Imprensa

[caption id="attachment_97855" align="aligncenter" width="620"] O “Jornal Nacional”, informativo de maior audiência da sociedade brasileira, sofre ataques de militantes| Foto: reprodução[/caption]
É interessante como a Rede Globo move a paixão política do País. Tanto à direita quanto à esquerda, principalmente em seus extremos, a organização mais poderosa do País é motivo da mais fina flor do ódio e de teorias da conspiração das mais criativas. A fama não vem do nada – e seria inocência pensar que uma empresa como a Globo faria “apenas” jornalismo. Primeiramente, não é só de jornalismo que se constitui o Grupo Globo – nomenclatura que substituiu “Organizações Globo” em 2014 –, mas de um conglomerado de empresas de vários ramos da comunicação e do entretenimento. Em segundo lugar, a própria gigante já admitiu seus pecados no passado, exatamente em relação a ligações com o poder: reconheceu seu apoio ao golpe de 64 e à ditadura militar, bem como, no histórico debate final entre Fernando Collor e Luiz Inácio Lula da Silva, no segundo turno das eleições presidenciais de 1989, admitiu sua parcialidade (pró-Collor) na edição que foi ao ar no dia seguinte, no “Jornal Nacional”.
Por isso, foi interessante observar uma reportagem da “Folha de S. Paulo” sobre fatos do domingo de Rodrigo Maia (DEM-RJ) no auge das articulações de Michel Temer para barrar o avanço da denúncia contra si, formulada pela Procuradoria-Geral da República, e cujo relatório estaria em votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. Com o título “Em reuniões privadas, Maia dá como irreversível queda de Temer”, uma notícia na coluna “Poder”, da “Folha”, da jornalista Marina Dias, relatava que o presidente da Câmara – e sucessor imediato na linha presidencial – saíra de um encontro com o presidente para outra reunião, da qual seria o convidado principal. O local? A casa de Paulo Tonet, vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Globo.
Coincidentemente ou não, nos dias seguintes, Rodrigo Maia passou a adotar um tom mais duro e autônomo em relação a Michel Temer, embora reafirmasse sua “lealdade” ao presidente. Os atos falaram por si: ele disse que não aceitaria vetos à lei da reforma trabalhista – contrariando o acordo que o governo havia fechado para votar a matéria – e não fez força para que a admissibilidade da denúncia contra Temer fosse agendada para antes do recesso dos deputados.
A Globo é golpista? Não exatamente com a imagem com que veem os ideólogos e militantes, mas é claro que a empresa tem seus interesses e que eles não são nada imparciais. Como também não são as demandas de banqueiros, ruralistas, sindicalistas ou quaisquer outras corporações. A questão é que, por deter o poder que detém, o que a Globo quer que aconteça tem grandes chances de ser “provocado” a acontecer.
De toda forma, é curioso ver como se processa o pensamento de que a Globo está “do outro lado” na disputa ideológica: se para a esquerda, a Globo representa como nenhuma outra instituição os interesses da elite econômica, para os conservadores de direita sua abertura à diversidade de causas – principalmente nas telenovelas – dão a ideia de que o conglomerado quer implantar ideias de esquerda e princípios “comunistas” no seio da sociedade brasileira.

[caption id="attachment_77153" align="alignleft" width="620"] Historiador Marco Antonio Villa: surpeendido[/caption]
O historiador Marco Antônio Villa passou por uma saia justa na quinta-feira, 13, no “Jornal da Manhã”, programa da Rádio Jovem Pan. É que ele havia desafiado o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, a apresentar um relatório sobre a situação da instituição. Antipetista convicto, ele queria detalhes sobre negociações que o banco teria feito, especialmente com os governos de países socialistas e com empresas como a Odebrecht e JBS.
Rabello foi à rádio levando um “livro verde” com o relatório. Com muita calma, mesmo interrompido pelo açodamento do historiador, ele explicou como se deram os contratos e disse que, até aquele momento, não havia encontrado nada de irregular. Diante da insistência do interlocutor em buscar argumentos contra a atuação da instituição em episódios como o financiamento do Porto de Mariel, em Cuba, e da compra de ações do grupo J&F – controlador da JBS –, o presidente do BNDES foi menos paciente. “Temos de parar de falar mal pelo simples esporte de falar mal”, alfinetou Rabello, sem abrir mão da elegância.
Mesmo assim, o executivo nomeado por Temer para o lugar de Maria Silvia Bastos Marques, no BNDES há menos de dois meses, não escapou de comentários maldosos abaixo da notícia referente a sua participação no programa, como se ele quisesse esconder a “caixa preta” do banco. De qualquer forma, foi uma das raras vezes em que o incisivo – e muitas vezes histriônico – Marco Antônio Villa foi “calado” por um interlocutor. Com muita classe, diga-se.

[caption id="attachment_98462" align="alignleft" width="620"] Reprodução/TV Globo[/caption]
O jornalista (e competente apresentador) Alexandre Garcia tem algum problema mal resolvido com o aquecimento global. Em sua conta no Twitter a tese é frequentemente afrontada pelo comentarista político do “Bom Dia Brasil”, da TV Globo. Em junho ele ironizou a ideia, dizendo que o sol seria o culpado pelo “fenômeno” há bilhões de anos. Na semana passada, voltou à carga, tendo a onda de frio como pretexto: “Hey, Trump! Assine logo esse aquecimento global ou o Sul vai congelar sob a neve”, escreveu Garcia. Claro que o comentário foi rechaçado ferozmente.
A referência a Donald Trump é um catalisador da provocação: o presidente norte-americano é negacionista (como se diz de quem nega o aquecimento global) convicto – ou nem tanto, já que se suspeita de que somente tem essa posição por representar interesses econômicos bem concretos, como o da indústria do combustível fóssil. De qualquer forma, Alexandre Garcia é inteligente o bastante para reafirmar seu conhecido conservadorismo com bases mais seguras. Mesmo se o aquecimento global não fosse uma realidade, não teria como ser prontamente negado; daí não pegar bem que um jornalista faça militância com uma coisa tão séria apenas para marcar uma posição.

[caption id="attachment_100499" align="alignleft" width="620"] Foto: reprodução[/caption]
Um ícone da imprensa gaúcha morreu na quarta-feira, 19: Paulo Sant’Ana, de 78 anos, morreu em Porto Alegre, de insuficiência respiratória e infecção generalizada. Na polarização extrema e característica do futebol no Estado, ele não escondia sua paixão pelo Grêmio, mas tinha o respeito da torcida do arquirrival Internacional.
Era referência da Rádio Gaúcha e da “Zero Hora”, onde era titular há décadas da coluna mais tradicional de esporte. Chegou a ser homenageado por uma escola de samba e não cansava de recordar quando, em 1998, esteve do outro lado da reportagem, como personagem de uma matéria da revista norte-americana “Newsweek”. O tema? Sua experiência com Viagra.
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