Por Ton Paulo

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Menos de 20% dos municípios recorreram à Lei Aldir Blanc

A lei existe para promover ações que garantam uma renda emergencial para trabalhadores da Cultura e manutenção dos espaços culturais durante o período de pandemia  [caption id="attachment_285618" align="alignnone" width="620"] Foto: Cristine Rochol/PMPA[/caption] Apenas 1.047 dos 5.570 municípios do Brasil concluíram os planos de ação para recebimento da Lei Aldir Blanc, criada com o intuito de promover ações para garantir uma renda emergencial para trabalhadores da Cultura e manutenção dos espaços culturais brasileiros durante o período de pandemia do Covid‐19. O número representa apenas 18,7% do total de cidades que podem solicitar o montante direcionado pelo Ministério do Turismo. Segundo dados do governo federal, entre os estados com as menores taxas de adesão estão: Roraima, onde apenas a capital, Boa Vista recebeu o recurso; Pará, com 4,4% do total das cidades contempladas; além do Amazonas, Rondônia e Mato Grosso, onde menos de 10% das localidades concluíram o processo. Já os estados do Rio Grande do Norte (34,7%), Paraíba (33,6%) e Piauí (32,1%) foram os que tiveram o maior percentual de municípios cadastrados, mas com apenas 1/3 do total. Atualmente, o governo federal faz o pagamento constante no 2º lote - para os planos aprovados entre os dias 02 e 16 de setembro - e que será finalizado no dia 26 de setembro. Já o Lote 3 será destinado aos planos aprovados até 1 de outubro e deverão receber os recursos até 11 de outubro. O último lote prevê que os planos sejam aprovados até 16 de outubro e determina o pagamento até 26 de outubro.    

Candidaturas LGBT emplacam e “colorem” eleições municipais

Ativistas da causa LGBT e dos Direitos Humanos de Goiás se lançam na política na tentativa de conquistar uma vaga no Legislativo  [caption id="attachment_284132" align="alignnone" width="620"] Thiago Henrique, Fabrício Rosa e Beth Caline são alguns dos candidatos LGBT nestas eleições | Foto: Montagem[/caption] Este ano promete ser bem colorido, pelo menos na política. Conforme dados da Aliança Nacional LGBTI+, 2020 bateu o recorde de pré-candidaturas de pessoas autodeclaradas lésbicas, gays, bissexuais ou transexuais/travestis (LGBT). Até o mês de julho, de acordo com a entidade, mais de 430 indivíduos de orientação sexual ou gênero diferentes dos considerados padrão (heterossexual e cisgênero) no Brasil inteiro decidiram disponibilizar seus nomes para concorrer a um cargo no Legislativo ou Executivo municipal. Comparado à quantidade de "candidaturas heterossexuais" o número pode parecer baixo, mas é um passo gigantesco na busca por representatividade. Em Goiás, não é diferente. Na capital, ativistas não só da causa LGBT, mas dos Direitos Humanos como um todo, têm se organizado e se mobilizado para tentar garantir uma cadeira na Câmara Municipal e, assim, ter um nome atuante que possa ser a voz, até então minoritária, na política para a população LGBT. Na noite do último sábado, 12, uma frente suprapartidária formada por 7 candidaturas LGBT ao Legislativo foi lançada em Goiânia com o objetivo de "se comprometer a discutir as pautas LGBTQI+" e levar representatividade ao meio político. A chamada Frente pela Vida e pela Diversidade conta com as candidaturas de Fabrício Rosa (Psol), Thiago Henrique (PDT), Weliton Pina (Psol), Daniel Mendes (PT), Hugo Leonardo (Rede), Ludmila Rosa (Avante) e Beth Caline (Psol). Essa última, sendo candidata a um mandato coletivo formado apenas por mulheres (cis e trans). Entretanto, as candidaturas de gays, lésbicas e transexuais/travestis não se restringem apenas à capital. Um levantamento feito pelo Jornal Opção juntamente a um dos coordenadores da Frente pela Vida e pela Diversidade, Fabrício Rosa, e com o Instituto Goiano de Cidadania e Direitos Humanos (IGCDH), através do candidato a vereador Thiago Henrique, encontrou a presença de mais de 30 candidatos declaradamente LGBT em vários municípios goianos. Contudo, o número pode ser ainda maior.  

São eles: Ana Kelly (PT) – Ceres Ana Luiza (PT) – Cidade Ocidental Beth Caline (Psol) – Mandata coletiva – Goiânia Daniel Mendes (PT) - Goiânia Dr. Guilherme (PDT) - Nazário Fabricio Rosa (Psol) - Goiânia Felipe Freitas (Podemos) – Anápolis Hugo Leonardo (Rede) – Goiânia Jhoe Santos (Psol) - Luziânia Julianna (PT) – Itumbiara Leydiellen (PT) – Formosa Luan Silva (PT) - Morrinhos Ludmila Rosa (Avante) – Goiânia Luís Jesus do Santos (PT) – Águas Lindas de Goiás Luiz Carlos (PT) – Bela Vista de Goiás Maria Marta Ramos (PT) – Senador Canedo Messias Silvério (PDT) - Trindade Nathalia Aureliana (PcdoB) - Goiânia Pai Paulo (PSB) – Cidade Ocidental Paulo Marchiori (PV) – Cidade Ocidental Professor Fagner (PT) – Doverlândia Rimet Jules (PT) - Anápolis Rodrigo Canizo (PSB) – Cidade Ocidental Sarah (PT) - Itumbiara Sônia Cleide (PT) – Goiânia Thiago Henrique (PDT) - Goiânia Tiago Galvão (PT) – Cidade de Goiás Vinicius Martins (PT) - Morrinhos Wanessa Beltrão (PT) – Porangatu Warley Azevedo (PSDB) - Luziânia Warley Filipe (PT) - Ceres Weliton de Pina (Psol) – Goiânia  

“A gente quer defender a vida”, diz candidata trans

Roberta Caroline, ou Beth Caline, como é conhecida no ativismo e militância, é uma mulher trans de 23 anos. Cabeleireira e maquiadora por profissão, Beth é uma das quatro candidatas do mandato coletivo “Agora é que são elas! Juntas e misturadas”, ou, como elas mesmo dizem, “mandata coletiva”. Ao lado da cientista social Cíntia Dias, de 43 anos; da professora universitária Cristiane Lemos, de 47 e da pedagoga Valéria da Congada, de 49 anos, todas mulheres cis, Beth Caline faz parte do grupo LGBT que tentará uma vaga no Legislativo goianiense nas eleições de 2020. De acordo com a candidata, não há, na politica goiana, nomes que representem a população LGBT em suas demandas básicas e foi o que a motivou a tentar a gestão pública. [caption id="attachment_284126" align="alignleft" width="244"] Beth Caline, membro do mandato coletivo Agora é que são elas | Foto: Facebook[/caption] “Eu resolvi entrar na política por pensar que talvez eu pudesse fazer uma política melhor se fosse eu mesma, em vez de ficar esperando o protagonismo de um homem branco, cisgênero e machista. A minha militância é para com a comunidade LGBT, mas também vai além disso. É uma militância pela vida e pela diversidade”, conta. Beth relata revela que decidiu se lançar num mandato coletivo por perceber que, no atual contexto, sua voz e de suas companheiras de candidatura teriam mais força se chegassem ao pleito em uníssono. “São quatro integrantes, mas pode chegar mais uma. Quanto mais representatividade, principalmente das mulheres, melhor”, diz Beth. Conforme a candidata, antes mesmo de se voltarem para a política, as integrantes do Agora é que São Elas já realizava um trabalho de ativismo e militância. O foco, que também abrange o combate ao que Beth classifica como ataques da classe dominante na política, não mudou, apenas o caminho. “O que a gente fez mesmo foi unir forças pra tentar levar representatividade, igualdade para a política. A gente quer defender a vida, a dignidade. A classe politica se organiza para destruir nossos direitos. O próprio discurso do presidente [Jair Bolsonaro] está nos matando”, pondera. [caption id="attachment_284127" align="alignnone" width="620"] "Mandata coletiva" Agora é que São Elas | Foto: Divulgação[/caption]

Para candidato LGBT, a contribuição maior é com o debate

Esta é a primeira vez que o produtor cultural e coordenador da Parada LGBT em Goiânia, Thiago Henrique, de 29 anos, se lança a candidato a vereador. Thiago, que é gay e concorre pelo PDT, conta que começou no ativismo LGBT há cerca de 13 anos, desenvolvendo ações diárias para a população LGBT, tanto culturalmente quanto de assistência. De acordo com Thiago, a luta ativista somada à política propicia caminhos para efetivas transformações na sociedade. “Como a gente faz uma militância, ela precisa ser complementada através de um mandato. E por isso essa importância de participação na política. A contribuição  maior é com o debate, a defesa da construção de políticas públicas para a população LGBT”, diz. [caption id="attachment_284128" align="alignright" width="300"] Thiago Henrique é candidato a vereador pelo PDT | Foto: Arquivo pessoal[/caption] O pedetista também alerta para o que ele chama de “avanço da onda fascista e conservadora” sobre o país. Conforme Thiago, o combate ao problema deve ser contínuo. “Eu acredito que deve piorar a situação, porque esse grupo que eu considero como fascista e conservador eles devem tentar perseguir. A gente tem que fazer esse contraponto, participando da disputa e do debate e mostrando realmente o que é a pauta, porque a gente também enfrenta uma grande onda de fake news”, argumenta. A manicure e candidata do PCdoB à Câmara Municipal de Goiânia, Nathalia Aureliana, de 32 anos, é outra que chama a atenção para necessidade do combate à intolerância. Nathalia, que é lésbica, relata que já vivenciou situações de preconceito em razão de sua orientação sexual, o que a fez perceber a necessidade de alguém no poder público que possa denunciar esse problema.“Eu já sofri preconceito em situação de emprego, de estar num emprego e não poder falar que eu sou casada com uma mulher, que eu tenho uma relação com uma mulher”, revela. Nathalia passou a conhecer e a se envolver em assuntos políticos há cerca de 10 anos e, hoje, aponta quais as principais mudanças que a capital precisa na questão LGBT. “Aqui em Goiânia mesmo não tem nenhum centro de apoio para lésbicas, gays e trans. Nenhum. Aqui a pessoa não tem apoio”, critica.

Ativista, policial, candidato e gay

Aos 40 anos, o policial rodoviário federal e candidato à Câmara Municipal de Goiânia pelo Psol, Fabrício Rosa, do Psol, tem uma longa trajetória de militância pelos Direitos Humanos. Fabrício relata que sua atuação surge há mais de 15 anos com o trabalho de proteção aos direitos da criança e do adolescente, como o combate à exploração sexual e trabalho infantil. A militância LGBT de Fabrício somou-se ao trabalho posteriormente, quando o policial, que é gay assumido, sentiu a necessidade da presença de pessoas LGBT em locais onde as mudanças são feitas estruturalmente, ou seja, a política. Todavia, para Fabrício, o cenário no poder público ainda reflete uma cultura há tempos enraizada no país. “Nós vivemos a ditadura do dinheiro. São sempre as mesmas famílias que estão lá, mesmo que sejam com outros nomes, mas os sobrenomes são sempre os mesmos. É uma ditadura também do machismo. Sempre os mesmos homens, milionários, brancos, cis, heteros”, critica. Fabrício, que já tentou uma vaga no Senado Federal em 2018, é doutorando em Direitos Humano pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e integra uma associação de agentes da segurança pública LGBT que atua na manutenção dos direitos dessa minoria, a Rede Nacional de Operadores de Segurança Pública LGBTI+ (Renosp LGBTI+). A entidade, em suas próprias palavras, “foi criada para o enfrentamento da LGBTIfobia no país e para a garantia da liberdade de orientação sexual e de identidade de gênero no âmbito da segurança pública”. [caption id="attachment_284129" align="alignleft" width="300"] Fabrício Rosa, candidato a vereador pelo Psol | Foto: Arquivo pessoal[/caption] Segundo Fabrício, a Renosp nasceu em 2010 e, com o tempo, acabou ampliando sua atuação, acolhendo também a população LGBT fora do circuito de segurança pública. O policial cita um caso específico em que dois adolescentes LGBT passaram a morar na rua após serem expulsos de casa por conta da orientação sexual e foram resgatados pela associação. “Dois jovens, um menino de 14 anos, gay, negro, e uma menina trans, de 14 anos, ambos expulsos de casa, estavam morando no Bosque do Botafogo [em Goiânia]. Realmente morando, eles colocaram uma barraca de lona e estavam morando ali. Recebi a denúncia, fui atrás, peguei eles e levei pra uma ONG que cuida de pessoas em situação de rua. Então nossa associação faz isso”, explica. Para Fabrício, o preconceito é vivo na sociedade e afeta pessoas LGBT diariamente. A avaliação do policial é corroborada pelos números. De acordo com dados da Diretoria de Promoção dos Direitos LGBT do Ministério dos Direitos Humanos, 8.027 pessoas LGBTs foram assassinadas no Brasil entre 1963 e 2018 em razão de orientação sexual ou identidade de gênero. De acordo com Fabrício, a LGBTfobia é sentida inclusive entre aqueles que, justamente, deveriam combater o problema. “Muitos policiais não são promovidos por serem gays, ou são transferidos para outras cidades. No meu caso pessoal, às vezes acontece de um policial não querer dividir a viatura comigo, a equipe policial. Como é federal, fazemos operações no Brasil todo e às vezes acontece do policial não querer dividir o quarto de hotel, por causa daquela visão naturalizada de que por ser um homem gay ele vai dar em cima do outro cara hétero”, revela.

LGBTs em evidência

Com indivíduos LGBT presentes na corrida eleitoral, Victor Hipólito, da Assessoria Especial LGBT da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas de Goiânia, vê a possibilidade das demandas e problemas dessa minoria virem à tona. Para Hipólito, a presença LGBT na política viabiliza o debate e expõe a realidade da população. “A importância de ter candidatos que apresentem a pauta da diversidade sexual, de gênero, é que traz o debate. Vai ser mostrado, vai ser televisionado, vai ser falado. Então, o debate ele vai existir sobre o tema”, avalia. [caption id="attachment_284130" align="alignnone" width="608"] Victor Hipólito, assessor LGBT da Secretaria Municipal de Direitos Humanos | Foto: Arquivo pessoal[/caption] Hipólito se mostra reticente quanto à quantidade de candidaturas LGBT, uma vez que, segundo o assessor, o ideal seria “focar em alguns poucos nomes” e, assim, aumentar a chance de eleição. “Mas, claro, cada um tem o direito de se colocar à disposição e enfrentar uma campanha, isso é válido”, diz. O assessor vê com otimismo a exposição da pauta e LGBT, o que, segundo ele, evidencia o engajamento da classe por melhorias. “Mostra que a gente está antenado, que a gente está ligado, que a gente precisa de leis e políticas para a pauta específica, seja de saúde, de segurança pública, de educação, principalmente”, conclui.

Empreendedores recorrem ao Sebrae para driblar crise na pandemia

Após a flexibilização das restrições em Goiás, o órgão tem servido de propulsor para os pequenos empreendedores que amargaram no prejuízo [caption id="attachment_284196" align="alignnone" width="620"] Élita Ferreira contou com o suporte do Sebrae para lançar sua própria marca de cosméticos | Foto: Arquivo pessoal[/caption] Desde que foi decretada, a pandemia do novo coronavírus parou o mundo, literalmente. Do início do ano para cá, ações de restrição e fechamento do comércio foram aplicadas na maioria esmagadora dos países afetados pela covid-19 com o objetivo de conter a propagação do Sars-CoV-2.  No Brasil, as medidas restritivas foram adotadas pelos governadores e prefeitos desde o mês de março, sendo o Estado de Goiás pioneiro. Nos 5 meses em que Goiás teve os estabelecimentos de atividades consideradas não essenciais de portas fechadas, empresários dos mais variados setores amargaram numa crise histórica. Mesmo com a flexibilização das restrições, determinada no mês de julho, muitos tiveram que recorrer às linhas de crédito liberadas pelos governos federal e estadual, nem sempre conseguindo, devido à apontada dificuldade de acesso. Outros tentam se reinventar e se adaptar para continuar de portas abertas. Foi nesse cenário de receio do “recomeço pós-restrições” que o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Goiás, o Sebrae Goiás, decidiu lançar a campanha Sebrae Novo Ritmo. Como já sugere o título, a iniciativa do órgão tem como foco os empreendedores afetados pela pandemia e que, agora, precisam conferir aos seus negócios um “novo ritmo” para recuperar o tempo e dinheiro perdidos. De acordo com o órgão, a campanha, que teve início na última segunda-feira, 14, oferece até 70% de desconto para pequenas empresas em consultorias pagas e tem o objetivo de viabilizar ao empreendedor “acesso à informação e capacitação e, consequentemente, torná-lo mais competitivo no mercado na retomada das atividades pós-pandemia”. [caption id="attachment_284199" align="alignnone" width="620"] Derly Fialho, diretor-superintendente do Sebrae Goiás | Foto: Divulgação/Sebrae[/caption] Para o diretor-superintendente do Sebrae Goiás, Derly Fialho, a campanha Sebrae Novo Ritmo chega em um momento em que o empreendedor reabre suas portas e recoloca o uniforme. “Com a ampliação da flexibilização, a gente quer ajudar o empresário que está recomeçando”, explica. Fialho relata que o Sebrae, que implementou e ampliou os atendimentos online durante a pandemia, mantém essas opções que, agora, ficam inteiramente à disposição do empreendedor. “Ele vai ter a opção no Sebrae de fazer treinamento online, de buscar conhecimento 24 horas por dia e vai ter uma coisa muito importante que a gente lançou nessa campanha, para as chamadas pequenas empresas: elas vão ter um bônus de 70% naquelas consultorias que têm custos, para que fique acessível e elas possam ter a melhor orientação para reposicionar o negócio”, destaca o diretor, em referência ao Sebrae Novo Ritmo. Os temas abordados na campanha são: Negócios Digitais, Controles Financeiros, Redução de Custo, Fluxo de Caixa, Vendas, Formação de Preço, Cuidados Pós-Covid, Melhorias de Processos, Websites e Planejamento. Para usufruir dos benefícios da campanha, basta que o empresário ou empreendedor acesse o portal do Sebrae ou entre em contato pelo 0800 570 0800 e detalhe sua demanda.

Adesão ao atendimento online

Devido aos protocolos de segurança sanitária contra o coronavírus, durante meses o Sebrae Goiás teve que suspender seu atendimento presencial e contar somente com o online. O presencial já retornou, mas o online parece ter caído no gosto dos empresários que procuram o órgão. “O Sebrae foi muito rápido na atuação porque já tínhamos um bom domínio da tecnologia. A gente já praticava muitas coisas como cursos EaD, já estava experimentando consultoria à distância. O que aconteceu: acelerou”, detalha o diretor. Fialho revela que o atendimento à distância, digital, teve um crescimento de 70% ao longo do período da pandemia. De acordo com o diretor, a adesão por parte dos empresários foi totalmente ampla. “Andamos investigando de forma não oficial de que anda perto de 50% as pessoas que gostariam que continuar sendo atendidas à distância. É bem expressivo o número de empresários e empreendedores que viram nesse modelo um modelo fácil de acessar, custo zero, praticamente, e que trouxe resultado pra eles”, ressalta.

O efeito Sebrae

A campanha Sebrae Novo Ritmo existe há apenas uma semana, mas o sistema de colaboração e auxílio à pequena empresa prestado pelo órgão, através de palestras, cursos, orientações, parcerias e consultorias, existe há décadas. A artesã Alda Assis, de 59 anos, é um exemplo disso. Alda atua em Goiânia há 9 anos na confecção de acessórios femininos com material orgânico. A profissional  conta que conheceu os serviços do Sebrae e usufrui deles desde 2012. De acordo com ela, foi graças às orientações e informações obtidas junto ao órgão que conseguiu construir seu próprio negócio. [caption id="attachment_284201" align="alignright" width="300"] Alda Assis, artesã | Foto: Arquivo pessoal[/caption] “Eu comecei do zero. Se não tiver um suporte de algum órgão, de algum lado, não vai pra frente, não tem como, e o Sebrae sempre foi parceiro meu. Eu acho que eu devo hoje o meu trabalho a ele, não vejo de outro jeito, porque todas as informações que a gente precisa pra alavancar o negócio, todo o suporte, eles têm”, afirma. Como costuma vender seus produtos em feiras, Alda foi largamente prejudicada este ano pelos efeitos da pandemia, uma vez que, durante meses, a realização de feiras foi suspensa no estado. “Imagina o tamanho da rasteira que eu levei”, comenta. Entretanto, o suporte do Sebrae mais uma vez entrou em cena e Alda conseguiu, inclusive, usar a pandemia para expandir seus horizontes. “Como o Sebrae ensina a trabalhar a parte do financeiro, alavancar as redes sociais, isso pra mim foi o melhor, porque nesse desespero meu de pandemia, consegui agilizar um site, que eu já tinha sonho. Foi seguindo as orientações da Sebrae e foi fantástico. Até hoje eu estou colhendo o investimento”, comemora.

Conhecimento e alicerce

Há 30 anos no ramo da Estática, Élita Ferreira, de 51 anos, mostra orgulho das conquistas que obteve na profissão. Élita, que tem um salão de beleza, conseguiu, há três anos, lançar sua marca própria de cosméticos, a Élita Brazil. Todavia, nada disso teria sido possível, segundo a profissional, sem o suporte do Sebrae. Élita, que reside em Aparecida de Goiânia, conta que recorre às orientações do Sebrae há anos e desenvolveu uma parceria mais sólida com o órgão desde o lançamento da sua marca. A profissional da beleza relata que o ramo no qual atua “não é muito ligado à gestão”, mas foi graças às orientações e consultorias que ela descobria a importância desse fator para o negócio. “A gestão é de suma importância e eu dou muita atenção a isso, a essa parte, depois que o Sebrae me orientou”, diz. [caption id="attachment_284203" align="alignleft" width="300"] Élita Ferreira posa com produtos de sua marca própria | Foto: Arquivo pessoal[/caption] O negócio de Élita também foi outro severamente atingido pela pandemia e seus efeitos. A profissional conta que conseguiu o auxílio do governo federal que paga parte do salário do funcionário, mas foi o conhecimento adquirido nos cursos do Sebrae que a manteve com as portas abertas. “O Sebrae fez uma parceria com o Mulheres do Brasil e, há dois anos, teve um curso de gestão 6 meses para 50 empresárias em todas as áreas: financeira, marketing, comercial. Quando eu fiz esse curso, eu ganhei uma base, um alicerce pra esse momento de agora”, conclui.

Próprio negócio

A profissional em Tecnologia da Informação (TI) Nara Rúbia, de 49 anos, atua na área há cerca de 20 anos. Mesmo sendo um ramo altamente requisitado, a crise veio e Nara acabou ficando desempregada. A vontade de ter seu próprio negócio cresceu e acabou acontecendo. Há 4 meses, Nara trabalha para si mesma em casa, em modo home office. A profissional oferece suporte a software, consultoria e treinamento e, indo contra a maré, Nara revela que tem sido imensamente beneficiada na pandemia.“Essa área de TI foi muito beneficiada, porque com a pandemia os funcionários passaram a trabalhar de casa e esse ramo cresceu muito”, relata. [caption id="attachment_284205" align="alignright" width="300"] Nara Rúbia tem seu próprio negócio há 4 meses | Foto: Arquivo pessoal[/caption] O sucesso, assim como o próprio negócio, começou quando, sem nenhuma informação sobre como abrir e manter um MEI (registro de microempreendedor individual para trabalhadores informais), Nara recorreu ao Sebrae. Foi junto ao órgão que a profissional de TI descobriu os benefícios do registro e pôde colocar no mercado a sua atuação. “O baixo imposto do MEI ajuda quem está começando porque é muito baixo, e o Sebrae tem muita informação para quem está querendo abrir um MEI. Foi lá que eu busquei conhecimento para abrir o meu”, arremata.  

Crise na cobertura de vacinas traz de volta doenças erradicadas no passado

População atingida pelas campanhas de vacinação tem diminuído e efeitos desse fenômeno já começam a ser sentidos

Segmento hoteleiro em Goiás vive crise histórica com pandemia

Nos meses em que as restrições impostas pela pandemia ficaram em maior evidência, a taxa de ocupação de hotéis no Estado ficou abaixo de 15% [caption id="attachment_282551" align="alignnone" width="616"] Medidas contra o coronavírus atingiram em cheio o segmento de hotéis do país inteiro | Foto: Reprodução[/caption] Em épocas de crise, as fontes de lazer e entretenimento parecem ser as primeiras “cortadas na carne”. Com a pandemia do novo coronavírus, que já matou mais de 130 mil pessoas só no Brasil, não seria diferente. Desde março deste ano, quando um decreto estadual determinou a suspensão de atividades consideradas não essenciais em Goiás, mantendo apenas as declaradas de caráter básico como forma de conter a proliferação do Sars-CoV-2, pontos turísticos e demais locais normalmente badalados e atrativos  para visitantes ficaram desertos. As medidas, necessárias mas amargas, atingiram em cheio todos os segmentos ligados ao turismo, e mesmo após a flexibilização das restrições, em julho, os efeitos negativos ecoaram. O segmento hoteleiro, que depende diretamente do fluxo de visitantes e turistas para sobreviver, por exemplo, observou suas taxas de ocupação despencarem. Segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo (CNC), desde o início da pandemia o turismo acumula perdas na ordem de R$ 121 bilhões e 97 milhões. Os hotéis são, de longe, alguns dos estabelecimentos mais afetados. Conforme estimativa da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), mesmo com o fim da pandemia, ao menos 3 mil hotéis no Brasil podem não voltar a levantar suas portas. A avaliação da entidade é a de que hotéis independentes em regiões de lazer ou cidades voltadas para o turismo, além de hospedagem urbanas, terão muitas dificuldades para se reerguer, mesmo após a pandemia.

Em Goiás, taxa de ocupação de hotéis chegou a ficar abaixo de 15%

Ao Jornal Opção, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Goiás (Abih-GO), Fernando Carlos Pereira, desenhou o quadro preocupante do segmento hoteleiro no Estado. De acordo com o presidente, durante os meses em que as restrições provocadas pela pandemia ficaram mais em evidência, como maio, junho e julho, os estabelecimentos do tipo em Goiás chegaram a amargar com taxas de 12% de ocupação. Para se ter uma ideia da discrepância com anos padrões, a taxa de ocupação de hotéis em Goiânia, capital do Estado, em meados de julho de 2018 foi de 61%, conforme levantamento da Abih nacional. “Em janeiro teve um movimento bom, a gente estava muito otimista, o carnaval foi um momento bom. Mas no período da pandemia, a taxa de ocupação caiu demais. A média do semestre inteiro, contando de janeiro até agora, foi de 22%”, informou Pereira. [caption id="attachment_282552" align="alignnone" width="620"] Fernando Carlos Pereira, presidente da Abih-GO | Foto: Reprodução/Internet[/caption] Pereira, que é proprietário do Hotel Pousada Recanto do Pai, em Trindade, conta que os hotéis estão “segurando as pontas” para sobreviver, mas as dificuldades impostas pela pandemia fazem com que isso seja uma tarefa árdua. Até os meios de socorro, como a disponibilização pelo governo federal de linhas de crédito voltadas para empresas de turismo e hotelaria, tornam-se um desafio à parte. Para o presidente da Abih-GO,  “as linhas de crédito são muito difíceis de serem acessadas”. “A gente recebeu o anúncio do ministro Paulo Guedes das linhas crédito, via Banco do Brasil ou Caixa Econômica, dinheiro para ajudar o segmento turístico, mas essa linha de crédito é muito burocrática. A maioria dos empresários tem muita dificuldade de ter acesso”, desabafa. Pereira estima que quatro hotéis em Goiânia e quatro em Trindade tenham baixado em definitivo suas portas. Entretanto, para o presidente da associação, a situação não está das mais amigáveis. “Aqueles que pagavam aluguel pelo imóvel estão fechando de vez. A situação para eles foi muito complicada. Outros estão fechados mas aguardando o momento certo de reabrir, com os contratos suspensos e férias dos colaboradores”, diz. O proprietário do Hotel Pousada Recanto do Pai revela que tinha a intenção de reabrir seu estabelecimento em agosto. Contudo, os planos foram frustrados. Quanto às necessidades dos empresários que lutam para manter seus negócios dentro do segmento hoteleiro, Pereira garante que a Abih-GO está em contato os associados para orientá-los e “incentivá-los a buscar saídas tanto para as linhas de crédito quanto por buscas de parcerias”. “Estamos conversando com a GoiásTurismo e demais instituições financeiras, e buscando o apoio de parceiros, negociando os EPIs para o segmento hoteleiro, porque temos que estar afinados com os protocolos de segurança contra o coronavírus”, conclui.

Crise afeta até os tradicionais

Os efeitos negativos gerados pela pandemia do novo coronavírus e, consequentemente, as medidas impostas para controla-lo não estão restritas aos micro e pequenos empresários do ramo de hotéis. Os grandes estabelecimentos, já consolidados no mercado, também padecem pela queda de faturamento. Com mais de 30 anos de existência, o Castro’s Park Hotel, localizado no Setor Oeste, na capital, tornou-se referência em hotelaria no Estado, mas com a pandemia, vive, provavelmente sua pior época. [caption id="attachment_282553" align="alignleft" width="300"] Fachada do Castro´s Park Hotel, em Goiânia | Foto: Reprodução/Apontador[/caption] Segundo o gerente comercial do Castro’s, Paulo Araújo, o declínio da taxa de ocupação do estabelecimento levou a uma demissão de metade do corpo de funcionários. “Antes da pandemia nós tínhamos cerca de 120 funcionários. Agora estamos com 70. Foi um corte que infelizmente tivemos que fazer”, afirma Araújo. O gerente conta que, devido à pandemia, o hotel está com cerca 205 da taxa de ocupação mas que tenta se adequar para atravessar a crise gerada pelo Sars-CoV-2. “O hotel não recorreu às linhas de crédito porque contou com socorro dos investidores. Mas estamos frequentemente negociando com a Enel, Saneago para continuarmos funcionando bem”, afirma.

Em Goiás, PSL não descarta aliança com PT; DEM pode seguir caminho próprio

Com a aproximações do pleito que definirá os novos vereadores e prefeitos de Goiás, partidos deixam de lado rixas históricas para tentar uma caminhada conjunta [caption id="attachment_281037" align="alignnone" width="620"] Lívio Luciano, presidente do DEM em Goiânia | Foto: Divulgação[/caption] Faltando menos de 3 meses para as eleições municipais, previstas para ocorrer em meados de novembro, os partidos políticos têm trabalhado incansavelmente nos bastidores para garantir a eleição exitosa de seus candidatos. Para isso, em Goiás, rezando na tradicional cartilha política, as legendas se movimentam para conseguir compor alianças com outras siglas com as quais têm afinidades e que poderão proporcionar, ao mesmo tempo, recursos políticos e financeiros para o pleito. Mas como águas passadas não movem moinhos, alguns partidos parecem estar dispostos a deixar de lado as convencionais rivalidades para viabilizar uma caminhada conjunta nas eleições. É o caso de grupos como os do MDB, DEM e PSD. Rivais historicamente, tais legendas, movidas talvez pelas alterações na legislação eleitoral como a extinção da possibilidade de coligações proporcionais, os efeitos da pandemia e o cenário político atípico, têm abertos diálogos e podem, sim, compor alianças que, em outros tempos, seriam, no mínimo, inviáveis. Em Goiás, o DEM de Ronaldo Caiado e o MDB de Iris Rezende, opositores tradicionais, trocam afagos já há algum tempo. No início de 2018, lideranças que integram uma ala do MDB chegaram a se reunir para explicitar seu apoio à candidatura de Caiado ao governo do Estado. O apoio, além de ter vingado, agora tem sua retribuição. Isso, porque desde o início do ano, mesmo com o prefeito Iris manifestando desinteresse em se candidatar à reeleição, o DEM fincou o pé e declarou total apoio ao emedebista octogenário. Mesmo com o clamor do MDB e do DEM, Iris acabou cumprindo o que prometeu e anunciou, oficialmente, que não seria candidato e ainda que encerraria sua carreira política em janeiro de 2021. Para o emedebista Gustavo Mendanha, pré-candidato à reeleição de Aparecida de Goiânia, Iris agora ficará como um conselheiro político, “não só para o MDB, mas para qualquer político que queira aprender com sua experiência”. “E agora, é evidente que talvez outras pessoas que estão no MDB vão ter oportunidade de aparecer um pouco mais”, afirmou o gestor de Aparecida, que adiantou que espera contar com o apoio de cerca de 15 partidos para sua reeleição.

Saída de Iris abala interlocuções

Um nome que se enquadra na fala de Mendanha é o do ex-deputado federal e ex-governador Maguito Vilela que, com a saída de Iris da disputa, vira a figura do MDB para brigar pela cadeira no Paço Municipal. Porém, se com o Iris o DEM tinha o fervor da empolgação, com Maguito o cenário parece ser diferente. Presidente do DEM em Goiânia, Lívio Luciano não demonstra entusiasmo, agora, com uma aliança como o MDB. Ao Jornal Opção, o presidente afirmou que “a interlocução natural seria com o Iris”, e como o prefeito não “manifestou nada até agora, então, a articulação [com o MDB] não tem evoluído”. [caption id="attachment_281039" align="alignnone" width="620"] Lívio Luciano sinaliza que DEM está mais próximo do PSD do que do MDB | Foto: Reprodução[/caption] Ainda segundo Lívio, a aposentadoria de Iris Rezende, que deve ocorrer com o fim do atual mandato, fez com que o DEM reavaliasse suas estratégias e, agora, uma candidatura própria passa a ser uma possibilidade. Contudo, a questão ainda é alvo de análise. “A gente tendo uma candidatura própria, vamos fincar bandeiras, ter o nome do partido colocado no debate. Só que tem o efeito colateral, porque quando você faz uma coligação, dá um apoio a um candidato para a contrapartida vir, você está agregando forças politicas a um projeto político futuro”, avalia. Se com o MDB as coisas andam “frias”, com o PSD de Vanderlan, elas podem estar esquentando. Recentemente, Lívio Luciano confirmou ao Jornal Opção que tem mantido um diálogo com o partido, que, também, já teve suas oposições notáveis ao DEM. “Tem uma linha interlocutora nesta direção. Está evoluindo”, disse. Porém, o presidente do DEM na capital não fecha questão. “Não é que a gente prefira A, B ou C. Não é que a gente prefere Vanderlan, Ou Maguito. Na verdade, qualquer uma das duas forças políticas que vieram, vão agregar o projeto político. Agora, tem que ter uma conversação, até pra firmar esse compromisso pra frente”, conta. “Vai depender muito da devolução das conversações pra gente poder ver o que seria melhor: estar apoiando um candidato de outro partido, ou de ter o nosso”, arremata.

PSL pode se aliar a opositores históricos

O PSL se autointitula um “partido independente”, segundo o próprio pré-candidato da sigla ao Paço Municipal, Major Araújo. O deputado estadual conta que é o nome definido para ser homologado candidato em 13 de setembro, na convenção partidária, e avalia que, por conta de sua postura, o PSL pode ter algumas situações emblemáticas na hora de compor alianças. “Tem gente que chama o PSL de um partido radical por causa das bandeiras que ele defende, e isso dificulta alianças. Para completar, eu, particularmente, como pré-candidato que será homologado no dia 13, não concordo com o toma-lá-dá-cá que rola nessas alianças que são feitas. Ninguém vem de graça”, declarou. [caption id="attachment_281040" align="alignright" width="384"] Major Araújo, pré-candidato à Prefeitura de Goiânia | Foto: Divulgação[/caption] Araújo, que adiantou ao Jornal Opção que terá uma empresária filiada ao PSL como vice, disse que prefere que o partido caminhe sozinho a se envolver em barganhas. “Basta olhar os candidatos que conseguem realizar uma aliança ampla. Rola caixa 2, dá dinheiro por fora [...]. Não tenho problema nenhum com aliança, mas nesse caso, se for dessa forma convencional, é muito melhor caminhar com as próprias pernas”, conclui. O presidente do PSL em Goiás, deputado federal Delegado Waldir, corrobora os argumentos do Major Araújo quanto ao repúdio de alianças baseadas em troca de recursos financeiros. Todavia, Waldir sinaliza estar mais aberto ao diálogo para a composição de alianças e pode, inclusive, estar disponível para rivais ferrenhos a nível nacional como o Partido dos Trabalhadores (PT). “O PSL não vai comprar nenhum apoio. As parcerias que vamos fazer é para ganhar a eleição e não existe essa troca. O que pode existir é a troca de apoio político. Temos diversas parcerias formadas. Temos com o MDB, com PSB, com o PP. Podemos até ter parcerias com o PT”, afirmou. Segundo o presidente do PSL no Estado, não existe “essa dificuldade nesse momento” para formar alianças com partidos rivais. Para Waldir, o objetivo é marcar a presença da legenda nestas eleições. “O importante é a democracia. Hoje o ritmo do PSL é fazer as mudanças nos municípios e buscas as melhores propostas. O PSL não tem condições de estar em todos os municípios. É necessário ter essas parcerias em todos os locais”, finaliza. A pré-candidata petista em Goiânia, deputada estadual Delegada Adriana Accorsi, afirmou que uma resolução do partido dita que alianças políticas no 1º turno somente podem ser feitas com legendas do campo progressista, o que, segundo a parlamentar, não seria o caso do PSL. Contudo, Accorsi declarou que o PT está aberto ao diálogo e que conversará com qualquer partido que o procurar. "Estamos realizando alguns diálogos e há uma conversa mais adiantada com o PCdoB. Mas estamos abertos para conversar. No 2º turno, essas alianças podem se expandir", pondera.

Césio-137
Ao Jornal Opção, PM reformado revela tragédia experimentada na Operação Césio

Indenizado recentemente, o Tenente Quintino viu de perto a face radioativa da morte e do pânico que tomou conta de Goiânia em 1987, ano que ficou marcado para sempre

“Vez do povo chegar ao poder”, diz Sargento Godoy, pré-candidato em Águas Lindas

Com a impossibilidade de reeleição do atual prefeito de Águas Lindas, Hildo Candango, do PTB, o caminho fica aberto para outros nomes [caption id="attachment_280982" align="alignnone" width="621"] Sargento Godoy | Foto: Divulgação[/caption] Membro da Polícia Militar de Goiás, o Sargento Godoy é pré-candidato confirmado à Prefeitura de Águas Lindas de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. O militar, que alega representar a figura popular, deve concorrer pelo partido do governador Caiado, o DEM. Com a impossibilidade de reeleição do atual prefeito de Águas Lindas, Hildo Candango, do PTB, o caminho fica aberto para outros nomes. Godoy, morador do município há cerca de 20 anos, defende seu legado na polícia e afirma representar a renovação e a postura popular. De acordo com o pré-candidato, existe uma necessidade de evolução em Águas Lindas. “Precisamos renovar, agora é a vez do povo chegar ao poder. Acredito que por ser morador da cidade, conheço bem a realidade vivida pela nossa população", disse. "Águas Lindas precisa evoluir, precisa de um representante que realmente entenda e mais que isso, vivencie o dia a dia da cidade”, completou o sargento.

Instituto em Goiás oferece bolsas para estudantes de baixa renda

Podem participar da seleção alunos do 9º ano que estudem em escolas públicas de Goiás, sejam de baixa renda, tenham idade entre 12 e 15 anos e apresentem alta performance escolar

Prefeito de Jussara esfaqueia vizinho após briga por fossa entupida

O prefeito Wilson Santos teria atacado seu vizinho, Luis Antonio Rodrigues, com uma faca, acertando-o no ombro

Goiás tem 23 pré-candidatos militares a prefeito e projeto de treinamento político

O projeto Patronos foi criado para identificar e capacitar candidatos militares, que prometem ir com força para o pleito deste ano

Informação sob ataque: Violência contra jornalistas dá salto sob governo Bolsonaro

Profissionais da comunicação têm enfrentado uma onda de violência e perseguição talvez nunca antes vista no Brasil desde que o país foi redemocratizado [caption id="attachment_278587" align="alignnone" width="620"] Bolsonaro dá "banana" para jornalistas na saída do Palácio da Alvorada | Foto: Reprodução/YouTube[/caption] “Por que o Queiroz depositou R$ 89 mil na conta da Michelle?”. Essa pergunta foi repetida por nada menos do que 89 vezes seguidas na coluna de Renato Terra, publicada no dia 26 na Folha de São Paulo. Terra não foi o único. O questionamento também foi destaque nos jornais O Globo, Extra, Estadão, UOL, BBC e diversos outros veículos de comunicação nacionais e até internacionais, como Reuters, CNN, Time e The Guardian. Os internautas também aderiram. No dia 23, a pergunta que faz referência a depósitos feitos por Fabrício Queiroz e sua esposa, Márcia Oliveira, na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro chegou ao trending topics do Twitter, após ser compartilhada milhares de vezes na rede social. O efeito dominó do questionamento a respeito dos tais depósitos na conta bancária de Michelle começou depois que o presidente da República, Jair Bolsonaro, disse a um repórter do O Globo que tinha vontade de encher a boca dele de porrada quando o profissional de imprensa fez a pergunta. Não parou por aí. Alguns dias depois de ameaçar o repórter, o presidente chamou outro jornalista de "otário" quando o comunicador fez exatamente a mesma indagação - ainda sem resposta por parte de Bolsonaro. A pergunta parece realmente incomodar o presidente do Brasil e sua reação é justamente o reflexo do turbilhão de ataques que a imprensa tem sofrido nos últimos tempos. O Art. 220 da Constituição Federal de 1988, prega que "manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo, não sofrerão qualquer restrição". Entretanto, profissionais da comunicação têm enfrentado uma onda violência e perseguição talvez nunca antes vista no Brasil desde que o país foi redemocratizado. Segundo dados da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), que realiza o monitoramento e análise dos casos de agressões contra jornalistas, o Brasil registrou, em 2019, 208 ataques a veículos de comunicação e jornalistas, um aumento de 54% em relação a 2018. Do total, 114 casos foram de descredibilização da imprensa e 94 de agressões diretas a profissionais. Além dos ataques, a entidade registrou, ainda em 2019, 2 assassinatos, 28 casos de ameaça e intimidação, 15 agressões físicas, 10 casos de censura ou impedimento do exercício profissional, 5 ocorrências de cerceamento à liberdade de imprensa por ações judiciais, 2 casos de injúria racial e 2 ações de violência contra a organização sindical da categoria. A Fenaj aponta que os jornalistas do segmento de televisão são os mais agredidos. Em 2019, 35 jornalistas de TV foram vítimas de agressão direta, seguidos dos jornalistas de jornais: 33 profissionais agredidos. Em terceiro lugar estão os jornalistas de mídia digital (portais, sites e blogs) com 23 casos de agressão registrados em 2019.

Para presidente da Fenaj, há institucionalização da violência contra comunicadores

O relatório da Fenaj de 2019 foi o primeiro em que a entidade contabilizou as tentativas de descredibilização da imprensa. Em 2019, a modalidade tornou-se a principal forma de ameaça à liberdade de imprensa no Brasil e foi incluída no relatório diante da institucionalização da prática por meio das falas e discursos do presidente da República. Para ser ter uma ideia, a Fenaj apontou, em outro relatório, que, no primeiro semestre de 2020, Bolsonaro protagonizou, sozinho, 245 ataques contra a imprensa. Foram 211 casos de descredibilização da imprensa, 32 ataques pessoais a jornalistas e 2 ataques contra a Fenaj. A Presidente nacional da Fenaj, a goiana Maria José Braga, garante que a entidade tem monitorado o aumento da violência contra jornalistas e que esse aumento “se deu, principalmente, pela atuação do presidente Jair Bolsonaro”. “O presidente foi responsável, sozinho, por cerca de 54% dos ataques a jornalistas ou a veículos de comunicação. Temos o relatório que descreve cada caso pontualmente, para que ninguém duvide dos nossos números”, revela. [caption id="attachment_278588" align="alignright" width="386"] Maria José Braga, presidente da Fenaj | Foto: Reprodução/Fenaj[/caption] Para a presidente, há uma “institucionalização” da violência contra jornalistas e dos ataques à liberdade de imprensa no Brasil por meio da presidência da República. A jornalista manifestou preocupação com os números e reiterou a necessidade de uma resposta da sociedade e das instituições democráticas a esse fenômeno. A Fenaj é responsável por um considerável número de pedidos de impeachment protocolados contra o presidente Jair Bolsonaro. Segundo Maria José, a entidade também age na Justiça para garantir a integridade dos jornalistas. “A Federação Nacional dos Jornalistas já entrou com uma ação judicial pedindo ao gabinete de segurança institucional que garanta a segurança dos jornalistas que cobrem o presidente da republica. Infelizmente essa ação está no trâmite moroso da justiça federal”, conclui.

Na região Centro-Oeste

A violência contra jornalistas não está restrita apenas às grandes metrópoles do Sudeste (que representa a maioria dos casos de agressões. Conforme a Fenaj, a região Centro-Oeste passou à condição de segunda mais violenta para o exercício da profissão de jornalista, lugar que nunca havia ocupado, desde o início da série histórica dos Relatórios. O maior número de agressões foi no Distrito Federal, que também passou ao posto de segundo estado mais violento, ultrapassando o Rio de Janeiro, que mantinha a posição nos últimos anos. Foram 13 casos (13,83%) de violência no DF. Em Mato Grosso, houve quatro casos e, em Mato Grosso do Sul, um. Segundo o presidente do Sindicato dos Jornalistas de Goiás (Sindjor Goiás), Cláudio Curado, não é raro o sindicato ter que intervir em casos de ataques contra profissionais de comunicação no Estado e cita como exemplo uma situação recente, ocorrida no município de Niquelândia. De acordo com Curado, um jornalista de Niquelândia, que mantém um portal de notícias da região, publicou uma matéria sobre um vereador, que não gostou nada do conteúdo. O parlamentar, então, teria mandado áudios com ameaças para o jornalista, que recorreu à ajuda do sindicato. “Fizemos contato com a Secretaria de Segurança Pública e orientei [o jornalista] a fazer um BO. O secretário de segurança pública de Goiânia ligou na delegacia pedindo providências”, detalha Curado. O caso agora corre na Justiça.

Ascensão de onda conservadora no Brasil evidenciou ataques a jornalistas, diz professor doutor

Doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-doutor em Epistemologia da Comunicação pela Unisinos, o professor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), Luiz Signates, acredita que o crescimento da violência contra jornalistas pode estar diretamente relacionado com a “ascensão ao poder de Jair Bolsonaro, ampliando espaço e legitimidade para grupos extremistas de direita, de perfil autoritário e antidemocrático, para quem uma imprensa livre e crítica sempre constituiu uma ameaça”. Para Signates, o aumento do compartilhamento das chamadas fake News também foi decisivo para a existência desse fenômeno social. O professor explica que as fake News “não se limitaram às disputas de campanha, mas prosseguiram como parte da política de comunicação do próprio governo”. “Essa institucionalização de uma relação autoritária e conflitiva com a imprensa tende a criar um clima de quase legitimação da violência contra jornalistas”, esclarece. [caption id="attachment_278589" align="alignleft" width="349"] Professor doutor Luiz Signates | Foto: Divulgação/UFG[/caption] Signates, que também é o nome à frente do Instituto Signates de Consultoria e Pesquisa, relata que tal aversão à imprensa não é uma novidade, mas era inibida pela ordem vigente. De acordo com o professor, a ascensão do conservadorismo no Brasil apenas provocou uma evidenciação dessa violência contra os profissionais da comunicação. “O Brasil é um país profundamente desigual, injusto e violento, e a crise econômica tende a tornar agudas essas características. A emergência de uma onda conservadora na política, tomando conta das instituições, apenas, a meu ver, faz com que tais manifestações se vejam no direito de se tornarem explícitas, como se fossem legítimas”, conta. Signates também diz que é preciso existir organização por parte da classe jornalística para que haja um comprometimento com “mais vigor” da classe política com a ordem democrática. Para ele, a classe jornalística sempre foi uma das mais "desorganizadas e desunidas do país". “É lamentável, pois, que essa violência aumente nessa proporção e absolutamente nada aconteça, para que esses profissionais sejam protegidos e se garanta o exercício legítimo de sua profissão, tão relevante para a condição democrática”, finaliza.

Bolsonaro defende hidroxicloroquina e nióbio em evento com Caiado, em Caldas Novas

O evento marcou a inauguração da usina de energia fotovoltaica do Grupo Di Roma, de propriedade da deputada federal Magda Mofatto [caption id="attachment_279023" align="alignnone" width="620"] Bolsonaro, Caiado e outras autoridades antes do evento em Caldas Novas Foto: Governo de Goiás[/caption] O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), esteve presente na manhã deste sábado, 29, juntamente com o governador Ronaldo Caiado, na solenidade de inauguração da usina de energia fotovoltaica do Grupo Di Roma, complexo turístico em Caldas Novas. Bolsonaro aproveitou a ocasião para voltar a defender o uso da hidroxicloroquina como tratamento para a Covid-19, assim como o uso do nióbio para a produção de "super baterias". Além de Bolsonaro e Caiado, estiveram presentes também o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, o General Heleno, o deputado federal Major Vitor Hugo (PSL), a deputada federal e proprietária do Grupo Di Roma, Magda Mofatto (PL), o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Efrain Pereira da Cruz, além de representantes do Executivo e Legislativo de Caldas Novas. Em sua fala, Ronaldo Caiado elogiou Bolsonaro e se referiu a ele como o "presidente que mais investiu em Goiás" até o momento, citando obras e projetos já entregues ou previstos pelo governo federal, como a Ferrovia Norte-Sul, a internacionalização do Aeroporto de Goiânia e o Centro de Excelência de Tecnologia Ferroviária, que deve ser sediado em Anápolis "Com isso, vossa excelência alavancará um dos setores mais promissores diante da nova opção de vossa excelência no novo modal, que é a ferrovia que estava parada no Brasil até vossa excelência assumir o governo", disse o governador.

Hidroxicloroquina e nióbio

Bolsonaro agradeceu o apoio de Caiado e comemorou a entrega da usina fotovoltaica em Caldas Novas. O presidente também voltou a defender o uso da hidroxicloroquina e disse que, após conversas com a pessoas do Food and Drug Administration (FDA), referida por Bolsonaro como a "Anvisa americana", e embaixadores de outros países, concluiu que a substância poderia sim ser recomendada por médicos contra o coronavírus. Diante da ausência de estudos que comprovam a eficácia de hidroxicloroquina, o presidente citou um caso que, segundo ele, aconteceu durante a Guerra do Pacífico, em que um soldado foi submetido a uma transfusão de água de coco. "O soldado voltava da frente de batalha ferido, não tinha como conseguir uma transfusão. Até que alguém teve a ideia de injetar na veia dele, Caiado, água de coco e deu certo. Então a hidroxicloroquina é uma realidade", afirmou Bolsonaro. [caption id="attachment_279024" align="alignnone" width="544"] Bolsonaro falou em evento em Caldas Novas | Foto: Reprodução/Youtube[/caption] O presidente também ressuscitou a defesa do uso do nióbio para produções industriais e defendeu que o elemento é analisado para a produção de uma "super bateria". "O nióbio está em fase final de estudos em alguns países, juntamente com o grafeno, onde teremos a super bateria. Em primeira fase, ela poderá ser recarregada em poucos minutos", declarou.

Usina fotovoltaica

Construída em perímetro urbano, a usina inaugurada hoje foi idealizada pela deputada federal e proprietária do Grupo Di Roma, Magda Mofatto, e ocupa um espaço físico de 75 mil metros quadrados e possui 16.578 módulos fotovoltaicos. Segundo o grupo, a usina possui uma potência de 5,6 milhões de Watt-pico (Wp), montante capaz de iluminar 4.256 casas, ao considerar um consumo médio padrão de 157 de quilowatt-hora (kWh). O investimento vai viabilizar a garantia de energia limpa e sustentável para o complexo turístico. Segundo o grupo, o excedente elétrico será ofertado à cidade de Caldas Novas. s

Anvisa libera teste clínico para tratar pneumonia causada por Covid-19

A pesquisa pretende promover a avaliação da possibilidade de a utilização bem-sucedida do medicamento experimental poder reduzir as complicações da doença [caption id="attachment_278986" align="alignnone" width="620"] Testes serão realizados pela empresa alemã Merck | Foto: Reprodução[/caption] A agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o início de testes clínicos para o uso de uma molécula específica para tratamento de pacientes que tenham contraído pneumonia através da infecção da Covid-19, doença causada pelo coronavírus. A autorização dos testes clínico com a molécula foi publicada no último dia 21 e tem validade até o próximo dia 13 de novembro. Conforme informações da Agência Brasil, a pesquisa será desenvolvida pela Merck, empresa alemã da indústria química e farmacêutica fundada em 1668 com sede em Darmstadt. Segundo a empresa, o objetivo do estudo é investigar se a utilização da M5049 pode impedir ou melhorar a resposta inflamatória em pacientes, infectados com a covid-19, com pneumonia e barrar a progressão para um quadro mais grave.

Objetivo dos testes

Ainda de acordo com a Merck, a pesquisa pretende promover a avaliação da possibilidade de a utilização bem-sucedida do medicamento experimental poder reduzir as complicações da Covid-19 como sintomas respiratórios graves que geralmente precisam de ventilação mecânica. A princípio, a M5049 será investigada em um estudo controlado por placebo, nos Estados Unidos e no Brasil. Segundo a Merck, além do tratamento padrão, que pode incluir tratamentos antivirais, os indivíduos receberão uma das duas doses de M5049 ou placebo. A empresa destacou que o objetivo é comparar a M5049 ao placebo com base nos resultados do paciente.

A estilista goiana da bolsonarista Sara Winter fala ao Jornal Opção

Moradora de Goianápolis, Priscilla Neiva de Maria chegou a hospedar Sara Winter em sua casa [caption id="attachment_277315" align="alignnone" width="620"] Sara Winter, militante extremista bolsonarista do movimento 300 do Brasil | Foto: Reprodução[/caption] De ativista extremista contra o patriarcado a convertida ao catolicismo e antiaborto, Sara Giromini, ou Sara Winter, como é conhecida, é uma figura controversa. A militante de extrema-direita é a principal porta-voz do grupo bolsonarista “300 do Brasil” e tem um histórico de polêmicas e problemas com a Justiça. Na última semana, o Ministério Público do Espírito Santo (MP-ES) acionou a Justiça contra Sara e pediu a condenação da extremista por divulgar na internet os dados pessoais de uma criança de 10 anos que engravidou após passar 4 anos sendo estuprada pelo próprio tio. Caso seja condenada, Sara terá de pagar o valor equivalente a R$ 1,3 milhão por danos morais ao Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente da cidade de São Mateus, no Espírito Santo. O ato da moça, que já pertenceu a grupos radicais como o Femen, também gerou revolta entre internautas, que a acusaram de expor uma criança que já havia passado por grande sofrimento. O caso ganhou repercussão devido às circunstâncias lamentáveis. Após anos de abuso sexual por parte do tio, a menina obteve autorização da Justiça para interromper a gestação fruto do estupro, o que é previsto em lei. Ao divulgar o hospital onde a criança estava, Sara Winter tinha como intenção inflar manifestantes contrários ao aborto e impedir a concretização do procedimento. A tática acabou não funcionando e Sara se viu em maus lençóis. Entretanto, enquanto para alguns as atitudes de Sara chegaram ao ponto da crueldade para com a criança de 10 anos, para amigos próximos da extremista sua intenção era a melhor possível e o objetivo era um só: salvar vidas.

A amiga goiana de Sara

Natural de Goiânia, mas moradora há dois anos do município de Goianápolis, a 40 quilômetros da capital do Estado, a jornalista Priscilla Neiva de Maria é dona de uma marca de roupas homônima enquadrada no gênero ‘moda cristã’. Católica praticante, foi graças às peças de roupas de estilo clássico e a fé cristã que Priscilla e Sara acabaram estabelecendo um relação de negócios e amizade íntima. Ao Jornal Opção, Priscilla revela que parou de confeccionar roupas desde maio do ano passado. Porém, muitas de suas peças exclusivas eram frequentemente usadas por Sara. A jornalista conta que tudo começou quando, no início de 2018, decidiu tentar um contato com a militante para entrevistá-la sobre questões do feminismo, movimento alvo de extrema oposição por parte de Sara. “Ela ainda morava no Rio de Janeiro e eu entrei em contato como o primo dela, pedindo uma entrevista sobre o feminismo. A sara conheceu as minhas roupas e ficou bastante encantada. Mandei algumas peças de roupa pra ela e ela fez um evento só para mulheres no Rio, usando um dos meus vestidos. Aí começou a amizade”, recorda. [caption id="attachment_277316" align="alignleft" width="364"] Uma pessoa simples, gente como a gente, diz Priscilla sobre a amiga Sara | Foto: Arquivo pessoal[/caption] Priscilla relata que os ideais conservadores, como a oposição ao aborto, e a religião em comum fizeram com que o laço de amizade entre elas se fortalecesse com o passar do tempo. Em fevereiro de 2019, a jornalista e estilista conta que Sara, que já morava em Brasília, a visitou em sua casa, passando um fim de semana inteiro. Para Priscilla, o que mais chamou a atenção na amiga foi o que ela chama de simplicidade, e defende: “O que falam da Sara não é verdade”. “Ela é gente como a gente. Uma pessoa muito simples. Quando ela veio aqui em casa, foi um padre que a buscou em Brasília. Ela já trabalhava junto com a [ministra] Damares. Sara entrou na minha casa e a primeira coisa que ela fez foi sentar no chão. Lembro que ela ficava fazendo ligações e convencendo mulheres a não fazer aborto. Ela insistia, falava ‘Não faz, por favor! Fulano vai te procurar aí!’. O que passam da Sara não é verdade. Ela é bastante inteligente, estudada e dedicada”, revela.

Enrolada na Justiça

Priscilla e Sara costumavam se falar com frequência, mas os problemas da extremista com a Justiça acabaram por afastá-las. Em junho deste ano, a Procuradoria da república no Distrito Federal denunciou Sara sob a acusação de injúria e ameaça, crimes que ela teria cometido contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Sara chegou a ser presa por ordem do ministro, decisão essa que foi tomada no âmbito de um inquérito que investiga atos antidemocráticos promovidos, segundo a investigação, com apoio de políticos. Sara também teve suas contas em redes sociais suspensas após determinação de Alexandre de Moraes "para a interrupção dos discursos com conteúdo de ódio, subversão da ordem e incentivo à quebra da normalidade institucional e democrática". Em agosto, as redes sociais voltaram a ser derrubas, dessa vez pelas próprias empresas, após Sara divulgar os dados da menina estuprada. Os imbróglios com a Justiça, que levaram Sara a ter sua comunicação reduzida, acabaram respingando na relação dela com Priscilla. A goiana conta que não fala com Sara desde o início da pandemia do novo coronavírus. Mesmo assim, Priscilla defende a amiga. Para a jornalista, Sara não teve intenções ruins ao divulgar o nome da criança, que, segundo alegado por ela e pela própria Sara, já circulava no Twitter. “Como eu conheci a Sara pessoalmente, por tudo que conversamos, eu sei muito da questão do empenho da missão dela, até pelo histórico de vida. Ela é uma pessoa que ajuda inúmeros casos pró-vida, muitos mesmo. Ela é militante pró-vida, contra o aborto”, diz. “A questão da polêmica do vídeo [em que Sara expõe a criança de 10 anos], eu vi muita gente falando que ela divulgou o nome da criança e o hospital. Realmente, mas ela tem contato com o Brasil inteiro e a missão dela é pró-vida. O que ela esclareceu é que todo mundo já estava vinculando isso no Twitter então eu não acredito que a sara fez isso por maldade ou por querer aparecer”, defende.