Por Marcelo Gouveia

“Atualmente, acredito no projeto político do governador Marconi Perillo, que é inovador, moderno e dinâmico", garante a jovem Denise Castro em vídeo
A sociedade brasileira parece perceber que Aécio Neves é o instrumento para retirar a glacial Dilma Rousseff do poder e repassá-lo para uma espécie de Lula do tucanato
Com algumas surpresas, as eleições para o Legislativo de Goiás apresentou certa renovação neste ano

No jogo de alianças para a decisão final das eleições deste ano, o ex-prefeito fica em nítida desvantagem

Em 2010, Dilma Rousseff se apresentava como postulante à condição de herdeira do Getúlio Vargas de 1930. Agora, a presidente se mostra como o Getúlio Vargas de 1945

Tese de que o jogo recomeça do zero para ambos os lados não se sustenta nem na matemática nem nas implicações políticas

Campeão de votos para a Câmara dos Deputados afirma que sua eleição significa que o cidadão quer mais segurança

Enquanto o PMDB sofre forte rejeição por parte do eleitorado anapolino, Marconi Perillo tem alta aprovação por conta de obras como a expansão do Daia, implantação do polo farmoquímico, aeroporto de cargas e o centro de convenções

Passadas as eleições estaduais, vencedores e derrotados já iniciam articulações político-partidárias visando conquistar a prefeitura da capital tocantinense daqui a dois anos

[caption id="attachment_5511" align="alignright" width="620"] Marcelo Miranda deverá enfrentar alguns desafios à frente do governo[/caption]
O governador eleito Marcelo Miranda (PMDB) está consciente de que vai assumir um Estado com problemas de ordem financeira e administrativa de larga proporção. Além disso, o peemedebista terá que demonstrar habilidade política para conseguir realizar o choque de gestão que pretende. Isso porque o bloco que fará oposição ao seu governo conseguiu eleger o maior número de deputados estaduais.
Miranda, no entanto, não vê dificuldades para emplacar o seu intento, porque entende que a Assembleia Legislativa vai entender que ele precisa elencar uma série de ações e projetos em benefício da “saúde econômico-financeira e administrativa do Estado e dar esperanças de uma melhor qualidade de vida aos tocantinenses”.
O governador eleito diz que respeita a bancada oposicionista e acha até salutar para a democracia que haja oposição responsável. Disse que vai buscar o entendimento com as lideranças das bancadas no Legislativo para ter governabilidade. “A campanha eleitoral acabou, agora é trabalhar, sem ranço ou rancor partidário, pois o Tocantins precisa de um projeto moderno de desenvolvimento e, por isso, espero que os deputados entendam que a nossa intenção é realizar um governo municipalista e fazer as reformas que precisam ser feitas”, argumenta Miranda.
Embora o próximo governador vá iniciar sua administração em desvantagem numérica na Assembleia (15 a 9), seus aliados acreditam que alguns parlamentares de oposição não vão oferecer resistência aos projetos do novo governo. Descartam qualquer gestão no sentido de cooptar parlamentares para a base governista, por entenderem que essa é uma prática arcaica.
No entanto, é sabido que o deputado eleito Eduardo Siqueira (PTB) será, sem dúvida, o líder da oposição ao governo na Assembleia e será um calo no sapato de Miranda. E pode tentar presidir o Legislativo. Nesse contexto, na composição da Mesa Diretora, uma forte queda de braço está sendo esperada. Se a oposição tem um líder preparado e com experiência em articulação política, a bancada governista dispõe de um expoente de qualidades semelhantes, só que com outro viés, que é o ex-prefeito de Porto Nacional Paulo Mourão (PT). Cauteloso, Mourão terá um papel fundamental nesse embate e é a liderança que vai defender o governo de Marcelo Miranda com propriedade.
Dos 24 deputados da próxima legislatura, apenas nove são da base de Miranda: Paulo Mourão (PT), Nilton Franco (PMDB), Elenil da Penha (PMDB), Rocha Miranda (PMDB), Valdemar Junior (PSD), Toinho Andrade (PSD), Amália Santana (PT), José Roberto Forzani (PT) e José Bonifácio (PR), este último eleito pela coligação governista, mas se desentendeu com Eduardo Siqueira no decorrer da campanha eleitoral.
Procurando fazer uma oposição responsável
Dois deputados reeleitos pela coligação do governador Sandoval Cardoso (SD) – Wanderlei Barbosa (SD) e Ricardo Ayres (PSB) – já adiantaram que não farão oposição ferrenha ao próximo governador . Ambos falam em oposição responsável. “Vamos conduzir de maneira transparente as discussões na Casa, procurando conciliar os interesses divergentes, para que nossa população possa receber do Executivo, sob a fiscalização do Legislativo, o atendimento das demandas mais urgentes”, argumentou Ayres. O parlamentar peessedebista diz que o seu partido estará vigilante, fiscalizando e apoiando as ações de interesses do povo e denunciar o que, porventura, entender que esteja errado. Para Wanderlei Barbosa, nada justifica, na política moderna, uma oposição ferrenha. Por isso, garante que vai exercer mais um mandato buscando o entendimento e apoiando o próximo governador naquilo que achar que for de interesse dos tocantinenses. “Esperamos, por exemplo, que o próximo gestor valorize os servidores públicos. Não farei oposição só para dificultar a administração estadual”, adianta o parlamentar, que travou uma briga particular em Taquaruçu, na disputa pelo voto com o vereador Major Negreiros, da mesma coligação, e que não conseguiu se eleger.
Este ano, o governo possivelmente não pagará o 13° salário, porque não tem limite financeiro para fazer esses pagamentos

[caption id="attachment_17636" align="alignleft" width="246"] Marcelo Lelis, que ficou de fora da eleição estadual, diz que seu partido ajudou[/caption]
O deputado Marcelo Lelis, presidente regional do PV, apesar de ter a sua candidatura de vice-governador indeferida, avalia que o seu partido teve participação decisiva na eleição de Marcelo Miranda (PMDB). “O PV mostrou sua força dando uma grande contribuição para a vitória da chapa majoritária que elegeu Marcelo Miranda e reconduziu a senadora Kátia Abreu ao Senado Federal”. Lelis lembra que o PV sempre teve uma votação muito expressiva em Palmas, mas que dessa vez, com a vinda do deputado Freire Jr. e a participação do vereador Joaquim Maia, na disputa por uma vaga na Assembleia Legislativa, a força do partido aumentou em todos os municípios do Estado.
O deputado Marcelo Lelis (PV) nutre esperanças de reverter, no STF, a situação que culminou com o indeferimento de sua candidatura de vice-governador no calor da campanha eleitoral. Com a decisão, Lelis estaria inelegível e, com isso, impedido de disputar a prefeitura de Palmas, em 2016. O parlamentar quer provar que não houve erro na sua prestação de contas na campanha eleitoral de 2012, quando concorreu ao cargo de prefeito da capital. E quem sonha em assumir o Senado é o ex-deputado Eudoro Pedrosa (PMDB). O STF deve definir até o final deste ano o processo que impediu Marcelo Miranda de tomar posse como senador. Ganhou, mas não levou. Em seu lugar assumiu Vicentinho Alves, segundo colocado no pleito de 2010. Com a definição em favor de Miranda, Pedrosa deve assumir a vaga, pois é primeiro suplente do peemedebista, uma vez que Miranda vai assumir o governo estadual.
Eleita com a maior votação — quase 76 mil votos —, Dulce Miranda (PMDB) garante que vai dar conta de conciliar a vida de deputada federal com as tarefas de primeira-dama do Estado. Ela adianta que vai voltar com os programas sociais que marcaram as administrações anteriores de Marcelo Miranda. Aliás, Dulce destaca que foram os programas sociais que a habilitaram a disputar o mandato, “Vamos retornar com o Programa Mais Perto de Você”, sustenta ela. Dulce Miranda afirma que no Tocantins existem mais de 90 mil famílias sem teto. Por isso, quer fazer da habitação uma de suas prioridades enquanto parlamentar e primeira-dama. Reconhece que o governo enfrentará algumas dificuldades, mas que vai superá-las, “porque está determinado”.
Os vereadores da Câmara Municipal de Palmas, Valdemar Junior (PSD) e Cleiton Cardoso (PSL), foram eleitos deputados estaduais. Com isso, seus respectivos suplentes, Hiram Gomes (PSDB) e Adão Índio (PSL), ocuparão, em definitivo, as vagas deixadas na Câmara Municipal pelos dois vereadores eleitos.