Por Tathyane Melo

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Lula e Dilma criticam fluxo financeiro desigual entre países ricos e emergentes | Foto: Ricardo Stuckert
Inclusão Econômica
Lula e Dilma defendem moeda comum para transações entre países do Brics

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em discurso por videoconferência na cúpula dos Brics em Kazan, Rússia, nesta quarta-feira, 23, voltou a defender a criação de uma “moeda comum” para transações comerciais entre os países do bloco. Lula destacou que o objetivo não é substituir as moedas nacionais, mas criar meios de pagamento alternativos que reflitam uma nova ordem financeira multipolar. O presidente participaria presencialmente do evento, mas cancelou a viagem após sofrer um sofrer uma queda e bater a nuca, onde precisou levar cinco pontos.

Durante seu discurso, Lula sublinhou a necessidade de mudanças estruturais no sistema financeiro global, argumentando que é preciso avançar na construção de mecanismos que garantam maior independência econômica para os países emergentes. “Agora é chegada a hora de avançar na criação de meios de pagamento alternativos para transações entre nossos países”, afirmou. Para ele, essa mudança seria fundamental para fortalecer a multipolaridade que o Brics defende no cenário mundial.

O papel de Dilma Rousseff no Novo Banco de Desenvolvimento (NDB)

Lula aproveitou seu discurso para elogiar a atuação de Dilma Rousseff à frente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), conhecido como o Banco dos Brics. Ele destacou o papel da ex-presidente na expansão das linhas de crédito da instituição, que já financia quase 100 projetos, totalizando US$ 33 bilhões. Segundo Lula, o NDB é essencial para a infraestrutura necessária ao desenvolvimento das economias emergentes do grupo.

Dilma Rousseff também participou da cúpula e criticou o uso do dólar como moeda dominante no comércio internacional. Em seu discurso, ela acusou os Estados Unidos de utilizarem a moeda como uma ferramenta política, aplicando sanções que isolam empresas do Sul Global e favorecem a competitividade das companhias americanas. De acordo com Dilma, é urgente que o Brics desenvolva instrumentos financeiros que não dependam da moeda americana.

Segundo Dilma, a ordem mundial deve ser refletida também no sistema financeiro e não se pode deixar que a economia continue financiando o mundo desenvolvido de forma desequilibrada. Seu posicionamento reforçou o discurso de Lula, que apontou o fluxo financeiro desigual entre países ricos e emergentes, comparando-o a um "Plano Marshall às avessas".

O desafio da moeda comum

A proposta de uma moeda comum entre os países do Brics não é nova. Desde agosto do ano passado, os líderes do bloco discutem a possibilidade de criar um meio de pagamento unificado para facilitar o comércio entre seus membros e reduzir a dependência do dólar. Entretanto, até o momento, o debate não resultou em uma definição concreta. Lula, no entanto, reforçou que a discussão precisa avançar, especialmente diante das dificuldades econômicas que muitos dos países membros enfrentam no cenário global.

Expansão do Brics: novos membros reforçam o bloco

Outro ponto central da cúpula foi a aprovação do convite de 13 novos países ao Brics. Entre os possíveis novos integrantes estão Turquia, Indonésia, Argélia, Belarus, Cuba, Bolívia, Malásia, Uzbequistão, Cazaquistão, Tailândia, Vietnã, Nigéria e Uganda.

A presidência russa, que este ano tem a responsabilidade de coordenar o bloco, ficará responsável por convidar esses novos membros. Para Dilma Rousseff, essa expansão é uma das principais prioridades do NDB, que se posiciona como uma plataforma de cooperação entre os países do Sul Global. Ela afirma que a ampliação do grupo trará ainda mais relevância ao Brics no cenário internacional, fortalecendo sua capacidade de enfrentar desafios comuns, como a desigualdade financeira e o desenvolvimento sustentável.

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Um sobrevivente russo, Mikhail Pichugin, de 46 anos, foi resgatado após passar 67 dias à deriva em um bote inflável no mar de Okhotsk, enfrentando condições extremas de frio e fome. Ele e sua família partiram no início de agosto para uma expedição de observação de baleias, mas uma falha no motor da embarcação transformou o passeio em uma luta desesperada pela vida. O resgate foi feito na última segunda-feira, 14, quando um pesqueiro encontrou o bote a mais de 1.000 km de onde o trio havia começado a jornada.

Pichugin, seu irmão Sergei, de 49 anos, e seu sobrinho Ilia, de 15 anos, sairam da região de Khabarovsk, na ilha de Sakhalin, no dia 9 de agosto, a bordo de um catamarã Baikat 470. O objetivo era simples: observar baleias no remoto mar de Okhotsk, no Extremo Oriente russo.

No entanto, a volta para casa foi interrompida quando o motor da embarcação parou de funcionar. Sem meios de comunicação ou controle da embarcação, eles ficaram à mercê do mar e das condições climáticas severas.

Luta pela sobrevivência

Os esforços iniciais dos serviços de resgate foram frustrados, deixando o trio sozinho no oceano. Ao longo dos dias, o frio intenso e a falta de mantimentos tornaram a situação cada vez mais crítica. Mikhail Pichugin relatou que seu irmão e sobrinho não resistiram às condições adversas e faleceram. Desesperado, Pichugin tomou a decisão de amarrar os corpos de seus familiares ao bote para evitar que fossem levados pelas ondas, na esperança de que, eventualmente, todos fossem encontrados.

"Tínhamos apenas um saco de dormir com lã de camelo, mas ele estava molhado e não secava. Tentávamos nos aquecer debaixo dele, sacudindo para tirar um pouco da umidade", relatou Pichugin aos repórteres, de sua cama de hospital, na última quarta-feira (16). Mesmo com o equipamento limitado, ele e sua família conseguiram, inicialmente, se manter aquecidos e sobreviver por um período, mas as condições adversas logo pioraram.

Escassez de alimentos e água

A expedição havia sido planejada para durar cerca de duas semanas, com suprimentos suficientes para esse período. Eles levaram 20 litros de água potável, macarrão e ervilhas. Porém, conforme os dias se transformaram em semanas, os suprimentos se esgotaram. 

Pichugin e sua família começaram a coletar água da chuva para sobreviver e tentaram pescar no mar. "Quando a água potável acabou, coletávamos água da chuva", disse Mikhail. A fome e a sede se tornaram companheiras constantes durante quase 70 dias à deriva.

Apesar dos esforços do trio, a luta contra a natureza foi desigual. Sergei e Ilia sucumbiram à desidratação, ao frio e à falta de alimentos. Para Mikhail, a força para continuar veio da fé. "Sobrevivi com a ajuda de Deus. Não tinha outra escolha. Tinha minha mãe e minha filha em casa", acrescentou.

Resgate e estado de saúde

O pesqueiro que encontrou Mikhail estava realizando uma rota de pesca quando avistou o pequeno bote inflável no vasto mar de Okhotsk. Pichugin estava desidratado, sofrendo de hipotermia, mas consciente. Ele foi levado imediatamente para o hospital regional de Magadan, onde recebeu tratamento. Segundo o médico-chefe Yury Lednev, o estado de saúde do sobrevivente era "mais ou menos estável", e ele estava sendo monitorado de perto para garantir uma recuperação completa.

A esposa de Mikhail, Ekaterina, compartilhou o alívio e a emoção de ter seu marido de volta. "Foi uma espécie de milagre que ele tenha sobrevivido", declarou. Ekaterina revelou que a expedição havia sido cuidadosamente planejada, com suprimentos suficientes para duas semanas, mas ninguém poderia prever a falha no motor e a terrível sequência de eventos que se seguiria.

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