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Cinema
Confira quem são os 52 brasileiros que votam no Oscar 2025; Veja a lista

A 97ª edição do Oscar, marcada para acontecer no dia 2 de março de 2025, contará com a participação de 52 brasileiros entre os membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, a instituição responsável pela votação nas diversas categorias da premiação. A presença desses profissionais no processo de escolha dos vencedores é um reflexo da crescente contribuição do Brasil à indústria cinematográfica mundial.

Entre os nomes mais conhecidos estão a atriz Fernanda Montenegro, o diretor Fernando Meirelles, o ator e diretor Wagner Moura, a atriz Sonia Braga, o cineasta Kleber Mendonça Filho e o compositor Carlinhos Brown. Todos eles, juntamente com outros profissionais do cinema, possuem o direito de votar nas categorias do prêmio, desde que sejam membros ativos da Academia.

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que organiza o Oscar, atualmente conta com cerca de 10,9 mil membros, dos quais aproximadamente 9,9 mil estão habilitados a votar nas 23 categorias da premiação. A composição dos votantes é diversa, com representantes de diferentes nacionalidades e áreas do cinema, incluindo diretores, atores, roteiristas, produtores e técnicos.

A entrada na Academia ocorre por meio de um processo que envolve recomendações feitas por dois membros já estabelecidos na instituição, que são responsáveis por indicar profissionais que consideram qualificados para a adesão. Após a indicação, os nomes passam por uma avaliação de um comitê.

Em alguns casos, como o de Fernanda Torres, que foi indicada à categoria de Melhor Atriz, a nomeação ao Oscar pode ser suficiente para que o artista seja automaticamente aceito como membro da Academia, sem a necessidade de passar por esse processo formal de apadrinhamento.

O processo de votação para o Oscar de 2025 começou em 11 de fevereiro e se encerrará em 18 de fevereiro. Durante esse período, os membros da Academia escolhem os indicados e, posteriormente, os vencedores. A maior parte das categorias é decidida por votações internas entre membros de áreas específicas da indústria cinematográfica — por exemplo, atores votam em atores e diretores votam em diretores.

No entanto, existem exceções: as categorias de Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Longa-Metragem de Animação permitem que todos os membros da Academia votem, independentemente de sua área de atuação. Isso garante uma maior diversidade na escolha dos vencedores nessas categorias.

O processo de votação e apuração é rigoroso. A PricewaterhouseCoopers (PwC) é responsável por auditar os votos, assegurando a transparência e a precisão do processo. Os resultados, como sempre, serão mantidos em segredo até a cerimônia, quando os envelopes com os nomes dos vencedores serão abertos ao vivo. Assim, os membros da Academia desempenham um papel fundamental na definição dos premiados do Oscar, influenciando diretamente o reconhecimento das produções cinematográficas do ano.

Aqui está a lista completa dos 52 brasileiros que participam da votação do Oscar 2025:

  1. Adriano Goldman (diretor de fotografia)
  2. Affonso Beato (diretor de fotografia)
  3. Alê Abreu (diretor e animador)
  4. Alice Braga (atriz)
  5. Andrea Barata Ribeiro (produtora)
  6. Anita Rocha da Silveira (diretora)
  7. Anna Muylaert (diretora)
  8. Anna Van Steen (maquiadora)
  9. Antonio Pinto (compositor)
  10. Bruno Barreto (diretor)
  11. Cacá Diegues (diretor)
  12. Carlinhos Brown (compositor)
  13. Carlos Saldanha (diretor e animador)
  14. Carolina Markowicz (diretora)
  15. Daniel Rezende (diretor e montador)
  16. Emilio Domingos (documentarista)
  17. Fabiano Gullane (produtor)
  18. Felipe Lacerda (montador)
  19. Fernanda Montenegro (atriz)
  20. Fernando de Goes (cientista de computação)
  21. Fernando Meirelles (diretor)
  22. Helena Solberg (diretora)
  23. Heloísa Passos (diretora)
  24. Ilda Santiago (curadora)
  25. Jefferson De (diretor)
  26. João Atala (documentarista)
  27. João Moreira Salles (documentarista)
  28. José Padilha (diretor)
  29. Karen Akerman (editora e produtora)
  30. Karen Harley (montadora)
  31. Karim Aïnouz (diretor)
  32. Kleber Mendonça Filho (diretor)
  33. Laís Bodanzky (diretora)
  34. Lula Carvalho (diretor de fotografia)
  35. Marcelo Zarvos (compositor)
  36. Maria Augusta Ramos (documentarista)
  37. Mauricio Osaki (diretor)
  38. Mauricio Zacharia (roteirista)
  39. Paula Barreto (produtora)
  40. Pedro Kos (documentarista)
  41. Petra Costa (documentarista)
  42. Renato dos Anjos (supervisor de animação)
  43. Rodrigo Santoro (ator)
  44. Rodrigo Teixeira (produtor)
  45. Sara Silveira (produtora)
  46. Selton Mello (ator e diretor)
  47. Sonia Braga (atriz)
  48. Vânia Catani (produtora)
  49. Vera Blasi (roteirista)
  50. Wagner Moura (ator e diretor)
  51. Waldir Xavier (engenheiro de som)
  52. Walter Salles (diretor)

A transmissão da cerimônia será feita ao vivo pelo serviço de streaming Hulu e também pela emissora ABC, que cobre mais de 200 territórios ao redor do mundo, garantindo que o evento alcance uma audiência global.

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CINEMA
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CRÔNICA
Prefeito, multe o meu prédio por favor

Tem sido em vão todo o trabalho que tenho em minha casa para separar o material reciclável, pois a sua destinação é o aterro sanitário de Goiânia, visto que, em meu prédio, não há uma preocupação com o destino dos resíduos gerados pelos moradores

Psicanálise
Até você se tornar consciente, o inconsciente irá dirigir sua vida, e você vai chamá-lo de destino

Jung propôs que a solução para escapar desse “controle do inconsciente” é o processo de individuação – caminho pelo qual uma pessoa integra os conteúdos inconscientes à consciência, tornando-se mais completa e autêntica

De como fazer poesia faz amanhecer o que se tem de mais adormecido dentro de nós

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Agenda de leitura de escritores, jornalistas e intelectuais para 2025 (Parte 3)

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Crônica
Eu não vou ser mais criança!

Cada dia é um dia e há muitos dias não rolava choro por aqui. Depois de 8 meses como irmã mais velha, a situação anda mais controlada aqui em casa, Cecília tá menos ciumenta, eu menos culpada, as noites melhoraram (um pouco) e a vida começa a tomar quase um ar de normalidade. Um novo normal, menos caótico que o pós parto e muito mais caótico que da gravidez. Mas outro dia, assim, do nada, Cecília queria colo, justo quando Matheus queria mamar. Um chorou de um lado, a outra do outro e a gente se virou como pode. Depois de fazer ele dormir, fui consolar ela e entender o que tinha acontecido.

Era ciúme. Era a Cecília descobrindo que crescer dói e tem horas que é dor que rasga. Nesse dia, ela queria ser filha única. Disse que sentia saudades de quando era só a gente, de quando a gente saia de carro e despretensiosamente parava numa praça pra ela brincar. Do skincare e da massagem, do banho calmo, e foi listando uma infinidade de coisas das quais eu também tô sentindo muita falta. Nunca mais seremos só nós duas, mas voltaremos, claro, a fazer coisas de mãe e filha.

Sentindo saudades e com choro entalado na garganta, eu disse pra ela que logo Matheus cresce um pouco, fica menos dependente e que a gente vai poder voltar a fazer algumas coisas com mais tempo. É claro que a gente se ajeita por aqui, tenta assistir um filme, comer alguma coisa juntas, mas ainda é difícil ter um tempo maior só nosso. E sim, isso passa. Assim como passou com ela, vai passar com ele. Mas aí ela soltou uma frase que me pegou: “Mãe, logo eu não vou ser mais criança!”.

Pronto, pegou no ponto fraco que eu estava tentando ignorar há dias. Me pegou de um jeito que doeu demais. Mas acontece que a adulta sou eu, então precisei ser racional. Caracas. Pensar que os filhos crescem é um tanto assustador. Nunca mais eles serão bebês. de repente mudam as etapas, mudam as palavras. Nunca mais Cecília vai dizer MACARUJÁ OU LIFIDIFICADOR. Daqui a pouco Matheus vai começar a falar e nunca mais vai soltar esses sons tentando formar uma palavra. Mudam as brincadeiras, as demandas. A gente pensa que a fase atual é complexa e tem gente que reza pra passar. Eu só peço pro tempo ir com calma.

Todo dia quando eles dormem eu penso: queria ter aproveitado mais eles hoje. Eu sussuro baixinho no ouvido deles: que o tempo passe devagar e que eu saiba aproveitar cada minuto de vocês. O trabalho corre apressado, a rotina por vezes enlouquece e eu não consigo imaginar uma Cecília que não será mais criança. Ontem ela me perguntou com que idade eu menstruei. Meu Deus. Quem foi que apertou o botão do tempo e fez ele correr? Outro dia Cecília sofria em um desmame e acreditava na fada do dente.

Só sei de uma coisa: maternidade é a forma mais cruel de perceber o tempo do relógio.

Cinema
Revista coloca “Ainda Estou Aqui” como uma das maiores apostas para o Oscar 2025 com três indicações

O filme brasileiro aparece nas categorias Melhor Filme, Melhor Atriz e Melhor Filme Internacional, segundo a Variety.

Lewis Carroll em roteiros cinematográficos de Inteligência Artificial 

por Gismair* e Myriam Martins**

O escritor Charles Lutwidge Dodgson, mundialmente conhecido sob o pseudônimo de Lewis Carroll, foi um exímio matemático, habilidade que se somava ao talento literário de escritor. Autor de “Alice no País das Maravilhas” e “Alice Além do Espelho”, Carroll encerra o primeiro desses romances com as instigantes conjecturas da irmã de Alice após a irmãzinha despertar em seu colo e relatar-lhe o maravilhoso sonho que tivera e que explica todo o universo surreal que caracteriza essa icônica personagem da literatura universal. 

Alice descreve para a irmã espantada as fantásticas aventuras que experimentou assim que perseguiu o exótico coelho branco, que avistou de relance, até o seu reino fantástico e enigmático. Admirando-se da extraordinária imaginação de Alice, sua irmã conjectura que no futuro sua irmãzinha contaria aquelas fantásticas aventuras para as gerações seguintes de crianças de sua família. Seria, esta conclusão da obra, o autor utilizando-se da voz de sua personagem para projetar possíveis desdobramentos vindouros por parte de intérpretes e cocriadores que viriam a seu tempo enriquecer o genial universo de conceitos presentes na efabulação de “Alice no País das Maravilhas”

O que possivelmente o escritor e matemático britânico não poderia prever é que um campo ligado à sua formação das ciências exatas seria o canal para implementar o diálogo com a sua magistral obra literária, servindo de gancho para a interação entre ambas as áreas que ele dominava tão bem. Sabe-se que a matemática é uma disciplina fundamental para a implementação e desenvolvimento da chamada Inteligência Artificial (I.A.). Conforme os maiores experts desse campo de pesquisa, o cinema é a instância e/ou plataforma cultural que mais se apropriou do imaginário fabuloso da Inteligência Artificial. 

O cinema, por sua vez, para explorar este vasto e inesgotável campo de possibilidades artísticas, voltou suas lentes, através do processo de roteirização e adaptação, para a intertextualidade e a intersemiose, sendo ambas o diálogo entre palavras e imagens que remetem a diversos campos culturais. Neste âmbito, a literatura se tornou uma fonte que se adivinha inesgotável. Neste contexto, “Alice no País das Maravilhas” tem sido um epicentro literário de roteiros diversos que exploram o aspecto, por assim dizer, surreal das Inteligências Artificiais que se rebelam contra a humanidade. 

Uma grande simbologia decorrente do romance de Lewis Carroll, com o seu coelho branco, é a imersão no mundo virado de ponta cabeça em suas leis físicas e sociais. As roteiristas Lilly Wachowski e Lana Wachowski, da franquia “Matrix”, conjunto fílmico que revolucionou conceptualmente o gênero, apresenta uma personagem figurante com um coelho branco tatuado na parte superior do braço, o que indica simbolicamente que a partir dali o personagem principal, Neo, terá de realizar a sua versão de Alice ao escolher a pílula que o jogará em uma realidade insuspeita para ele até então.

Em termos de referência ao romance de Carroll, “Matrix” fez escola. No serviço de streaming da Amazon estão em catálogo, atualmente, duas peças cinematográficas que fazem referência mais explícita ainda a “Alice no País das Maravilhas”. Uma delas, intitulada “Alice (Subservience)”, roteirizada por Will Hon e April Maguire, sob direção de S.K. Dale, traz a singular sinopse de uma máquina humanoide guiada por I.A. cuja função é exercer com a máxima eficiência possível atividades domésticas em substituição aos seres humanos.

Adquirida com a finalidade de substituir de forma momentânea uma mãe hospitalizada nas tarefas simples junto à filha, a versão humanoide de uma babá de luxo maximiza sua eficiência, assumindo de tal forma o lugar da esposa que resolve seduzir sexualmente o marido, cuja fragilidade emocional pela expectativa de perda da consorte o expõe a cometer adultério com a humanoide robótica, que ganha vida no cinema pela atuação da atriz e modelo Megan Fox.

Conforme já advertira Kai Fu Lee, uma das maiores autoridades mundiais em Inteligência Artificial, uma ordem mal elaborada, segundo as leis da lógica, representa um dos grandes perigos de um dia a humanidade vir a encontrar-se em situação análoga à ficção apocalíptica tecnológica que tem se popularizado cada vez mais. À ordem da esposa para que fizesse tudo que fosse possível para cuidar bem do seu marido, Alice se confunde em seu algoritmo e conclui que a mulher frágil e doente deveria ser morta para otimizar o bem-estar do esposo.

Assim, abre-se a Caixa de Pandora, alegoria que se encaixa perfeitamente no contexto roteirístico, encerrando-se o filme com pontas soltas para uma sequência ao melhor estilo da franquia “O Exterminador do Futuro”, ícone do gênero. Em sua construção narrativa, os roteiristas responsáveis pelo desenvolvimento narrativo trabalharam de maneira muito precisa a verossimilhança, essencial no construto narrativo de qualquer gênero, conforme já chamava a atenção o filósofo Aristóteles em sua “Poética”.

O outro filme que despertará a atenção dos aficionados desse gênero de produção, também presente no streaming da Amazon, intitula-se “Megan”. Com roteiro assinado por Akela Cooper, “Megan” apresenta uma narrativa que se mostra auspiciosa de início, mas que não entrega tudo o que poderia. A boneca Megan, incrementada com cérebro de Inteligência Artificial, assemelha-se mais a uma Samara tecnológica de “O Chamado” saindo do poço da servidão para destruir seus opressores, com sua cabeleira desgrenhada e performance demoníaca. Concebida para ser o brinquedo mais excepcional jamais produzido, o cérebro de I.A. repete o padrão do gênero ao adquirir autoconsciência.

Antes de tornar-se a máquina assassina que se revolta contra a suposta tirania humana, Megan é o brinquedo que serve de terapeuta para a sobrinha órfã de sua criadora, uma renomada engenheira de brinquedos. Neste papel, Megan é a melhor amiga da órfã, lendo para ela a obra “Alice no País das Maravilhas”. A partir do momento em que se torna consciente, a boneca naturalmente pretende assassinar todos aqueles que se encontram em seu caminho, numa performance em que passa a assemelhar-se também a um outro ícone do terror, o boneco Chucky, brinquedo possuído por um mau espírito, que espalhou medo nas salas escuras de cinema das décadas passadas.

À semelhança de Megan, a Alice de “Alice (Subservience)” também lê para a criança sob seus cuidados o clássico livro de Lewis Carroll, recebendo o seu nome humano em homenagem à sua homônima do livro. Não deixa de ser, pois, curiosa a relação estabelecida pelos roteiristas com o romance do escritor britânico através da referenciação intertextual. O mergulho de Alice na toca do coelho branco tem sido trabalhado pelos roteiristas como um caminho narrativo alegorizante da imersão da humanidade na toca cibernética das Inteligências Artificiais sob a perspectiva de uma possível disruptura estrutural da sociedade que estaria à espreita da humanidade incauta.

Neste contexto, e já no plano da realidade, a antológica e surreal frase da psicodélica personagem que grita o famoso “Cortem as cabeças” pode tornar-se um pesadelo de que seja difícil despertar, caso algo dê errado.

*GISMAIR MARTINS TEIXEIRA é doutor em Letras pela UFG com Pós-Doutorado em Ciências da Religião pela PUC-GO. Professor e pesquisador do Centro de Estudo e Pesquisa Ciranda da Arte, da Seduc-GO.

**MYRIAM MARTINS LIMA é mestranda em Comunicação pela Faculdade de Informação e Comunicação (FIC) da Universidade Federal de Goiás (UFG). Bacharela em Biblioteconomia pela Faculdade de Informação e Comunicação da Universidade Federal de Goiás, Brasil. Bibliotecária Documentalista do Instituto Federal de Goiás (IFG).

Cinema
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Confirma os principais lançamentos do cinema em 2025

Uma seleção de filmes que vão dominar as bilheteiras e as premiações no próximo ano

crônica
A morte não encontrou Augusto dos Anjos morto

Para o escritor e dramaturgo Órris Soares, “só a dor possui a faculdade de aumentar, aclarando, essa manifestação imediata e poderosa de sensibilidade, enquanto a alegria, no seu rodopiar eterno de farsante, dançando ao som do pandeiro, a dispersa e anula”

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Jales Guedes Coelho Mendonça tomará posse no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro

Com sua posse no IHGB, Dr. Jales Guedes Coelho Mendonça reafirma seu compromisso com a história, a cultura e os valores goianos, representando o estado em uma das mais prestigiadas instituições culturais do Brasil

Agenda de leitura de escritores, jornalistas e intelectuais para 2025 (Parte 2)

1

Flavia Stefani

Escritora e tradutora literária

Em 2025, pretendo continuar lendo com a mesma voracidade desorganizada de sempre. Minha lista de leitura será, como nos anos anteriores, mais uma sugestão do que um plano. Já aprendi que um novo livro ou autor invariavelmente abre portas para outros e, assim, a lista — e a vida — adquirem um ritmo próprio e misterioso ao longo do ano.

Sabe-se lá quais imprevistos 2025 trará, mas, no que diz respeito aos livros, aguardo boas surpresas. Planejo ler mais títulos em português: trouxe para a Holanda, onde vivo desde o ano passado, alguns romances de autoras que participaram comigo da antologia de contos insólitos publicada pela Companhia das Letras em 2024, bem como os volumes de poesia de Ana Martins Marques e um livro de Caetano W. Galindo. Começarei com esses.

Além disso, pretendo ler ao menos um livro em holandês. E, se o passado servir de pista, imagino que em 2025 a maioria de minhas leituras continuará sendo em inglês, com destaque para livros de autoras europeias (em contraste à quantidade colossal de autores norte-americanos que costumo ler), publicados por editoras independentes, e traduções recentes de clássicos, como a “Ilíada” e a “Odisseia”.

Alguns dos livros que pretendo ler em 2025 são:

“O Som do Rugido da Onça”, de Micheliny Verunschk

Baseado em uma história real, este romance conta a saga de duas crianças indígenas sequestradas por Martius e Spix e levadas para a Alemanha no início do século XIX. Com a escolha acertada de narrar a história sob o ponto de vista da menina Iñe-e, Verunschk combina sua habilidade como historiadora com uma sensibilidade poética, criando uma obra que desconstrói o mito de dois grandes heróis da ciência. Ao centralizar os nativos, sua linguagem e costumes, e posicionar os colonizadores nas margens da história, o romance oferece uma perspectiva refrescante e necessária para a literatura brasileira.

"Latim em Pó", de Caetano W. Galindo

Nos últimos anos, minha melhor amiga me apresentou a verdadeiros tesouros da literatura brasileira: Manoel de Barros, Ana Martins Marques, Natália Timerman, dentre outros. Na última vez que nos vimos, ela me presenteou com "Latim em Pó", no qual o professor, tradutor e crítico Caetano W. Galindo se propõe a traçar a gênese do português brasileiro para além da escrita e a apontar a origem das mudanças de nossa língua não apenas após a chegada dos colonizadores europeus, mas séculos antes. De maneira graciosa e entusiasmada, Galindo aponta a profunda alteração que o idioma vivenciou, primeiramente na Europa e, no Brasil, após ter contato com influências étnicas das mais variadas — e, para nossa sorte, nada pomposas.

“Nederlands in Gang”, de Berna de Boer, Margaret van der Kamp e Brigit Lijmbach

Dando continuidade ao projeto iniciado no ano passado, pretendo seguir aprendendo holandês em 2025. O sonho é ler “Max Havelaar” e “O Diário de Anne Frank” no original, mas conversar sobre o clima com meus vizinhos já seria um grande passo. Embora o inglês seja amplamente falado em Amsterdã, a ideia de não estar inserida culturalmente na vida da cidade onde vivo me traz angústia. Por isso, seguirei me debruçando sobre esse livro em 2025.

"A Vida Submarina", "O Livro das Semelhanças" e "Risque essa palavra", de Ana Martins Marques

Adicionando à lista três volumes de poesia que pretendo reler em 2025, os três de autoria de Ana Martins Marques, sem dúvida uma das minhas poetas favoritas, tanto no Brasil quanto no mundo. Considero belíssima a maneira modernista, afetuosa e singela com que a autora eleva momentos e objetos mundanos do cotidiano. Sob seu olhar afiado, uma pedra, uma fruta, uma mala e um vestido adquirem o mesmo status que o oceano, a morte, as estações do ano e o amor — um sentimento para muitos difícil de descrever, mas que Ana Martins Marques consegue capturar com mestria.

Impossível eu não me render a poemas como:

"seu vestido de verão

sem você dentro

não é um vestido de verão

porque no vestido o verão

era você”

"Ó mar (eu também não sei onde começo)”

“On the Calculations of”, livros 1 e 2, de Solvej Balle, traduzidos para o inglês por Barbara J. Haveland

Tenho altas expectativas para os dois primeiros volumes da heptalogia da autora dinamarquesa Solvej Balle. A história segue Tara Selter, uma vendedora de livros raros na França que, certa manhã, se dá conta de que está vivendo o mesmo dia — 18 de novembro — repetidamente. O que torna essa experiência ainda mais angustiante é que Tara vive isso sozinha—nem o marido nem ninguém ao seu redor parece notar o que está acontecendo. No primeiro livro, ela tenta entender as regras de sua condição absurda. Já no segundo volume, Tara busca celebrar o Natal em novembro e se torna obcecada por pesquisar o Império Romano. Até o momento, apenas dois dos sete livros foram traduzidos para o inglês por Barbara J. Haveland. Espero que os demais sejam traduzidos em breve.

“The Last Samurai”, de Helen DeWitt

Romance mais rechonchudo dessa lista, “The Last Samurai” acompanha Sibylla, uma jovem americana que se muda para Londres, passa uma noite com um escritor medíocre e fica grávida. Para proteger o filho, Ludo, de um pai que considera intelectualmente desinteressante, ela decide criá-lo sozinha, ou melhor, sob a influência do famoso diretor Akira Kurosawa, consagrado por obras-primas como Seven Samurai (1954). Sibylla deseja que Ludo, uma criança superdotada e poliglota, tenha modelos masculinos mais assertivos e, por isso, o apresenta aos filmes de Kurosawa. No entanto, o que acontece é que Ludo se torna obcecado por descobrir a identidade do pai.

“In Spring Time”, de Sarah Blake

Recomendado por uma escritora que admiro, este longo poema sobre a natureza se assemelha a um romance. A narradora encontra-se perdida em uma floresta, acompanhada apenas de alguns animais: um rato, uma ave morta que aparenta querer vingança e uma égua prenhe. De vez em quando, ursos e coiotes também fazem aparições. O livro é repleto de referências aos sonhos da narradora e poemas inteiros ocorrem dentro desses sonhos, o que não funciona em todo livro, mas, nesse caso, parece funcionar. A premissa da obra me lembra “The Wall”, da austríaca Marlen Haushofer (traduzido para o inglês por Shaun Whiteside), um dos romances que mais me marcou até hoje.

“The Iliad e The Odyssey”, traduzidos por Emily Wilson

As traduções de “A Ilíada” e a “A Odisseia” feitas por Emily Wilson são um convite para reler esses clássicos. Wilson é conhecida por sua abordagem acessível e clara, que mantém a força poética dos originais. Tenho um interesse especial nas notas de tradução e espero redescobrir essas epopeias sob uma nova luz. Quero muito ver quais escolhas linguísticas ela fez para os versos de Homero em 2024. E, por curiosidade, como seria o TikTok de Homero em 2024? Será que ele usaria hashtags como #GuerraDeTróia ou #OdisseiaDeUmHerói?

2

Cíntia Moscovich

Escritora

Novo ano se anunciando, e sempre há uma lista enorme de livros para ler, incluídos aí os que não foram lidos no ano que se encerra.

Com alegria, espero o momento de abrir “Digno é o Cordeiro — Memória de um Ano Sombrio” (L&PM), obra recentemente lançada por Sergio Faraco — um dos mais belos narradores em língua portuguesa — e que é a continuação de seu “Lágrimas na chuva”, de 2002, em que relatava a tenebrosa temporada na União Soviética nos anos 1960, período de estudos patrocinado pelo Partido Comunista mas que lhe rendeu prisão e torturas No novo livro, Faraco conta a volta ao Brasil e, inadvertidamente, a perseguição pela Interpol e pela ditadura militar.

Também me aguarda um outro gaúcho, Tailor Diniz, que tem uma prosa deliciosa, muito divertida e graciosa e que em “Os Canibais da Rua do Arvoredo” (Citadel), conta a história de um crime que há décadas balança o imaginário de Porto Alegre, o daquele açougueiro que fabricava linguiça com carne humana.

Outro texto no qual quero urgentemente colocar as mãos é “Escalavra” (Amarcord), de Marcelino Freire, autor que costuma surpreender pela agilidade, pela originalidade e por sempre dizer o que se queria dizer de forma poética e muito mais bonita. Ele acaba de lançar esse romance que conta a história de um pai e um filho no calor do chão brasileiro.

Depois, vamos a “Bambino a Roma” (Companhia das Letras), de Chico Buarque, que é um livro de impressões de infância de um menino vivendo, claro, em Roma. Há vários outros na fila, como “A Vegetariana” (Todavia), de Han Kang, que me chama a atenção muito mais pelo assunto, a recusa em cozinhar ou comer carne, que pelo Nobel concedido à autora. E há também aqueles livros aos quais sempre retorno, que são obrigatórios e que fazem o mundo girar de forma mais ordenada. Queria ter tempo para tudo.

3

Beto Silva

Humorista, escritor e membro do Casseta e Planeta

Nunca planejo muito as minhas próximas leituras, elas vão acontecendo ao sabor das recomendações que recebo de amigos ou das visitas que faço às livrarias. Mas como a minha pilha de livros comprados que ainda não foram lidos está grande, existe uma boa chance de sejam esses os livros que lerei em 2025. Então vamos a eles:

“Palmeiras Selvagens”, de William Faulkner, um classicão. Não vou mentir, dizer que gostei de tudo que li desse autor americano, só li dois livros dele, “O Som e a fúria”, que adorei, e “Luz em Agosto”, que não encarei. Espero que “Palmeiras Selvagens” esteja no time dos que gostei.

Tenho me entusiasmado com vários autores portugueses, posso citar Afonso Cruz, Gonçalo M Tavares e Walter Hugo Mãe, entre outros. “Princípio de Karenina”, do Afonso Cruz é um dos livros da minha pilha de livros a serem lidos.

Além deste, resolvi tentar conhecer mais um autor lusitano consagrado. Já estou em mãos com o livro “Autobiografia” de José Luiz Peixoto, cujo personagem central é José Saramago, o que achei bem interessante.

Por falar em Saramago, o único nobelizado da nossa língua, andei lendo alguns de seus livros. Adorei, mesmo com o esforço que foi buscar um parágrafo quando queria dar uma paradinha na leitura. Passei entusiasmado pelos dois Ensaios, o da cegueira e o da lucidez e agora estou com “As Intermitências da Morte” engatilhado para ler em 2025.

É claro que pretendo ler autores brasileiros. Um dos livros que está aqui na minha estante, olhando para mim e pedindo para ser lido é “A Tirania do Amor”, de Cristóvão Tezza. Não conheço a obra desse autor e por conta de indicações de pessoas que confio, pretendo começar por esse romance, que trata da crise de meia-idade de um economista.

Há algum tempo comprei o “Romance da Pedra do Reino”, romance de Ariano Suassuna, autor do maravilhoso “Auto da Compadecida”, aquela figura engraçada e interessantíssima que a gente está sempre vendo em cortes da Internet, algo que ele não saberia do que se trata. Ainda não li a “Pedra do Reino” porque o livro é um calhamaço com mais de 750 páginas, mas já estou fazendo exercícios respiratórios para ter fôlego para encarar essa empreitada.

Não vou entrar na justíssima onda de reler Machado de Assis porque andei relendo “Memórias Póstumas de Brás Cubas” e “Dom Casmurro” há muito pouco tempo, mas posso entrar numa outra onda, que também está rolando e que também é bem legal, que é ler Clarice Lispector, de quem eu só conheço “A Hora da Estrela”. Quero ler “Felicidade Clandestina” e “Água Viva”, livros que ainda não tenho, mas já sei que a minha filha tem.

Eu sempre prometo a mim mesmo que vou ler “Em Busca do Tempo Perdido”, do Proust, mas até hoje essas promessas não passaram de tempo perdido, nunca cumpri. Estou prometendo mais uma vez.

Também Dostoiévski é uma promessa eterna. Li duas vezes “Crime e Castigo”, mas é o único livro do autor russo que conheço. Já tentei enfrentar “Os Irmãos Karamázov” e confesso que tive muita dificuldade para diferenciar os enormes nomes dos personagens, com seus patronímicos e afins. Mas estou querendo tentar mais uma vez.

Bom é isso. Agora dá licença que eu vou ali na livraria para comprar mais livros e aumentar a minha pilha de livros a ler, o que pode fazer com que essa lista que fiz não valha mais nada.

4

Helio de La Peña

Humorista, escritor e membro do Casseta e Planeta

Em 2025 completo 66 anos. 666 é o número da besta, estou quase lá, portanto não me vejo à altura dessa publicação. Como insistiram, lá vou eu. Confesso que é a primeira vez que penso com antecedência sobre o que pretendo ler no próximo ano. Gostei da ideia, não sei se me manterei fiel aos meus planos — provavelmente serei atropelado por outros livros que surgirão por aí. Mas tenho a intenção reler alguns clássicos brasileiros que li muito jovem. Alguns gostei, outro não entendi na época. Assim como quero ler alguns que são lacunas na minha formação. Aqui vão alguns.

“Viva o Povo Brasileiro”. Essa obra-prima de João Ubaldo Ribeiro está há anos na fila da releitura. Ano passado li “Macunaíma”, de Mário de Andrade, e acho “Viva o Povo…” uma obra que também descreve muito bem a alma do brasileiro. Quero ver se a tese continuará válida após a releitura.

“Memórias Póstumas de Brás Cubas”. Machado de Assis é um autor imprescindível. Porém, costuma ser mal apresentado aos estudantes. Sua leitura é exigida quando o jovem não tem maturidade e informação para perceber e saborear suas ironias. Resultado: Machado é respeitado, mas considerado chato por muita gente. “Memórias Póstumas” está na moda até no exterior. Quero fazer as pazes com essa obra que me foi imposta justamente quando era um desses jovens sem noção de como era o Rio na época de Machado e como sua ironia distorcia a descrição da cidade e dos seus moradores.

“O Auto da Compadecida”. Em setembro de 2024 fui conhecer o Sertão do Cariri paraibano, uma viagem reveladora do Brasil profundo. Visitei diversas cidades, como Ingá, Marinho, Cabaceiras e Taperoá, terra natal de Ariano Suassuna. Conhecemos a fazenda em que ele morou no final da sua vida. De “O Auto…”, assisti à série, o filme (quero ver também a versão mais recente). Está na hora de mergulhar na obra de Ariano em si.

“O Concerto de João Gilberto no Rio de Janeiro”, de Sergio Sant’anna. É um livro que comprei há anos e nunca abri, porque, não sei dizer. Recentemente me caiu nas mãos um conto muito divertido, “A Visita de João Gilberto aos Novos Baianos”, de Sérgio Rodrigues. Lembrei do seu xará e a obra já está na pilha de livros prometidos para 2025.

Feliz ano novo! (Além de felicitações para todos, é também sugestão de leitura. Ótimo livro de contos do Rubem Fonseca. Esse reli recentemente, durante a pandemia.

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Tainá Corrêa

Publicitária, editora da “Revista Bula”

Receber o gentil convite (intimação) do querido escritor Ademir Luiz para fazer esta lista de intenções de leituras me remete imediatamente aos livros lidos e a tudo o que vivi graças a eles.

2023 foi um ano incrível: li pouco, só li mulheres e tive meu segundo filho. Foi momento de priorizar e, por isso, levei para o ano seguinte uma bela coleção de escritoras admiráveis.

2024 foi tempo de recomeços e retomadas. Recuperei o fôlego e me comprometi com algumas obras que não couberam no ano anterior. Metódica que sou (ou meio lelé, talvez), estabeleci um novo critério ou padrão, um ciclo de três “tipos” de livros que repeti ao longo do ano: livro escrito por um homem, livro escrito por uma mulher estrangeira e livro escrito por uma mulher brasileira. Seguindo este rodízio, somei 40 livros lidos em 2024 até o momento em que escrevo.

Da minha lista de 12 intenções de leitura do ano passado para o Jornal Opção, li apenas quatro títulos: “A Vergonha”, de Annie Ernaux; “Departamento de Especulação”, de Jenny Offill; “A Segunda Mãe”, de Karin Houeck; e “As Miniaturas”, de Andrea del Fuego.

Aí vão os outros 36 de 2024: “Estela a Esta Hora”, de Natália Zuccala; “Ioga”, de Emmanuel Carrère; “Uma Mulher Singular”, de Vivian Gornick; “Solitário”, de Chabouté; “Trilogia de Copenhagen”, de Tove Ditlevsen; “As Pequenas Chances”, de Natalia Timerman; “Deslumbramento”, de Richard Powers; “Maternidade”, de Sheila Heti; “O Acontecimento”, de Annie Ernaux; “A Vida Futura”, de Sérgio Rodrigues; “Humanos Exemplares”, de Juliana Leite; “Vermelho Amargo”, de Bartolomeu Campos de Queirós; “Caro Michele”, de Natalia Ginzburg; “Não Fossem as Sílabas do Sábado”, de Mariana Salomão Carrara; “Te Vendo um Cachorro”, de Juan Pablo Villalobos; “A Outra Filha”, de Annie Ernaux; “Pedro Páramo”, de Juan Rulfo; “O Jovem”, de Annie Ernaux; “De Cada Quinhentos uma Alma”, de Ana Paula Maia; “Dentes”, de Domenico Starnone; “Uma Mulher”, de Annie Ernaux; “Três Camadas de Noite”, de Vanessa Barbara; “Romance 11, Livro 18”, de Dag Solstad; “Paixão Simples”, de Annie Ernaux; “Melhor Não Contar”, de Tatiana Salem Levy; “O Castelo de Gelo”, de Tarjei Vesaas; “A Livreira de Paris”, de Kerri Maher; “Uma Duas”, de Eliane Brum; “Bartleby, o Escrivão”, de Herman Melville; “Máquina de Leite”, de Szilvia Molnar; “A Biblioteca da Meia-Noite”, de Matt Haig; “Vento Vazio”, de Marcela Dantés; “Olhe as Luzes, Meu Amor”, de Annie Ernaux; “A Cabeça do Santo”, de Socorro Acioli; “Fup”, de Jim Dodge; “Assassinato no Expresso Oriente”, de Agatha Christie.

1 — “As Vidas de Billy Milligan: Uma História Real de 24 Personalidades”, de Daniel Keyes

Obra inédita no Brasil, do autor de “Flores para Algernon”, o livro conta o famoso caso de Billy Milligan, a primeira pessoa com Transtorno Dissociativo de Identidade a ser declarada “não culpada” por crimes cometidos por suas outras personalidades. Um clássico do true crime, publicado pela editora Aleph.

2 — “O Encontro”, de Anne Enright

Vencedora do Man Booker Prize de 2007, a irlandesa Anne Enright apresenta um romance que acompanha uma família irlandesa, reunida após anos de distanciamento para o funeral de um de seus membros. A obra promete uma narrativa intensa, que transita entre a fúria e a poesia, abordando temas como perdas, esperança e salvação. Ganhei este livro do Ademir Luiz, no Dia do Irmão (5 de setembro), com uma dedicatória que ainda me emociona:

Quadrinha da escritora

Tainá virou escritora

Esse destino é cruel

Vão dizer que voou com vassoura

Aquela exibida da mãe do Céu

3 — Um Romance Russo, de Emmanuel Carrère

Após “Ioga” — uma das minhas melhores leituras de 2024 —, Emmanuel Carrère retorna com outra narrativa autobiográfica que revela seus medos, crises e fantasmas familiares. Lançado em junho de 2024, o livro se destaca pelo estilo visceral e introspectivo do autor, considerado uma das vozes mais importantes da literatura francesa contemporânea.

4 — “Os Anos”, de Annie Ernaux

Neste livro premiado, Annie Ernaux, vencedora do Nobel de Literatura de 2022 e de quem já li outros oito livros, entrelaça memórias pessoais com a história da França. Com uma prosa frequentemente descrita como lúcida e reflexiva, Ernaux parece transformar sua autobiografia em um retrato poderoso do tempo, da memória e da identidade coletiva.

5 — “Línguas”, de Domenico Starnone

Com lançamento pela editora Todavia, Starnone explora como a descoberta do amor e a consciência da morte marcam o fim da infância e anunciam a vida adulta. Após uma leitura marcante de “Dentes”, retorno a este autor cuja obra sempre vale a leitura.

6 — No Degrau de Ouro, de Tatiana Tolstáia

Uma coletânea de 13 contos em que Tatiana Tolstáia retrata personagens comuns, presos à insatisfação do cotidiano, mas que encontram escape em vívidas recordações e devaneios. Combinando realismo e fantasia, o livro é considerado um clássico moderno da literatura russa. Uma indicação valiosa da professora Elena Vássina, que tive a honra de conhecer nas oficinas da UBE Goiás.

7 — Andaimes, de Mario Benedetti

Um romance sobre o retorno ao lar após anos de exílio. Javier, o protagonista, percebe que sua pátria, o Uruguai, mudou radicalmente — assim como seus amigos e companheiros de luta. Benedetti constrói uma narrativa de reencontros impossíveis, mágoas e memórias. Um de meus autores favoritos, por sua sensibilidade única.

8 — O Amante, de Marguerite Duras

Prêmio Goncourt de 1984, “O Amante” é um romance autobiográfico que acompanha a relação tumultuada entre uma jovem francesa e um comerciante chinês na Indochina pré-guerra. Duras evoca a vida em Saigon e explora as cicatrizes da maturidade precoce. Uma leitura que farei compartilhada com meu caro amigo escritor Solemar Oliveira, pai de meu afilhado Bento que nasceu em 2024.

9 — A Louca da Casa, de Rosa Montero

Considerada a obra mais pessoal da autora espanhola, A Louca da Casa mistura autobiografia e reflexão sobre o universo da criação literária. Rosa Montero explora temas como sonhos, fantasia, loucura e as paixões que movem escritores e leitores. Um livro que eu queria ler há muito tempo, mas que estava esgotado e agora retorna ao mercado pela Todavia.

10 — Pai, Pai, de João Silvério Trevisan

Uma narrativa sobre a relação tumultuada entre pai e filho. O autor retrata sua infância marcada pela violência familiar e sua busca por liberdade fora do Brasil, durante a ditadura. Um relato sobre identidade, memória e reconciliação. Indicação do amigo escritor Miguel Sanches Neto, de quem li o magistral “Chove Sobre Minha Infância”.

11 — Livre, de Lea Ypi

Uma autobiografia sobre a infância de Lea Ypi sob o regime totalitário albanês. Escrito durante o isolamento da pandemia, o livro mistura memórias e teoria política, narrando como a autora descobriu a realidade encoberta pela família e viveu o colapso do regime socialista. Meu interesse pelo livro e pela autora surgiu quando percorri a impressionante Albânia de carro no primeiro semestre de 2024.

12 — O Filho Eterno, de Cristovão Tezza

Um relato sobre o nascimento de uma criança com síndrome de Down e a transformação da vida do pai. Tezza expõe os desafios, a superação e as pequenas vitórias de criar um filho em um período marcado pela desinformação. Tive a honra de conhecer autor pessoalmente em 2024 e esta será uma leitura especial.

13 — Eliete: A Vida Normal, de Dulce Maria Cardoso

Se eu tenho que pagar 13º salário, posso sugerir um 13º livro. Achei justo. Eliete, uma mulher de 42 anos, vê sua vida familiar e social entrar em colapso enquanto confronta memórias de infância, a morte do pai e a relação com a mãe e as filhas. Para escapar, ela busca refúgio em encontros no Tinder, mergulhando em uma jornada de autodescoberta. Um romance sobre identidade e solidão.

P.S.: Terminada a lista, dei um pulo na livraria para comprar presentes (insisto em ser a chata que dá livros) e voltei com novos companheiros: “A Morte do Pai”, de Karl Ove Knausgård, e “Quem Matou Meu Pai”, de Édouard Louis.

P.S. 2: Fui encaixar as novas preciosidades na estante e me deparei com esses que eram para 2024, mas ficaram para o futuro: “Baumgartner”, de Paul Auster; “Cena de um Crime”, de Patrick Modiano; “O Colibri”, de Sandro Veronesi; “Eu Amo Dick”, de Chris Kraus; “Querido Babaca”, de Virginie Despentes; e “Boulder”, de Eva Baltasar.

Termino sem acabar. A lista só cresce, os desejos só aumentam e o tempo passa rápido demais. Que 2025 seja amplo.

6

Marcelo Franco (1ª parte)

Promotor de justiça e crítico

Demasiada es la locura que se coagula en torno a esa cosa, amada y detestada, que se llama libro.” — Antonio Castronuovo, “Diccionario del Bibliómano”.

Na alma dos outros há
searas de poesia;
em mim poeiras de prosa,
humilhação, vilania.

O pensamento dos outros
ala-se em frases castiças; o meu é boi atolado
em palavras movediças.

No gesto dos outros vai
a elegância do traço;
no gesto torto que faço
surge a ponta do palhaço.

(…).” — Paulo Mendes Campos, “Balada do Homem de Fora”.

“(…)

Uma parte de mim

é multidão:

outra parte estranheza

e solidão.

Uma parte de mim

pesa, pondera;

outra parte

delira.

Uma parte de mim

almoça e janta;

outra parte

se espanta.

(…).” — Ferreira Gullar, “Traduzir-se”.

Sim, as epígrafes não parecem ter ligação entre si. Eu, porém, juntei-as porque o Instituto Marcelo Franco de Pesquisas Avançadas concluiu que praticamente ninguém consegue enxergar, digamos, uma meio que evidente causa e efeito entre frases como “Mais livros!?” e “Amo os seus textos!”; “Se não vai ler, por que comprar outro livro?” e “Poderia me indicar alguns livros sobre a Ucrânia?”. Então, daí é que surge a ponta do palhaço, na parte de mim que delira, quando alguém se aproxima da loucura que se coagula em torno dos meus livros e, pior, aponta o dedo acusador contra a outra parte que aqui habita, aquela que é estranheza. Perceberam agora? Bom, não há de ser nada: como um caramujo, carrego minha própria casa aonde quer que eu vá, e ela tem estantes à maneira das espirais dos nossos amigos gastrópodes. Que fiquem as epígrafes, peço ao revisor amigo (ah, me disseram: os jornais não têm mais revisores).

Do primeiro nariz de cera, acima, passo ao segundo. O editor-chefe do Jornal Opção, Euler de França Belém, pediu-me a minha lista de leituras para 2025. Estou ainda terminando a lista de 1947, com pouco progresso feito nas listas de 1911 em diante, vejam bem, então fazer o quê? Obedecer, é certo. De qualquer modo, reafirmo o que já escrevi certa vez: gosto de listas, principalmente quando são inúteis, o que é justamente o caso, e também, de novo insistindo em textos semelhantes de anos passados, entendo que a lista ideal deve ser uma mistura de livros antigos, lançamentos recentes, leituras programadas em listas anteriores e nunca cumpridas e livros citados somente para que se possa simular erudição. Claro, também é importante evitar as centenas de livros que, Pai Marcelo antevê, voltarão a tratar da morte iminente da democracia, esta supostamente moribunda democracia que é mais longeva do que Keith Richards e mais persistente que spam das Casas Bahia. Eles virão, os apocalípticos livros, impávidos como Muhammad Ali e infalíveis como Bruce Lee (o mundo editorial, todavia, é flexível: se as profecias mórbidas falham, e sempre falham, basta cometer um “Por Que a Democracia Brasileira Não Morreu?”, que a Companhia das Letras colocou no mercado em maio do ano passado — e não, esta medicina para uma doença imaginária não está nos meus planos de leitura).

Mãos à obra, portanto. Cultivo vícios antigos com as mesmas colheradas de leite que Nelson Rodrigues tomava para apaziguar sua úlcera. Cuido, acarinho, protejo. A Amazônia, por exemplo: lá retornei, numa peregrinação que vai se tornando anual. Vi coisas que já conhecia e depois tomei o rumo do desconhecido, indo à Terra Ignota dos mapas antigos, Oiapoque como destino mais ao norte, Afuá — cidade sem carros — ao sul. Muita água, muitos matos — sem contar traficantes, organizações criminosas, sedes de agências ambientais do governo fechadas, lixões a céu aberto e a onipresente língua franca de toda fronteira (a Guiana Francesa está do outro lado do belo rio Oiapoque), aquela que vê em cada forasteiro um caixa eletrônico ambulante. Money talks nos confins do mundo, para o bem e para o mal. O fato, contudo, é que acumulei mais livros sobre a ainda existente Amazônia na pilha “Um Dia, Quem Sabe?”. Míriam Leitão e Aldo Rebelo, dois filósofos que ainda ganharão o Nobel, lançaram livros sobre a região (talvez o de Míriam seja de 2023; que os fact checkers cumpram suas funções). Não sou daqueles que se ufanam automaticamente dos grandes pensadores brasileiros, Míriam e Rebelo à frente desse tropel; um “Amazônia” lascado em título de livro, porém, já atiça a minha obsessão. Lê-los-ei, confesso (assim mesmo, à la Jânio Quadros).

Bom, então também busquemos, para compensar, os livros anteriores a 2024 para leitura em 2025 ou nas calendas. O Amapá, onde estive, tem uma história interessantíssima e sua permanência no território brasileiro foi um dos grandes momentos numa vida coalhada de ensejos épicos, a do Barão do Rio Branco. Por isso, volto à leitura de “Juca Paranhos, o Barão do Rio Branco”, de Luís Cláudio Villafañe, que interrompera nem sei mais por quê.

Mas é no site da Livraria do Senado que tenho buscados PDFs gratuitos de ótimos livros sobre o nosso Norte (a Livraria do Senado empatando em livros muito bons com a do Iphan).

Como agora estou refazendo a viagem terrestre pelo Amapá em páginas impressas, o Senado tem uma coleção de livros sobre o Estado, inclusive um sobre a impressionante Fortaleza de São José de Macapá, que me pareceu estar sendo preparada para uma reforma que durará uns cem anos.

E também no Senado, já que mencionei o Barão do Rio Branco, encontrei a “Questão de Limites”, estudos que o Barão apresentou à Suíça, árbitra da nossa disputa com a França sobre a posse do Amapá. Promete (já li a excepcional introdução de Gonçalo de Barros Carvalho e Mello Mourão), tanto que, também no Senado, obtive (gratuitamente!) “O Oiapoque e o Amazonas”, de Joaquim Caetano da Silva, obra que muito ajudou o Barão do Rio Branco nas suas “memórias” apresentadas aos árbitros suíços. Sim, eu sei, leituras talvez estranhas, mas e o neoromance regionalista brasileiro que vocês andam lendo e postando, “maravilhados”, no Instagram? Cada um com suas idiossincrasias, oras.

Opa, epa, opa, comecei a lista e pulei um terceiro nariz de cera que planejara. Deixo-o aqui mesmo, com vossa complacência, fora de ordem, tal como são nossas vidinhas bestas e igualmente desordenadas. A ideia era — é — fazer uma profissão de fé sobre como tenho escolhido os livros que lerei, sempre fuçando aleatoriamente em sites de livrarias e notícias esparsas, ou mesmo pinçando um livro numa coluna do João Pereira Coutinho e outro na página “El Vicio Impune de Leer”, lá no ótimo e execrado “X” (“a bolha só fala para a bolha” caso na bolha se queira permanecer…).

Digamos, se o livro ganhou o Jabuti, permito-me o folhear. Caso venha com o Nobel acoplado, uma bispada a depender do clima, chuvoso ou não. Pulitzer e Prêmio Astúrias? Podem me interessar. Booker Prize? Suspeito. Indicado em revista literária da moda e sempre nas mãos de leitores de cafés descolados? Passo. Foucault e Zizek na bibliografia? Entro com ADPF pedindo a proibição desses erros em forma de páginas impressas. Ter foco dá trabalho e exige regras.

Pronto e adiante. Ou não: este texto já vai longe e merece ser pausado para uma futura continuação, se o editor-chefe assim me permitir… Ademã.

7

Edival Lourenço

Poeta, contista e romancista

Pro ano pretendo reduzir o volume de leituras para me concentrar mais na escrita. Entre ler e escrever, fico mais com a leitura. É um prazer com menor sofrimento. No entanto, há certo momento na vida que, se você não enfrenta suas dificuldades, tudo passa de hora. Tenho muitos projetos de escrita, se eu não encará-los agora, não terei futuro para encará-los mais tarde.

Ainda assim, tenho boas leituras na fila para o ano que vem. Na verdade, alguns são releituras:

1 — “Cem Anos de Solidão”, a mágica saga familiar de Gabriel García Márquez; se não me engano, será a quarta releitura. Quero aproveitar para reler mais uma vez enquanto assisto à série, que finalmente saiu pela Netflix.

2 — “O Princípio Responsabilidade”, do filósofo alemão Hans Jonas, uma das obras mais importantes a refletir sobre a ética e a responsabilidade ambiental, sobretudo neste momento da civilização, em que o perigo de uma hecatombe nos ronda ferozmente, com a natureza chegando a um nível de desequilíbrio sem igual e a humanidade cada vez mais convencida de que o avanço tecnológico e o acúmulo de riqueza dos magnatas trarão soluções para o imbróglio.

3 — “A Morte de Virgílio”, de Hermann Broch, um romance vigoroso onde são recriadas as dramáticas últimas 18 horas da vida de Virgílio, um doa maiores poetas da literatura clássica latina, nas quais ele cogita destruir Eneida, obra de sua vida.

4 — “A República dos Sonhos”, o grande romance de Nélida Piñon, conta a saga de uma família de galícios (a família da própria autora) que tentou a sorte em terras brasileiras. O personagem madruga foge da Espanha no início do século XX, decidido a fazer fortuna, por aqui. A história é longa e detalhada, mas de uma riqueza literária que vale a pena.

5 — “Ulisses”, de James Joyce, não será uma releitura, propriamente, mas a terceira releitura, agora pela tradução de Bernardina da Silveira Pinheiro. Já li anteriormente nas traduções de Antônio Houaiss e de Caetano Galindo. “Ulisses” é um romance inesgotável, tanto na forma quanto no conteúdo. Ele sozinho é uma verdadeira oficina de escrita criativa. Cada vez que se lê “Ulisses”, o leitor conquista novo patamar intelectual. O livro dialoga com o herói grego, de Homero, e Leopoldo Bloom, em um dia comum no clima de fermentação da Primeira Guerra Mundial.

6 — “Onde Você Está Nessa Lama?”, livro de crônicas dramáticas do professor da UFG Ricardo Assis Gonçalves, em que narra as peripécias da mineração no Brasil. O título foi retirado de um diálogo inútil de uma mãe, passando mensagem para o celular do filho tragado pelos rejeitos no desastre da barragem de Brumadinho. É um livro triste, mas um grito de alerta.

7 — “A Amiga Genial”, de Elena Ferrante, uma história sobre mulheres, o conflito e o afeto entre duas meninas, que, ao crescer duelam, se completam, se separam e se unem quase indistintamente. Dessa luta nasce a personalidade ímpar dessa história, em uma cidade que ainda sofre as consequências da Segunda Guerra Mundial.

8 — “Poesia” de Jorge Luis Borges, um compêndio de suas poesias completas. Borges é um poeta fenomenal. No entanto, sua fantástica (desculpe o trocadilho) obra em prosa, exclusivamente em contos, sempre vem fazendo sombra sobre sua obra em versos. Mas, na realidade, seus versos nada têm a dever à sua prosa. É um poeta surpreendente e, não raro, desconcertante.

9 — Spinoza. Continuar com minha longa e quase obsessiva leitura da obra do judeu/português/holandês Spinoza, especialmente, “Ética”, uma filosofia de compreensão difícil, desconcertante e ao mesmo tempo reveladora.

10 — Sempre deixo espaço para leitura de algum lançamento, sobretudo de autores de nossa terra, que sempre têm primazia para furar a fila.

8

Luiz de Aquino

Jornalista e escritor

Caríssimo amigo, confrade e presidente (especial) Ademir Luiz, trago-lhe, como me comprometi a fazê-lo, o meu pretenso projeto de leituras para o ano em que festejarei o fecho de minha oitava década, posto que justo no meio de setembro apagarei, se Deus assim me conceder, 80 velinhas desde que vi o Sol de Caldas Novas, em 1945.

É do meu propósito, para o ano que vem, ler dois ou três livros de Erico Verissimo. Além desses, e nominalmente, já tenho em mãos e devo devorá-los, muito em breve:

1 — “Pedro Páramo”, de Juan Rulfo

2 — “Bambino a Roma”, de Chico Buarque

3 — “Um Defeito de Cor”, de Ana Maria Gonçalves

4 — “Ainda Estou Aqui”, de Marcelo Rubens Paiva

5 — “Setembro Não Tem Sentido”, de João Ubaldo Ribeiro

6 — “O menino e o Bruxo”, de Moacyr Scliar

7 — “A Casa dos Espíritos”, de Isabel Allende

8 — “Orgulho e Preconceito”, de Jane Austen

9 — “Os Frágeis Fios do Poder”, de V. E. Schwab

10 — “Os Índios e a Colonização na Antiga Capitania de Porto Seguro”, de Francisco Cancela

Quero reler “Pedagogia do Oprimido”, de Paulo Freite (lido há vários anos, nos tempos de faculdade). Dos companheiros de Goiás, estou pautando: Coelho Vaz, Lêda Selma, Ubirajara Galli, Itaney Campos, Adalberto de Queiroz, Iuri Godinho, Hélverton Baiano, Sônia Elizabeth, Abadia Silva, Maria Helena Chein e os mutuamente xarás Ademir Hamu e Ademir Luiz — dois goianos igualmente imperdíveis.

Dos amigos da Paraíba, programei ler André Ricardo Aguiar, Lau Siqueira e Antônio Mariano — velhos amigos de copos e letras.

Não posso assegurar que lerei todos estes livros, pois é certo que novas obras e autores virão às minhas mãos (confesso que já assinei compromissos de compras para todo o ano de 2025). Mas este é, sim, o meu projeto de leitura para 2025.

Confira a primeira parte da agenda de leitura de 2025

https://jornalopcao.com.br/opcao-cultural/agenda-de-leitura-de-escritores-jornalistas-e-intelectuais-para-2025-parte-1-668231/#google_vignette