filme da Pixar a ter uma protagonista mulher e que ganhou o Oscar de Melhor Animação em 2013. Além disso, Valente conta melhor que nenhum outro filme a jornada heroica feminina. Como disse na apresentação, a classificação por número é mais uma questão didática. Valente poderia facilmente estar na primeira posição desta lista. É um filme e tanto!
9) Coraline
O stop-motion baseado no livro homônimo do autor britânico Neil Gaiman – autor de Sandman, a melhor história em quadrinhos já feita, na minha opinião – é uma das mais profundas histórias criadas para filmes do gênero. O principal aspecto do filme remete à função dos espelhos como delineada por Michel Foucault: a do meio termo entre a heterotopia e a utopia, isto é, um lugar entre dois mundos – o real e o imaginário. Um belo filme.
10) A viagem de Chihiro
Oscar de 2003, esta animação japonesa, além de trazer à tona o tema da viagem (presente em quase todas produções do gênero, até porque é a ferramenta principal para qualquer autor de uma narrativas fantásticas), “A viagem de Chihiro” é uma das melhores animações de todos os tempos. Sério! É uma sequência tragicômica com uma competência gráfica incrível e um roteiro fantástico. Preciso assistir de novo. Se o leitor ainda não conhece, veja!

Obra de Victor Aguiar de Amorim retrata a história de Goiás, do período imperial à construção de Goiânia, desvendando as entranhas das disputas de poder

Livro
Pare de acreditar no governo
Autor: Bruno Garschagen
Preço: R$ 38 - Record
A seguinte pergunta tem instigado pensamentos: por que os brasileiros não confiam nos políticos, mas amam o Estado? A resposta está na nova publicação da Ed. Record.
Música
Deja Vu
Intérprete: Giorgio Moroder
Preço: R$ 24,90 - Sony/BMG
Com participações de Britney Spears, Sia, Kylie Minogue e outros nomes de peso, Giorgio Moroder, propulsor da disco music, quebra o jejum de 30 anos sem álbum inédito.
Filme
Clube dos Cinco
Direção: John Hughes
Preço: R$ 16,90 - Universal Pictures
Em comemoração ao trigésimo aniversário de lançamento do filme, o clássico Clube dos Cinco ganha uma nova versão em DVD e, agora, também em Blu-Ray.