Opção cultural

Romancista e quadrinista Ademir Luiz dará a penúltima oficina da série promovida pela União Brasileira dos Escritores – Seção Goiás
[caption id="attachment_54176" align="alignnone" width="620"] Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
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Marcos Nunes Carreiro
A penúltima oficina de escrita criativa, da série promovida pela União Brasileira dos Escritores – Seção Goiás, acontece no próximo sábado, 2 de julho. O convidado é o historiador, romancista e quadrinista Ademir Luiz.
Ademir, que é professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG), é doutor em História e pós-doutor em Poéticas Visuais e Processos de Criação. Em 2009, foi indicado ao Prêmio Capes de Teses. Como escritor, venceu o Prêmio Cora Coralina em 2002, o Troféu Goyazes em 2013 e o Prêmio Hugo de Carvalho Ramos em 2014.
Em 2015, recebeu a Medalha do Mérito Cultural, atribuída pelo governo do Estado de Goiás. No mesmo ano, lançou a Graphic Novel “Conclave”, em parceria com o ilustrador Rafael Campos Rocha. “Conclave” é fruto do pós-doutorado de Ademir. “Trata-se de uma versão retrabalhada”, explica.
Na UBE-GO, Ademir falará sobre “Literatura contemporânea e Graphic Novel”. Ele conta: “Vou abrir discutindo as relações entre literatura e quadrinhos. A base será o próprio conceito de ‘romance gráfico’. Ou seja, um romance, uma narrativa fechada, mas que usa recursos visuais”.
Quadrinhos são apenas para crianças? Ademir mostra que não. “Vou diferenciar as experiências do quadrinho industrial, autoral, norte-americano, europeu e brasileiro. Focarei em nossa tradição de charge para, a partir daí, discutir se quadrinhos podem ser chamados de literatura. Darei exemplos de HQs que podem ganhar o status de obras primas literárias, como ‘Watchmen’, ‘Cavaleiro das Trevas’, os brasileiros ‘Daytripper’ e os romances gráficos lançados por Maurício de Sousa.”
Sem deixar de falar de sua experiência, Ademir afirma que irá discutir se um escritor, seja de contos, romances ou poemas, pode escrever quadrinhos usando as técnicas narrativas que já conhece, ou se é preciso adquirir outras habilidades. Segundo ele, há quadrinhos simples, estilo “homem palito”, mas que são bastante inteligentes e focados no texto. “Eles mostram que é possível ‘fazer por si mesmo’”, relata.
As inscrições para a oficina de Ademir Luiz são gratuitas e as vagas limitadas. Os interessados devem se inscrever exclusivamente pelo site www.ubeoficinas.com.br.
Serviço
Oficina de Escrita Criativa
Data: 2 de julho de 2016
Local: União Brasileira dos Escritores – Seção Goiás | Rua 21 nº 262, no Centro, ao lado do Colégio Lyceu de Goiânia
Horário: 9h às 12h e 14h às 17h

[caption id="attachment_69595" align="alignright" width="300"] Divulgação[/caption]
Com auxílio dos também escritores Luiz de Aquino Alves Neto e Adalberto de Queiroz, Godinho analisou desde “Orchideas”, de 1928, a “Almofariz do Tempo”, de 2016
As capas de livros mais representativas da literatura goiana ganham agora um livro só sobre elas. Do jornalista Iúri Rincon Godinho, “100 Grandes Capas de Livros Goianos” será lançado na noite da quinta-feira, 30, na Casa de Cultura Altamiro de Moura Pacheco.
Fruto de uma pesquisa de três anos, Godinho contou com a ajuda de Luiz de Aquino Alves Neto e Adalberto de Queiroz. A obra analisa o mercado livreiro goiano, a evolução da indústria gráfica a chegada dos computadores e ainda o importante papel do concretismo e da arte urbana nas capas dos anos 1950 a 1970.
O autor mostra ainda que o estado nunca formou um “capista” e, assim, os artistas plásticos dominam a área desde a década de 1950. O estudo mostra, que até os anos 1960, os volumes eram impressos fora do Estado e os escritores quase nada opinavam sobre as capas. A capa mais antiga analisada é “Orchideas”, de Leodegária de Jesus, de 1928 — “foi impresso em tipografia com três cores, quando o habitual era apenas uma”, conta —; já a mais recente é “Almofariz do Tempo” (obra de 2016), de Cássia Fernandes, que teve a capa personalizada com temperos de cozinha.
Serviço
Lançamento “100 Grandes Capas de Livros Goianos”
Data: 30 de junho
Horário: 20h
Local: Casa de Cultura Altamiro de Moura Pacheco
Preço: R$ 50,00

Localizado na Cidade de Goiás, a Diocese guarda documentos de valor histórico como batismos, casamentos e óbitos dos séculos 18, 19 e 20
[caption id="attachment_69581" align="alignnone" width="620"] Reprodução/Iphan[/caption]
Tombado em 1978 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o imóvel do Arquivo Diocesano, da Cidade de Goiás, foi totalmente recuperado. Realizada na quinta-feira, 30, no próprio imóvel, a cerimônia de lançamento da obra contará com a presença do governador de Goiás, Marconi Perillo, do ministro da cultura, Marcelo Calero, e da presidente do Iphan, Kátia Bogéa, acompanhada ainda pelo diretor do PAC Cidades Históricas, Robson de Almeida, pela superintendente do Iphan-GO, Salma Saddi, e pela prefeita da cidade de Goiás, Selma Bastos.
Por meio do programa, foram investidos R$ 1,33 milhão nas obras de restauração do arquivo. O projeto incluiu a reestruturação do espaço externo para abrigar as instalações de um novo centro de pesquisa para a comunidade e também contextualizou o imóvel em seu ambiente urbano, evidenciando sua contemporaneidade. Assim, foram efetivadas ações como o posicionamento de um novo bloco, afastado do muro limite e próximo do edifício central, e a criação de acessos diferenciados para o público externo e interno.
[caption id="attachment_69580" align="alignright" width="300"]
Reprodução/Iphan[/caption]
Constam, dentre os arquivos, documentos de valor histórico como batismos, casamentos e óbitos dos séculos 18, 19 e 20, disponíveis para consulta pública. Com as obras, também fará parte da Diocese a documentação relativa ao bispado de Dom Tomás Balduíno, arquivos do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e da Comissão Pastoral da Terra. O acervo se encontra, até então, no Instituto de Pesquisas e Estudos Históricos do Brasil Central (IPEHBC), da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Goiás. Já catalogado e higienizado nas condições ideais, o acervo será transferido em breve às novas instalações da Diocese.
Serviço
Entrega das obras de restauro do Arquivo Diocesano
Data: 30 de junho
Horário: 18h
Local: Arquivo Diocesano, Cidade de Goiás (GO)

[caption id="attachment_69536" align="alignnone" width="620"] Reprodução Tumblr[/caption]
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Na Terça Poética de hoje, caro leitor, você lê o texto endereçado de Rafael Iotti, "te escrevo logo", assim, miudinho mesmo. Iotti é de Porto Alegre. Quer participar do projeto “Terça Poética”, que versa suas tardes de terça-feira? É só enviar-nos seus poemas, através do e-mail [email protected]. Eis "te escrevo logo"!
Rafael Iotti
nos dias como hoje também penso
na distância, e mais do que isso
na ausência, por isso quando chegar
em casa a primeira coisa que vou fazer
depois de falar com os gatos é te escrever
ainda não sei bem o que, talvez sobre como parei
de beber e de tomar remédios, tu vai ficar
alegre, sim, eu espero, e agora enxergo as coisas
com mais clareza, sim, mas também com mais melancolia,
melancolia em tudo, eu vejo
onde antes era tristeza agora é só ardência
descobri que as coisas ardem mas não necessariamente ferem
quando o sol se põe tudo parece fazer sentido
pena ninguém enxergar como nós, eu penso,
porque às vezes tenho vontade de chorar
tu sabe, eu sempre disse isso, eu precisava encontrar
pelo menos outra pessoa pra ouvir essas bobagens
mas tu sabe que procurar é um hábito estéril
acho que numa fábula Esopo disse que o Bem tentou
se inserir no meio dos Maus, e portanto foi condenado a
sempre andar sozinho, é por isso que
o Bem demora tanto pra chegar, porque ele vai
de pessoa em pessoa, e eu espero
espero ávido por ele, por isso
te escrevo logo, que a ausência é uma
das ardências que dói mais

[caption id="attachment_69461" align="alignnone" width="620"] Foto: Divulgação[/caption]
Roberto Mello
Especial para o Jornal Opção
— Richard, Gere, o nome dele é Richard, como o teu, Gere. Ele também gosta dos japoneses, do Japão, contanto que fiquem lá, bem longe, porque acha que, no fundo, são racistas, não foi à toa que se associaram com os nazistas, e o medo que ele diz ter sentido quando viu, pelo cinema americano, a crueldade deles, se eles tivessem vencido a guerra, babau pros negros, ciganos, pardos e mulatos e comunistas e brancos e tudo o mais que não fosse pureza racial. Gere, o Richard entrou numas que podia te incorporar meio assim pela umbanda ou coisa parecida, e aí deu pra puxar os olhinhos, os seus olhinhos infantis como os olhos de um bandido — já dizendo a canção. Aí, o cara me diz que baixou o santo e que ficou incorporado, se bem que pra ele seria mais é encorpado porque suas mãos avultaram e ele de repente sentiu que elas andavam sozinhas nas curvas deliciosas de sua mulher que, pelo jeito, não desconfiava de nada, sem saber que estava trepando com um bandido chegado a mistificações quânticas. É, é isso mesmo, o cara é perfeccionista e gosta de ir fundo nas coisas. Não vê que ele procurou um professor de física daqueles que dizem que São Paulo, a cidade, é mera ilusão, que não existe, e aí perguntou pro teacher se era possível aquilo, transar com sua mulher como se fosse tu, Gere, e não só na ilusão do pensamento, mas na batatolina das coisas naquele entremeio de corpúsculo-onda, mais pra um, mais pra outra, a ponto do Chico Xavier dizer “com esses aí eu não me meto”, nem sei se isso é verdade, foi o que ele, Richard, me contou, depois que foi consultar o médium pra saber se sua mãe estava passando bem lá no além. Que, segundo ele, Richard, e o tal professor, também não existe mais, pelo menos daquele jeito que aprendemos no espiritismo ou no catolicismo, já que a essa altura do campeonato tudo dá no mesmo, que o além é bem aqui, do meu lado, no paralelo, que nem alelo da lua. Bom, mistifiquei, porque eu também não ia perder a chance; tem certeza que tua mulher não percebeu nada, perguntei, e aluí, no sentido goiano, que nem Bernardo Élis no seu Veranico de janeiro, abonado por Aurélio disse: “Falou, papudo — pensou o rezador sem aluir do lugar”, e eu não era nem rezador nem nada, se bem que pensando melhor a reza não é um teletransporte? mas eu só queria usar o verbo aluir que sempre me coçou o quengo, no sentido de arruinar a dialética do Richard, só que esse verbo é danado e quer dizer também sem se mexer, sem sair do lugar, e era como eu me sentia, teletransportado-fixo ali, ouvindo àquelas patranhas da cabeça de um infeliz pobre diabo que, pra fazer algum carinho na mulher, precisa de ti, Gere, fantasminha inoculado em celuloide na cabeça de um vagau jeca tatu cotia não. Mãos grandes e fortes de um gigolô bem prof cobrindo em toda a extensão “omnimodamente”, carteirou o desgraçado, a carne macia de sua mulher. Era um foder por procuração, Gere, mas quem sou eu para condenar o Richard, ou quem quer que seja depois da física quântica?
Roberto Mello é psicanalista

Pela primeira vez no Brasil, e com apresentação única, o The Royal Ballet of Flanders, da Bélgica, abre o evento que conta ainda com uma programação de competições e workshops

Presente no livro “Corpo de Baile”, o conto foi adaptado e também dirigido teatralmente por Fayad, a quem a literatura tanto inspira. O goiano já imergiu nas obras de Artaud e Cassiano Ricardo

[caption id="attachment_69329" align="alignnone" width="620"] Foto: Divulgação[/caption]
Na noite do sábado, 2 de julho, o Teatro Rio Vermelho vira palco do grande encontro de Flávio Venturini, Sá & Guarabyra e 14 Bis. Intitulada “Encontro Marcado”, a apresentação conta com um repertório de clássicos dos artistas, os quais planejam se reencontrar desde a década de 1970, quando a dupla Sá & Guarabyra convidou Venturini para participar da gravação de seu disco, o intitulado “Nunca”; este promoveu o encontro do artista com os demais integrantes da banda que viria a ser o 14 Bis. O show também traz novidades, como a composição “Espanhola”, de Venturini e Guarabyra, que nunca foi executada antes pelos dois juntos; e outras canções, como “Caçador de Mim” e “Sobradinho”. Com início às 21h, a apresentação tem ingressos a valores variados, que vão de R$ 90 a R$ 420.

[caption id="attachment_69463" align="alignright" width="300"] Foto: Divulgação[/caption]
Na quarta-feira, 29 de junho, a capital goiana ganha mais um club; desta vez, voltado para comédia. “Benjamin Comedy Club” propõe aliar o bom-humor com o melhor da gastronomia local. E para sua estreia, o Benjamin recebe o ator, escritor e também apresentador Oscar Filho. Com estreia em 2008, no telejornal humorístico CQC —Custe o que Custar, Oscar dividiu a bancada do programa ao lado de Marcelo Tas e Marco Luque, após se destacar com seu quadro “Proteste Já”. Ele recebe mais alguns convidados para um show de stand up, na inauguração da casa, que abre às 23h. O couvert custa R$ 30.

[caption id="attachment_69464" align="alignnone" width="620"] Foto: Reprodução[/caption]
- “Queriam que eu te esquecesse, Elena. Mas eu volto pra Nova York na esperança de te encontrar nas ruas.” De Petra Costa, a obra fílmica “Elena” é um documentário de 2012.
- Baseado na vida da atriz Elena Andrade, irmã mais velha de Petra, o longa ganha as telas do Cine Pagu da Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás.
- O longa tem exibição única na quarta-feira, 29 de junho, às 16h. A entrada é franca. O Cine Pagu fica no Campus Samambaia.

[caption id="attachment_69475" align="alignright" width="300"] Reprodução/CTB-RJ[/caption]
Na noite da segunda-feira, 27, o Salão Nobre da Faculdade de Direito da UFG vira palco da Audiência Pública sobre a Cultura do Estupro. Realizado pela Defensoria Pública de Goiás, em parceria com o Coletivo Feminista Pagu, a Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres e a Superintendência Executiva da Mulher e da Igualdade Racial de Goiás, o encontro propõe debater as estruturas históricas que pautam práticas, na atual sociedade, que objetificam e inferiorizam a mulher e que ainda naturalizam a violência contra a mulher.

Livro
A Companhia das Letras estreia a coleção “Poesia de Bolso” com este clássico contemporâneo de Ana Cristina Cesar, seu único livro lançado em vida
À Teus Pés
Autor: Ana Cristina Cesar
Preço: R$ 19,90
Companhia das Letras
Música
Segundo DVD da carreira solo da artista, “Meu Canto” conta com a participação especial de Gilberto Gil e Tiago Iorc.
“Meu Canto — Ao Vivo”
Intérprete: Sandy
Preço: R$ 24,90
Universal
Filme
Sucesso da TV aberta brasileira, “Verdades Secretas” chega agora em DVD. De Walcyr Carrasco, a minissérie é estrelada por Rodrigo Lombardi e Drica Moraes.
Verdades Secretas
Direção: Mauro Mendonça Filho
Preço: R$ 189,90
Som Livre

Coonfira as músicas mais tocadas na redação do Jornal Opção dessa semana. É só dar play! Ancestralidade – Indy Naíse e Camila Trindade Beyoncé – Sorry Calvin Harris feat. Rihanna – This Is What You Came For De La Soul – Millie Pulled A Pistol On Santa Racionais MC's – Vida Loka Sandy – Respirar Streetlight Manifesto – Somewhere in the between

[caption id="attachment_69088" align="alignright" width="300"] O DVD conta com as mais que especiais participações de Gilberto Gil e Tiago Iorc | Foto: Divulgação[/caption]
Na sexta-feira, 24, a artista lança seu mais novo trabalho ao vivo, o qual tem apresentado nos teatros brasileiros
“Seja bem-vindo, entre sem bater, sem julgar, sem tentar entender (...)” SandyEm 15 de novembro, nos palcos do Teatro Municipal de Niterói, no Rio de Janeiro, a cantora Sandy embalou as canções de seu último álbum, “Sim”, e demais sucessos de sua carreira. O registrou ganha agora as prateleiras e os teatros do Brasil, pelos quais tem se apresentado desde abril deste ano. “Meu Canto — Ao Vivo” é o segundo DVD do trabalho solo da artista, que conta com as participações especiais de Gilberto Gil e Tiago Iorc, com as canções “Olhos Meus” e “Me Espera”. E com “Meu Canto” que a cantora chega a Goiânia na quinta-feira, 22 de junho. Em apresentação única, Sandy revisita álbuns anteriores, “Manuscrito” e “Sim”, bem como celebra os tempos de “Sandy e Junior”, com os sucessos “Nada é Por Acaso” e “Desperdiçou” e ainda interpreta “All Star”, de Nando Reis. A artista também canta o clássico de 1969, “Cantiga Por Luciana”, em homenagem ao falecido avô, Zé do Rancho. Serviço Meu Canto — Sandy Data: 23 de junho Horário: 21h Local: Teatro Rio Vermelho Ingressos: de R$ 90 a R$ 240 Abaixo, você confere "Me Espera", canção que conta com a participação de Tiago Iorc.

[caption id="attachment_69029" align="alignnone" width="620"] Reprodução/Tumblr[/caption]
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Na Terça Poética de hoje, caro leitor, você se depara com a Íris de Cynthia Borges. Atriz, ela já se amostrou no Opção Cultural; veio beija-flor no desafio narrativo “100 contos de até 100 caracteres para celebrar o Dia da Literatura Brasileira”, publicação de maio de 2015. Quer participar do projeto “Terça Poética”, que versa suas tardes modorrentas de terça-feira? É só enviar-nos seus poemas, através do e-mail [email protected]. Ei-la “Íris”!
Cynthia Borges
não olha assim pra mim
qu’eu não sou real
abandona o hábito
de alma bailarina
qu’eu só quero ver o sol
quando você olhar
você dentro de mim
não invada os cantos escuros
não abra as janelas defronte pro céu
não coma a última sobremesa
não sorri e não deseja
cicatriza-se em palavra
e apenas goze de sermos nós