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Os 13 melhores poemas goianos de todos os tempos

Odes ao amor e à vida enfeitam terças, segundas, a semana inteira. O canto da terra frutifica versos em estrofes. Fazer listas é tal qual efeito rarefeito, nunca de suspiro fácil. Por isso, algumas das poesias goianas em poemas, elencando títulos e nomes que têm feito, da história, estória. Tarefa que requereu ajuda. Recomendações. Façam as suas. Ei-los: [caption id="attachment_30958" align="alignnone" width="620"]Foto e texto de abertura: Yago Rodrigues Alvim Texto de abertura e foto: Yago Rodrigues Alvim[/caption] Ofício de viver - Afonso Félix de Sousa O mundo que encontrei já era isso. O jeito foi bordá-lo com palavras. Palavras e palavras, esta a herança que tive e vou deixando. O jeito foi juntá-las untá-las soprá-las dobrá-las a meu jeito Perdão ó mestres vos dou a mão à palmatória mas não sei ser outro, não sei ser de outro jeito. O mundo é isso e o jeito é ir chutando e vou chutando e vou driblando e vou sendo driblado e vou caindo e vou-me erguendo e vou e vou gemendo atrás da bola e a bola à frente e ao lado a bola e do outro lado e nas alturas Mestres meus mestres   Toque de Flauta - Delermando Vieira Um velho tonel de vinho é o que tenho, ali debaixo do pessegueiro florido, na vesperal animosidade. Por isso, assim, este beber e não tocar-me, se é flauta o que me toca, quando me toca esta saudade. Eu sinto, ouço, vislumbro nos aros da tempestade: é longo este soar de sinos, quando meu amor lá longe já morreu. Quem foi que tanto me buscou e me perdeu? Não sei. Sei apenas que todo buscar (adaga/florferida) é um sarilho arrastando a Vida. Todo buscar faz de seu achado alguma antiga e perdida ternura. Portanto, me busco e não me acho, por tanto achado e pouca procura. Que sou? a que vim? Que amor terá de mim o sangue, a libido, a navalha e sua ferrugem, se meus lábios (sempre tardos) nunca insurgem? Confesso: um cavalo de ouro trota, agora, no epidérmico jardim de minha pele, o rúbido bouquet de orquídeas entre os dentes de alvura acetinada. Relincha em ouro este cavalo que enfim no meu peito empina, escoiceia, bate os cascos contra as pedras da enorme solidão: de amor, quantas léguas tem meu coração? Um velho tonel de vinho é só o que tenho, enquanto – na paisagem embriagada – toco o soluço de uma flauta esmagada. Por isso, então, nunca beber-me aquele amor distante, nunca querer-me a pessoa amada!   Alvorada dos nirvanas - Edival Lourenço estou pela hora de cometer um haraquiri com o gume das palavras estou a ponto de sofrer um estouro de aneurisma na jugular poética   Geração - Gilberto Mendonça Teles Sou um poeta só, sem geração, que chegou tarde à gare modernista e entrou num trem qualquer na contramão, e vai seguindo sem sair da pista. A de quarenta e cinco me tutela, me trata como a um filho natural. Eu chego às vezes tímido à janela mas vou brincar no fundo do quintal. Na poesia concreta, a retaguarda é que me vê brincando de arlequim. Às vezes fujo à rima e lavo um fardo de roupas sujas, não tão sujo assim... A de sessenta e um foi de proveta, foi mágica de circo para um só. Ninguém me viu caçando borboleta ou pescando escondido o meu lobó. Quem fez letra, cantou e usou bodoque que se fez marginal pela cidade, será que fez poesia ou fez xerox ou apenas tropicou na liberdade.   Sem Título - Heleno Godoy Adentrar a casa, pelo portão: pórtico finca- do entre grades, gran- de o muro em torno; entre o porão e o ático, a casa se estende e se protege: um projeto ou uma proposta (a porta a ser fechada), a casa se constrói no que acumula — um cedro no jardim e outro na sala, cortado e revestido; como o musgo a recobrir a casa e seus súditos: um súbito susto, de medo — sua medida.   Poema vertical - José Décio Filho Dei um mergulho em mim mesmo, num pulo de cabeça a baixo. Tudo lá no fundo está quieto como os caminhos abandonados; a paisagem esfumou-se e confundiu-se num apaziguamento de cansaço. Perdi-me nos atalhos sedutores, gastei linhas retas e curvas, inquietações e deslumbramentos. De místicas visões e amargos projetos fiz um montão de cadáveres. Quanto trabalho perdido, quanto tempo dissipado! Mas de tudo que ajuntei na mais lírica desordem, alguma coisa houve de ficar, alguma coisa que às vezes se resolve em minha poesia ou em silêncio.   Poema - José Godoy Garcia Eu queria informatizar a minha práxis poética gostaria muito de ter ao meu dispor um Computer Place, a tecnologia Epson, Action Laser 1000, o Desktop, Seria maravilhoso computar as estrelas Que estão à minha disposição na hora exata de minha criação Gostaria de medir a pressão de meus órgãos Quando em minhas mãos um Macintosh Centris ou um Windows, e poder pegar uma loira baiana com toda serenidade. Sim, enfrentar uma baiana loira só com um Macintosh, essa raridade beirando à desídia de uma negra aça. Sim, e que a madrugada venha para o meu alento macho, sempre ao meu lado uma bela tecnologia Windows NT, assim poderei saber o útero perfeito e sua extremidade quanto a madrugada se abrir em coxas verdes-escuras-negras-grénas e aças, medindo a pressão e repressão sub reptícias em torno da Petrobrás. Oba! Nova Scanner Geniu tem soft poliglota, um avanço! Guimarães Rosa, em alemão, série verbegral-quicé. Uma atrociadade de línguas suaves-lânguyidas, as imagens Leyser de Bruna Lombardi de mel e de flores brancas. Oh, meu santo Virgolino, Santa Dica de Goiás, paixão de minha alma, oh conselheiro, oh Zumbi dos Palmares! O primitivismo nativista no bico dos anjos da máquina infernal que nos digita os sêmens, as porras micras, com uma doce atenuante: os estilísticos teriam um fim, até que enfim, salve nossas preces ao Nosso Senhor do Bonfim, o Windows digitaria as frases e períodos, no mágico de um simples botão Reader Baby e soletraria a estética num simples segundo de nossa vidinha. Salve o Microsoft Windos NT, infinito, oba-oba, lésbico!   Goyania - Manuel Lopes de Carvalho Ramos Canto primeiro Eu canto, patria minha, o heroe facundo Que immortal sublimara aquella idade Em que o Brasil, sonhando a liberdade, Cingia as vestes do nascente mundo; Em que da Historia, irmã da humanidade, Tinha o gigante audaz o ser profundo, E aquelles que, nos bosques brasileiros, Foram os grandes cayapós guerreiros. O’ tempos idos! O’ remotas eras! Em que, á sombra das arvores copadas, E das montanhas para os céos voltadas, Eram outras as nossas primaveras! Em que das selvas brutas e agitadas Eram selvagens os irmãos das feras, Em que a voz do cacique, ardente e bella, Soía um brado ser da eterna tela. Eras tu, patria forte, o grande povo Embalado no bosque americano, Não de escravos nascido ao eito insano, Mas de algum ventre poderoso e novo; Que então não tinhas outro soberano Senão esse fortissimo renovo, Mas que o perdeste á marcha triumphal Dos bravos, que illustraram Portugal. Eras tão livre como a voz dos ventos, Que as tuas alvas praias despertavam, Como a orchestra das aves, que esperavam Da aurora os raios fortes e opulentos. Ousado prometteu, que em ti buscavam Nações da Europa, espiritos sedentos, E estranhos, feros, cegos desertores, E escravos negros de crueis senhores? Em tudo a voz da terra esperançosa Mil phantasticas sombras attrahia; Em seus prados uberrimos nascia Forte imburana ao pé de branca rosa; Em seus valles risonhos, quando o dia Na luz d’alva acordava a tribu irosa, Eram lagrimas doces, purpurinas, As lymphas das ribeiras crystallinas. Mas em ti, só em ti, goyana terra, Correia pertinaz ouvira o brado Firme, soberbo de um paiz talhado Para os fructos da paz, e não da guerra; Porque em ti se firmava o luso errado, Vingando as regióes de serra em serra; Porque em ti, se não fosse a idade forte, Teria a própria liberdade a morte. Mas, por isso, bem vês, goyano povo, A quem meus versos neste canto envio, Que imagens vagas de paixão não crio, Mas a gloria da patria em que eu me louvo. Em teu regaço, em que melhor me fio, Deponho a lyra e o canto audaz e novo: Dá que a musa, animando a luz da historia, Da patria cante a primitiva gloria. [...] Canto Vigésimo [...] Eis nesse instante, enquanto gloriosos Os valles descem fortes os guerreiros, Da fria noite os astros derradeiros Iam doirando os ermos tenebrosos. Scintillam sobre os cerros altaneiros D’alva os clarões rosados e amorosos: A doce brisa a pluma dos cocares Agita aos buritys nos frescos ares. Algumas aves cantam nas ramagens Dos cambuhis da praia, em que serena A laranjeira delicada e amena Presta aos indios amantes as folhagens; E, ouvindo aquella matutina pena Do cardeal, que canta nas pastagens, Anhangaia murmura: Anang morre... Fria mão de Tupan seu rosto corre... Morrer! Quando esta vida é toda amôres! Quando, entre as rosas da manhã serena, Suspira a jurity na selva amena, Adeja o beija flôr beijando as flôres! Morrer! Da ideia negra que envenena Ao precipicio caminhar de horrôres! No coração, que a treva desespera, Ver extinguir-se a luz da primavera! Morrer! Quando a folhagem que murmura Presta suave sombra ao doce amado! Quando brilhante o leito do noivado E’ como um cofre aberto á formosura! Quando sómente o enfermo é desgraçado! Quando escarmenta o colhe a sepultura! Deixar tudo e partir... Cahir sosinho Cadáver! Sombra! Em meio do caminho! Taes pensamentos negros scintillaram No cerebro da indígena piedosa, Cuja paixão suprema em dor penosa Idéias mil oppostas transformaram. Turva-lhe a vista gfelidez pasmosa De Anag... e os passarinhos se calaram... Naquelle instante aspérrimo e sombrio Nem brilha mais o céo, nem falha o rio... Era supremo o acaso, a dôr terrivel, E findo estava o quadro da agonia: Sem forças quasi a indigena acolhia Aquella vida á margem do impossivel: E assim, olhando a face quase fria Que estreita, com disvello intraduzivel, Guayra ri, soluça, e a voz discerra: – Morto! Morto! – Suspira e cahe por terra.   Praia Morta - Miguel Jorge esta praia morta também é fruto do rio cemitério de gaivotas com seus ais e nunca mais esta praia morta viajou horizontes e se matou pelo rio esta praia plana esta praia plena de triscos ciscos cacos cascos bicos riscos triscos rabiscos beliscos reflete agoniando a orla vermelha do rio esta praia abriga vozes abriga falas e se cala como quem perdeu a última palavra   Vaga litúrgica - Pio Vargas O volume da chuva é que decifra o dilúvio como no corpo eflúvio é âmbar a dúvida a porta que mais vence é a que aberta permanece e o corpo que mais sente é nem sempre o que adoece. Que morte é natural senão a que é sem leito se nem só pelo sinal traduz-se o que foi feito (?) o que por dentro queima e teima em prosseguir o fôlego-fátuo que anuncia cenas do óbito a seguir Vai mais longe quem divaga além de si aquém do se a certeza que mais propaga é a de quem menos disse nenhum lugar pleno existe a menos que a invenção o faça : o perdão é de quem insiste no pecado e não na graça.   Pacote Completo - Cássia Fernandes Quando a gente ama, compra o pacote completo: o bilhete de ida e sem volta, a ex-sogra, o mau hálito quando acorda, o mau humor o mau amor. A gente ama, a gente compra o pacote com tudo o que vem dentro: um trem, uma família, um cachorro, um papagaio, um sofrimento. O feijão com caruncho, a pedra... A gente quase quebra um dente quando morde. A gente não pode comprar uma meia meia, uma meia sola, só o seio esquerdo e deixar na loja uma só alça do sutiã meia taça. Comer só o miolo do pão e do sonho de valsa; a laranja e a couve; e fingir que não houve nem escravidão, nem fome, nem chicotada, nem o pé de porco na feijoada. O amor não se vende avulso nem picado, para um pé atrás, de um só lado. Se bem que é bem preciso começar com o pé direito, dar ao menos um braço a torcer e de vez em quando estender a roupa no arame e a outra face. Porque a qualidade e o defeito são irmãos siameses. E o cachorro se senta sobre o próprio rabo. Bicho de goiaba é goiaba, exceto para quem está de barriga lotada. Quando a gente ama, não pode escolher se tem aleijão ou se é perfeito. Tem que aceitar a barriga, a remela, o cabelo de nego, o presente de grego, a mão em que sobra ou falta um dedo, e que é a pimenta da vida e que dá tempero à comida. Não há amor que se vende a granel, como fiado só no armazém ao lado. E se é verdade que a galinha da vizinha é sempre mais gostosa e mais gordinha, é verdade também que não se faz omelete sem quebrar uns ovos chocos e que todo ofício, mesmo o de você me comer e de eu comer você tem seus ossos.   As Jóias de Netuno - Valdivino Braz Surdo rumor de ondas se avoluma para os estrondos de espuma; estilhaços da fúria fragmentária, os cristais feito jóias, perdigotos de Netuno. Fraturas de oceano, salso cuspe de espuma e louça os nácaros, côncavos destroços. O que há de maestro e música, além do bramor de mostro, nisto de Atlântico. Sinistra massa, mista de crustáceos e moluscos – lagostos pednúnculos de antênulas, cacos de acéfalos hipocampos, espongiários espantos. De hábitos solitários e anêmonos, de celenteradas pedras, isto de florir-se o reino das actíneas. Outra é água-viva, mija-vinagre, urtiga-do-mar, isto de queimar. Transparência de gelatina, e de secreto nas entranhas marinhas, as coisas-meduas, tanto quanto não ser a vida um mar de rosas. Umas formas eriçadas, uns ouriços, uns crespos de abrir-se e fechar-se - de não-me-toques -, marinhos espinhos. E coisoutras peludas, isto análogo de púbis, estranhos novelos de quelíceras. Uns mijos de esponja, de Nadja, de nojo. Umas pérolas nada pérolas, num colar de búzios. Com a fileira de pés ambulacrários, A esdrúxula estrela, uma crosta, uma casa, parece que morta. Vergue-se-lhe, entanto, o centro, ei-la que ressuscita: ondula-se o mar de áspero dorso, onde varetas possibilitam articular-se o dentro, e pena é vê-lo ondular-se, por certo que de dor, isto de só restar devolvê-lo ao mar, arremessa-lo feito disco voador.   O desvio - Yêda Schmaltz A mim pouco me importa aberta ou fechada a porta, vou entrar. E pouco me importa estar sendo amada ou não amada: vou amar. Que a mim me importa tanto eu mesma e o sentimento, quanto! A mim pouco me importa se a tua amada é doente, se a tua esperança é morta. E me importa muito menos se aceitas solenemente a nossa vida parca e torta. Porque a mim me importaria deixasse de ser eu mesma e a poesia. A mim pouco me importa se a lira quebrou a corda: vou cantar. E pouco me importa estar no picadeiro do circo: vou rodar. Que a mim me importa tanto eu mesma e o sentimento, quanto! A mim pouco me importa se estamos todos presos por uma invisível corda. E me importa muito menos sermos todos indefesos ante o destino que corta. Porque a mim me importaria deixasse de ser eu mesma e a poesia.

Lançamentos

Livro

Livro A talvez ma­is conhecida obra do escritor inglês Aldous Huxley ganhou uma nova edição no Brasil. Um livro de bolso, em brochura, e com preço acessível. Admirável Mundo Novo Autor: Aldous Huxley Preço: R$ 24,90 Globo de Bolso  

Música

CD O 3º álbum da cantora francesa Zaz, “Paris”, embalará o Circuito SP de Cultura, no dia 22 de março. E nada melhor que ter as canções na ponta da língua. Ei-las. Paris Intérprete: Zaz Preço: R$ 29,90 Warner Music  

Filme

DVD Pode se animar que “Operação Big Hero” chega, finalmente, às prateleiras com muita pipoca e guaraná para animar a família toda com esta aventura de Hiro e Baymax. Operação Big Hero Direção: Don Hall e Chris Williams Preço: R$ 39,90 Buena Vista

Agenda

  • Desde o último dia 12, a cidade sob o olhar do Marcelo Peralta intervém em cartazes e grafite nas paredes do Museu de Arte de Goiânia (MAG).
  • O artista reflete a sociedade e suas relações, a partir das engenhocas que condicionam a vida e alimentam os desejos humanos.
  • Por exemplo, o carro: a sua velocidade, novas direções e alhures, além de símbolo de status e promoção social.
  • A exposição “Autografia” ganha o espaço até o dia 19 de abril.

Retrato humano

São três momentos: Corpos Urbanos, Matrimônio e Desen­contros. É com esta divisão que “Retrato em Preto e Branco”, da Giro8 Cia de Dança, marca o ciclo vicioso da vida. A coreografia propõe reflexões quanto às influências da sociedade de consumo, que disciplina e individualiza os seres humanos. O retrato é, então, a esperança de reumanização do ser para em reconduzi-lo a um novo sentido da vida. A apresentação é no sábado, 21, às 20 horas, no Teatro Sesc Centro.

A todos “Los Hermanos”, la buena música brasileña!

Você que está ultra ansioso por outubro, mais especificamente dia 10 de outubro, pode ficar tranquilo! Ao menos, um pouquinho. É que a banda Fantoches Anônimos vai embalar mais uma noite com um tributo ao Los Hermanos. E vai ser no palco do Taberna, agora no Setor Bela Vista. Assim, dá para ir relembrando as canções, ficar menos eufórico ou mais, bem mais, digamos (riso): para o dia 10, quando os Los Hermanos estarão nos palcos do Pavilhão do Parque da Cidade, em Brasília (o show da turnê mais próximo de Goiânia). É, galera, se prepare que no dia 19 de março, você garante seu ingresso de outubro para conferir Camelo, Amarante, Barba, todos eles, e na sexta, 20, comemora no mais alto e bom som dos Fantoches!

Teatro do Oprimido na contramão da violência contra mulheres

[caption id="attachment_30626" align="alignnone" width="620"]Foto: divulgação Foto: divulgação[/caption] Nem toda segunda é tão difícil assim. Ao menos, não esta, 16. É que ela traz consigo a diretora e dramaturga italiana Alessandra Vannucci para uma roda de conversa. A também professora –– já ensinou na Escola de Direção Teatral e da Pós-Graduação em Artes da Cena da ECO-UFRJ e foi coordenadora do curso de Artes Cênica da PUC-Rio –– dividirá seus estudos sobre Estética e Política, entremeando pensamentos de Adorno, Brecht, Benjamin e, principalmente, de Augusto Boal, que buscava na arte a subjetivação como antidoto à opressão. A roda de conversa começa às 19 horas, ali na Casa Corpo, no setor Leste Universitário. A visita e bate-papo integram o curso “Tramas e Redes: Feminismos Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres”, organizado pelo grupo Ocupa Madalena – Teatro das Oprimidas e pelo grupo Transas do Corpo. A entrada é aberta a todo público. Basta chegar.

“Violeta velha e outras flores”: a obra de quem não queria apenas contar, mas representar histórias

Em seu primeiro livro, o publicitário paulista Matheus Arcaro busca o refinamento das palavras com o objetivo de significar a paisagem escarnecida ao redor de suas personagens

Para sempre “Lúcia”: metalinguística e inverossimilhança no filme que é quase um thriller sobre o Alzheimer

Longa que deu Oscar a Julianne Moore é forte por valorizar a memória a partir de seu esvaziamento

A busca pela infância do ex-presidente da Academia Brasileira de Letras

Escrito entre 1963 e 1965, livro é um conjunto de lirismo ligado à infância do poeta, que só saiu à luz no Brasil em 2010

Playlist Opção

Ah, chegou sexta, galera! E, ó, está quase na hora do happy hour. Aí, para fazer um aquecimento em alto estilo até que as seis chegue e com ela a boa folga do final de semana, nada melhor que uma musiquinha boa para relaxar, não é mesmo? Bora aumentar o som? Criolo – Fermento Pra Massa DJ Dolores & Orquestra Santa Massa - Essa Dança é Moda Hozier – Take Me To Church La Roux – Bulletproof Lily Allen – Fuck You MOONSPELL – Lickanthrope Queen – Bohemian Rhapsody Queens of the Stone Age – I Sat By The Ocean Sara Bareilles – Gravity Soulstripper – Não Trocaria um Sorvete de Flocos Por Você The Beatles - Help The Doors – Riders on the Storm

Desabafo de segunda-feira

[caption id="attachment_30448" align="alignright" width="620"]Reprodução/Beyoncé Reprodução/Beyoncé[/caption] Alexandre Parrode Sabe aquelas coisas das comédias românticas norte-americanas melosas e que cheiram pipoca encaramelada de anilina rosa, nas quais dois estranhos se encontram, se apaixonam à primeira vista e vivem um fim de semana de amor inesquecível, num parque de diversões no cair da noite? Pois é, baby, não acontecem na vida real. Este é um relato do que aconteceu com um conhecido meu — amigo próximo, confidente de barzinho. Mas também é uma história que já aconteceu com uma amiga, com o amigo de uma amiga, com a prima da minha colega de trabalho e com o padeiro da prima da minha colega de trabalho e várias vezes com a filha dele, no auge de seus 30 anos. Já aconteceu com a pequenina torcida do flamengo; talvez e inevitavelmente, pode já ter acontecido com você. O meu amigo, todo iludido, viajou mais de mil quilômetros para passar um fim de semana com um affair on-line. Planejou tudo, desde o corte de cabelo ao apartamento que ficaria. Contou os dias para o tal encontro. A promessa era de romance e, claro, certas safadezas carinhosas, entre lençóis. Lá foi ele, embriagado de expectativas e preso à segurança do combinado. Falsa, por sinal. Já no aeroporto, foi recebido com certa frieza. Em troca de um abraço carinhoso e talvez até um beijinho, ganhou apenas um “oi” e aquele rápido encontro de corpos constrangidos, onde sequer o aperto de mão é decente — imagine lá o abraço. “É o jeito dele. É a cultura daqui que é diferente da minha”, pensou meu tão conhecido. O caso é que, quando queremos que as coisas aconteçam do nosso jeito, num passo a passo, achando que controlamos o destino só com nossa imaginação, tendemos a distorcer a tal imprevisibilidade da realidade e fingir que não estamos vendo o que, de fato, está acontecendo. Acredito que seja uma maneira do cérebro acalentar o peito, quando este está prestes a ser aberto, sem anestesia alguma. Aberto na tora. Foram a uma balada da cidade. Antes fosse que estivessem de mãos dadas. Mas nada disso. Nada de abraços ou beijos apaixonados. Aquele abismo desconfortável entre os dois continuava a incomodar meu conhecido, feito sapato apertado que encharca. Até chegou a perguntar ao rapaz se ele não havia se interessado por seus olhos azedos, imaginando se o problema fosse esse ou o tom da voz ou, ainda, se o maldito cabelereiro tinha errado no corte de cabelo e fosse esse o motivo daquele silêncio todo que sai da boca dele. Antes que saísse tais perguntas, indagou se ele queria que fossem apenas “amigos” — como se isso, naquele ponto, fosse possível.  Resposta negativa seguida de um beijinho mixuruca, como se o rapaz estivesse com medo de ser visto por alguém ali na festa. Estava mesmo: “Certeza que meu ex está aqui”, disse ele ao meu conhecido. Ora, que tipo de pessoa fala do ex-namorado no primeiro encontro e, pior, demonstrando preocupação? — transtornei-me, quando meu amigo me contou. A esse ponto muita gente já deve estar se arrepiando aí na frente do computador, pensando “que cara babaca”. Bem babaca, é isso mesmo. A certa altura da noite, ele sentiu que o rapaz estava demorando demais para voltar com sua cerveja. Perambulou a pista de dança, cheia de luzes e pessoas vibrando, e não precisou muito para encontrá-lo... nos braços de outro cara. Ficou cego de raiva. Mas não raiva só do rapaz, que agora dava os tais beijos safados e carinhosos noutros lábios. Raiva de si mesmo. Quando se chora e o vermelho do nariz escorre não dá mais para ficar se fazendo de palhaço. Ao se deparar com tal cena, meu conhecido se deparou também com todas as certezas que ele tinha tido visto no silêncio do tal rapaz. Ainda assim, não queria aceitar, pois se negava a crer que tudo aquilo que ele havia planejado tinha ido por água abaixo. Pôs o circo abaixo. Gritou. Xingou. Esperneou. Sofreu. Chorou. Voltou para o apartamento com uma nova expectativa, tão conhecida, de que o rapaz viesse atrás, correndo, se desculpando, oferecendo-lhe o céu e a Terra e o diabo a quatro da Via Láctea inteira. Ou, quem sabe, com apenas um pouco de afeição, carinho e interesse debaixo do braço, em meio ao silêncio que ainda restava. Viesse atrás com o que ele havia ido buscar. Acordou com ressaca moral e com o rapaz dormindo ali do lado. Queria acreditar que ele não tinha ficado com outro na sua frente, sob a desculpa de que “o menino tinha ido à festa apenas para ficar com ele”. Parece piada, mas não é. Inclusive, o rapaz se disse “assustado” com a atitude de meu conhecido, porque achava que ele tinha embarcado no avião para “curtir” a cidade — e não para ficar de “casal”. Dizem que existem sempre duas verdades. A cama era de casal, mas a viagem não. As mensagens trocadas durante meses para combinar o encontro eram de casal, mas a viagem não. Daí, passaram aquele sábado como “amigos”. O rapaz, ainda ultra “assustado” com tudo, se manteve na mesma: distante. Deixou meu conhecido agonizar a frustração, sentir a dor da rejeição e consolou-lhe com sua simpatia — muy simpático! Ressentido e infeliz com o que havia se tornado seu fim de semana cinematográfico — que havia passado de “Diário de Uma Paixão” a “O Albergue” —, meu conhecido ainda tentou reverter a situação. Engoliu o orgulho, passou por cima de todo seu amor-próprio e, ainda, foi lá mendigar carinho. Conseguiu, então, a simpatia do rapaz ao dizer que tinha ido ali para ficar com ele, que lhe respondeu: “Então fique”. Ah! Se fosse tão fácil assim, não estariam naquela situação. Como diz a música “Um bom encontro é de dois”. E, claramente, meu conhecido era só “um” naquela empreitada. Ainda no sábado, que estava mais para uma terça-feira, foram novamente para uma balada. Exausto de se humilhar, ele acabou por se contentar com o álcool. Ah, ele se afogou naquele companheiro que, mais que teoricamente, não o abandonaria. Triste, caminhou para o hotel com o rapaz, acreditando que poderia dar certo. Voilá, outro ledo engano. Dormiu sozinho. Apesar de o rapaz estar lá, estirado ao seu lado. Não o procurou em sequer meio milésimo da noite. O deixou ali, como uma presa em teia de aranha. Imóvel, atordoada pelo veneno, sentindo a dor consumir-lhe as entranhas, mas consciente. Em vez de comer-lhe de uma vez, desimportando o peito aberto, o rapaz, como a aranha, o prendeu. E não o deixou ir até que tivesse sofrido toda a agonia. “Que babaca”, foi assim que reagi ao saber de cada detalhe história. Claro, óbvio que não consigo entender o que meu conhecido passou lá. É claro que não consigo, afinal essas dores do coração, como a morte, só quem experimenta, sabe. No entanto, perguntei-lhe o que o havia machucado mais e ele me respondeu de pronto: “A frustração. Mesmo arrasado, eu queria que ele me procurasse. Queria que ele me tomasse em seus braços e me beijasse com paixão. Mas me restou, apenas, compaixão”. No espelho, olhando para mim, meu conhecido refletiu mais um pouco e concluiu: “I’m a pretty fucking douchebag”. E já era segunda-feira.

As 10 bandas goianas de rock que você não deve deixar de ouvir

[caption id="attachment_30393" align="aligncenter" width="620"]Foto: Venâncio Cruz Foto: Venâncio Cruz[/caption] Goiânia é o centro do rock cravado no meio do Cerrado e isso já não é novidade para ninguém. Apesar de a cidade ser rotulada como a capital da música sertaneja, outros estilos musicais também conquistaram espaço e conseguem produzir excelentes artistas e bandas de destaque nacional e, até mesmo, internacional. Segue a lista das 10 bandas de rock “made in Goiás” cujas sonoridades ganham e ganharam notoriedade além das divisas do Estado e que não podem passar despercebidos:   Black Drawing Chalks Poucas foram as bandas que levaram o nome de Goiás para tão longe como Black Drawing Chalks. O grupo teve seu nome tirado de uma caixa de lápis carvão alemão muito antigo. Era formada por Victor Rocha e Douglas de Castro, enquanto ainda eram alunos da faculdade de Design. A banda cresceu e é apontada, atualmente, como a maior revelação do rock brasileiro, visto que foi a legítima representação do Brasil no palco alternativo do festival Lollapalooza, em São Paulo, em 2012:   Boogarins Com nome de flor, a de jasmim, que exala o “amor puro”, Boogarins é a mais grata recente revelação da cena rockeira destes campos. Com pegada psicodélica, o quarteto conseguiu um contrato de três discos com o selo Other Music Recording, uma importantíssima loja de discos de Nova York. Capitaneada por Fernando Almeida, o conhecido “Dinho”, e Benke Ferraz, a mais genuína herdeira da tradição do indie rock de Goiânia se apresentou recentemente na Espanha e é uma das atrações principais do festival Lollapalooza deste 2015, em São Paulo, com apresentação marcada para o dia 28 de março:   Violins O que falar de Violins? Misture aí Beatles, Zombies, Beach Boys, uma pitada progressiva de Pink Floyd e marine no Grunge e no indie 90´s. Adicione também música brasileira da melhor qualidade, como Chico Buarque e Caetano. Tcharam: Violins! O grupo foi formado em 2001 como Violins and Old Books (e que rendeu o EP “Wake up and Dream”), mas em 2003 já chamava a atenção com uma bela estreia, “Aurora Prisma”. Vieram em seguida seguir o esplendido “Grandes Infiéis”, “Tribunal Surdo” (2007) e “Redenção dos Corpos” (2008). Os discos trazem uma musicalidade trabalhada nos detalhes, nas palavras de alguém que percebe muito bem o que está acontecendo no mundo à sua volta. Beto Cupertino é o cara das letras escritas e cantadas pelo Violins, no qual cravaram um de seus álbuns (Grandes Infiéis) entre os 10 melhores discos nacionais dos anos 2000, em votação feita pelo site Scream & Yell:   Cambriana Cambriana é uma banda jovem que apostou numa estratégia bem atual de divulgação de seu trabalho: a internet. Por meio do universo digital, dispondo suas músicas para download em blogs, sites e, claro, nas redes sociais, o grupo angariou e conquistou seu espaço. As letras da banda abordam aspectos da vida que são passíveis de identificação por grande parte do público, levando em consideração que as músicas são cantadas em inglês. O álbum de estreia da banda foi gravado em estúdios caseiros, o que não interfere em nada na qualidade sonora do conjunto. As músicas são leves, de batidas contagiantes, instigantes, enfim, som de gente grande feito para um público de ouvidos refinados:   MQN Formada em 1994, o MQN foi uma das mais tradicionais bandas não somente de Goiás, mas de todo o Brasil — pelo menos no cenário do indie rock brasileiro. O quarteto que abandonou os palcos em 2012, já fazia rock quando Goiânia era de fato uma cidade pacata do interior do Brasil, cuja turma da botina, viola e chapéu reinava soberanamente nessas bandas do “velho oeste brasileiro”. As músicas do grupo eram marcadas por refrãos carregados da mais pura essência do roqueiro que beberam da água dos anos 1990: shows agressivos, repletos de gritos, palavrões, cusparadas, cerveja, invasões de palco e empurrões. Era esse veneno que destilava a víbora do Cerrado. Como o próprio nome da banda diz: Melhor do que nada (riso):   Hellbenders A banda goiana de metal stoner está em estúdio, gravando seu segundo disco no renomado Rancho De La Luna (onde apenas convidados podem gravar), na Califórnia, nos Estados Unidos. O Hellbenders será a primeira banda brasileira a ter um álbum produzido nos estúdio onde discos de conjuntos como Kyuss, Queens Of The Stone Age e Foo Fighters foram gestados. É por essas e outras que este quarteto, que surgiu em Goiânia em meados de 2007 e que fazem o legítimo rock garagem goianiense, está por aqui:   Carne Doce A banda liderada pelo casal Salma Jô e Macloys Aquino tem feito nos últimos tempos muito barulho! Melhor dizendo, tem adoçado muitos shows por aí. Com letras sobre luxúria, ciúmes e sobre a mercantilização do sertão, o som tem agradado as mais diversas línguas. Além de batidas leves, com bases harmônicas combinadas com uma melodia impulsionada por um vocal poderoso, esse grupo merece nossa atenção:   Girlie Hell Essa banda feminina de metal já fez apresentações ao lado de nomes de peso como Bad Religion, Kyuss Lives, Sepultura e a Crucified Barbara –– com quem fizeram uma pequena turnê pelo país. Lançado em 2012, o disco de estreia “Get Hard!” foi presença constante entre as listas dos melhores do ano e recebeu muitos elogios da crítica especializada: “Hard rock bem consistente e convincente”, declarou Silvio Essinger de O Globo. Então segura o som pesado destas goianas:   Overffuz O som deste trio tem evoluído, portanto nada mais justo deles terem se apresentado nos principais festivais que rolam em Goiânia, como o Bananada e demais eventos no decorrer do ano. Não fosse só o som produzido pela banda e a necessidade de se apresentar, o Overfuzz também é conhecido por apresentações poderosas.   Trivoltz Trivoltz é um trio muito barulhento que vem da efervescente cena hard rock de Goiânia e lançou seu primeiro disco de estúdio em 2010, tendo prensado o trabalho em vinil na República Tcheca e viajado para divulgar o álbum nos anos seguintes. A banda se destaca pela boa produção, acompanhada da vitalidade do rock and roll sem deixar de lado a criatividade e a vontade de fazê-lo muito bem feito. O trabalho desses caras merece ser notado:

Na contramão de Kubrick, mineiro condena a violência de mãos dadas com a civilização

Matheus Moura faz, em seu romance gráfico, o que Coetzee não fez: explicita sua militância a favor dos chamados Direitos dos Animais

A expansão do mercado de arte em Goiânia

Muitos ainda veem quadros e esculturas como peças de decoração financeiramente inacessíveis. Não é bem assim

Lançamentos

livroLivro Contrastar a visão de um eclipse total do sol com a dos pei­xes num aquário de Londres. Imagine quem poderia fazer isso. Apenas a mestre Vir­gi­nia Woolf. O SOL E O PEIXE Autor: Virginia Woolf Preço: R$ 37,90 -- Autêntica             Música2 Música O tão aguardado 13° álbum da rainha do pop chega às prateleiras mais cedo. O motivo? O álbum vazou, o que não foi ruim, pois acabou emplacando um hit: “Living For Lo­ve”. Rebel Heart (Deluxe Edition) Intérprete: Madonna Preço: R$ 38,90 -- Universal     Filme   Filme “Eu posso te amar. É? Acho que sim. Você quer me amar. Quero. Têm vários tipos de amor, qual você quer?”. Baseado em um conto de Jorge Furtado, este é “Boa Sorte”. Boa Sorte Direção: Carolina Jabor Preço: R$ 39,90 -- Imagem Filmes