Políticos do PMDB, do PSDB e do PT receberam dinheiro da empreiteira. Dilma Rousseff pode ter pedido dinheiro no Palácio da Alvorada

Marcelo Odebrecht_familia

A jornalista Mônica Bergamo, colunista da “Folha de S. Paulo”, revela que a Odebrecht e o Ministério Público Federal “assinaram na” quarta-feira, 25, “o documento que formaliza a negociação de delação premiada e de leniência da empreiteira no âmbito da Operação Lava Jato”. As conversas “agora são oficiais”.

O Ministério Público vai convocar inclusive Emílio Odebrecht, pai do presidente da empresa, Marcelo Odebrecht, para prestar informações. O patriarca, quando se falou que o filho seria preso, teria dito: “Terão de construir mais 3 celas: para mim, Lula e Dilma”. Agora, com a delação premiada, será possível saber o que o empresário quis efetivamente dizer — para além de uma suposta ameaça.

Segundo a “Folha”, “a empreiteira se comprometeu oficialmente a detalhar o financiamento de todas as campanhas majoritárias de anos recentes com as quais colaborou — como as de Dilma Rousseff a presidente da República e Michel Temer vice e a de Aécio Neves a presidente, em 2014. Ou seja, nenhum dos grandes partidos (PT, PSDB e PMDB) deve ser poupado”.

O Ministério Público e Marcelo Odebrecht ainda não conversaram sobre o envolvimento direto de Dilma Rousseff. A presidente afastada “teria pedido a ele recursos para a campanha de 2014 num encontro no Palácio da Alvorada”.

Mônica Bergamo informa que “os procuradores negociaram para ter acesso a toda a contabilidade de caixa dois da empresa, o que pode envolver centenas de políticos e até mesmo autoridades de outros poderes. Para se ter uma ideia do alcance dos dados que devem ser fornecidos, só numa das operações de busca e apreensão feitas na empreiteira foi encontrada uma lista com o nome de mais de 300 políticos”.

Ao menos 50 executivos da Odebrecht deve contar o que sabem para o Ministério Público Federal.