Bastidores

O prefeito de Porangatu, Eronildo Valadares, do PMDB, tem dito que vai ser reeleito com uma das mãos amarrada às costas. Um peemedebista sugere que o único que tem alguma chance de derrotá-lo é Júlio da Retífica, do PSDB. “Mas Júlio não tem coragem de enfrentar Eronildo, com receio de perder a eleição”, afirma o peemedebista. “O deputado bancou um cunhado, que é fraco eleitoralmente.”

Por que o PMDB de Goiás foi alijado da escolha de ministros do governo de Michel Temer? Primeiro, porque é fraco — só tem dois deputados federais. Segundo, no movimento do impeachment, Daniel Vilela e Pedro Chaves se comportaram de maneira muito discreta e, até, omissa.

O governador Marconi Perillo, ao contrário de peemedebistas como Daniel Vilela e Maguito Vilela — este, posicionou-se contra o impeachment —, tem força com a equipe do “governo” de Michel Temer. Tanto pelo contato direto com o “presidente” quanto pela interlocução com ministros que são aliados e, até, amigos. Um aliado de Michel Temer disse ao Jornal Opção que o “presidente” ficou satisfeito com o fato de 14 deputados ligados a Marconi Perillo terem votado pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff. Dois senadores conectados com o tucano-chefe, Lúcia Vânia (PSB) e Wilder Morais (PP), trabalham pelo impeachment.

Mostrando descortino, o governador Marconi Perillo alertou o núcleo duro do “governo” de Michel Temer que não está interessado em cargos. O tucano-chefe está mais preocupado em ajudar na governabilidade e, ao mesmo tempo, em viabilizar seu governo.

O que mais se comenta em Brasília: o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, será candidato a presidente da República pelo PSB, assim como o senador José Serra tende a disputar o cargo pelo PMDB — bancado por Michel Temer. Observe-se que vai ocupar o primeiro cargo que Fernando Henrique Cardoso ocupou no governo de Itamar Franco — ministro das Relações Exteriores. Ao PSDB sobram dois nomes: o do senador Aécio Neves, de Minas Gerais, e o governador Marconi Perillo, de Goiás. Se o mineiro for tragado pela Operação Lava Jato, de maneira incontornável, a candidatura cai no colo do tucano goiano — um político que, todos dizem, tem muita sorte.

Homem forte do “governo” de Michel Temer, Geddel Vieira ligou para Iris Rezende para cumprimentá-lo. Mas o temerismo prefere investir nas forças mais renovadoras do partido, como Daniel Vilela, apresentado em Brasília como o golden boy do peemedebismo goiano. A ex-deputada Iris Araújo é vista como “arrogante”. O temerismo avalia que Iris Rezende e Iris Araújo fazem parte do passado do PMDB, não do presente. Costuma-se dizer que, em Brasília, vale quem tem deputado e senador. Iris Rezende, na eleição, de 2014, não mandou nenhum deputado e nenhum senador para o Congresso. Ficou, portanto, mais fraco politicamente.

A competente e íntegra jornalista Cileide Alves é cotada para comandar a assessoria de imprensa da campanha de Iris Rezende a prefeito de Goiânia. Como biógrafa, tem afinidade com o ex-governador. Resta saber se a profissional está interessada em participar de campanha eleitoral. Ela também estuda a expansão de seu blog. Pode até contratar Fabiana Pulcineli, sua fã confessa, para auxiliá-la.

Integrantes do PSB reclamam que Vanderlan Cardoso viaja demais e fica inacessível. Mesmo quando viaja para a Bahia, que fica no Brasil e é alcançável por telefone, não atende aos aliados. Os aliados dizem assim: “Se ainda não foi eleito, e já se comporta assim, imagine se for eleito”. Há quem diga que prioriza mais seus negócios do que a vida política.

Aliados recomendam que o senador Ronaldo Caiado se comporte de maneira não virulenta na defesa do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Porque está reforçando todos os estereótipos de que não é um político pacífico. A história de chamar o senador Lindberg Farias para uma briga física pegou muito mal em Goiás e no país. Petistas sabem que é fácil provocar Caiado e o fazem com mestria. O senador goiano cai em todas as “pegadinhas” do reds.

A tropa de choque do “presidente” Michel Temer sugere, ao menos nos bastidores, que Ronaldo Caiado funciona mais na oposição do que no governo. O senador goiano é visto como “intolerante” e “radical”. Na formação da equipe de governo, o democrata não teria sido consultado. O próprio Temer tem, porém, apreço pelo senador.

A privatização da Celg não vai ficar só no papel. Mesmo abalada com o impeachment, a presidente Dilma Rousseff permanece como defensora do processo. Michel Temer confidenciou a dois políticos que seu governo vai privatizá-la.

Na assembleia Legislativa predominam dois grupos, os babies e os chato-boys. A turma baby, com oito deputados, afirma que se posicionará de maneira independente na sucessão do presidente Helio de Sousa. Os chato-boys, os mauricinhos, podem se unir aos babies. Os babies e os chato-boys podem bancar um candidato alternativo, como Luis Cesar Bueno, do PT, ou então Virmondes Cruvinel, do PSB, ou Lucas Calil, do PSL. Não quer apoiar nem José Vitti nem Chiquinho Oliveira, que veem como “superados”. Eles estão fazendo reuniões.

José Gomes da Rocha pode assumir a presidência do PTB em Goiás, se Jovair Arantes se dedicar mais à política nacional, como se espera se quiser mesmo disputar a presidência da Câmara dos Deputados, no fim do ano. Acrescente que, amigo e aliado, tem o apoio do deputado federal. Zé Gomes da Rocha é o favorito para a disputa da Prefeitura de Itumbiara. Até seus adversários dizem que, em termos de popularidade, é o único hors concours do município. Nem Gugu Nader, do PPS, que quer ser seu vice, nem Álvaro Guimarães, do PR, querem enfrentá-lo.

O deputado federal João Campos, do PRB, avisou ao governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB, que planeja disputar mandato de senador em 2018. Ele tem o apoio da cúpula nacional do partido, liderado pelo bispo e advogado Marcos Pereira, e da Igreja Assembleia de Deus.

Chefona do PR em Goiás, a deputada federal Magda Mofatto afirma que vai disputar mandato de senadora. Mas, comportando-se como um verdadeiro trator, tem desagradado as bases governistas. Sua principal rival é a senadora Lúcia Vânia, que deve disputar a reeleição.