A crise nas maternidades públicas de Goiânia se intensifica à medida que uma dívida acumulada, superior a 80 milhões de reais, ameaça a continuidade dos serviços essenciais para a população. As maternidades geridas pela Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da UFG (Fundahc), como o Hospital e Maternidade Dona Iris (HMDI), Maternidade Nascer Cidadão (MNC) e o Hospital Municipal da Mulher e Maternidade Célia Câmara (HMMCC), enfrentam dificuldades financeiras que já comprometem o atendimento e colocam em risco a vida de mães e recém-nascidos.

A vereadora Aava Santiago (PSDB) entregou um ofício com o pedido de intervenção e destacou a urgência da situação e afirmou através das redes sociais que tem mobilizando esforços para evitar o colapso dos serviços. “Não adianta ficarmos desolados; é hora de agir com urgência em defesa da saúde e da vida dos goianos”, declarou.

A parlamentar afirmou que está trabalhando em uma ação conjunta com o Ministério Público de Goiás (MPGO), o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), o Ministério da Saúde e outros órgãos para tentar solucionar o problema antes que as maternidades sejam obrigadas a interromper completamente os atendimentos.

A crise se agrava pela falta de insumos básicos, como medicamentos, roupas hospitalares, alimentação adequada e medidas de prevenção a infecções hospitalares. Sem uma solução rápida, as maternidades podem parar de funcionar totalmente a partir de 1º de novembro.

A dívida e o impacto na saúde pública

Segundo a Fundahc, a dívida da Prefeitura de Goiânia com as maternidades ultrapassa 80 milhões de reais, sendo 86,5 milhões em obrigações vencidas e não pagas e mais de 127 milhões quando se incluem os passivos trabalhistas. Essa falta de recursos financeiros já afeta o fornecimento de insumos e medicamentos, além de atrasar o pagamento de médicos e outros profissionais de saúde.

Em declaração ao Jornal Opção, Lucilene Sousa, diretora executiva da Fundahc, informou que não houve qualquer avanço nas negociações com a Prefeitura para a quitação dessa dívida. Segundo Lucilene, a administração municipal alega que não possui recursos financeiros suficientes para honrar os compromissos com as maternidades, apesar de já ter ultrapassado o percentual mínimo destinado à saúde.

A vereadora e presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Goiânia, Kátia Maria (PT), também criticou a gestão pública ao afirmar que, embora o município tenha apresentado um aumento no percentual de repasse para a saúde, a população não sente esse impacto nos atendimentos.

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