Por Redação

ntre os meses de julho e setembro o Grupo Vida Seca compartilha uma agenda de atividades em que, ao mesmo tempo, aprimora seu próprio trabalho de pesquisa musical e criação de instrumentos a partir de materiais descartados e amplia o acesso do público a esse universo com o projeto ProvocaSom.

por Hélio Brasil*

I
A História do Brasil teria que ser contada por um coral de historiadores, apoiados em narrativas de cronistas, aventureiros, viajantes constrangidos ou deslumbrados. Uma inicial e lógica exploração feita a partir da costa, seguida de penosas internações. Todas milagrosamente rápidas, tendo em vista os recursos da época, pois falamos de um passado de meio milhar de anos. Registros, documentos, cartas, mapas (de incrível rigor, em face dos recursos da época), bem como a ansiosa busca de riquezas para uma Europa que experimentara a incubação medieval e a explosão do Renascimento.
Não à toa, Espanha e Portugal, dois países debruçados sobre o mar, como se espichando um pescoço geográfico para o Hemisfério Sul ali dominado pelo Atlântico, lançaram-se à cata de riquezas. A terra lusitana, restrito território, pobre de recursos naturais, mais do que todos, levou a conquista a sério.
Nenhuma colonização é angelical. Antes é fria, cruel e espoliadora. Assim, dizer que o Brasil teria se tornado um país melhor se ficasse com espanhóis, com ingleses, franceses ou (que deslumbramento!) dourados holandeses, nos parece uma conjectura ingênua. Historicamente (ou fatalmente) ficamos com Portugal. E será sobre essa nação e seu povo – tão péssimo como os mais péssimos, tão notável quanto os mais notáveis – que devemos falar.
II
Em O Reino, a Colônia e o Poder: o governo Lorena na capitania de São Paulo – 1788-1797 (São Paulo, Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2019), Adelto Gonçalves concentra seu foco no momento histórico em que a nação lusitana se assentava nos trópicos. O Brasil receberia navegadores com destinos mais definidos. O Rio de Janeiro, embora acossado pelos franceses, politicamente deixou a posição secundária, abrigando a sede do vice-reinado antes assentada em Salvador. E faz parte desse foco a referência à conjura mineira, pois daquela importante capitania se havia desmembrado o território que hoje abriga o Estado de São Paulo.
Nesse contexto, viu-se o autor da obra obrigado a situar a narrativa a partir de governadores que antecederam o astro central – Lorena – com dificuldades em cumprir a missão estruturadora da capitania. Tanto os suspeitos de incúria ou de alcance no dinheiro público (hábito ainda não abandonado em nossos dias) como os sabujos e incompetentes.
O lado positivo das ações de Lorena valoriza a narrativa. E vale a pena registrar uma obra, ainda existente, que surpreendeu por atravessar os séculos: a Calçada do Lorena, estrada pavimentada originalmente com características ousadas para a época e que concretizou a indispensável ligação do planalto paulista com o litoral. Libertava-se a província paulista do porto do Rio de Janeiro. E Adelto nos mostrará quão fecundo foi o governo de d. Bernardo José Maria da Silveira e Lorena (1756-1818) para o despertar desse hoje grande Estado brasileiro.
A construção da hábil narrativa nos mostra os governos anteriores corruptos ou corruptores e com ações mesquinhas, o que faz ressaltar a competência demonstrada por Lorena. O leitor logo estará envolvido pelos episódios que antecedem a entrada em cena do nosso personagem, e verá um perfil descrito sem paixão, mas com o indisfarçável prazer do historiador de reconstruir o protagonista do livro.
III
Não caberia o prolongamento dos comentários acerca do conteúdo histórico tão bem narrado, mas neste breve texto é indispensável focalizarmos também o autor do livro, consagrado como historiador e pesquisador com títulos obtidos no Brasil e no exterior.
Adelto Gonçalves é autor de extensa obra, destacando-se as biografias, largamente premiadas, dos poetas Manuel Maria de Barbosa du Bocage (1765-1805), no livro Bocage, o perfil perdido (Lisboa, Editorial Caminho, 2003), e Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810), em Gonzaga, um poeta do Iluminismo (Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira, 1999). É também célebre e apreciado no terreno da ficção, trazendo-nos uma bela reconstrução da cidade de Santos nas primeiras décadas do século XX e os movimentos sociais vistos então como “subversivos”.
Barcelona brasileira (Lisboa, Nova Arrancada, 1999; São Paulo, Publisher Brasil, 2002) e Os vira-latas da madrugada (Rio de Janeiro, Livraria José Olympio Editora, 1981; Taubaté, Editora Letra Selvagem, 2015) são romances de forte conteúdo político, não discursivos, lidos com agrado. Livros que nos fazem esquecer o tempo, sendo devorados com prazer. Situações e personagens com grande credibilidade, disputando encarnações que lembram o Jorge Amado (1912-2001) dos tempos de Mar morto (1936). Adelto mostra-se à vontade na escrita correta e leve. Não se perceberá o hiato porventura existente entre historiador e criador de histórias.
Da orelha do livro aqui comentado, recorto uma observação precisa de Carlos Guilherme Mota: “…Lorena tem suas origens familiares, a vida e a ação esquadrinhadas com a argúcia que define um bom historiador.” Podemos acrescentar: …e um excelente escritor.
O Reino, a Colônia e o Poder: o governo Lorena na capitania de São Paulo – 1788-1797, de Adelto Gonçalves, com prefácio de Kenneth Maxwell, apresentação de Carlos Guilherme Mota e fotos de Luiz Nascimento. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 408 páginas, R$ 70,00, 2019. Site: www.imprensaoficial.com.br
* Helio Brasil é arquiteto, professor universitário, romancista e contista, é autor de uma trilogia sobre o bairro carioca de São Cristóvão: o livro de não-ficção São Cristóvão: memória e esperança (Prefeitura do Rio de Janeiro, 2004) e os romances A última adolescência (Bom Texto, 2004) e Ladeira do Tempo-Foi (Synergia Editora, 2017)). É autor também de O Solar da Fazenda do Rochedo e Cataguases (Synergia Editora, 2016), em co-autoria com José Rezende Reis; Cadernos (quase) esquecidos (edição artesanal, 2016); Tesouro: o Palácio da Fazenda, da Era Vargas aos 450 anos do Rio de Janeiro (Editora Pébola, 2015), em co-autoria com Nireu Cavalcanti; e Pentagrama acidental, novelas (Editora Ponteiro, 2014). Como contista, publicou O perfume que roubam de ti… e outras histórias (Synergia Editora, 2018) e participou de várias coletâneas.

Investidas do pré-candidato ao governo do Estado a nomes do Progressistas desagradou Alexandre Baldy

Cidade tem histórico de politização e é importante base eleitoral para políticos de expressão

Ambos candidatos de oposição a Ronaldo Caiado possuem perceptiva de ir para um eventual segundo turno, dificilmente um deles deixaria de concorrer ao governo

Vereador de Caldas Novas tem se destacado no Legislativo municipal

O deputado emedebista tem falado individualmente com os pares com foco em reforçar o compromisso com o presidente da Alego

Em discurso na última sessão do semestre, antes do recesso parlamentar na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Chiquinho de Oliveira (MDB) cobrou dos deputados da base um maior empenho no apoio à pré-candidatura do presidente da Casa, Lissauer Vieira (PSD), ao Senado.
Segundo o deputado Chiquinho, os parlamentares goianos "convocaram" Lissauer a disputar o mandato de senador. "Não foi uma iniciativa minha, de fulano ou de beltrano. Foi uma iniciativa de 24 deputados estaduais que buscaram o senhor no sossego para trazê-lo para essa disputa ao Senado”, afirmou. "Mais do que isso, quero cobrar de cada parlamentar o seu empenho e a luta de cada um para que esse propósito aconteça”.
Chiquinho tem feito o chamamento e cobrança de empenho dos colegas na pré-candidatura de Lissauer. O deputado emedebista tem falado individualmente com os pares com foco em reforçar o compromisso com a candidatura do presidente da Alego ao Senado.

Lily tinha uma fortuna estimada em R$ 5 bilhões, segundo lista anual da revista Forbes. Foi casada por 23 anos com Edmond, então um dos donos do Banco Safra

Evento acontece há 6 anos mensalmente e reúne de brechós com lojas físicas a pessoas que querem desapegar de itens do guarda-roupa

O modelo supera o serviço anterior (Recorte Digital), restrito apenas ao TJ-GO

Três dezenas de africanos mortos ao tentar cruzar a fronteira do Marrocos com a Espanha

Quem mora aqui no Entorno/Tem vocação pra vitória/Superou dificuldades/Que mal cabem na memória/Pois é chegado o momento/De melhorar 100%/De transformar sua história
Nilson Gomes
Quem mora aqui no Entorno
Tem vocação pra vitória
Superou dificuldades
Que mal cabem na memória
Pois é chegado o momento
De melhorar 100%
De transformar sua história
[caption id="attachment_81337" align="aligncenter" width="620"] O grito, de Edvard Munch[/caption]
Vivem nas 20 cidades
2 milhões de pessoas
Vindas de todo lugar
Principalmente Alagoas
Da Bahia e Paraíba
Gente pra baixo e pra riba
Que Tu, ó Deus, abençoas
Vem gente do Maranhão
De Sergipe, Ceará
Pernambuco, Piauí
Vem o povo potiguar
Todo canto do País
Neste canto é feliz
Tem alegria a cantar
Tem gente vinda do Norte
Sul, Sudeste, Centro-Oeste
Tem gente do estrangeiro
Gente que passou no teste
De persistência, resistência
Resiliência, paciência
Nessa gente Deus investe
Gente que veio de ônibus
Carroça, carro ou a pé
A mala cheia de sonhos
Coração cheio de fé
Veio, viu, agiu, venceu
Ganhou pouco, mas é seu
Sair daqui ninguém quer
Veio pra Valparaíso
Luziânia, Cristalina
Cidade Ocidental
Vila Boa e Planaltina
Águas Lindas, Alexânia
Água Fria, Abadiânia
Tudo com bênção divina
Veio também pra Novo Gama
Mimoso, Vila Propício
Cabeceiras, Cocalzinho,
Formosa desde o início
Santo Antônio do Descoberto
Padre Bernardo hoje é perto
O começo foi difícil
Começou por Pirenópolis
Numa beleza sem par
Ruas que inspiram História
Como a linda Corumbá
Cada com características
Mas as 20 são turísticas
Quem vem vê que é pra ficar
Deus nos trouxe até aqui
E não há lugar melhor
Pois a planta só floresce
Adubada no suor
Quem trabalha aqui não cansa
De buscar com esperança
Sem se render a dor ou dó
Mas não dá pra sofrer tanto
Por exemplo, no transporte
O do Entorno é horrível
Quase pior que a morte
Como dizem no Nordeste:
Pra acabar com essa peste
Esperava apoio forte
Apoio enfim chegou
União, cidade, Estado
Terceiro setor, políticos
Igrejas e o Caiado
Com Alexandre Baldy
Vão pôr pra correr daqui
Máfia do ônibus lotado
Lotado e atrasado
Desconfortável e caro
O sistema no Entorno
Já não tem mais nem reparo
Pra tirar essa mundiça
O Baldy não tem preguiça
Vai até no Bolsonaro
Baldy fala pra Anatel
Que o povo quer respeito
É torturante ir e vir
Num transporte desse jeito
É ruim como usar droga
Busão enrola, bate, joga
De ladinho é só defeito
Não tem mesmo mais conserto
Sem nos render dó nem dor
Quem vai trocar toda a frota
Caiado governador
E Alexandre Baldy
Que rapidão vão agir
Pra nos livrar desse horror
Baldy vai articular
Pra que Caiado e Ibaneis
Criem empresa de ônibus
Em que o povo tenha vez
Transporte subsidiado
Por prefe, DF, Estado
E União com os três
Baldy é pré-candidato
Ao Senado por Goiás
Mesmo antes do mandato
Age e se mostra capaz
De lutar e resolver
Pois concordo com vc:
Esse busão não dá mais

por Itaney Campos*

Há um olhar que flutua
por entre as gigantescas árvores
da floresta amazônica;
Um olhar que observa, perscruta, contempla e
alumia,
um olhar como uma grande lanterna
no ventre da noturna vegetação.
São os olhos de Bruno Pereira.
E como se os seus olhos fossem um casal de pássaros
atentos, a repousar,
nas copas do arvoredo,
eles já batem asas,
em melancólica despedida.
Cantam como um urutau.
Os braços de Bruno Pereira abraçam os troncos das palmeiras
estendem-se como raízes
entrelaçando-se aos cipós selvagens e copiosos
das terras dos Waimiris.
É sua voz que ecoa,
como um lamento da mata
no Coro dolente e vigoroso dos bravos ianomâmis.
E misturam-se aos murmúrios
das velozes corredeiras
do caudaloso rio Negro,
nas vagas dos Solimões.
Olha o seu pé no peixe vivo escalando as correntes do rio!
Olha sua mão incrustada
no boitatá à margem
do barranco da sucuri.
Reparem a base da velha canoa
balançando no remanso daquele horizonte: é o amplo tronco do Bruno,
é o dorso forte do Bruno,
são as veias rubras do Bruno
entrelaçadas às madeiras,
são os nervos do indigenista
teimando em delimitar as fronteiras
do território indígena;
são suas vísceras vivas servindo de anteparo aos bichos ameaçados,
ao pirarucu, ao Tramandau, ao peixe boi, ao boitatá.
Estão vendo aquele grande, viscoso sapo cururu,
palpitante e resfolegante
à flor do brejo imenso,
em que descansam tuiuiús?
Não é um sapo, não é um boto, não é um lago, uma coruja ou um tatu.
É o coração do Bruno!
Um coração angelim!
Um coração gigantesco, que paira acima da floresta,
um coração como uma arara,
um coração gavião,
Coração vitória-régia, tatajuba seringueira
que sangra um látex vermelho,
lateja no ventre da mata
e uiva feito um lobo desesperado e ferido,
para uma lua opaca,
silente num céu de breu…
*Itaney Campos é escritor.

De estilo bem diferente do saudoso cronista esportivo, advogado também vai subir em trio elétrico para levar seu discurso à população

Sentimento é de que será possível até mesmo dobrar o tamanho das bancadas goianas no Legislativo nacional e estadual