Por Euler de França Belém

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Os candidatos mais sólidos a presidente da OAB são Enil Henrique, Lúcio Flávio e Pedro Paulo Medeiros

[caption id="attachment_33417" align="aligncenter" width="620"]Os presidenciáveis Pedro Paulo de Medeiros, Enil Henrique e Lúcio Flávio | Fotos: Facebook e Fernando Leite / Jornal Opção Os presidenciáveis Pedro Paulo de Medeiros, Enil Henrique e Lúcio Flávio | Fotos: Facebook e Fernando Leite / Jornal Opção[/caption] O Jornal Opção ouviu 22 advogados experimentados e fez a todos a mesma pergunta: “A eleição para presidente da OAB-Goiás será realizada em novembro deste ano, daqui a sete meses. Se fossem realizadas hoje, quais seriam os candidatos?” No momento, estão posicionados, mas não definidos, Enil Henrique, Pedro Paulo Medeiros, Lúcio Flávio Paiva, Flávio Buonaduce e Djalma Rezende. Mas quem disputa mesmo? Medeiros e Buonaduce farão parte da mesma chapa — unindo Felicíssimo Sena (patrono do primeiro) e Miguel Cançado (patrono do segundo). Lúcio Flávio e Enil Henrique estão definidos. Portanto, seriam três candidatos, na avaliação dos entrevistados. Djalma Rezende é visto como outsider. É mais importante, pela estrutura financeira, como apoiador do que como candidato

Tim Weiner, prêmio Pulitzer, lança ampla e atualizada “biografia” do FBI

livro 2A Record lança “Uma História do FBI” (616 páginas, tradução de Alessandra Bonrruquer), do jornalista Tim Weiner, premiado com o Pulitzer. Há vários estudos sobre o FBI, mas o de Tim Weiner, repórter do “New York Times”, é considerado o mais amplo e atualizado. O FBI tem um pé fincado na legalidade e, para defendê-lo, põe o outro pé na ilegalidade. No caso do 11 de Setembro, o FBI e a CIA falharam olimpicamente.

Thomas Pynchon destaca a música de Tom Jobim no romance Vício Inerente

[caption id="attachment_33348" align="alignright" width="620"]Tom Jobim: o músico brasileiro, visto como quase americano nos Estados Unidos, é mencionado positivamente pelo romancistaThomas Pynchon Tom Jobim: o músico brasileiro, visto como quase americano nos Estados Unidos, é mencionado positivamente pelo romancistaThomas Pynchon[/caption] O romance “Vício Inerente” (Companhia das Letras, 459 páginas, tradução de Caetano W. Galindo), de Thomas Pynchon, é uma divertida e, às vezes, precisa história dos anos psicodélicos-maconheiros-hippongos da década de 1970. Mesmo quem não viveu intensamente os anos 70 — sexo, drogas e rock’n’roll — perceberá o quanto Thomas Pynchon descreve bem o período. Se o filme homônimo, de Paul Thomas Anderson, captar cerca de 50% do ambiente febril e habilmente descrito pelo prosador já vale a pena vê-lo. Sob o pretexto de contar uma história de detetive — pode-se sugerir que se trata de uma sátira aos autores que escrevem romances policiais —, no caso Larry Sportello, o Doc, Thomas Pynchon conta, por meio de uma linguagem fina e aguçada, a história da década de 1970 a partir de uma descrição atenta do comportamento dos indivíduos e de sua arte, notadamente, a música. Um dos pontos fortes são os comentários musicais. A música de Tom Jobim — “Desafinado” e “Samba do avião” — ganha destaque. [caption id="attachment_33349" align="alignright" width="300"]O romance Vício Inerente, de Thomas Pynchon, é uma poderosa  interpretação comportamental e cultural da década de 1970 O romance Vício Inerente, de Thomas Pynchon, é uma poderosa
interpretação comportamental e cultural da década de 1970[/caption] Trecho das páginas 200 e 201: “Carros passavam com as janelas abertas e dava para ouvir pandeiros lá dentro marcando o tempo do que quer que estivesse no rádio. Jukeboxes tocavam nas cafeterias das esquinas, e violões e harmônicas em quintaizinhos de prédios de apartamentos. Por todo esse pedaço de encosta noturna havia música. Lentamente, em algum ponto à frente dele, Doc tomou consciência de saxofones e de um gigantesco naipe de percussão. Alguma coisa de Antonio Carlos Jobim, que se revelou estar vindo de um bar brasileiro chamado O Jangadeiro”. “Alguém estava fazendo um solo de tenor, e Doc, num palpite, decidiu pôr a cabeça ali dentro, onde uma multidão considerável estava dançando, fumando, bebendo, e vendendo os seus serviços, e ao mesmo tempo ouvindo respeitosamente os músicos, entre os quais Doc, não muito surpreso, reconheceu Coy Harlingen. A mudança da sombra lamurienta que ele tinha visto pela última vez em Topanga era impressionante, Coy estava de pé, com a parte de cima do corpo sustentada em um arco atento em torno do instrumento, suando, dedos soltos, arrebatado. A música era ‘Desafinado’”. Na página 203, o narrador volta à música de Tom Jobim: “Os músicos estavam pingando no palco de novo, e quando Doc percebeu, Coy estava mergulhando em um complexo arranjo improvisado de ‘Samba do Avião’, como se isso fosse tudo que ele achava que tinha para pôr entre si e o jeito com que, achava, tinha fodido a sua vida”. Coy Harlingen é saxofonista. A tradução é quase perfeita, com erros de revisão que não atrapalham a leitura: “a” entourage (“o”) e “divido” (dividido). E mais alguns. Suponho que transpor a literatura de Pynchon seja um trabalho de Hércules. Percebe-se que Caetano Galindo quase cria uma “língua” — busca equivalentes em português (“bicho”, “ai cacilda”, “surfadélico”, “mermão”, “hippiefóbico”, “salto-altando embora”) para a gíria americana — para decifrar Thomas Pynchon. O autor de “O Arco-Íris da Gravidade” e “Vineland” pode ser mais bem entendido na era Google. Sem o Google e outros sites de busca, e mesmo com consulta a enciclopédias, era praticamente impossível entender sua prosa enviesada, rica em menções à cultura americana — no sentido amplo mesmo, e não livresco.

O esquemático Eduardo Galeano queria revolucionar e não entender a América Latina

[caption id="attachment_33339" align="alignright" width="257"]“As Veias Abertas da América Latina”, de Eduardo Galeano: livro renegado e ruim de um autor devotado mais à  mudança social do que à interpretação  rigorosa dos fatos históricos “As Veias Abertas da América Latina”, de Eduardo Galeano: livro renegado e
ruim de um autor devotado mais à
mudança social do que à interpretação
rigorosa dos fatos históricos[/caption] Na década de 1980, os estudantes eram divididos assim: revolucionários (PC do B), reformistas (PCB e PT), reacionários (que não pertenciam à esquerda) e alienados. Alienados eram aqueles que preferiam estudar a participar das reuniões das tendências estudantis e dos partidos que as dirigiam. Nessa categoria, vista como maus olhos — só menos mal vista do que os agentes infiltrados —, no curso de História da Católica, a Universidade Católica de Goiás (UCG) — estavam, entre outros, Antônio Luiz de Souza (brilhante, hoje professor da PUC e do WR), Sérgio Murilo (aluno questionador, hoje advogado atuante) e eu. Nós três éramos vistos como “sem ideologia”, porque, denunciavam, líamos “tudo”, e não tínhamos interesse algum pelas “cartilhas” de Stálin e Enver Hoxha — então guias geniais do PC do B. Mas não deixamos de ler, é claro, dois manuais do sub-do-sub: “As Veias Abertas da América Latina”, do uruguaio Eduardo Galeano, e “Ge­nocídio Americano — A Guerra do Paraguai”, de Júlio José Chiavenato. Na época, o historiador Francisco Doratioto ainda não havia publicado o excelente livro “Maldita Guerra — Nova história da Guerra do Paraguai”. Mesmo assim, suspeitávamos do livro de Chiavenato, dados seu primarismo e, sobretudo, sensacionalismo. Mas o livro que primeiro nos encantou e, depois, nos desencantou foi mesmo “Veias Abertas”. Porque era uma interpretação geral da América Latina, com “amplo” painel — “integrador” — da história da região e sua inserção na história universal. Lembro-me de, um dia, sentado na calçada da Faculdade de História — o nome era outro, mas é assim que a chamo —, quando o padre Luís Palacín, historiador espanhol que eu admirava e com quem discutia a literatura de Liev Tolstói, passou, sempre apressado, com suas “pernaltas” e magreza franciscana (era jesuíta), me viu com “Veias Abertas” e perguntou: “Está lendo?”. “Estou”, respondi. “Que pena!”, lamentou. No dia seguinte, Palacín, com sua discrição habitual, me sugeriu a leitura de “História da América Latina”, do historiador argentino Tulio Halperin Donghi. Li. De fato, é muito melhor. É um estudo rigoroso, não é um livro de combate direto às ditaduras latino-americanas e seus apoiadores externos — leia-se Estados Unidos. Na década de 1980, para a esquerda, não importava tanto a seriedade dos estudos, e sim o engajamento político-ideológico de seus autores. Se fossem de esquerda, poderiam cometer erros, falsear dados, esquematizar a análise, e, mesmo assim, seriam lidos, usados no dia a dia e “perdoados”. Aos poucos, percebemos que “Veias Abertas” não se tratava de um livro de interpretação da história da América Latina — que parte da esquerda depreciava, chamando de “Latrina” —, e sim de um livro de combate, um manual revolucionário disfarçado de livro sério. Um roteiro para a ação e um “ataque” ao imperialismo. Mais tarde, o próprio Eduardo Galeano — que morreu na semana passada — renegou o livro, sugerindo que era “esquemático” e “tedioso” e que, na época, não tinha a formação intelectual adequada para formular uma análise tão abrangente, que demandava pesquisas sérias. Pesquisas que não havia feito e, por isso, substituía-as por opiniões radicais. Como dissemos, trata-se de um livro escrito para ser uma guia de orientação da esquerda. Uma arma de combate intelectual e um manual para a ação política contra governos pró-americanos. Por isso o livro, datado, “morreu”. Não é como “Os Sertões”, de Euclides da Cunha, “Casa Grande & Senzala”, de Gilberto Freyre, “Raízes do Brasil”, de Sérgio Buarque de Holanda, “Formação do Brasil Con­temporâneo”, de Caio Prado Júnior, e “Os Donos do Poder”, de Raymundo Faoro — obras sólidas, que podem ser questionadas mas não renegadas. O que Eduardo Galeano tem de melhor é sua prosa sobre futebol e assuntos tão leves quanto. Risíveis são acadêmicos que passaram a vida toda acreditando nas ideias de Eduardo Galeano tentando justificá-lo, quando o próprio jornalista e escritor não queria nem aceitava mais fazê-lo. Eles deveriam fazer o mesmo que o uruguaio: admitir a baixa qualidade da obra. Galeano disse que, se tivesse de lê-la novamente, desmaiaria de tédio. A esquerda já havia sido enganada antes pelo “filósofo” francês Louis Althusser, que também teve de desmascarar-se para que os esquerdistas passassem a vê-lo como empulhador.

O escritor Günter Grass foi nazista da SS? Era apenas um garoto e ele mesmo contou a história

[caption id="attachment_33336" align="alignright" width="620"]Günter Grass é autor de um grande romance, “O Tambor”, que foi levado ao cinema Günter Grass é autor de um grande romance, “O Tambor”, que foi levado ao cinema[/caption] Tornar-se um par de Goethe, Heine, Kafka, Rilke, Thomas Mann, Robert Musil, Hermann Broch e Elias Canetti, escritores de língua alemã, não é nada fácil. Kafka era tcheco; Rilke (nascido em Praga), Musil e Broch, austríacos; Canetti, búlgaro; e Goethe, Heine e Mann, alemães. Em comum três coisas: a língua alemã, a força literária de seus livros e a vitalidade de suas ideias. Günter Grass, Nobel de Literatura, morreu na segunda-feira, 13, aos 87 anos, e deixou obras-primas, sobretudo “O Tambor”, de 1959. Pode ser colocado ao lado — como espécie de porta-voz informal da consciência da Alemanha — de Goethe e Mann? Se posto ao lado, fica de pé? Equilibrar-se ao lado de Goethe e Mann, os dois maiores gênios da literatura da Alemanha, com Heine na cola, é possível? Talvez não seja possível dizer que Günter Grass estivesse à altura do trio. Numa “disputa” com Mann, autor de “A Montanha Mágica”, ficaria, por certo, num honroso segundo lugar. “O Tambor” é quase uma obra de Mann — próxima, quem sabe, de “Doutor Fausto” — escrita por... Günter Grass. O romance narra a história de um garoto, Oskar, que não quer crescer. Por que tornar-se adulto sob o nazismo, servindo àquilo, o vilipêndio, de que se discorda? Para além da mensagem política, a crítica ao totalitarismo, trata-se de um romance muito bem escrito e imaginado. “Um Vasto Campo”, de 1995, trata da reunificação das Alemanhas Oriental e Ocidental. Como sua perspectiva não é nada convencional, o autor permaneceu de esquerda, desagradou muita gente, como o crítico Marcel Reich-Ranicki, que chegou a rasgar um exemplar, ganhando a capa da revista “Spiegel”. A autobiografia “Des­cascando a Cebola”, de 2006, provocou polêmica internacional, pois o veterano combatente da esquerda admitiu pela primeira vez que, quando jovem, na Segunda Guerra Mundial, havia pertencido à SS nazista. Leitores incautos começaram a avaliá-lo não pela obra e pela conduta de uma vida, e sim pela revelação de que havia sido militante — melhor dizer, soldado — nazista. Na época, Günter Grass era um garoto e, mesmo que não quisesse, teria de servir ao seu país, quer dizer, ao regime de Adolf Hitler. Por que Günter Grass demorou a contar a história? Es­taria elaborando a forma de contá-la? Não queria que um pesquisador a relatasse primeiro? É provável. Poderia, porém, ter deixado a história para ser publicada depois de morrer, o que evitaria certo sofrimento. O escritor preferiu publicá-la e aguentar as consequências.

Biografia revela que Otávio Lage não fechou Assembleia e que foi uma espécie de JK de Goiás

Livro mostra que Otávio Lage, como governador, foi decisivo para modernizar a educação, a energia e o transporte no Estado de Goiás

Luciano Canfora lança a grande “biografia” de Atenas e desfaz mito democrático

atenasO filólogo, filósofo e historiador italiano Luciano Canfora, professor da Universidade de Bari, é autor de livros que arrancam a história do lugar comum, às vezes revisando documentos exaustivamente pesquisados por outros estudiosos, e propõem outra interpretação. “O Mundo de Atenas” (Companhia das Letras, 569 páginas) é sua mais recente obra publicada no Brasil, com tradução escorreita de Federico Carotti. O estudo tira a “roupa” de Atenas, redimensiona-a, desconstruindo mitos, mas “a” cidade não fica, por assim dizer, “menor”. Sinopse da editora assinala que, “para o imaginário ocidental, a Atenas antiga representa muito mais que uma simples cidade. O período que vai das reformas de Clístenes (508 a. C.) à morte de Sócrates (399 a.C.) teria consagrado um modelo universal, tanto político quanto cultural. Político pois se atribui a Atenas a invenção da democracia — ou seja, o sistema político mais difundido no mundo. Cultural pois a ela se credita a criação da filosofia, da história, do teatro, da literatura, da arte e da arquitetura: tudo, enfim, que é considerado ‘clássico’ e portanto incontornável”. Atenas e seus “ídolos” — como Sócrates e Platão — significam muito para a humanidade, mas Luciano Canfora frisa que é preciso “restituir a cidade à sua história”. É necessário “estudar Atenas e seu tempo a partir dos textos primários, destituídos das camadas geológicas de interpretação e mito. O resultado é o desmanche da máquina retórica em torno do ‘berço da democracia’. Com recurso ao rico e variegado arsenal de fontes à disposição do historiador, o professor demonstra que desde a Antiguidade vem se construindo um discurso engrandecedor dos feitos e instituições de Atenas — para fins e em contextos diversos —, muitas vezes em franca contradição com os documentos que dão suporte a essas narrativas. E mais: ao fazer a leitura cerrada dos textos originais, o autor aos poucos revela que os principais críticos do sistema democrático foram os próprios intelectuais atenienses”. O livro “O Julgamento de Só­crates” (Companhia das Letras), de I. F. Stone, aponta o filósofo como não-democrático. Segundo a editora, “no pano de fundo, a parábola dessa história é a acachapante derrota do império naval ateniense ante Esparta e o cataclismo no mundo grego daí decorrente, que permitiu a ascensão da Pérsia e afinal o triunfo do ideal monárquico realizado pela hegemonia macedônica: a primeira derrota da democracia”. Canfora é autor de outros livros importantes: “A Biblioteca Desa­parecida — História da Bibli­oteca de Alexandria” (Companhia das Letras), “Júlio César — O Ditador De­mocrático” (Estação Liberdade), “Crítica da Retórica Democrática” (Estação Liberdade), “1914” (Edusp).

Idoso morre por falta de assistência média. Suspeita de dengue hemorrágica

Entrevistas de gestores sugerem que, em termos de saúde, as pessoas moram em Shangri-la, não em Goiás. “Estamos construindo hospitais”, dizem. Tantas “obras” não serviram para salvar a vida do operador de máquinas Luciano Alves, de 68 anos. Ele buscou assistência em Goiânia, mas os servidores da saúde municipal estavam em greve. Morreu em Aparecida — suspeita-se de que de dengue hemorrágica.

Grupos JBS-Friboi e Caoa repassaram milhões para o ex-ministro Antônio Palocci, revela a revista Época

Capa edição 880 (Foto: divulgação) A matéria “Documentos revelam que Palocci recebeu R$ 12 mi de empresas quando coordenava a campanha de Dilma em 2010”, dos repórteres Thiago Bronzatto e Filipe Coutinho, da revista “Época”, é outro capítulo explosivo sobre provável corrupção nos bastidores do governo da presidente Dilma Rousseff. A reportagem revela que o escritório do advogado Márcio Thomaz Bastos repassou R$ 5,5 milhões para Antônio Palocci, em 2010, quando ele era arrecadador “informal da campanha da petista”. “No dia em que foi anunciado como ministro de Dilma [Casa Civil], Palocci recebeu R$ 1 milhão em sua consultoria, a Projeto. A origem da grana era o Pão de Açúcar, então dirigido por Abilio Diniz. Palocci teria sido contratado para auxiliar “na fusão entre o grupo de Abilio Diniz e as Casas Bahia”. Detalhe: “Palocci não prestou qualquer serviço”. O Ministério Público Federal elaborou uma lista “com 30 nomes de empresas que pagaram o ex-ministro”. “Em 2010”, anota a revista, “Palocci recebeu, ao menos, R$ 12 milhões em pagamentos considerados suspeitos pelo MPF”. O frigorífico JBS, da família de Wesley Batista, Joesley Batista e Júnior Friboi, e a concessionária CAOA (tem montadora em Anápolis, Goiás) repassaram R$ 6,5 milhões a Palocci. O ex-ministro “não conseguiu comprovar que prestou serviços às empresas”. Há “indícios”, portanto, “de que as consultorias foram, na verdade, de fachada”. A revista nota que “a consultoria de Palocci recebeu R$ 2 milhões da JBS entre 2009 e 2010. É um caso para lá de estranho: embora Palocci tenha admitido que recebeu da JBS, a JBS informou à ‘Época’ que nunca teve qualquer negócio com o petista. Em 2010, a JBS foi a campeã de doações oficiais à campanha de Dilma, com R$ 13 milhões — foram quase R$ 70 milhões em 2014. No caso de Palocci, a JBS fez sete depósitos em cinco meses. Os pagamentos se dividiram em dois de R$ 250 mil e outros cinco de R$ 300 mil”. Há um contrato, apesar da negativa da JBS. “O contrato” entre Palocci e a JBS “foi assinado antes da eleição, no dia 1º de julho de 2009. Previa o assessoramento do ex-ministro na aquisição que a JBS faria nos Estados Unidos da multinacional Pilgrims Pride, segunda maior produtora de aves do mundo. A JBS fechou o negócio logo depois, em 16 de setembro daquele ano. Aos procuradores, Palocci descreveu os serviços que a JBS diz não ter contratado: ‘Apoio decisório que passa pela análise das perspectivas do mercado de carnes de frango nos mercados americano e global e pela avaliação do valor de mercado da companhia e as sinergias passíveis de serem auferidas com a globalização do grupo em outras áreas de proteína animal, além da carne bovina”. Porém, frisa a revista, “um documento enviado ao BNDES pela dona da Friboi em 5 de agosto daquele ano — um mês, portanto, após a contratação de Palocci — põe ainda mais em dúvida a veracidade dos serviços, segundo o MPF. Na nota técnica AMC/DEPAC 028/2010, a JBS informa ao BNDES que ‘já estava em fase adiantada de negociação com a Pilgrims’. O próprio dono da JBS, o empresário Joesley Batista, que já era dono nos Estados Unidos da multinacional Swift, disse, em outubro daquele ano: ‘Começamos a negociar com a Pilgrims Pride há um ano, antes que pedisse concordata’. Dez meses antes, portanto, da assinatura do contrato com Palocci”. Especialistas disseram à “Época” que Palocci, até por não entender da delicada operação, não participou da negociação como analista. CAOA Em 1º de julho de 2010, durante a campanha de Dilma Rousseff, Palocci firmou um contrato com a Caoa, do empresário Carlos Alberto Oliveira Andrade, que dirige uma montadora da Hyundai em Anápolis. A Caoa pagou R$ 4,5 milhões a Palocci, mas o ex-ministro nada fez para a empresa. (“Época” afirma que Carlos Alberto tem uma fábrica da Hyundai em Goiás; na verdade, é mais uma montadora.) O curioso é que, mesmo tendo repassado milhões para o ex-ministro, a Caoa garante: “Não temos e nunca tivemos nada com a consultoria de Palocci”.

Alento à Reforma Política

Luiz Carlos Borges da Silveira Ao aprovar, em primeiro turno, a emenda constitucional proibindo coligações nas eleições proporcionais – deputado federal, deputado estadual e vereador – o Senado deu alento à reforma política. É um passo tímido, mas significativo na direção da tão almejada e necessária revisão, que parece que vai andar. Dentre outras propostas estão: adoção do voto distrital (apelidado de Distritão) nas eleições parlamentares, sistema em que apenas os mais votados se elegem, eliminando o voto de legenda que permite que um nome extremamente popular, mas sem nenhum preparo nem experiência política, consiga alta votação e ajude outros rejeitados pelo eleitorado a elegerem-se; estabelecimento da coincidência de mandatos, incluindo as eleições municipais na mesma data dos pleitos federal e estadual (atualmente discute-se a forma, sendo mais provável que prevaleça a tese da prorrogação por dois anos dos atuais mandatos de prefeitos e vereadores, a outra tese é a do mandato tampão, de dois anos, para que então ocorra a unificação em 2018); redução do mandato dos senadores de oito para cinco anos; fim da reeleição nos cargos majoritários, porém com a fixação de cinco anos para os referidos mandatos. Enfim, são questões em discussão que demonstram interesse pelo tema. Quanto à coligação partidária em eleição parlamentar, trata-se de uma aberração no processo eleitoral causando distorções e situações inaceitáveis, ferindo o direito do cidadão que vota para escolher seus representantes populares nos níveis federal, estadual e municipal. Abolir esse instituto na legislação significa em primeiro lugar o fortalecimento dos partidos que terão de mostrar a cara, eleger seus membros com votação própria, desestimulando alianças interesseiras e coligações esdrúxulas que reúnem partidos sem a menor identidade ideológica. Para o eleitor será a chance de evitar o risco de votar no candidato de sua preferência e ver eleito outro completamente oposto à sua vontade. Será o fim das coligações fisiológicas e das legendas de aluguel, acabando com a barganha em troca de tempo nos programas de rádio e televisão. O fim das coligações pode ensejar naturalmente a chamada cláusula de barreira, pois os partidos nanicos terão dificuldade de eleger bancadas representativas. Por isso a medida deve contribuir para a existência de legendas fortes, de amplitude nacional e bem organizadas, porque do contrário não sobreviverão. É bem verdade que a matéria exige mais uma votação no Senado, na qual tem chance de ser novamente aprovada. O problema está na Câmara dos Deputados, onde 28 pequenos partidos (a quem interessa manter as coligações) já se posicionaram contra, por motivos óbvios. Algumas lideranças também se manifestaram contrárias, ou por convicção ou para agradar aliados nanicos. O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, durante encontro político em Curitiba, prometeu que em maio coloca a matéria em votação no plenário. Portanto, é de se esperar que o bom senso prevaleça e a matéria venha a ser aprovada, tornando-se um grande incentivo para a adoção das outras medidas no bojo da reforma. Caso isso não aconteça, teme-se que seja um desestímulo à reforma política que tem de avançar este ano, pois 2016 é ano de eleições municipais e nenhuma alteração significativa será adotada na legislação eleitoral. Luiz Carlos Borges da Silveira é empresário, médico e professor. Foi ministro da Saúde e deputado federal.

Charge de Jorge Braga põe Vaccari Neto sugerindo que o PT terceirize sua tesouraria

charge-pop Os críticos literários Marcelo Franco e Iúri Rincón Godinho sugerem que, se não é genial, o cartunista Jorge Braga roça a genialidade. O que se pode dizer é que às vezes acerta a mão. Na sexta-feira, 17, publicou uma charge oportuna em “O Popular”. O ex-tesoureiro do PT — o partido está se especializando em fabricar ex-tesoureiros enrolados — João Vaccari Neto é mostrado numa cela, com roupa de presidiário e barba hirsuta. Do lado de fora, na janela da cela, uma estrela vermelha, simbolizando o PT, pergunta: “O que eu faço com a tesouraria?” Vaccari, com sua cara de poucos amigos, sugere, ecoando o debate na Câmara dos Deputados: “Terceiriza”. Uma charge de alta qualidade, atenta ao debate nacional. Ponto para Jorge Braga.

Programada para ser mensal, revista Ludovica não circula em abril

A revista “Ludovica”, dirigida ao público feminino e editada pelo Grupo Jaime Câmara, não circulará em abril. Lançada em março e programada para ser mensal, a publicação só vai às ruas dia 3 de maio, para “ficar mais próximo do Dia das Mães”, segundo e-mail enviado para as agências de publicidade por Isleika Leite, analista de Mercado do GJC. Na prática, isso dá um fôlego para o departamento comercial que, teoricamente, terá mais tempo para vender a próxima edição. Porém, para quem está no segundo número, saltar um mês, mesmo que apenas três dias, pode passar para o mercado a ideia de que a “Ludovica” não foi bem recebida. Texto do e-mail enviado para as agências Caros colegas, boa noite! Decidimos alterar a data da veiculação da 2ª edição da Revista LUDOVICA para o dia 03/05, por uma razão especial, ficar mais próximo do Dia das Mães. Com isto ganhamos mais prazo para a comercialização, ficando o fechamento comercial para amanhã dia 16/04 e o material para o dia 17/04. Conto com o apoio de todos. Abs.

Hering vai instalar mais fábricas em Goiás. Fábio Hering fez a revelação ao governador Marconi Perillo

A crise é um fato nacional incontestável e nenhum Estado é uma ilha. Mas Goiás continua atraindo empresas, dada sua economia pujante, que cresce acima da economia nacional. O governador Marconi Perillo, do PSDB, anunciou -- via redes sociais oficiais do governo -- na quinta-feira, 16, que a Hering, a gigante da fabricação de roupas, vai instalar novas fábrica no Estado. A Hering já tem seis unidades em Goiás — em Anápolis, Goianésia, Paraúna e Santa Helena. O presidente do grupo, Fábio Hering [na foto acima, ao lado do governador goiano], disse ao governador Marconi Perillo, em São Paulo, que Goiás é um Estado que contribuiu para a expansão da empresa. Goiás está no centro do Brasil e isto facilita o trabalho de distribuição da Hering.

Alcides e Braga não provam acusação e terão de indenizar Marconi Perillo em 100 mil reais

Alcides Rodrigues (PSB), quando governador de Goiás, e Jorcelino Braga (PRP), quando secretário da Fazenda do governo de Goiás, disseram que Marconi Perillo, que havia sido governador de 1999 a 2006, era responsável pelo déficit nas contas do Estado. Rodrigues e Braga sublinharam que o tucano-chefe havia deixado uma “terra arrasada” e que o arquiteto da terra devastada seria o hoje governador Marconi Perillo. Porém, segundo o desembargador Itamar de Lima, do Tribunal de Justiça de Goiás, não conseguiram apresentar provas de suas afirmações. Por terem “lesado” a imagem de Marconi Perillo — configurando danos morais —, o magistrado condenou-os a pagar 100 mil reais de indenização. Rodrigues e Braga podem recorrer ao Superior Tribunal de Justiça. Se não o fizerem, terão de indenizar Marconi Perillo. A questão é que, se não apresentaram provas no TJ-GO, o que irão apresentar em Brasília, no STJ?

Lista dos 100 mais influentes do mundo da revista Time é a piada das piadas

[Reese Witherspoon: na fantasia da Time, é uma mulher muito influente] Dizer que o mundo já foi melhor talvez seja vício ou patologia dos nostálgicos. Mas não é estupidade, para usar uma palavra “de” Mário de Andrade, sublinhar que, há algum tempo, na lista de mais influentes iriam aparecer Winston Churchill, Stálin (inescapável), Franklin Roosevelt, Charles de Gaulle, Marcel Proust, James Joyce e Thomas Mann. Do Brasil, de maneira incontestável, seriam citados Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Machado de Assis, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade e Clarice Lispector. Pois bem: o mundo mudou — quem sabe, para pior. A revista “Time”, dos Estados Unidos, publicou na quinta-feira, 16, a lista das 100 pessoas mais influentes da Terra. [Gabriel Medina, surfista, precisa aproveitar logo seus 15 minutos de fama] O empresário Jorge Paulo Lemann, homem mais rico do Brasil e um dos mais ricos do mundo, está na lista dos mais influentes. Difícil discordar, porque se trata de um empresário que saiu de um país ainda tido como periférico, embora seja a sétima maior economia global, e conquistou o mercado internacional. Porém, apontar o surfista Gabriel Medina entre os mais influentes — é mais apropriado apresentá-lo como um dos mais famosos, uma celebridade — é duvidar da inteligência das pessoas. O tubarão das águas é um craque do surfe, mas só. O que ele de fato influencia? Ah, as revistas e jornais abrem amplo espaço para explicá-lo e acolhem suas “ideias”. Mondo cane. Lemann e Medina são os únicos brasileiros da lista. O cantor Kanye West — Frank Sinatra acaba de sair do túmulo para surrar os “eleitores” da “Time” — e a atriz Reese Witherspoon (do túmulo Marlon Brando manda avisar que já reencarnou em Vito Corleone para “pegar” os eleitores da “Time”) aparecem entre os mais influentes. É provável que, se perguntados a respeito, dirão: “Não sabemos o que está acontecendo”. O czar da Rússia, Valdimir “Kontora” Putin, e Angela Merkel, a chefona da Alemanha, são de fato influentes. Só perdem em influência para o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. O premiê grego Alexis Tsipras não teve tempo para ser influente, mas já aparece na lista. Talvez seja mais importante ou influente do que Aristóteles — na perspectiva atual. Elizabeth Warren, senadora democrata, é listada. É provável que 99% das pessoas do mundo — e pelo menos 69% dos norte-americanos — não saibam de quem se trata. Ah, sim, o economista francês Thomas Piketty, autor de "O Capital no Século XXI", e o papa Francisco aparecem na lista. Menos mal. O papa Francisco, ao lado de Barack Obama, talvez seja o homem mais influente do mundo.