Bastidores

[caption id="attachment_8438" align="alignleft" width="620"] Júnior Friboi: sua estrutura financeira e política é cobiçada por candidatos | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
O empresário Júnior Friboi disse aos seus aliados e amigos que “deu um tempo na política” e que vai esperar o quadro ficar mais “nítido” para se posicionar. Entre os seus aliados há três grupos. Um deles planeja reaproximá-lo do candidato do PMDB a governador, Iris Rezende. No momento, Friboi rejeita a orientação e diz que prefere manter-se à distância — alegando que o decano peemedebista o atraiu para o PMDB e, em seguida, o “enganou”.
Dizia-lhe, nos encontros pessoais, que não seria candidato e articulava, pública e privadamente, contra a postulação do empresário, sugerindo que ele não tinha experiência política suficiente para derrotar um expert como o governador Marconi Perillo.
Um segundo grupo tentou aproximar Friboi do candidato do PSB a governador, Vanderlan Cardoso. Porém, por inabilidade, Vanderlan (supostamente acatando sugestão de Jorcelino Braga) vetou os dois nomes sugeridos pelo empresário: Francisco Gedda e Leonardo Veloso (PRTB). Os vanderlanistas disseram havia gravações de conversas entre Gedda e o empresário Carlos Cachoeira. Ao Jornal Opção, Gedda disse que conversou com Cachoeira, mas não trataram de negócios. A história de que teria adquirido uma fazenda via Cachoeira é contestada pelo deputado do PTN.
O terceiro grupo ligado a Friboi, do qual participam Frederico Jayme e Marcelo Melo, trabalham para aproximá-lo do governador Marconi Perillo.
O apoio a Iris parece que está descartado. Friboi não descarta uma reaproximação com Vanderlan. Mas, com o objetivo de derrotar Iris, afigura-se como tese cada vez mais dominante o apoio a Marconi. Portanto, dada a polarização e se depender de um grupo de aliados, como o citado Frederico Jayme, Friboi está cada vez mais próximo de declarar apoio ao tucano-chefe. O que deve ocorrer, se ocorrer, logo depois da Copa do Mundo de Futebol ou em agosto.

[caption id="attachment_8441" align="alignleft" width="620"] Giuseppe Vecci, Thiago Peixoto, Alexandre Baldy, Rubens Otoni e Olavo Noleto: altamente competitivos pra eleição de outubro | Fotos: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
Definidas as chapas majoritárias dos partidos, como PSDB (Marconi Perillo), PMDB (Iris Rezende), PSB (Vanderlan Cardoso) e PT (Antônio Gomide), vai começar uma guerra furiosa nos bastidores entre os candidatos a deputado federal. Como os jornais dão mais importância à disputa majoritária, pouco se comenta sobre a disputa legislativa. Porém, nesta área, nem os aliados são inteiramente aliados. Muitas vezes, os aliados são os principais adversários. Na semana passada, o Jornal Opção consultou integrantes dos partidos mais consolidados e pediu que citassem quais de seus candidatos têm chances efetivas para deputado federal. Há poucas surpresas, mas o PMDB, que esperava eleger quatro deputados federais, tende a fazer apenas três. A desistência de Marcelo Melo, do Entorno de Brasília, enfraqueceu o partido numa região estratégica.
A seguir, a lista, formulada pelos partidos, é exposta em ordem alfabética:
1 — Alexandre Baldy — Tem estrutura sólida, é jovem e fez uma gestão competente na Secretaria da Indústria e Comércio. PSDB.
2 — Antônio Faleiros — Rearticulou a estrutura da saúde pública em Goiás. Um dos nomes do governador Marconi Perillo. PSDB.
3 — Daniel Vilela — O apoio do prefeito de Aparecida de Goiânia é decisivo. Maguito Vilela é seu pai. PMDB.
4 — Eduardo Machado (Walter Paulo, PMN, ou Dário Paiva, PSL). PMN. Integra a Chapinha.
5 — Flávia Morais — Saiu fortalecida ao compor com o chapão que apoia o governador Marconi Perillo. PDT.
6 — Giuseppe Vecci — Principal responsável pelo planejamento do governo. Um dos nomes de Marconi Perillo. PSDB.
7 — Iris Araújo — Tem um general eleitoral na sua campanha, o marido Iris Rezende. PMDB.
8 — João Campos — O voto evangélico e o apoio de setores da Polícia Civil são seus principais suportes. PSDB.
9 — José Mário Schreiner — Tem apoio dos produtores rurais. Relação com Ronaldo Caiado é um complicador. PSD.
10 — Jovair Arantes — Faça chuva ou sol, sempre um candidato competitivo. Municipalista. PTB.
11 — Magda Mofatto — Suas estruturas financeira e política são sólidas. PR.
12 — Marcos Abrão — Bancado pela senadora Lúcia Vânia, é um nome competitivo. PPS.
13 — Olavo Noleto — É o nome da presidente Dilma Rousseff em Goiás. PT.
14 — Pedro Chaves — É um municipalista nato. PMDB.
15 — Roberto Balestra — Dono de sete mandatos, é muito forte eleitoralmente. PP.
16 — Rubens Otoni — O deputado federal é tido como imbatível. PT.
17 — Thiago Peixoto — É uma das estrelas da base governista. PSD.
A lista acima não indica que os citados serão vitoriosos — afinal, a eleição será realizada apenas em 5 de outubro. Mas são apontados como favoritos por seus próprios partidos. Surpresas acontecem e há outros nomes fortemente cotados, como Sandes Júnior (PP), Lucas Vergílio (Solidariedade), Fábio Sousa (PSDB), Waldir Soares (PSDB), Célio Silveira (PSDB), Heuler Cruvinel (PSD), Gilvan Máximo (PRB) e Valdivino Oliveira (PSDB).

[caption id="attachment_8431" align="alignleft" width="300"] Iris Araújo e Daniel Vilela: guerra para ser o mais bem votado pra deputado | Fotos: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
O candidato a governador pelo PMDB, Iris Rezende, e o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, travam uma batalha pouco visível, exceto para aqueles que observam os bastidores com atenção. Recentemente, Maguito articulou, com certa desenvoltura, a candidatura de Júnior Friboi a governador pelo PMDB. Era uma aposta no futuro. Como o empresário foi “atropelado” pela máquina irista, o prefeito aderiu à campanha de Iris.
Mesmo se for eleito, especialmente pela idade (80 anos), o decano peemedebista não tem futuro político, mas Maguito tem para si e para seu filho, o deputado estadual Daniel Vilela, que postula, em 5 de outubro deste ano, mandato de deputado federal.
Maguito sabe que Iris prioriza a campanha de sua mulher, a deputada federal Iris Araújo — que deve ser uma das mais votadas, senão a mais votada. O prefeito vai priorizar a campanha de Daniel, com o objetivo de torná-lo o mais bem votado do PMDB. Maguito aposta em dois rumos. Primeiro, fortalecidos Daniel e seu sobrinho, Leandro Vilela, que disputará a Prefeitura de Jataí, em 2016, poderá ser candidato a senador, em 2018. Segundo, se não disputar o Senado, poderá bancar Daniel, o novo, para o governo em 2018.

Candidato a deputado estadual, Lívio Luciano (PMDB) diz que o candidato a governador pelo PMDB, Iris Rezende, “está muito bem humorado, com alto astral”. O peemedebista diz que “o clima é bem diferente do de 2010. Agora, há mais confiança, e é preciso considerar que o governador Marconi Perillo pela primeira vez tem desgaste forte, talvez insuperável, inclusive junto ao funcionalismo público. Feita a convenção, vamos cair na estrada, visitando todos os municípios”.
Lívio Luciano diz que a fase inicial era de “articulação, de montagem de uma chapa consistente. A segunda fase é a campanha, com articulação direta com os líderes do interior e contato com os eleitores. Iris está preparado e vai fazer uma campanha planejada, com um marketing inteligente e profissional”.
O peemedebista frisa que Ronaldo Caiado, do DEM, e Armando Vergílio, do Solidariedade, contribuem para o otimismo de Iris. “Não vamos para a disputa com chapa pura e os dois novos aliados são consistentes e têm forte presença no Estado. Nós vamos fazer uma campanha crítica e, ao mesmo tempo, propositiva.”
Antônio Gomide é um político de rara obstinação. Mesmo aparecendo em quarto lugar nas pesquisas de intenção de voto, atrás do governador Marconi Perillo, do ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende e do empresário Vanderlan Cardoso, o petista afirma que será eleito governador de Goiás em 5 de outubro deste ano. Petistas dizem que, ao final, Gomide será apontado como a revelação política do pleito deste ano. Eles sustentam que nenhum outro candidato representa tanto quanto o petista a ideia de mudança e renovação. Afirmam também que, quando a campanha começar, o ex-prefeito de Anápolis vai deslanchar e será “assimilado” pelo eleitorado.
O candidato a senador da base governista, Vilmar Rocha (PSD), afirma que o governador Marconi Perillo (PSDB), para reduzir custos e tornar a comunicação entre as pessoas e os políticos mais eficiente e produtiva, vai priorizar grandes e médias reuniões. Os comícios não estão inteiramente descartados, dependendo do andamento da campanha, mas, ao menos inicialmente, não serão prioridade — assim como as carreatas. O tucano-chefe avalia, em conversas com os aliados, que as reuniões possibilitam um contato direto e próximo com as lideranças locais e com os eleitores. Agora, dependendo da campanha, pode ser que as táticas sejam repensadas. Se a campanha não for bem, o tucanato e seus aliados voltarão às táticas antigas — com comícios e carreatas, que passam a imagem de que a campanha está nas ruas.
Não procede que Iris Rezende tenha vetado o nome de Renato Monteiro para marqueteiro de sua campanha.
O publicitário Renato Monteiro foi levado a Iris Rezende pelo prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, há pouco tempo. Isto não significa que o petista vai bancá-lo, financeiramente, para fazer a campanha do peemedebista.
O problema é que o PMDB não tem estrutura para pagar um marqueteiro “caro”. Fala-se em Renato Monteiro como “marqueteiro voluntário”, o que não combina muito com o perfil do profissional. Afinal, não se trata de um neófito na área. Pelo contrário, é competente e experimentado.
Peemedebistas e caiadistas querem arrancar Iris Rezende de seu escritório. Eles dizem que Iris precisa sentir o cheiro do povo e visitar os municípios goianos. E sugerem que não se faz política com eficiência a distância das lideranças e dos eleitores e garantem que há um clamor para que o peemedebista apareça.

[caption id="attachment_8410" align="alignleft" width="300"] Rodrigo Rollemberg e José Roberto Arruda: os dois devem atropelar Agnelo Queiroz | Fotos: Geraldo Magela/veja.abril.com.br[/caption]
Em Brasília comenta-se que só há duas certezas. Primeira: o governador Agnelo Queiroz não será reeleito. O petista trabalha, tem obras para mostrar à sociedade, mas sua rejeição é muito alta em praticamente todas as classes sociais.
Segunda: o próximo governador do Distrito Federal terá o nome iniciado com consoante: José Roberto Arruda, do PR, ou Rodrigo Rollemberg, do PSB.
Arruda tem desgastes, tentaram derrubá-lo no tapetão, mas é o favorito. O experiente Gil Argello, do PTB, é o candidato a senador na sua chapa.
Entretanto, se o discurso ético predominar, dificilmente outro candidato, inclusive Arruda, vai derrotar o senador Rollemberg. Outro trunfo é o seu candidato a senador, o pedetista José Antônio Reguffe — espécie de xodó da classe média brasiliense. Geraldo Magela, do PT, terá um páreo duro pela frente.
Em Brasília, cidade em que quase todos os políticos parecem “sujos”, Rollemberg e Reguffe são vistos como “ainda não contaminados”.
Arruda, embora visto como “contaminado”, é apontado como gestor eficiente. A tendência é que ele e Rollemberg disputem o segundo turno.
Bancado pela senadora Lúcia Vânia (PSDB), o candidato a deputado federal Marcos Abrão (PPS) conta com o apoio de mais de 30 candidatos a deputado estadual (como Iso Moreira) e trabalha em todas as regiões de Goiás. Sua agenda, sempre pesada — dada a dimensão territorial do Estado — começa às 7 e só termina às 22 horas, às vezes alongando-se um pouco mais. Com uma folha de serviços prestados nos 246 municípios goianos, desde quando passou pelo comando da Goiás-Industrial, Marcos Abrão trabalhou pela expansão do Distrito Industrial de Anápolis (Daia) e pela criação do Polo Moveleiro de Senador Canedo e do Polo Calcadista de Goianira, além da construção de 28 galpões para incrementar a indústria da confecção em vários municípios. Os prefeitos de Palmeiras de Goiás, Alberane Marques (PSDB), e de Santo Antônio do Descoberto, Itamar Lemes (PDT), vão entrar de sola na campanha de Marcos Abrão. Mais de 30 prefeitos vão trabalhar para o jovem líder do PPS.
O publicitário Marcus Vinicius Queiroz disse ao Jornal Opção que não foi convidado para articular o marketing da campanha de Iris Rezende.
Marcus Vinicius será o responsável pela campanha do candidato do PMDB a governador do Tocantins, Marcelo Miranda.
Ele sugere que uma campanha interessante, dado o fato de ser um político novo na política estadual e ter uma imagem positiva como gestor, é a de Antônio Gomide.
Se o tucano Aécio Neves for eleito presidente da República, o governador de Goiás, Marconi Perillo, vai compor o seu ministério, possivelmente ao lado de Ronaldo Caiado (cotado para o Ministério da Agricultura). Neste caso, se o tucano-chefe for reeleito, o vice, José Eliton, assume o governo. Mas o fato é que Marconi não quer discutir o assunto agora. Outra hipótese é José Eliton, que apoia a candidatura de Aécio, assumir o Ministério da Justiça.

Eurípedes Júnior é a grande aposta do Pros para deputado federal em Goiás. O goiano é presidente nacional do partido. Eurípedes saiu praticamente do nada, do Entorno de Brasília, e hoje é um líder político nacional. O Pros tem forte presença no governo federal.
As três principais tendências do PT foram contempladas na chapa majoritária. O grupo de Rubens Otoni, PT Pra Vencer, emplacou Antônio Gomide para governador. O grupo de Pedro Wilson e Olavo Noleto, Movimento Cerrado, bancou Marina Sant’Anna para o Senado. A tendência Articulação, do prefeito Paulo Garcia, Osmar Magalhães e Neyde Aparecida, lançou Tayrone di Martino para vice de Gomide.