Por Euler de França Belém

O governador José Eliton tem dito aos seus auxiliares que não procede a tese de que Ronaldo Caiado vai receber um Estado em situação de terra arrasada. O governo dirigido pelo tucano sustenta que quitará novembro até o dia 20 — cumprindo as vinculações. Auxiliares sublinham que José Eliton também age para equacionar os problemas dos Itegos.

O presidente eleito costuma dizer que o deputado do PSL é um político republicano

Há quem aposte que o ex-presidente da Agetop pode se tornar o Antônio Palocci de Goiás

Há uma história nebulosa sobre uma tentativa de vender um terreno em Piracanjuba

Vai tentar convencer Daniel Vilela a ser seu vice ou candidato a senador

O PSDB está na lona, mas quem quer presidir o partido promete fazer oposição crítica ao governo de Ronaldo Caiado

Os neocaiadistas sugerem que o governador eleito está passando a imagem de que não há técnicos competentes em Goiás

A recuperação financeira de Goiás passa por Brasília, por isso o futuro ministro da Fazenda tem peso na indicação do secretário

Detalhe: o político nunca foi preso. Será sua primeira temporada na cadeia

O deputado goiano propõe a construção de 10 milhões de casas, para gerar emprego, acabar com o cartel dos bancos e não aumentar o preço do diesel

Esmagado pela derrota eleitoral e prisão de seus líderes, o PSDB perdeu o rumo
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O PSDB está destroçado em Goiás. As prisões de Jayme Rincon e de Marconi Perillo, mais do que meramente as derrotas eleitorais, deixaram o partido na lona. O partido tem seis deputados na Assembleia Legislativa, mas é como se não tivesse nenhum, ou apenas um (Gustavo Sebba) ou dois (Gustavo Sebba e Talles Barreto). A maioria quer aderir e apoiar o governador eleito Ronaldo Caiado. Por dois motivos. Primeiro, temem não conseguir eleger prefeitos em 2020 e receiam não conquistar a reeleição em 2022. Hoje, ao menos em Goiás, ser integrante do PSDB é como trabalhar num cemitério e, na falta de parentes, ter de carregar os caixões dos mortos. No caso, o partido é o caixão e é o morto. Políticos não gostam de ser enterrados junto com partidos que morrem.
Para a Câmara Federal, o PSDB só elegeu Célio Silveira. Ou melhor, o político do Entorno de Brasília se elegeu, apesar do PSDB. A tendência é que saia do partido e migre para a base do governador eleito de Goiás, Ronaldo Caiado. Ele já foi inclusive do DEM.
Silencioso, com sua discrição habitual, que intriga inclusive seus aliados, Ronaldo Caiado está articulando para neutralizar as oposições — exceto o PT, que é infenso à sua influência — e construir uma base sólida na Assembleia Legislativa. A tendência é que governe sem traumas no Legislativo e, em termos gerais, possivelmente poucos setores partidários farão críticas à sua gestão.
Parte do PSDB já abriu diálogo com Ronaldo Caiado. Os deputados Diego Sorgatto e Célio Silveira não vão lhe fazer oposição. Sebastião Caroço não tem problemas com Caiado — seus problemas são com o prefeito de Formosa, Ernesto Roller, que é primo do governador eleito. O MDB está praticamente sob seu controle — via Adib Elias, prefeito de Catalão, e outros líderes, como Paulo Vale, de Rio Verde, Renato de Castro, de Goianésia, e Ernesto Roller, de Formosa.
Ante o novo realinhamento político que está se formando em Goiás, quem fará oposição, então? Talvez o PT e alguns aliados isolados de Ronaldo Caiado, como o senador eleito Jorge Kajuru, o deputado Major Araújo e Amaury Ribeiro, deputado eleito este ano, que se comportam como outsiders incontroláveis. A tendência é que a oposição se dê fora do Parlamento. Setores corporativos dos servidores do Estado, se não forem atendidos em suas reivindicações salariais, ou se tiverem alguns de seus penduricalhos cortados, tendem a fazer críticas e manifestações públicas.

O grande trunfo do deputado é sua popularidade e a aliança com Bolsonaro. O senador eleito é um outsider de imensa força eleitoral

Decadente, com imagem queimada, Evandro Magal não deve lançar candidato consistente para prefeito

O governador eleito articula um frentão para fortalece-lo no Legislativo e na disputa da reeleição em 2022

Se Wilde Cambão assumir a secretaria, seu suplente, Lineu Olímpio, assume vaga na Assembleia. É aliado de Renato de Castro
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O governador eleito de Goiás, Ronaldo Caiado, do DEM, deve nomear um político — ou técnico — do Entorno do Distrito Federal para titular da Secretaria do Entorno do Distrito Federal.
Dois políticos são mais cotados — o deputado estadual Diego Sorgatto, do PSDB, e o deputado estadual eleito Wilde Cambão, do PSD.
Diego Sorgatto disse ao Jornal Opção que recebeu uma sondagem sobre a possibilidade de assumir a Secretaria do Entorno. “Topo ser secretário desde que a secretaria tenha estrutura de trabalho de fato e, deste modo, eu possa ajudar a minha região.”
Wilde Cambão é liderado do prefeito de Luziânia, Cristóvão Tormin, do PSD. Os dois foram bastiões da candidatura de José Eliton (PSDB) no Entorno de Brasília.
Mas há uma questão que uma fonte sugere que seja levada em consideração. O prefeito de Goianésia, Renato de Castro, do MDB, apoiou Lineu Olímpio, do PTB, para deputado estadual.
Lineu Olímpio não ganhou, mas ficou como primeiro suplente da coligação PSD-PTB. Renato de Castro quer vê-lo na Assembleia Legislativa já a partir de fevereiro de 2019. Como?
Se Wilde Cambão, do PSD, for para a Secretaria do Entorno, Lineu Olímpio se torna deputado — o que agradará Renato de Castro. O prefeito foi um dos primeiros emedebistas a desafiar Daniel Vilela, candidato derrotado do MDB a governador, e bancar Ronaldo Caiado. Este é grato ao representante de Goianésia e a indicação de Wilde Cambão seria uma forma de contemplá-lo.
Há a possibilidade de um tertius? Sim. Trata-se de Marcelo Melo, do DEM, que mantém forte ligação tanto com o Entorno, sua origem, quanto com Brasília. Ele foi deputado federal.