A eleição de Antônio Rueda para o comando nacional do União Brasil (UB), nesta quinta-feira, 29, com o ex-prefeito ACM Neto como primeiro vice-presidente e Ronaldo Caiado como o quinto, é a consolidação do cenário perfeito para o governador goiano. Com a direção do partido nas mãos de dois fortes aliados – articulação essa conduzida pelo próprio Caiado -, o chefe do Executivo estadual ganha espaço na legenda e recebe a garantia de que terá o apoio dela na candidatura ao Palácio do Planalto em 2026.

Caiado tem feito articulações desde o ano passado visando a candidatura à presidência da República, e com a inelegibilidade de Jair Bolsonaro, já é considerado o nome natural da direita para concorrer ao Planalto. No entanto, o primeiro dos obstáculos perdurava justamente dentro de seu próprio partido.

Com três ministérios nas mãos (Celso Sabino no Turismo; Waldez Góes no Desenvolvimento Regional e Juscelino Filho na Comunicação), o UB não é considerado base fechada do governo federal no Congresso, mas vota com ele sempre que necessário e assume neutralidade em debates cotidianos.

E mesmo conduzindo a sigla com certa independência no Congresso em relação às demandas do Planalto – vale lembrar que quase 20 das assinaturas do pedido de impeachment de Lula partiram do UB -, o atual dirigente Luciano Bivar tem estado cada vez mais próximo de Lula, dando sinais de que poderia não se comprometer com uma candidatura própria do partido em 2026.

Com a chegada de Rueda à direção nacional do UB, Caiado teria conseguido matar dois coelhos com uma cajadada só. O primeiro, por óbvio, é a “expansão de território” de seu projeto para 2026, garantindo o apoio de sua legenda (e possivelmente de outras do bloco o qual a sigla integra) e minando possíveis articulações que estariam em curso para uma aliança entre UB e PT daqui a dois anos.

O segundo “coelho” será, também como consequência de um dirigente mais distante de Lula, uma articulação mais categórica e exigente do UB no Congresso em relação ao governo federal. Vale lembrar que o partido tem 60 cadeiras na Câmara e quase 10 no Senado, e deverá, apesar dos cargos que já tem na mão, se comportar com ainda mais independência ou quase oposição a Lula.

Isso deve aproximar o partido do ‘Caiado candidato à presidência’ e afastá-lo do ‘Lula presidente’, ao mesmo tempo em que mantém o espaço no governo já adquirido.

A fala de Caiado após a vitória de Rueda evidencia o caminhar do partido a partir de agora. “O União Brasil agora vai mostrar ao país a representatividade que tem, e se posicionar para a eleição de 2024 e também de 2026”.

Confira a nova Executiva Nacional do União Brasil


Presidente: Antônio Rueda
1º vice-presidente: Antônio Carlos Magalhães Neto
2º vice-presidente: Pedro Lucas Fernandes
3º vice-presidente: Elmar Nascimento
4º vice-presidente: Moses Rodrigues
5º vice-presidente: Ronaldo Caiado
6º vice-presidente: Márcio Canella
7º vice-presidente: Efraim Filho
8º vice-presidente: Milton Leite
Secretário-geral: Davi Alcolumbre

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