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Portal dos Jornalistas diz que Wanderley de Faria, recém-demitido do Pop, vai lançar site sobre carros

O Portal dos Jornalistas, embora dando uma notícia velha, a saída de um profissional da redação de “O Popular”, acrescenta novas informações: “Wanderley de Faria deixou o jornal ‘O Popular’ (de Goiás), no qual atuou por 38 anos, 23 dos quais como editor de Economia e Veículos. Ele, no entanto, não se afastará do setor automotivo: em breve lançará um site sobre veículos e abordará o tema também na Rádio Executiva, do Grupo Jaime Câmara, em que há dez anos produz programetes sobre Economia & Negócios, também com enfoque no mercado de veículos. Os contatos pessoais de Wanderley são [email protected] e 62-9968-8820”.

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A jornalista Iara Lourenço, o nome preferido de Halim Girade, estaria fora do páreo

Fantástico vai divulgar reportagem especial sobre fantasmas da Assembleia Legislativa de Goiás

[caption id="attachment_30054" align="aligncenter" width="620"]Reprodução/Facebook Reprodução/Facebook[/caption] Uma equipe do Fantástico, da TV Globo, gravou uma reportagem especial para apresentar com destaque no domingo, 17, sobre os fantasmas da Assembleia Legislativa de Goiás. Inicialmente, a pauta dos jornalistas envolvia apenas o padre Luiz Augusto Ferreira, de 54 anos, da Igreja Católica, que recebia R$ 11,8 mil, há vários anos, sem comparecer ao “trabalho”. Porém, depois de colher as informações que vai balizar a reportagem sobre o “padre fantasma”, os repórteres “Fantástico” decidiram explorar o chamado “caso Daniel Messac”.

Seymour M. Hersh, Pulitzer de 1970, diz que governo Obama mentiu sobre morte de Bin Laden

Autor do livro “Cadeia de Comando” afirma que o criador da Al-Qaeda estava inválido e que agentes do Paquistão, interessados no prêmio de 25 milhões de dólares, facilitaram o acesso à sua casa

Imprensa investe cada vez mais na imbecilização

70% dos brasileiros não leram um livro sequer em 2014. Assunto não motivou manchetes de jornais e revistas, reportagens no rádio ou na TV e editoriais indignados Ângela Carrato Recente pesquisa divulgada pela Federação do Comércio do Rio de Janeiro mostrou que 70% dos brasileiros não leram um livro sequer em 2014. O resultado é preocupante, especialmente se comparado a anos anteriores. Até 2012, a média de leitura do brasileiro era pequena, mas apresentava um número bem mais significativo. Esta média era de quatro livros por ano, sendo 2,1 livros lidos até o fim, segundo levantamento feito pelo Ibope Inteligência em 2011. Por que o Brasil lê tão pouco? O assunto não gerou nenhuma comoção nacional. Não motivou manchetes de jornais e revistas, reportagens especiais no rádio ou na TV e muito menos comentários ou editoriais indignados. Em outras palavras, pouquíssimo se falou sobre o tema, com professores e escritores repetindo as respostas de sempre: o problema se deve ao pouco investimento em estudo, à falta de vontade política e à própria cultura do povo brasileiro, mais oral do que textual. Vistas assim, estas explicações acabam jogando a responsabilidade no colo do governo (seja ele qual for) e das próprias pessoas, já que seria parte da “própria cultura do povo brasileiro”. Se para alguns estas “explicações” podem ser suficientes, elas estão longe de abranger o problema em toda a sua dimensão e, principalmente, de apontarem soluções eficazes. Além do governo e das próprias pessoas, existe outro grande responsável por este estado de coisas que nunca é lembrado: a mídia brasileira, sobretudo a mídia audiovisual comercial que pensa apenas no lucro e transforma o ouvinte/telespectador em mero número na disputa desenfreada por audiência. Nunca houve, de forma efetiva e continuada, investimento desta mídia no aprendizado e desenvolvimento de crianças, jovens e adultos. Ao contrário, investiu-se e investe-se cada vez mais na imbecilização geral. Em todos os países democráticos, a educação sempre foi uma das tarefas prioritárias dos meios de comunicação, ao lado de informar, entreter e prestar serviços. Tarefa reforçada pelo fato de que na Europa, a mídia audiovisual pública, comprometida os interesses da cidadania, precedeu à mídia comercial. O quê faz uma enorme diferença. Mesmo nos Estados Unidos, onde a mídia comercial prevalece, existem mais de 600 emissoras de rádios e TVs públicas que servem de parâmetro para as demais e para a própria sociedade. Roquette-Pinto e a “escola dos sem-escola” No Brasil, as primeiras experiências envolvendo o rádio e a televisão tiveram em comum a mesma pessoa: o médico, sociólogo, educador, professor e cientista carioca Edgar Roquette-Pinto. A Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, por ele criada em 1923, tinha como objetivo difundir a educação e a cultura em todo o território nacional, pois entendia este veículo como “a escola de quem não tem escola”. A Rádio Sociedade do Rio de Janeiro foi a primeira emissora na América do Sul a transmitir uma ópera completa, a apresentar um programa de teatrinho infantil, a levar ao ar cursos de português, história, inglês, física, biologia e química, além de transmitir palestras sobre assuntos do momento e tocar música brasileira com regularidade. Apesar de sua importância e do compromisso com a educação, num país tão carente de iniciativas dessa ordem, uma série de determinações do governo federal passou a complicar a vida da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. O decreto nº 16.657 de 5 de novembro de 1924 proibiu a inserção comercial nas suas transmissões. Até aí, tudo bem, porque a emissora sobrevivia graças à mensalidade paga por seus 300 filiados. No entanto, o crescimento da radiodifusão provocou o interesse de agências de publicidade norte-americanas em relação ao mercado consumidor brasileiro. Agências que vieram para cá acompanhando as empresas dos Estados Unidos, Canadá e Inglaterra que aqui se instalavam. O enorme interesse das pessoas pelo rádio começou a ter efeitos também sobre os proprietários de jornais que identificaram o novo veículo como adequado para se ganhar dinheiro. Um desses proprietários era Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo que, já possuindo sete jornais e uma revista, o Cruzeiro, inaugura, em 1935, no Rio de Janeiro, sua primeira emissora de rádio, a Tupi. Para viabilizar seu negócio, contou com recursos de empresas como a General Eletric e de patrocinadores, entre os quais estavam quase todos os milionários cariocas e paulistas. Chateaubriand passa a pressionar – e consegue – que o governo liberasse a publicidade nestas emissoras. Depois disso, o rádio brasileiro nunca mais voltou a dar ênfase à educação, com o próprio Roquette-Pinto entregando, no ano seguinte, numa atitude inédita, sua emissora para o Ministério da Educação e Cultura (MEC). Ele não aceitava condicionar a programação aos interesses dos anunciantes e, sem outra forma para manter a rádio, uma vez que os assinantes minguavam, acreditava que nas mãos do governo ela poderia ter um futuro melhor. Numa triste coincidência, mais de duas décadas depois, Roquette-Pinto vai se deparar novamente com Assis Chateaubriand, desta vez nos primórdios da televisão no Brasil. Como cientista Roquette-Pinto já vinha, desde 1940, pesquisando sobre a “oitava maravilha do mundo” e dispunha de todas as condições técnicas para colocar no ar uma emissora comprometida com a educação e a cultura. Já o empresário Chateaubriand, em 1943, é apresentado à tecnologia da televisão numa visita que faz aos Estados Unidos e imediatamente percebe que ali residia uma nova fórmula para ampliar seu poder e ganhar mais dinheiro. Resumo da ópera: a televisão educativa sonhada e planejada por Roquette-Pinto, que já contava com o apoio e o financiamento da Prefeitura do Rio de Janeiro (então distrito federal), acabou, por pressões políticas, sendo inviabilizada, enquanto a emissora comercial de Chateaubriand foi inaugurada em 19 de setembro de 1950, em São Paulo. Ao contrário de outros países, a televisão comercial no Brasil nunca pensou seriamente em seu compromisso com a educação e menos ainda que foi e continua sendo uma das principais responsáveis pelo próprio iletramento vigente no país. Iletramento e alienação Os males do analfabetismo são conhecidos. Uma pessoa que não dispõe da “tecnologia” do ler e do escrever, não pode exercer em toda a plenitude os seus direitos de cidadão. O analfabeto é marginalizado e não tem acesso aos bens culturais das sociedades letradas. No entanto, existe, nos dias atuais, outra forma de analfabetismo tão ou mais grave, sobre a qual quase nada é dito. Trata-se do iletramento provocado pelos meios de comunicação, em especial os audiovisuais. No campo acadêmico, estes estudos são denominados media literacy, que em português não tem tradução direta, pois a palavra letramento não existe nos dicionários da língua portuguesa. Razão pela qual, muitos preferem referir-se ao tema como sendo educação para a mídia. Seja como for, o certo é que letramento ou educação para a mídia significa que o indivíduo precisa de uma educação especial que o habilite a entender o conteúdo da mídia e o possibilite a formular sua própria opinião sobre os assuntos abordados. O iletrado é o oposto disso. É o cidadão que não dispõe de recursos para compreender como a mídia funciona e, sobretudo, para relativizar o que lhe é mostrado. Até porque, a verdade/realidade para a mídia comercial, com as exceções de praxe, é quase sempre o que interessa aos seus proprietários e anunciantes. Na Europa e nos Estados Unidos, onde este problema há muito foi detectado, a preocupação em evitar que o iletramento leve à alienação da sociedade está se transformando em prioridade para universidades, instituições de ensino e cidadãos.  Nestes países, a mídia audiovisual é regulada e conta com o contraponto da mídia pública. Situação que torna a realidade brasileira mais grave ainda, a exigir das autoridades, dos Ministérios (Educação, Cultura e Comunicações), das escolas de ensino básico e fundamental, das universidades e dos setores mais sensíveis a esta temática um posicionamento imediato. Que a mídia comercial brasileira nunca teve preocupação com a elevação do nível intelectual e de informação da população é fato. O problema é que este descompromisso está aumentando e a grande maioria não se dá conta disso. Quando se pensa em educação da população brasileira, pensa-se como há 50 ou 100 anos, quando a tarefa era função primordial da família, das igrejas e da escola. Hoje não é mais. Midiotas A mídia, em especial a televisão, transformou-se na arena por excelência do espaço público brasileiro. Presente em 98% dos lares, ela é também o principal meio de que dispõe a população para se informar e para entender o mundo em que vive.  Quando a televisão deixa de lado esta tarefa e passa a mostrar uma realidade que não condiz com os fatos, não é preciso muito esforço para se avaliar os problemas daí decorrentes. As novas tecnologias da comunicação, em especial a internet 2.0 com suas redes sociais, tem contribuído para minimizar os efeitos deseducativos da mídia comercial. Mas no Brasil, infelizmente, ainda se está longe de uma universalização do acesso a estas redes, o quê mantem e aprofunda a gravidade do quadro, em que a redução da leitura é apenas uma das pontas do iceberg. Em outras palavras, fica mais fácil entender como diria o saudoso Stanislaw Ponte Preta, o febeapá dos dias atuais, com “indignados” reivindicando “intervenção militar constitucional” ou tendo como palavras de ordens difusos xingamentos e palavrões contra o governo. Os telejornais brasileiros (Jornal Nacional à frente) são os principais responsáveis pela desinformação que permeia a sociedade brasileira, pois ao mostrarem diariamente, sem qualquer contextualização e espaço para o contraditório, problemas diversos envolvendo, por exemplo, corrupção, acabam levando a população a acreditar que ela começou agora e é o inimigo número 1 do Brasil. Mais ainda, a mídia tem sido, no Brasil, fonte de “soluções” conservadoras e reacionárias. Basta pensar nos Big Brothers, nos programas de auditório, com suas competições e jurados duvidosos, e nos programas policialescos, com o permanente estímulo ao se fazer “justiça com as próprias mãos”. Daí, não causar surpresa, que no início do século 21, existam aqui tantas pessoas acreditando que “vencer na vida é questão de puro mérito pessoal”, outras tantas pensando que “homossexualismo é doença”, e um contingente cada dia maior disposto a apoiar a redução da maioridade penal, como solução para a criminalidade. Mesmo quando a televisão, através de algumas telenovelas, tenta abordar temas tabus (a exemplo do homossexualismo feminino) o faz de uma forma descontextualizada que passa longe de conseguir aprofundar, efetivamente, a questão. Isto porque esta temática, por exemplo, está ausente de outros programas de sua grade, sem falar que é apresentada para a população sem mediações. Situação que mostra como fazem falta, aqui, programas educativos como os da British Broadcasting Corporation (BBC), a TV Pública Inglesa, ou da Public Broadcasting System (PBS), a TV Pública norte-americana, ou mesmo da TV Nacional, a TV Pública argentina, em que estas e tantas outras temáticas são discutidas e aprofundadas através de documentários, mesas-redondas e até mesmo reality shows. Só que reality shows completamente diferentes dos que conhecemos. A título de exemplo, um dos realities shows de maior sucesso na BBC, até recentemente, envolvia personalidades e gente comum e suas críticas ao consumismo e aos produtos nocivos e sem interesse para a comunidade. Uma celebridade ou uma pessoa simples jogar na fogueira um determinado refrigerante ou posicionar-se contra um novo modelo de celular é quase impensável no Brasil. Mas na Inglaterra, não. Os debates presidenciais nos Estados Unidos são realizados e conduzidos pela PBS e seria inaceitável para a maioria da população que eles acontecessem nas emissoras comerciais e com regras impostas por elas, como se dá no Brasil. Mais ainda: na Argentina, a população tem na TV Nacional o contraponto à cobertura partidarizada que a mídia comercial faz de questões desde responsabilidades por violações aos direitos humanos e torturas durante o período de ditadura militar até recentes convênios de cooperação técnico-científica, assinados pela presidente Cristina Kirchner em viagens à China e à Rússia. Enquanto isso, aqui no Brasil, a mídia comercial, numa unanimidade que Nelson Rodrigues já sabia ser burra, continua promovendo e contribuindo para o iletramento da população. Ou, como já bem definiu Luciano Martins Costa (aqui neste Observatório) para que no lugar de cidadãos tenhamos, cada vez mais, midiotas. Voltarei ao assunto. Ângela Carrato é jornalista e professora do Departamento de Comunicação Social da UFMG. Este artigo foi publicado no blog Estação Liberdade. O artigo foi republicado no Observatório da Imprensa. [Quadro acima: "Moça lendo em Itu", de Almeida Júnior]  

O Popular demite a fotógrafa Valéria Lopes. É especialista na área de moda

“O Popular” demitiu a fotógrafa Valéria Lopes, alegando contenção de despesas. Os dirigentes do Grupo Jaime Câmara sugerem que a redação do jornal continua “grande”. Valéria Lopes era responsável pelas fotografias da área de moda do “Magazine”, caderno de entretenimento do “Pop”. A apontada pelos colegas como uma profissional competente.

Maior historiador vivo do Brasil, Evaldo Cabral de Mello anuncia que não vai mais escrever livros

“Velhice é um negócio muito estranho. Você perde a curiosidade, perde a saúde. Perde, o que é mais grave, a memória”

Historiador britânico divulga foto da grande paixão do russo Lênin

[caption id="attachment_35019" align="alignright" width="620"]Apollinariya Yakubova: a mulher que só desagradou Lênin quando se tornou “anarquista”; quando morreu, o bolchevique teria chorado | Foto: ABC.ES Apollinariya Yakubova: a mulher que só desagradou Lênin quando se tornou “anarquista”; quando morreu, o bolchevique teria chorado | Foto: ABC.ES[/caption] O jornal espanhol “ABC”, citando o jornal britânico “The Independent”, revelou na edição de quarta-feira, 6, na reportagem “Desvelam por fin el rostro de la ‘sexy’ joven que rompió el corazón de Lenin”, a história e, sobretudo, a fotografia da grande paixão do líder comunista russo Vladimir Lênin. Sabia-se da história de Apollinariya Yakubova, mas não se conhecia suas feições. Descoberta pelo pesquisador e professor Robert Henderson, da Queen Mary Uni­versity, a foto teria sido feita na Sibéria: Apollinariya Yakubova havia sido desterrada pelo czarismo. Apollinariya Yakubova “era um nome sem rosto”, afirma o “ABC”. Não é mais. Robert Henderson encontrou a fotografia no Arquivo Estatal da Federação Russa. “Está confirmado o que diziam seus contemporâneos: a russa é muito bonita”, disse o historiador ao “Independent”. A jovem tem “olhos castanhos, cabelo escuro e feições suaves”. Os contemporâneos diziam que “sua presença e seu cheiro lembravam ‘prados frescos’”. Lênin era profundamente atraído pela beleza e charme de Apollinariya Yakubova. Segundo Robert Hen­derson, era como “uma força” da natureza, “primeva”. Há indícios de que tinha uma boa cabeça política e debatia com Lênin, um estudioso tão rigoroso (sabia tudo de Karl Marx e Herzen, notável escritor russo do século 19) quanto infatigável. A jovem era como “uma tocha revolucionária capaz de derrotar o coração mais duro”. Apesar de ter sido o grande amor de Lênin, sabe-se pouco sobre Apollinariya Yakubova. Ela estudou física e matemática “durante a juventude e conheceu Lênin aproximadamente em 1890, em São Petersburgo”. Eles foram apresentados por Nadezhda Krupskaya, futura mulher de Lênin. Não se sabe se a paixão foi à primeira vista, mas é provável que sim, sugere o historiador. Os dois passaram a se ver com frequência em reuniões e comícios políticos. Pesquisadores da história da Rússia e da União Soviética acreditam que, logo depois de se conhecerem, Lênin propôs casamento à bela “Lirochka”, como o futuro chefão bolchevique a chamava, carinhosamente. Apol­linariya Yakubova não quis se casar com o político socialista. Despeitado, Lênin casou-se com Krupskaya, em 1898. Mesmo casado, escrevia cartas nas quais mencionava Lirochka constantemente, sem disfarçar a paixão. A própria mulher era citada como “‘grande amiga’, mas não como ‘grande amor’”. Quando Apollinariya Yakubova mudou-se para Londres, Lênin voltou a visitá-la. Porém, a jovem, então com 27 anos, havia deixado de comungar as ideias comunistas, o que provocou intensas discussões com o esquerdista russo. Durante uma discussão, acerba, Lênin tachou-a de “anarquista” (o anarquista é visto pelos comunistas como um adversário, até inimigo, figadal). Dadas as divergências, eles foram se distanciando. “Não pude reconciliar-me com ela”, escreveu Lênin. Não se sabe o que aconteceu com Apollinariya Yakubova posteriormente. “Acredita-se que morreu entre 1913 e 1917.” Lênin, o homem de gelo, teria chorado, sugere o historiador Robert Henderson, e jamais a esqueceu. Mas o fato é que se sabe muito pouco, quase nada, a respeito do amor entre os dois. Chegaram a ser amantes, num sentido mais amplo? Não se sabe.

O engajamento do Goiás Real e do Goiás 24 Horas é legítimo. Contribuem para o debate

O PMDB finalmente pôs na internet o Goiás Real. O site (ainda) não tem o pique crítico e a malícia corrosiva — ressalte-se que o projeto é diferente — do Goiás 24 Horas. Um “exige” o outro. Os criadores do Goiás Real, entendendo como funciona a web, estão produzindo muitos textos, em geral bem escritos e sintéticos. Se quiserem manter a atenção dos leitores, precisam atualizá-lo com frequência. Não há mal algum no engajamento dos sites Goiás Real e Goiás 24 Horas. O segundo defende o governo de Goiás, às vezes posicionando-se criticamente, e o primeiro defende o PMDB e publica críticas ao governo do tucano Marconi Perillo. O jogo é explícito, logo legítimo. Trata-se de política transformada em jornalismo. Se o Goiás Real continuar atento às coisas do Estado, publicando material consistente, pode contribuir inclusive com o próprio governo e também com os meios de comunicação tradicionais, ao apresentar temas eventualmente “esquecidos” e que podem ser ampliados.

Deputado do DEM não disse que mulheres devem apanhar; esquerda é mestre em distorcer fatos e palavras

[caption id="attachment_35028" align="alignright" width="620"]Alberto Fraga: o deputado federal do DEM do Distrito disse que políticos, homens e mulheres, devem ser criticados com rigor, não importando o gênero | Foto:  Jornal de Brasília Alberto Fraga: o deputado federal do DEM do Distrito disse que políticos, homens e mulheres, devem ser criticados com rigor, não importando o gênero | Foto: Jornal de Brasília[/caption] A linguagem às vezes é tudo — forma e conteúdo visceralmente imbricados. No Brasil há pelo menos duas direitas visíveis. Olavo de Carvalho, Denis Rosenfield, Luiz Felipe Pondé, Rodrigo Constantino, José Maria e Silva, Reinaldo Azevedo são duríssimos nas críticas, mas raramente perdem a elegância (alguns, como Azevedo, mesmo ao perdê-la, mantêm o humor, a ironia fina, à H. L. Mencken e Karl Kraus). Eles compõem, se se pode dizer assim, uma espécie de direita intelectual. Há a direita política, no sentido partidário, que é composta por, entre outros, Ronaldo Caiado, senador; Alberto Fraga e Jair Bolsonaro, deputados federais. A esquerda é mestre na arte da desfaçatez, artífice na técnica de se apresentar como vítima, quase sempre distorcendo o discurso do adversário, para torná-lo monstruoso aos olhos da sociedade, pois assim será mais fácil combatê-lo e destrui-lo. A esquerda é tão hábil que, quando Stálin e Mao Tsé-tung matavam milhões de “oposicionistas”, apresentados como inimigos do socialismo, conseguia sugerir, e seu argumento era aceito, que tudo estava sendo feito em nome de um futuro melhor para todos. Por falar em nome da humanidade, da construção de uma sociedade igualitária, a esquerda costuma ser perdoada, mesmo quando comete atrocidades. O fim, o bem (o paraíso comunista), justifica o meio, o mal (o fim da liberdade, a destruição da oposição). Mesmo quando é algoz, a esquerda se posta como vítima. Com sutileza, consegue transformar a direita em Lúcifer, resguardando-se como anjo ímpio, de uma santidade a toda prova. Carvalho, Rosenfield, Pondé, Constantino, Silva e Azevedo, estrelas da palavra, conseguem escapar dos tentáculos da linguagem da esquerda, porque a conhecem bem e sabem defender as próprias ideias. Nenhum deles se deixa enredar pelas artimanhas esquerdistas e, por isso, quase sempre saem melhor nos debates. A linguagem afiada de Carvalho, Rosenfield, Pondé, Constantino, Silva e Azevedo — que nem pensam da mesma maneira sobre todos os assuntos, mas não são de esquerda — é arma defensiva e ofensiva contra a notória ambiguidade funcional das esquerdas marxista, leninista, stalinista e gramsciana. Porém, a direita que milita na política — corajosa, pois é minoria e não tem espaço decente na imprensa, exceto folclorizada — às vezes é “absorvida” pela argúcia da esquerda. Esta pega a linguagem dos políticos de direita, como Jair Bolsonaro e Alberto Fraga — aos quais falta certa consistência ideológica —, e a transforma numa espécie de bumerangue. É até compreensível a linguagem hard de Jair Bolsonaro e Alberto Fraga, pois, se forem compassivos e ponderados, não serão escutados, não conseguirão “colocar” seu discurso em evidência. Só com excesso suas palavras são transcritas nos jornais, quase sempre a partir da versão de seus adversários. Nesta semana, na votação da Medida Provisória 665 — “que endurece as regras de acesso ao seguro-desemprego e ao abono salarial”, sintetiza o “Correio Braziliense” —, quando a esquerda aderiu à prática liberal mais radical, a dos Chicago Boys, como o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, o que certamente desnorteia os liberais verdadeiros, como Ronaldo Caiado, o deputado federal Roberto Freire, do PPS de São Paulo, deu um tapinha no ombro de Orlando Silva, do PC do B, como uma forma de se comunicar, de dizer “ei”, e o comunista, posando de vítima, gritou que estava sendo agredido fisicamente. “Não me toque”, esbravejou. Roberto Freire tem 73 anos, político há décadas, é considerado um dos mais moderados líderes da esquerda — a democrática (há quem avalie que esquerda e democracia se excluem). Ninguém, em sã consciência, acredita que possa agredir alguém, ainda mais um homem de 43 anos, como Orlando Silva. A deputada Jandira Feghali, do PC do B do Rio de Janeiro, decidiu defender o camarada. Aí estranhou-se com o deputado Alberto Fraga, do DEM do Distrito Federal. Ao se posicionar com firmeza na defesa de Roberto Freire — possivelmente, da integridade do colega, do qual discorda ideologicamente, embora sejam parceiros nas críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff —, Alberto Fraga escolheu palavras ríspidas, talvez para obter repercussão, mas que não são politicamente corretas. “Mulher que participa da política e bate como homem tem que apanhar como homem também”, disse, de maneira objetiva, sem subterfúgios, o democrata. A distorção do que disse foi imediata, como é praxe entre esquerdistas. Jandira Feghali avisou que vai processar o deputado. “A Jandira processa todo mundo. Isso é um direito dela”, replicou Alberto Fraga. A manipulação, até simplória mas eficiente, começa quando se sugere que o parlamentar do DEM quis dizer — se quis, não disse, pois sua frase é tão límpida quanto água mineral — que mulher merece apanhar. O líder democrata não disse nada disso. Ele sugeriu, na sua linguagem durona, que a mulher que milita na política e faz crítica duras, posicionando-se com firmeza, também deve ser criticada com rigor. As mulheres, com as feministas no pelotão de frente, não lutaram a vida toda por igualdade? Pois Alberto Fraga está propondo exatamente isto: que mulheres e homens se tratem de maneira igualitária. O único problema — se é problema — é a linguagem, que, por conter palavras candentes, como “bate” e “apanhar”, pôde ser instrumentalizada pela esquerda. O que faltou ao deputado foi uma certa elegância linguística, machadiana, ao enfrentar a malícia da esquerda.