Por Redação

[caption id="attachment_36220" align="alignleft" width="300"] Reprodução[/caption]
Caminhando pelo Centro de Goiânia, numa manhã de quinta-feira, você avista um jovem com uma venda nos olhos e uma placa ao seu lado. “As melhores coisas da vida, abracei com olhos fechados”. E concluia: “Me dá um abraço?”.
No dia do mundial do abraço, o “Inspire –– Coletivo de Histórias” produziu um vídeo para lembrar a importância do afeto com o próximo e como isso tem caído na “mesmice” para alguns, criando seres humanos cada vez mais robotizados pelo cotidiano e esquecidas do amor e carinho com o próximo.
“O abraço parece algo tão simples, mas é uma das demonstrações mais lindas de amor que existem. As pessoas passavam apressadas falando ao telefone ou mexendo em suas bolsas e deixando o essencial de lado. Aquele rapaz, parado em meio à praça, só queria um abraço”, conta Fabi Souza, estudante de jornalismo e uma das criadoras do Coletivo.
Mesmo sob um forte sol, Jhonatan Fleury recorda carinhosamente dos abraços que recebeu. “Fiquei admirado e pude perceber o quão os cegos podem ver. Mesmo com olhos tampados, eu sabia quando os carros paravam e o fluxo de pessoas aumentava ao meu redor, aumentando as minhas expectativas. Sentia, em cada abraço, uma respiração, um cheiro, uma intensidade diferente. Foram pais, filhos, irmãos, tios e avós. Cada um com sua singularidade na medida de intimidade e afeto que só um abraço me proporciona”, conta sobre sua experiência.
A metros de distância, era possível avistar a reação das pessoas com a ação –– nota o estudante de jornalismo e co-fundador do coletivo, Domingos Ketelbey. “Elas paravam de frente a placa e olhavam. Ficavam por alguns segundos e iam embora. O que nos deixou muito contente e feliz foi ver a espontanêdade de muitos outros abraços.” Ele conclui dizendo: “Não é nada novo, isso que fizemos. Mas sempre que pudermos pregar o afeto e o amor, o faremos”.
Assista ao registro, gravado pelo Inspire, da ação realizada no Centro de Goiânia:

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[caption id="attachment_35999" align="aligncenter" width="620"] Imagem do painel durante o Festival Bananada | Foto: Marcello Dantas / Jornal Opção[/caption]
Laila Loddi
Especial para o Jornal Opção
As questões levantadas a partir da intervenção em edifício do conjunto arquitetônico do Centro Cultural Oscar Niemeyer nos levam a um debate importante e desafiador de limites, posto que não há consenso quando se trata de arte, arquitetura, cultura, cidade. Nossa experiência é um limite, que toca em outros limites e compreensões de mundo, o que faz da vida urbana este saboroso ou indigesto desafio de alteridade.
A polêmica instalação do coloridíssimo painel em alvíssima arquitetura “moderna” (a obra é de 2006) causa uma série de estranhamentos e questionamentos, tanto de arquitetos e arquitetas que se colocam em defesa do patrimônio moderno, quanto de artistas que defendem a permanência da obra, além da comunidade que questiona o centro cultural em si: distante; de difícil acesso; entregue há quase dez anos mas ainda não oferecendo todas as atividades a que estava destinado -- como a biblioteca que deveria funcionar no edifício onde se encontra (hoje, não sabemos até quando) o dito painel.
O fato é que o CCON é um espaço que vem se tornando lugar –- ocupado, transformado, vivo -– por conta de ações efêmeras como feiras de artesanato, pistas de skate e festivais de música. E foi um grande festival de música que nos apresentou o painel, proporcionando apropriação do centro cultural, tema tão caro aos gestores em geral e fato que seria amplamente aprovado se o edifício em questão não fosse assinado por Oscar Niemeyer -- talvez este, arrisco dizer, o ponto detonador de tamanha polêmica. Sim, porque em se tratando de patrimônio arquitetônico, a cidade deixa muito a desejar abandonando edifícios como a Estação Ferroviária ou permitindo alterações questionáveis como no Grande Hotel, para citar alguns exemplos.
Circularam nas redes sociais nesta semana críticas à intervenção na obra projetada por Niemeyer, e defesas a intenções de projeto e direitos autorais. A constituição de um acervo de Arquitetura Moderna Brasileira como patrimônio a ser protegido é fato inegável e digno de conhecimento pela sociedade, compreendendo aqui patrimônio como importante aspecto da identidade cultural. Vinculados a universidades, institutos de pesquisa, órgãos de preservação ou ao exercício profissional, pesquisadores vem debatendo a difusão e reconhecimento da herança moderna; a conservação de edifícios e conjuntos e a reflexão sobre a reutilização e intervenção sobre essa produção.
É importante dizer que este debate provoca um diálogo entre os pressupostos modernos com os anseios contemporâneos, observando que o ideário moderno não tinha como objetivo perpetuar-se intocável, mas ser flexível para adequar-se aos novos tempos sem perder suas qualidades.
Falando a partir do lugar de quem defende a apropriação e ativação dos espaços públicos e culturais da cidade, percebo que uma das qualidades mais emblemáticas da obra de Niemeyer -- para além da unidade formal; da monumentalidade escultural; de planta e fachada livres; etc., etc. -– é a natureza convidativa de seus projetos, de caráter efetivamente público e social; generosamente amplos, abertos, simbolicamente espaçosos: a esplanada que se abre ao pleno exercício da cidadania.
As utopias fazem parte da obra que nos deixou este grande arquiteto, merecedor da nossa admiração, especialmente pelo aspecto inovador de sua obra e pelo discurso desejante de participação popular nas esferas da política, da arte e da vida - declarando inclusive que a arquitetura não importa, o que importa é a vida. Embarcando nos desejos utópicos do arquiteto, me ponho a imaginar se não seria digno de sua aprovação uma intervenção do porte do painel executado pelos artistas goianos Bicicleta Sem Freio e Mateus Dutra, deflagrado a partir da apropriação de um espaço, de certa forma árido e inconcluso, por uma grande quantidade de jovens coloridos, tatuados, barulhentos e cheios de energia.
Imaginemos também a possibilidade potente da diluição deste sujeito-autor da arquitetura, compreendendo a arquitetura como uma arte não apenas fruto de um desenho autoral, mas concretizada na medida em que é ocupada pelo usuário, que lhe dá sentido e significado. O usuário seria, a partir desta perspectiva, participante da obra arquitetônica, já que interfere e é interferido por ela.
O evanescimento do autor nas artes visuais já é debatido há no mínimo 50 anos, nas proposições de ativa participação do público. Entretanto, nos meandros da arquitetura a possibilidade do apagamento do protagonismo da figura do autor ainda causa desconforto. A obra de arquitetura ainda é tida -- na maioria das vezes e inclusive no meio acadêmico -- como “cria” de um criador, e desta forma seria intocável, inalterável, imaculável.
Acredito que esta é uma grande oportunidade para pensarmos na possibilidade de um novo olhar sobre o exercício da arquitetura, dialogando com outras formas de expressão como a arte urbana e a cultura popular, liberando brechas para interferências por parte de quem produz, ativa e afeta o espaço.
O arquiteto seria, desta forma, um estimulador de processos de apropriação; não apenas um escultor determinista de formas para serem vistas, mas um produtor de espaços para serem habitados com todos os sentidos. O momento é oportuno também para debatermos as inquietações em torno dos espaços públicos culturais locais: de que forma são geridos, acessados, apropriados? E ainda, os artistas ilustradores nos trouxeram uma ótima chance de sentir e pensar a alteridade urbana através da arte, uma vez que precisamos menos de verdades absolutas sobre o que é arte e mais de exercícios de coexistência pacífica, de reciprocidade e de colaboração.
Isso os meninos dos festivais de rock nos ensinam sem saber.
Laila Loddi é professora, artista e arquiteta.

Entre as propostas está a colocação de um representante da categoria no Centro Integrado de Comando e Controle para melhorar o atendimento às ocorrências

[gallery type="slideshow" ids="35936,35937,35938,35939,35940"] Prestes a completar uma semana de greve, servidores da rede estadual de ensino realizaram protesto em conjunto com estudantes no Centro de Goiânia nesta terça-feira (19/5). Faixas com os dizeres "A aula hoje é na rua!" e " Manifestar é um direito pedagógico" eram expostas aos motoristas no momento em que os semáforos eram fechados, como os do cruzamento da Avenida Independência com a Goiás Norte e da Avenida Goiás com a Paranaíba. Com o protesto, o trânsito ficou lento na região. A manifestação foi independente do sindicato da categoria e contou com cerca de 40 pessoas. Não houve confronto com a polícia.