Por Redação

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Morre Eva Todor, atriz que inaugurou o Teatro Goiânia

Nascida em Budapeste e vindo com a família para o Brasil aos dez anos, artista brilhou no teatro e na televisão com sua veia cômico-dramática [caption id="attachment_112158" align="alignnone" width="620"] Eva Todor era considerada uma mulher de personalidade intensa e com uma energia incrível para criar, atuar, produzir e reunir elencos[/caption] A atriz húngaro-brasileira Eva Todor morreu na manhã de hoje, aos 98 anos de idade. Ela nasceu em Budapeste, em 1919, numa família judia cujo sobrenome era Fodor. Aos dez anos, veio para o Brasil com os pais, que mudaram o sobrenome para Todor. Em 1942, a jovem atriz começava a fazer sucesso nos palcos, com sua companhia de teatro Eva e Seus Artistas, quando foi convidada pelo prefeito Venerando de Freitas Borges para inaugurar profissionalmente o Cine-Teatro Goiânia. Ela então trouxe seu grupo e encenou uma série de peças. A primeira peça encenada foi “Colégio Interno”, escrita por Ladislau Fodor, tio da atriz, e dirigida pelo marido dela Luiz Iglezias. “Quando nós estivemos aqui a primeira vez, nós todos nos admiramos: ‘o que esses loucos vão fazer nesse deserto com um teatro assim?’”, diria mais tarde a atriz, segundo consta no livro “Teatro Goiânia: Histórias e Estórias”, de Gilson P. Borges. O último papel vivido pela atriz foi na televisão, interpretando Dália, na novela da Globo “Salve Jorge”, entre 2012 e 2013. Nos anos seguintes, começou a sofrer do Mal de Parkinson. Segundo os médicos, a causa da morte foi pneumonia. Eva Todor era considerada uma mulher de personalidade intensa e com uma energia incrível para criar, atuar, produzir e reunir elencos.

Em Trindade, palestras sobre Direitos Humanos marcam data internacional

Município reverencia o dia 10 de dezembro, que relembra a importância de se promover a igualdade entre todos por meio do instituto, regulado pela ONU na metade do século passado, mas ainda não observado em sua plenitude no Brasil

“Planejamento e gestão precisam andar juntos, mas hoje Goiânia não tem gestão”

Deputado lança livro sobre a propriedade urbana em Goiânia e critica cobrança de impostos, como o IPTU, sem que o contribuinte veja o retorno do que paga

Tradução é a arte de naufragar com dignidade e nobreza

[caption id="attachment_111965" align="alignleft" width="620"] Para Lucchesi, o tradutor, entre duas línguas, é “animal bifronte, exilado de uma terceira, marcado pelo não lugar, em círculo de incerta adequação, de que se torna prisioneiro”[/caption] Dirce Waltrick do Amarante Especial para o Jornal Opção A proposta do livro “Palavras de Escritor – Tradutor: Marco Lucchesi” (Escritório do Livro, 184 páginas), organizado por Andréia Guerini, Karine Simoni e Walter Carlos Costa, todos professores do primeiro Programa de Pós-Graduação em Estudos da Tradução a ser criado no Brasil, na Uni­versidade Federal de Santa Catarina, é discutir o conceito de tradução a partir de um diálogo com o escritor e tradutor Marco Lucchesi, escritor, membro da Academia Brasileira de Letras e tradutor de literatura italiana, alemã, russa etc. Antes de entrar propriamente no tema da tradução, Lucchesi é convidado pelos organizadores a revisitar seu passado, numa espécie de arqueologia que busca explorar os vestígios culturais do escritor. As memórias de Lucchesi, filho de italianos, mas nascido no Brasil em 1963 e vivendo entre duas línguas e duas culturas, são cercadas de citações literárias: lembra da avó, que lhe narrava “Orlando Furioso” (Ateliê Editorial, 660 páginas, tradução de Pedro Garcez Ghirardi), poema épico de Ludovico Ariosto; do pai, que lhe recitava cantos da “Divina Comédia”, de Dante Alighieri; e da mãe, que amava poesia e tocava piano. Aos 18 anos, questionou a au­sência de disciplinas como arte, literatura ou filosofia nas aulas do curso de História, que frequentou na Universidade Federal Flumi­nense, na década de 1980, que, apesar dos excelentes professores, co­mo frisa em seu depoimento, parecia só tratar de balancetes e gráficos. São as línguas, contudo, as grandes protagonistas de sua história pessoal. Lucchesi estudou francês, russo, esperanto, alemão etc. e via nas línguas uma forma de aproximação com o outro, com a cultura do outro, necessária, antes de mais nada, ao menino, filho único, que precisava ampliar a ponte que, como ele diz, “vai de mim ao outro”. Potência criativa A respeito do exercício da tradução, Lucchesi começou cedo, traduzindo cartas de primos e tios, além das óperas, estudadas no colégio durante o antigo ensino médio. Por ser bilíngue, lembra que “a translação de palavras, significantes e sinais se tornou praticamente automática”. Mas, na tradução literária, logo percebeu que o tradutor não é “apenas um operador neutro, movendo maciços blocos semânticos e sintáticos a partir da taxionomia vocabular”. Afastada, segundo Lucchesi, a “primitiva esperança de simples comutação de palavras, tomadas como primas ou irmãs distantes” e, portanto, a ideia de tradução como equivalente, ela passa a apresentar-se como potência criativa. Torna-se, então, diz o tradutor, “necessário rever o papel subjetivo da tradução, da imaginação e da sensibilidade [...], em que a aproximação entre culturas já não atenda a um maquinismo vazio, limitado ao dicionário e a uma lógica fuzzy, mas a um gesto cultural, impregnado de rumores, estranhamentos e fortes desvios normativos [...]”. No seu processo de tradução, Lucchesi conta que se vê “cercado por mil dicionários e retortas, tradutor-boticário, experimentando sais, fórmulas e palavras, com destempero e melancolia”. Ele seria uma espécie de tradutor manipulador, de que fala o estudioso francês Cyril Aslanov, que se encontra num “laboratório linguístico localizado na terra de ninguém entre a língua-fonte e a língua-alvo”, um lugar onde o público não pode penetrar. Mas é a melancolia que parece ganhar destaque na reflexão do escritor acerca da atividade da tradução, que ele vê como “a arte de naufragar com dignidade e nobreza — e sobreviver ao mar profundo, aos saberes e dissabores corsários [...]”, ou “nomadismo obstinado”. Para Lucchesi, o tradutor, entre duas línguas, é “animal bifronte, exilado de uma terceira, marcado pelo não lugar, em círculo de incerta adequação, de que se torna prisioneiro”. E também antes de mais nada “um leitor à procura de uma voz”. Voz que o escritor irlandês Samuel Beckett procurou incessantemente não só quando escrevia ora em inglês ora em francês, mas quando se traduzia ora numa língua ora noutra e que está registrada em toda sua obra ficcional. Dirce Waltrick do Amarante organizou e traduziu “Conversando com Varejeiras Azuis” (Iluminuras), uma antologia em prosa e verso do escritor inglês Edward Lear.

Manuela D’Ávila vê com “tranquilidade” eventual aliança do PCdoB com Zé Eliton

Pré-candidata à Presidência, deputada gaúcha diz que diretórios estaduais têm autonomia para buscar melhores alianças

5º Festival Gastronômico de Trindade ganha “upgrade” e fica mais atraente

Com investimento extra, vindo da Agência Goiás de Turismo, evento teve melhoria da estrutura, mais conforto e visual mais elogiado

Em homenagem a Cassiano Nunes

Organização de obra do poeta paulista morto em 2007, prevista para sair em cinco volumes, é fundamental para que sua produção esteja ao alcance não só do leitor comum como de professores e pesquisadores

MPGO denuncia 26 envolvidos em fraudes no concurso de delegado em Goiás

Provas do certame foram aplicadas no dia 12 de março e foram marcadas por diversas irregularidades

Alameda dos Buritis tem história contada em livro

Publicação contou com o apoio da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás, onde será realizado seu lançamento no dia 5 de dezembro, às 19h30 [caption id="attachment_111362" align="alignnone" width="620"] Rogério Arédio e Narcisa Abreu, autores do livro, viveram sua juventude no local, e já conheciam cada detalhe da região | Foto: Divulgação[/caption] A Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás (Aflag) tem um projeto que apoia publicações que contam a história de Goiânia. Dentro desta iniciativa, será lançado o livro “Alameda dos Buritis” (Editora Kelps, 2017), de Rogério Arédio Ferreira e Narcisa Abreu Cordeiro, no dia 5 de dezembro (terça-feira), na sede da Aflag. O livro resgata as décadas de 1940 e 1950, narrando a história do lugar e das pessoas que viviam nessa via pública que liga as avenidas Assis Chateaubriand e Anhanguera, boa parte dela margeando o Bosque dos Buritis. De acordo com a presidente da Aflag, Alba Lucinia Dayrell, outros escritores que tenham a intenção de escrever sobre Goiânia podem pleitear o apoio da instituição. A própria Alba pretende escrever um livro sobre a Rua 23, no Centro de Goiânia. Narcisa Abreu Cordeiro é arquiteta e Rogério Arédio Ferreira é desembargador aposentado. Eles viveram sua juventude no local, e já conheciam cada detalhe da região. Serviço Livro: “Alameda dos Buritis - Moradores Pioneiros - Décadas de 1940 e 1950” Autores: Narcisa Abreu Cordeiro e Rogério Arédio Ferreira Editora: Kelps Data: 05/12/2017 (terça-feira) Horário: 19h30 Local: Academia Feminina de Letras (Aflag) Rua 132-C nº 114, Setor Sul – Goiânia-GO

35 Anos de “Thriller”, o Imbatível

Depois de três décadas, “Thriller” continua no topo; lançado em novembro de 1982, o disco é a opus magnum de Michael Jackson e representa um marco decisivo na música pop mundial tanto pela inovação artística quanto pelo sucesso comercial [caption id="attachment_111317" align="alignnone" width="620"] Faixa-título do álbum, “Thriller” inicia com uma movimentação calculada com um monstro de tocaia em um armário antigo, em um chalé abandonado no meio do nada | Fotos: Divulgação[/caption] ANDRÉ LUIZ PACHECO DA SILVA Especial para o Jornal Opção Quando se fala em música, existem alguns nomes que são substanciais, imprescindíveis. Entre eles, está Michael Joseph Jackson (1958 - 2009). Seja por intervenção da internet, de uma enciclopédia musical; por influência do pai, da mãe - ou no meu caso, de um tio -, enfim, qualquer experiência de música pop terá o rei como pedra fundamental. Proponho, portanto, o seguinte: pense em uma música de Michael Jackson. Pensou? Ela provavelmente está no álbum “Thriller” que completou 35 anos no último dia de novembro. Icônico, representa o maior feito na música pop mundial. Sete das nove músicas que constituem o disco se tornaram singles e emplacaram na lista das dez melhores. Não satisfeito, Michael Jackson faz parte de um seleto grupo de artistas que conseguiram o feito de colocar duas músicas ao mesmo tempo entre as cinco músicas mais tocadas. Há um tanto de razão quando se constata que a locomotiva da indústria fonográfica mundial recebe muitas críticas pela primazia do comercial sobre o artístico, com diversas acusações de plágio, uso de software para o tratamento de voz de algum intérprete cuja qualidade e extensão vocais são duvidosas - e não raro são desmascaradas nas apresentações ao vivo -, à exceção, claro, daqueles que são realmente talentosos. Principalmente quando as referências e argumentos que embasam esses julgamentos remontam a épocas em que a força motriz era outra, como há mais de três décadas. É nesse contexto que precisamos falar sobre Michael Jackson. Embora o nome de Michael já fosse conhecido mundialmente por ter se destacado no próspero grupo formado com os irmãos, havia uma cor destoante na tela. O destaque à frente dos irmãos traz em seu bojo um drama. Dividido entre as relações familiares conturbadas e suas vontades íntimas, o artista teve de calar seus instintos e concepções diversas vezes para manter a harmonia entre os Jackson, correspondendo aos inúmeros apelos da diplomática Katherine, a matriarca. Aprontando alguma coisa Nesse cenário, tudo indicava que “Thriller” seria o movimento decisivo da emancipação de Michael em relação ao eventual parasitismo coordenado por seu pai, Joseph. Lançar quatro álbuns solo quando ainda era vinculado à gravadora Motown não foi suficiente, e ter lançado o disco “Off The Wall”, em 1979, com um selo diferente dos anteriores, representava apenas o início de uma nova era. Começava a ficar claro que surgia um outro Michael Jackson. Poucos anos depois, seria mais… mais ousado, mais inquieto, mais ambicioso, mais intenso. Como um caso freudiano, o quarto single e faixa de abertura de “Thriller”, “Wanna Be Startin’ Something”, é sugestiva. Ainda com algumas influências advindas do estilo que havia apresentado em “Off The Wall”, no fim da década de 1970, como se fosse um b-side de “Workin’ Day and Night”, Michael traz na música uma mensagem a ser decifrada, mesmo que fosse apresentada repetidas vezes às marteladas, escancarada aos olhos e ouvidos. Como um ilusionista, Michael Jackson escondeu o impossível de não ser visto no próprio título da faixa. O astro estava “aprontando alguma coisa”. Depois da primeira parceria no novo projeto, a dupla Michael Jackson e Quincy Jones se juntaram para um novo empreendimento da Epic Records com um orçamento de aproximadamente US$ 750 mil. A partir de uma seleção de trinta músicas, nove foram selecionadas para compor a obra. Nos estúdios, engenheiros, produtores, executivos estavam em êxtase por participarem daquela concepção. Todos concordavam em uma coisa: o disco seria incrível, ou mais que isso. Certamente foi. E é. Sempre será. A produção do álbum contou com alguns equipamentos queimados por conta da vulcânica empolgação em relação ao trabalho, noites viradas por puro prazer e vários boatos em relação às composições. O resultado foi um disco de sucesso estrondoso que aquele menino humilde de Gary, Indiana, sétimo filho de uma prole de nove, jamais poderia imaginar alcançar e nunca mais foi capaz de ultrapassar. Amor de Billie Jean Michael Jackson, The Man, é o único artista a figurar duas vezes entre os dez álbuns mais vendidos de todos os tempos. Tudo isso graças à efervescência de um jovem que apostou em um conceito: “Thriller”. O primeiro single do disco nasceu de um pedido de Quincy Jones, que solicitou a Michael que escrevesse uma música sobre dois homens disputando o amor de uma mulher. Michael afirma ter tido uma inspiração enquanto dormia que determinou a melodia da música. “The Girl Is Mine” foi gravada em dueto com seu amigo Paul McCartney e lançada em outubro de 1982. Embora não tenha conseguido chegar à altura do sucesso de “Say Say Say”, outra parceria da dupla gravada para o álbum “Pipes of Peace”, do beatle, o single alcançou a segunda posição na Billboard Top 100, ultrapassando a marca de um milhão de cópias vendidas em 1985. Já o segundo single é uma de suas músicas mais conhecidas. “Billie Jean” é enigmática. Há diversas teorias sobre o que teria inspirado Michael Jackson a escrevê-la: uma fã ensandecida que teria proposto um duplo suicídio; uma moça que se destacou no meio de um mar de gente aos olhos de Michael; uma imagem condensada a partir de inúmeras tietes desesperadas que marcaram sua carreira. À época, o produtor Quincy Jones julgou que a música era fraca, insossa e que não valeria a pena incluí-la, mas Michael pensava totalmente diferente, e insistiu para que a faixa figurasse no disco. Segundo o biógrafo Randall Sullivan, para construir uma sonoridade inconfundível, a introdução na bateria foi mixada exaustivamente por 91 vezes. A bateria em compasso quatro por quatro abrindo ecos sutis e o baixo insistente e corpulento se encontram com as funções dominantes do teclado em staccato que dão a cor dramática que serve de base para o desenvolvimento da música. Michael se conecta à tensa atmosfera em fá sustenido menor ao entrar com seus característicos soluços vocais. Outros instrumentos se apresentam à mesa para ouvir aquela bizarra história de uma suposta paternidade, e expressam suas emoções: uma guitarra tímida e condescendente sussurra algo enquanto os metais curiosos apressam o narrador querendo saber o desfecho da novela. Gemidos e gritos antecedem a declaração. A guitarra engasga, os violinos se entreolham. O teclado parece se convencer, e acompanha melodicamente o narrador. Os boatos correm, cada timbre apresenta sua versão. Exótica para o que se fazia de música pop à época, “Billie Jean” é uma excelente produção. São muitos instrumentos incluídos de forma rigorosa, sem pecar pelo excesso, em uma progressão de passo marcado até chegar ao clímax, sem descaracterizar a personalidade da faixa. Além disso, há espaço para Michael expor boa porção de sua extensão vocal, utilizando oitavas mais baixas ou mais altas para marcar contraste ou concordância com outros elementos. Riff insubordinado [caption id="attachment_111318" align="alignnone" width="620"] Não satisfeito, Michael Jackson faz parte de um seleto grupo de artistas que conseguiram o feito de colocar duas músicas ao mesmo tempo entre as cinco músicas mais tocadas[/caption] Terceiro single, “Beat It” é um desafio de Michael Jackson para ele mesmo. Ávido, queria provar que sua capacidade de criar excelentes obras ia além de fórmulas, rótulos e gêneros. Com um riff insubordinado, “Beat It” também tem a sua identidade sonora distinta. A temática do bad boy valente que quer mostrar o seu valor a ponto de estar disposto a dar seu sangue para isso é manifestada no solo de Eddie Van Halen ao traduzir em digitações na guitarra a sensação de descargas de adrenalina na corrente sanguínea motivadas pelas provocações, pelo ambiente hostil e iminência de confronto. A taquicardia, a respiração ofegante, a pupila dilatada, os músculos enrijecidos: um organismo à beira do colapso, precisando extravasar. A resolução consiste em um slide down ao fim do solo. “Beat It” parece uma mensagem inconsciente de Michael para ele mesmo, incitando-o a se posicionar diante das opressões que sofria no ambiente familiar. Como se sentisse que precisava “cair fora” e sair da defensiva. Com toda atitude que o rock permite, ele se retifica. Por outro lado, o quinto single, “Human Nature” transborda leveza. Com melodia simples, mas cativante - sobretudo quando se capta o xilofone acanhado que acompanha quase em silêncio a voz de Michael -, remete a uma aura de encontros harmônicos, escalas deslizando para a tônica. Além disso, a qualidade vocal do rei do Pop é posta em evidência na singeleza de sílabas sussurradas, suspiradas, soluçadas, trêmulas… Tudo sob perfeito controle. Qualquer sutil semelhança deste single com a canção “Africa”, do grupo Toto, pode não ser apenas coincidência. Quem assina a música de “Human Nature” é Steve Porcaro, tecladista da banda californiana. Inúmeros efeitos Seguindo a sequência de singles do álbum, “P.Y.T. (Pretty Young Thing)” pode representar o resultado do amadurecimento da pegada presente ao longo de quase todo o álbum “Off The Wall” e a época da Motown. Com forte referência ao soul e refrão pegajoso, a faixa é extremamente dançante, com ótimo groove ditado por um contrabaixo preciso que salta aos ouvidos com slaps enchendo o volume enquanto dialoga com uma guitarra funk. Outro casamento interessante é entre a voz de Michael e do backing vocal, na parte mais melódica da música. A produção da música chama atenção por um sem número de efeitos e soluções rítmicas; beira a perfeição, e é surpreendente pensar que este resultado foi alcançado há mais de trinta anos. “Baby Be Mine” e “Lady In My Life” são o par de faixas que não foram lançadas como single, mas nem por isso apresentam baixa qualidade. A primeira tem algum parentesco com a excelente “Rock With You” do álbum anterior, desde a abertura com a bateria, passando pela guitarra suingada e pelo ambiente criado por teclados e violinos. Há uma alta carga libidinal na interpretação de Michael que faz peso com sua voz trincada, expulsando gemidos e apelos. Na segunda metade da música, foi empregado um recurso relativamente comum em música pop, cujo êxito nesta faixa em específico é questionável. A transposição da tonalidade da música para meio tom acima não comporta a eloquência pretendida, soa desengonçada, apenas harmonizando no próximo compasso; meio capenga, um tanto desnecessário. Sexy e sentimental [caption id="attachment_111319" align="alignnone" width="620"] Mesmo após sua trágica morte, em 2009, Michael Jackson provou (mais uma vez) ser um fenômeno insuperável: com um faturamento póstumo superior a US$ 160 milhões[/caption] A última faixa do disco, “Lady In My Life” é sexy e sentimental. Sem pressa, a voz de Michael Jackson iça suas velas e, como se as notas do contrabaixo fossem toques de brisa, parte da costa em viagem em direção a outro cais. À medida em que toca o mar calmo, sua voz sai vagarosamente. O segundo trecho dessa viagem, encontra algumas ondas no caminho que criam oscilações rítmicas, mais agitadas. O Rei do Pop sensualmente deslaça profusões de notas semitonadas, intensas, criando atmosferas eróticas reforçadas por uma guitarra mínima, slaps no contrabaixo e um teclado soft. Faixa-título do álbum, a aterrorizante “Thriller” inicia com uma movimentação calculada com um monstro de tocaia em um armário antigo, em um chalé abandonado no meio do nada, sofrendo com uma tempestade, esperando pelo momento certo para dar o bote em alguma presa desprevenida, provavelmente um casal de jovens aventureiros. O último acorde, um si bemol diminuto é o da preparação... Thrill-er! Grita o teclado, separando as sílabas nos graus “meio-forte” e forte, respectivamente, da função tônica. A sensação que se tem é de um susto, seguido da constatação desse susto; algo intenso que imediatamente se torna ainda mais febril. O compositor Rod Temperton já havia colaborado com Michael em outras gravações como “Off The Wall” e “Rock With You”, mas dessa vez ele criou um monstro sonoro, cuja imagem é construída atrás dos olhos de quem escuta a faixa. O som precede a efígie. O baixo sintetizado é o que dá a certeza de que ainda se está vivo, pulsando em dó sustenido, enquanto o terror toma conta do resto do corpo. Um êxtase da iminência da morte violenta com a vontade de dançar até morrer. É essa dualidade que se experimenta em “Thriller”, o quase-morto e muito vivo. A guitarra nas músicas dos primeiros álbuns de Michael Jackson na Epic Records – “Off The Wall”, “Thriller” e “Bad” - é bem característica e reiterativa, porém não chega a ser fastidiosa. Em relação às outras cordas, não faltam elementos para criar calafrios apavorantes: sintetizador, teclado e um órgão gótico imbuído em tragicidade. O famoso videoclipe de catorze minutos de duração que custou meio milhão de dólares mostra todo o ritual sinistro com dança, música e gritos de elação. E quase não saiu, devido a problemas com os líderes de sua igreja, já que Testemunhas de Jeová são bem rigorosos em relação a expressões pagãs e supostamente demoníacas. No entanto, com apenas um breve aviso adicionado ao início da gravação, o videoclipe saiu, e integra a biblioteca do Congresso americano, com status de tesouro nacional. A voz pesada do ator Vincent Price recitando um poema macabro que parece empurrar o vampiro de volta ao caixão na premência do nascer do dia - garantindo que na noite seguinte o terror surgiria outra vez - é mais uma das marcas registradas vinculadas a esse período de ouro conhecido como Era Thriller. Imbatível Quando “Thriller” foi lançado, no início da década de 1980, os Estados Unidos passavam por uma crise econômica e estimava-se que vender 2 milhões de cópias seria um bom marco. O sucesso comercial foi um pouco além disso. Álbum mais vendido de todos os tempos, “Thriller” segue imbatível há décadas. A (larga) estimativa quanto ao volume de vendas gira em torno de 70 a 100 milhões de cópias. Este ano, o disco bateu recorde nos Estados Unidos, ao chegar à marca de 33 milhões de cópias vendidas só em território americano. Em 1983, o disco saía das lojas a todo momento, batendo a média de quinhentas mil cópias por semana. Apenas com as vendas dos discos, Michael Jackson faturou duzentos milhões de dólares. Na Billboard, se manteve por mais de dois anos nas paradas, ocupando o primeiro lugar por impressionantes 37 semanas. Ganhou oito gramofones de ouro na vigésima sexta edição do Grammy Awards. O sucesso do disco é surpreendente, mas benemérito. Com sua genialidade, aliada à eficiência de Quincy Jones, Michael Jackson criou um reinado para si. A produção daqueles primeiros anos em uma nova gravadora, a construção de toda uma personalidade sonora, a atitude ousada; o conjunto da obra tem um peso inestimável para a cultura mundial. Mesmo após sua trágica morte, Michael Jackson provou (mais uma vez) ser um fenômeno: com um faturamento póstumo superior a US$ 160 milhões, encabeça a lista de artistas que mais tiveram sucesso no mercado depois de falecer. Embora sejam números expressivos, o valor da arte de Michael Jackson é inestimável, vai além de números e além da vida. Seu reinado permanece e angaria cada vez mais novos súditos. Por essas e tantas, vida longa ao imortal e imbatível rei do Pop! André Luiz Pacheco da Silva é estudante de psicologia e psicanálise, escritor e melômano

Os “Cinco Magníficos” de Cambridge: Comunistas, Homossexuais e Espiões – parte 2

Continuação do texto sobre os agentes duplos que pertenceram ao topo da hierarquia dos serviços secretos de Inglaterra mostra como foram ganhando posição, influência e acesso a informações progressivamente mais sensíveis e decisivas [caption id="attachment_111257" align="alignnone" width="620"] Kim Philby: nascido na região do Punjab, na Índia, recebeu o nome de Kim por ressonância do livro homônimo de Rudyard Kipling | Foto: Divulgação[/caption] FRANK WAN Especial para o Jornal Opção Como em todos os grandes acontecimentos da história humana, a sorte e o acaso tiveram um papel decisivo. É impressionante o número de vezes em que os “cinco magníficos” de Cambridge (Kim Philby, Donald Duart Maclean, Guy Burgess, Anthony Blunt e John Cairncross) conseguiram passar ao lado do desastre total por um triz. A lista desses acontecimentos seria gigantesca e aborrecida. Em todos eles, cada um dos “cinco” foram ganhando posição, influência e acesso a informações progressivamente mais sensíveis e decisivas. Ao acompanhar a evolução inicial de cada um dos cinco, facilmente vemos já luzes de “sorte” a brilhar. É este acaso-sorte que os vai colocar na posição em que os veremos mais tarde. Um exemplo revelador do papel da sorte: Kim Philby era agente da anterior NKVD e depois da KGB. Nasceu na região do Punjab, na Índia, e mais tarde foi para Londres. Era um clássico “indian english”, recebeu o nome de Kim por ressonância do livro de Rudyard Kipling. Em Londres, estudou na Escola de Estudos Eslavos onde aprendeu russo. Típico inglês de boa cepa, nem com estes meios todos, conseguiu falar russo com um mínimo de qualidade. Dedicou-se ao jornalismo, atividade que costuma acolher todos os desafinados da literatura. Philby viajou até Sevilha, em 1937, período da “Guerra Civil” conduzida do lado “Nacionalista” pelo General Francisco Franco. Ele viajou na qualidade de jornalista, como correspondente do jornal britânico “Times”, e teve acesso total ao lado franquista. Levava na agenda missões entregues, quer pelos soviéticos, quer pelos ingleses. Segundo algumas fontes, Stálin pretendia assassinar Francisco Franco, e essa seria a missão de Philby, mas, no decorrer dos acontecimentos, Stálin mudou de ideia – esta tese está longe de ser unânime entre os diversos especialistas das diversas áreas vizinhas. O mais espantoso ao estudar estes assuntos é a semelhança com os filmes de espionagem. Por exemplo, para contatar os russos, Philby contatou uma pseudonamorada de nome Mle Dupont (registre-se a falta de imaginação típica), com quem trocava cartas criptografadas, típica cena de filme de espionagem. Para o lado inglês, a informação era simples de transmitir através de Handaye. Philby estava presente na famigerada “Batalha de Teruel”. Viajou com os correspondentes da Associated Press, Newsweek e Reuters. Pegara carona com um grupo republicano, cujo carro sofreu uma explosão matando a todos, menos Philby, que saiu ileso, apenas com algumas escoriações. Após o acidente, Philby foi considerado um herói, recebendo a supermedalha “Cruces del Mérito Militar” das mãos de Francisco Franco, e passou a ter acesso ilimitado às elites fascistas. Relembro que na Espanha, os jornalistas ingleses eram conhecidos como bêbados, homossexuais e comunistas, combinação que nem sempre é lisonjeira. A ideia dos “jornalistas ingleses serem todos comunistas” vinha da participação maciça de ingleses nas brigadas internacionais. O próprio Franco mudou de ideia acerca deles depois. Um general também pode-se enganar no labirinto dos seus preconceitos: Philby era comunista e homossexual. Xadrez político Como sempre, todos os acontecimentos em matéria de espionagem são uma mistura de verdades e mentiras. Os interessados na verdade total da ligação de Philby aos russos podem consultar as perturbadoras informações de Walter Krivitsky, antigo membro da GRU (Main Intelligence Directorate) que desertou, e que em todos os depoimentos que prestou perante todas as comissões (inglesas e americanas) afirmava sempre nada saber sobre as atividades de Philby na Espanha. Ou não disse tudo – os desertores nunca contam a verdade total –, ou estava a reservar-se para outra ocasião. Walter foi assassinado num hotel em Washington pouco depois das declarações, e muita coisa morreu com ele. Entretanto, Guy Burgess tornou-se radialista, posição que na época dava grande notoriedade e permitia ter acesso às grandes figuras do xadrez político inglês e até internacional. As grandes entrevistas que conduziu para a BBC deram-lhe uma invejável agenda de contatos. Contatava, convidava, almoçava, trocava ideias prévias e posteriores às entrevistas e crescia pessoalmente e como “agente”, em qualquer sentido da palavra. Impressionou e tornou-se um contato e, algumas vezes, íntimo de pessoas que vão de Churchill a Rothschild. Uma das grandes perguntas que as “pessoas simples” colocam a estes homens brilhantes é: como é que após a “traição” de Stálin, ao assinar o tratado germano-soviético, gente tão esclarecida não percebeu imediatamente quão pérfido Stálin era? Note-se que esse acontecimento não alterou nada em nenhum deles: nem a visão, nem o trabalho. Resta sempre a tese ténue de que seria demasiado tarde para qualquer um deles admitir erros e mudar de rumo. Obviamente, os cinco eram arrogantes, davam-se ares de muito importantes e tomavam-se por superiores. A tentação é grande, uma vez que a gigantesca maioria da elite social, financeira e política inglesa é constituída por ignorantes, depravados, viciosos e cabeças ocas. Entre estes, os “cinco magníficos” destacavam-se quase sob qualquer aspecto. É essa arrogância que lhes sairia cara: as cabeças ocas e medíocres esperaram o seu momento e fizeram-nos pagar por todas as humilhações e superioridades a que se arrogaram. Agente recrutador [caption id="attachment_111258" align="alignnone" width="620"] Guy Burgess: ao ser utilizado como agente recrutador, o fato de ser homossexual e extremamente sedutor teve um peso decisivo | Foto: Divulgação[/caption] Em 1940, houve o gigantesco alistamento. A Inglaterra está em guerra nessa ocasião. MI5 e MI6 e outras secções são, quase do dia para a noite, alargadas e superativadas. Dá-se uma captação de todos os bons cérebros e competências disponíveis. Dois dos elementos dos Cinco Magníficos vão ser imediatamente integrados. Donald Maclean é integrado no Foreign Office, com acesso aos planos chamados de “Top Secret”, mas é Guy Burgess que vai ter um papel decisivo. Do lado soviético, Burgess foi recrutado para fins de contrainformação, devido aos seus conhecimentos do mecanismo de comunicação social; do lado do MI5, Burgess passa a ser utilizado como agente recrutador. O fato de ele ser homossexual e extremamente sedutor tem um peso decisivo. Esta condição dava-lhe acesso ao “gay world” (mundo gay), dominante naqueles meios e dava-lhe condições privilegiadas de sedução, em todos os sentidos da palavra, a todos os novos agentes. Burgess movia-se com desenvoltura entre o “mundo gay”, o mundo da mídia e o mundo da espionagem. Todos os que conviveram com ele são unânimes: era extremamente inteligente e excêntrico. A extrema excentricidade, normalmente contraproducente num espião “de carreira”, por um paradoxo de que a vida é fértil, servia-lhe de disfarce: ninguém alguma vez acreditaria que um fala-barato, barulhento e espalha-brasas daqueles fosse um temível espião. Burgess trouxe Philby para os serviços secretos. Philby foi colocado na famosa seção D para se formar. De noite, copiava as informações do MI5 e entregava-as ao KGB. Philby tinha tempo, acesso e meios. Vasculhou detalhadamente todos os ficheiros. Com isto, o KGB sabia quem eram todos os agentes colocados em toda a parte do mundo – na prática, para que fique bem claro, muitas vezes, entregando colegas (ingleses e não só) à morte. Essa era a situação geral de 1940: Philby, Burgess e Blunt entregavam aos russos todas as informações de tudo o que havia de mais secreto no MI5. Estranhamente, no entanto, John Cairncross é quem vai entregar as informações mais importantes. (Continua) Frank Wan vive em Portugal. É ensaísta, poeta, tradutor e professor

Tálita, a aluna cega que mudou o ensino na Faculdade de Letras da UFG

Jovem não se considera vítima, toma nove ônibus quando tem aula na universidade e na academia de judô. Limpa sua casa e cozinha. Viaja para outras cidades de ônibus e avião. E pretende fazer mestrado

Jornalista lança livro sobre viagem do Canadá ao Brasil a cavalo

Em “Cavaleiro das Américas”, Filipe Masetti Leite narra as histórias e experiências vividas por ele ao longo de uma jornada de 16 mil quilômetros [caption id="attachment_111072" align="alignnone" width="620"] Filipe e seus três cavalos, na andadura de seu sonho, que era o de atravessar o continente americano; nessa aventura, ele percorreu dez países | Foto: Divulgação[/caption] Nada mais emblemático do que um jornalista empreendendo uma jornada a cavalo. Filipe Masetti Leite, jornalista e caubói brasileiro, realizou essa tarefa galopante atravessando as Américas do Canadá a Barretos, no Brasil, ao longo de dois anos. Ele percorreu 16 mil quilômetros, passando por dez países. Filipe conta as experiências vividas nessa aventura no livro “Cavaleiro das Américas” (HarperCollins Brasil, 2017, 320 páginas, R$ 29,90). O autor estará em Goiânia no dia 14 de dezembro para lançar sua obra, na Livraria Saraiva do Shopping Flamboyant. Segundo ele mesmo conta, já sabia que quando terminasse a viagem, sua vida não seria mais como antes. Desde criança, Filipe queria fazer uma viagem como essa. Ainda garoto, ouvia do pai umas histórias incríveis de Aime Tschiffely, caubói que foi cavalgando da Argentina a Nova York, para provar que os cavalos crioulos eram os mais resistentes do mundo. Enquanto escrevia o livro e passava a limpo uma história e tanto, o jornalista fez outras viagens com seus três cavalos, Frenchie, Bruiser e Dude, incluindo um pulo à Terra do Fogo, no extremo Sul da Argentina. Sobre o autor Filipe Masetti Leite é jornalista, caubói e aventureiro. Formado em jornalismo pela Ryverson University de Toronto, ele já fez trabalhos para a TV Omni, a Radio CBC e a Globo Internacional. Atualmente escreve para diversas publicações no Canadá e no Brasil, incluindo os jornais Toronto Star e Caledon Enterprise e as revistas Trip e Country Fever no Brasil. Durante sua longa jornada de dois anos em cima de uma sela, Filipe filmou, editou e publicou 90 episódios da viagem, disponíveis agora no site www.outwildtv.com/journeyamerica.

Rosa Berardo terá mostra com dois filmes inéditos e um restaurado

Cineasta paulista, radicada em Goiânia, apresentará três curtas-metragens no Cine Lumière Bougainville, que debaterão assuntos fundamentais para a sociedade nos dias de hoje, como liberdade, repressão, escolhas e psiquiatria [caption id="attachment_111047" align="alignnone" width="620"] Rosa Berardo: “Reunimos filmes que falam de aspectos muito importantes para a sociedade, que marcam o destino de um povo ou uma pessoa” | Foto: Divulgação[/caption] O Cine Lumière Bougainville vai apresentar nesta terça-feira, 28 de novembro, a mostra “Rosa Berardo: Acaso, Ditadura e Memórias”, com a exibição de dois curtas-metragens inéditos: “Alarme Falso” e “Marcas da Ditadura na Vida de um Ator”, dirigidos por Rosa Berardo, uma das mais consagradas cineastas brasileiras. A mostra exibirá também uma versão restaurada do filme “André Louco”, adaptação da obra de Bernardo Élis, premiado na Suíça e que marcou a retomada do cinema goiano no início dos anos 90. “Reunimos filmes que falam de aspectos muito importantes para a sociedade, que marcam o destino de um povo ou uma pessoa”, conta Rosa Berardo. “Esses aspectos, às vezes, passam pela ordem social e política vigente; outras vezes, passam por segundos ou minutos que tomamos para refletir e mudar nossas escolhas ou opiniões sobre nosso destino”, diz a cineasta. Depois de remasterizado e digitalizado, “André Louco”, de 1990, com o ator Toni Cotrin no papel principal, volta às telas. Com roteiro adaptado e direção de Rosa Berardo, feito em película 35 milímetros, é considerado o filme da retomada do cinema goiano. Foi também o primeiro filme feito por uma mulher em Goiás. A narrativa mostra o ponto de vista da cidade em relação à normalidade e à loucura, ao contar a história de André, jovem considerado louco pela população. “Alarme Falso”, de 2017, com Gustavo Duque e Bela Carrijo, tem roteiro de Carlos Moreli. O filme mostra como as decisões e escolhas que fazemos em nossas vidas podem transformar nosso destino de maneira irreparável. Já no documentário “Marcas da Ditadura na Vida de um Ator”, também de 2017, Rosa Berardo assina roteiro, direção de fotografia e direção-geral. O filme traz à tona um fato político, de profunda gravidade, que envolveu a vida do ator goiano Almir de Amorim, vítima da ditadura militar brasileira. Doutora em Cinema pela Universidade de Sorbonne, na França, e pós-doutora pela Université du Québec à Montreal, Rosa Berardo tem uma longa trajetória na área do audiovisual, participando como diretora e júri em diversos festivais de cinema pelo Brasil e no exterior. O evento começará às 19 horas, com uma coletiva de imprensa, seguido da apresentação dos filmes, um debate sobre as temáticas representadas no cinema da mostra e um coquetel de encerramento. Além da diretora, estarão presentes a atriz Bela Carrijo e os atores Gustavo Duque e Almir de Amorim. Serviço Local: Cine Lumière Bougainville, Shopping Bougainville, Setor Marista 19:00 – Coletiva com a imprensa com as presenças da diretora Rosa Berardo, atrizes e atores integrantes dos elencos dos filmes. 19:30 – Exibição dos curtas-metragens - Alarme Falso, Marcas da Ditadura na Vida de Um Ator e André Louco. 20:30 – Debate seguido de Coquetel de encerramento.

Gustavo Nogy e a arte da imprudência

Livro de ensaios “Saudades dos Cigarros Que Nunca Fumarei”, publicado pela editora Record, é como um vento em campo aberto depois de uma longa e apertada sentinela nas trincheiras ideológicas