Por Raphael Bezerra
Além do Ministério do Público, deputado foi denunciado no Conselhos de Ética da Câmara dos Deputados
Matéria segue agora para a sanção do governador
No século XX, a cultura preta em Goiás enfrentou novos desafios e oportunidades
Ministério Público deve apresentar contrarrazões na próxima semana
O negro não é de jeito nenhum mais amável que o branco europeu
Frantz Fanon, no livro “Pele Negra, Máscaras Brancas”
Um homem vira a esquina, sua pele preta se esconde na sombra da árvore sob a luz de um poste. É uma besta? Violento? Malicioso? O homem negro treme de frio. O branco, de medo. O homem negro não é de jeito nenhum mais amável que o branco, mas seus “erros” são imperdoáveis.
O racismo é violento. Ele vem do Estado, empresas e dos indivíduos. Sempre com violência. Primeiro, fere o indivíduo para depois machucar toda uma comunidade. Sangrando, a vítima tem a alma arrancada, para depois ser maculada por uma nova construída a partir de uma concepção do que se espera de um homem negro. Apesar da hostilidade, esta não é uma carta de ódio ao branco.
Nos galhos das árvores plantadas na praça em frente de casa pelo meu pai as caixas de abelhas “enrolam cabelo” eram a minha maior diversão. Meus longos cabelos cacheados, crespos, eram o ninho perfeito para que elas entrassem, se enrolassem e me seguissem durante todo o dia até a hora do banho, quando eu era obrigado a botá-las para fora.
Aprendi com elas que enroscar os cabelos era uma boa técnica para reduzir o estresse. Ainda na juventude, meu cabelo, que era meu refúgio na ansiedade, começou a ser o motivo dela. “Cabeça de microfone” era um dos meus apelidos até os 14 anos. Mas não fui, nem nunca me permiti ser, escravo da ideia que os outros faziam e/ou fazem de mim. Sou escravo apenas da minha aparência, da cor da pele, do cabelo.
A consciência de que eu era preto demorou chegar. A construção de uma sociedade racista se dá pela epidermização de que os negros são inferiores. “É fato: os brancos se consideram superiores aos negros. Mais um fato: os negros querem demostrar aos brancos, custe o que custar, a riqueza do seu pensamento, o poderio equiparável da sua mente”, diz Frantz Fanon, no livro “Pele Negra, Máscaras Brancas”.
Essa ideia, enraizada na cabeça de milhares de crianças, se instala, primeiro, pela realidade econômica. Os brancos não foram escravizados pelos negros. Fato. Os brancos não são o alvo das forças policiais. O branco não é alvo de violência racial, não no Brasil.
Passei muito tempo despercebido pelos olhares maldosos, pela desconfiança e até pelas abordagens violentas sem nenhuma suspeita. Mas o fato de me sentir alheio em nada altera a realidade.
À minha volta, no entanto, tudo era branco. Isso é racismo. Preto mesmo, era só quem os serviam, salvo raríssimas exceções, e isso é racismo. Na mídia, até pouco tempo, havia pouca representatividade, e isso é racismo. Hoje, ainda que desproporcional, alguns caminhos foram abertos pela força de quem sempre foi resistência.
Resistência e revolução. Sobreviver a uma sociedade pautada pela subjugação uns dos outros só é possível de duas formas. Resistindo e transformando. Está nas mãos daqueles que almejam abalar as estruturas frágeis da sociedade, já que apenas o homem é capaz de fazer com que ela exista.
Desde cedo, minha mãe e meu pai me ensinaram sobre como me comportar na rua. “Cuidado, você não está imune à influência dos outros. Olhos atentos, coração aberto”.
“Olho de Tigre”, do rapper Djonga, não é nem de longe, para mim, a música mais significativa do mineiro. Ainda sim, é a única lembrada entre quem teme a fogueira. Responder a violência com mais violência? Legítima defesa abusiva? O inferno Banto foi considerado um fato atípico. Vitória da Justiça, por enquanto. Não tenho resposta para essas perguntas, mas sei, por experiência própria, que muitos de nós respondemos à violência ficando imóveis, apesar de o peito gritar por uma reação.
Djonga, com 28 anos, me fez lembrar de quem eu sou. Muito mais do que apenas um cara preto. Filho de Vilmeide e Divino, irmão, primo, repórter, curioso, ladrão. Humano. Sou tanta coisa que nem me lembro mais.
Coragem e coração começam com cor. A luta contra o racismo não parte somente de quem o sofre. Mas é a luta do povo, é o sangue de gente e a revolta de um bando.
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Um casal negro foi agredido na área externa de uma unidade do Carrefour após serem pegos furtando leite em pó. Apesar de não reagirem e estarem imobilizados o homem e a mulher são humilhados por dois homens, a mulher chega a ser agredida com tapas na cara. O vídeo circula nas redes sociais desde sexta-feira, 5.
A rede de supermercados afirma que afastou a equipe de prevenção e rescindiu o contrato com a empresa de segurança responsável pelo local. Identificada como Jamile, a mulher mostra uma mochila com algumas embalagens de leite em pó enquanto é agredida pelos seguranças.
A mulher diz que pegou os produtos por necessidade. “Por causa da minha filha”. Já o homem, aparece agachado e promete não voltar mais ao supermercado. Não sou ladrão não”, diz. Diretor de Prevenção do Grupo carregou Brasil, Claudionor Alves, chamou as agressões de “inadmissível” e disse que o fato causou profunda indignação. Ele defendeu a investigação do crime e apontou que o caso já foi denunciado a 12ª Delegacia Territorial de Itapuã.
A multinacional apontou que tenta identificar os agressores, mas que nas imagens aparece um homem com uma tatuagem na mão. “No avanço das nossas investigações internas, apuramos que nenhum profissional direto ou indireto que atua na unidade tem essa tatuagem”, disse por meio de nota.
Em 2020, um homem negro de 40 anos foi espancado até a morte por dois seguranças de uma unidade do supermercado em Porto Alegre. À época, a companhia chegou a anunciar um grupo para promover ações afirmativas para promover a valorização da diversidade interna e externa.
Um vídeo gravado em Salvador, na Bahia, mostra uma mulher negra dizendo odiar pessoas pretas. "Eu não gosto de gente assim na minha mesa" disse.
A mulher, ainda não identificada, diz ainda que seus cabelos são lisos e que não precisam de chapinha. "Não gosto de gente escura que nem você. Eu sou caucasiana, loira natural. Odeio preto, não suporto", seguiu com as agressões.
Apesar da pele escura e no estado com o maior número de pessoas pretas fora do continente africano, a mulher não se intimida nem com a ameaça de ser presa por racismo.
Iniciativa conta com investimento de R$ 1,8 milhão e integra Política Estadual de Prevenção e Combate à Violência Escolar do Governo de Goiás
Evento contou com o apoio do vereador Lucas Kitão em parceria com a Prefeitura de Trindade através da secretaria Municipal de Turismo e Cultura
Depois de bater uma BMW em outro veículo na madrugada deste domingo, 7, uma jovem de 20 anos xingou os policiais militares que atenderam a ocorrência. O caso aconteceu na quadra 301, em Brasília.
De acordo com o relato dos policiais, a jovem estaria embriagada e não teria colaborado com a abordagem. A namorada da garota, que também estava bêbada, chegou a jogar o chinelo nos policiais.
O teste do bafômetro registrou 0,4 miligramas de álcool por litro de ar expelido. Os policiais apontaram que a jovem apresentava fala desconexa, olhos vermelhos e estava bastante agressiva. O primeiro-sargento da PMDF, Diogo Trindade, disse que além dos xingamentos, a jovem alegou que "o pai tinha dinheiro para comprar Brasília inteira".
O caso foi registrado como desacato, embriaguez ao volante e acidente de trânsito. O casal foi preso e levado para a 5ª Delegacia de Polícia, mas foram liberadas após pagamento da fiança.
Ana Paula Rezende, filha do ex-governador Iris Rezende e da ex-deputada Iris Rezende, publicou uma carta em homenagem a mãe que completaria 80 anos neste domingo, 7.
"Dia difícil porque a saudade parece que aperta mais. Dia de lembranças, de olhar fotos e chorar escondido", disse.
A ex-primeira dama de Goiás morreu em fevereiro deste ano. Ana Paula destacou a força política da mãe e disse que ela abriu caminho para as mulheres na política. "Sei que hoje sta comemorando o aniversário no melhor lugar que existe. Com Deus, com meu pai e em paz", escreveu.
Dona Iris, como era conhecida, começou a vida pública como suplente do senador Maguito Vilela em 1999 e assumir temporariamente o cargo em 2003.
O governador em exercício Daniel Vilela e cerca de cinco mil ciclistas participaram, na manhã deste domingo,7, da 29ª edição do “Bora de Bike”, em Goiânia. O passeio ciclístico realizado durante o Maio Amarelo visa conscientizar a população sobre um trânsito cada vez mais seguro, campanha promovida pelo Departamento de Trânsito de Goiás (Detran-GO).
“Um grande evento que a Record Tv promove e já virou tradição. Uma forma de conscientizar as pessoas da importância de um trânsito seguro” disse o governador em exercício Daniel Vilela. O passeio teve largada no pátio do Detran e percorreu aproximadamente 17 quilômetros pelas ruas da capital. Durante o percurso, os ciclistas foram acompanhados por agentes de trânsito e tiveram à disposição pontos de hidratação para garantir um passeio seguro.
“A temporada de 2023 foi feita com muita alegria e tivemos um recorde de inscrições. O povo adere, às famílias aderem. Então, a gente fica muito feliz com a participação do público”, comemorou Cícero Rocha, diretor executivo da TV. “Com a parceria com o Governo de Goiás, vamos fomentar isso para que as pessoas possam ter um trânsito melhor para viver melhor”, finalizou Cícero.
Com o movimento Maio Amarelo, durante todo o mês, o Detran tem intensificado as ações educativas de modo a reduzir acidentes no trânsito e estimular a atenção pela vida. A ação deste domingo, além de incentivar a prática de atividades físicas, incita o uso consciente da bicicleta como meio de transporte e lazer. "É importante incentivar esse modal de transporte, cada vez mais utilizado, que é a bicicleta, e que seja respeitado por todos os condutores por um trânsito seguro", ressaltou Vilela.
Durante o evento, o presidente do Detran, Delegado Waldir afirmou que os ciclistas merecem e precisam ser mais respeitados no trânsito. “Bora de Bike comemora o nosso Maio Amarelo. Trazemos as pessoas para pedalar, mostrando que é muito importante obedecer todas as regras de trânsito”, completou.
