Por Euler de França Belém
A “Veja” publica uma reportagem exclusiva revelando que o porão dos governos do PT é mais sujo do que se imaginava. Na capa, a revista posta o título: “Exclusivo — O núcleo atômico da delação”. Acrescentando a informação: “Paulo Roberto Costa diz à Polícia Federal que em 2010 a campanha de Dilma Rousseff pediu dinheiro ao esquema de corrupção da Petrobrás”.
Os depoimentos de Paulo Roberto Costa, como ele prometeu, pode mesmo derrubar a República, ainda que seja feita a eleição. Até agora, a presidente Dilma Rousseff “passeava” incólume, mas as denúncias começam a colar na petista, que, breve, pode deixar de ser teflon.

[caption id="attachment_16174" align="alignleft" width="620"] Professor Weslei (à esquerda) ultrapassou Antônio Gomide na última rodada Ibope | Fotos: Reprodução[/caption]
Devido ao possível erro na pesquisa divulgada na quinta-feira, 25 — que apontou o professor Weslei Garcia, candidato do PSOL a governador de Goiás, com 5% (o dado provável é de 0,5%) —, o Ibope dará uma nova pesquisa para a TV Anhanguera, a ser divulgada na quarta-feira, 1º.
A nova pesquisa sugere que, indiretamente, o Ibope sinaliza que errou na intenção de voto de Weslei Garcia. Não se trata de um erro com intenção de elevar um candidato ou prejudicar outros candidatos, como o do PT, Antônio Gomide, que caiu de quarto para quinto lugar. Provavelmente, trata-se menos de um erro de tabulação que de digitação.
Do embate da Prefeitura de Goiânia com a Câmara Municipal para aumentar o IPTU na capital resta pelo menos um aspecto positivo: a impressão de que ainda existem parlamentares independentes e bem preparados para o debate — com capacidade, sensibilidade e criatividade para, ao menos, tentar barrar o rolo compressor do Executivo.
O vereador Virmondes Cruvinel (PSD) deu exemplos de criatividade aos seus colegas durante a votação do IPTU por vários motivos. Primeiro porque levou o assunto às redes sociais para saber o que o seu público pensa sobre a majoração do tributo. Praticamente todos os seus seguidores foram contra o aumento, o que subsidiou seu posicionamento desde então.
Segundo porque, ao votar contra o projeto da prefeitura, gravou um vídeo selfie de sua participação na tribuna e postou imediatamente na internet. Se alguém estava pedindo modernidade na representação política, eis um modelo. Virmondes também votou contra a venda de áreas públicas e a favor do voto aberto para a cassação de parlamentares. Um craque do futuro? Não. Do presente.
Em Brasília, entre ricos e pobres, o deputado federal José Antônio Reguffe (PDT) é chamado de “Rei Guffe” e, às vezes, de são Francisco de Assis. Com estrutura mínima, com o uso mais da fala e de caminhadas incansáveis, sem cabos eleitorais, Rei Guffe faz uma campanha eleitoral absolutamente franciscana, ao contrário de outras campanhas milionárias. A pesquisa do Ibope divulgada nesta semana mostra o Rei Guffe com 37% das intenções de voto (cima da pontuação do candidato a governador do Distrito Federal de sua coligação, Rodrigo Rollemberg). O segundo colocado é o petista Geraldo Magella, com 16%. O senador Gim Argello, do PTB, tem 13%. Sandra Quezado é citada por 3%.
Os principais adversários do Rei Guffe, somados, têm 32%. O candidato do PDT tem 5% a mais do que os três juntos.
O Ibope mostra o Rei Guffe em ascensão. Ele subiu 2%. O PT deve perder o governo do Distrito Federal e possivelmente não fará o senador. Será uma das maiores derrotas do partido no país.
A crise do IPTU está escondendo outra crise. Há pelo menos um grupo que não quer o fortalecimento da tendência liderada por Rubens Otoni e Antônio Gomide

Peemedebistas que frequentam o comitê eleitoral do candidato do PMDB ao governo de Goiás, Iris Rezende, dizem que a primeira ordem do momento é: evitar que Marconi Perillo, candidato do PSDB, seja eleito no primeiro turno.
A segunda ordem é: trabalhar para que, em caso de segundo turno, Iris não chegue lá tão desidratado e, deste modo, leve uma goleada.
A terceira ordem é: combater a tese de que Vanderlan Cardoso está crescendo e tem condições de ir para o segundo turno contra o tucano-chefe.
Se necessário, Iris, que está preservando Vanderlan, vai partir para o ataque, sugerindo que o empresário investe mais em outros Estados do que em Goiás. O peemedebismo também vai sugerir que o candidato do PSB administrou apenas um município pequeno e, portanto, não tem experiência administrativa.
Aliados de Iris têm dito que o peemedebista aceita até perder para Marconi, mas não admite ficar em terceiro lugar.
[Marina Silva e Rodrigo Rollemberg: Brasília é do PSB]
Pesquisa de intenção de voto do Ibope, divulgada na quarta-feira, 24, mostra o candidato do PSB a governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, com 31% (tinha 28% no levantamento anterior). O segundo colocado, Jofran Frejat, do PR, tem 21% (manteve o índice da pesquisa anterior). O governador Agnelo Queiroz, do PT, aparece com 19% (caiu dois pontos). Tecnicamente, o republicano e o petista estão empatados, porém o primeiro está em ascensão, enquanto o segundo está patinando em todas as pesquisas. A possibilidade de Frejat ir para o segundo turno é maior, para disputar com Rollemberg – chamado em Brasília de “Marina Silva de calça” –, é, portanto, maior. O tucano Luiz Pitiman e Toninho, do PSOL, têm 3%. Perci Marrara, do PCO, não foi citado pelos eleitores. 14% não responderam. Brancos e nulos são 9%.
A pesquisa do Ibope, com margem de erro de 2% para mais e para menos, foi feita entre 21 e 23 de setembro, e ouviu 1.610 eleitores. Registro nº: DF-00057/2014.
Segundo turno
No segundo turno, confirmando sua vitalidade no primeiro turno, Rollemberg seria eleito contra qualquer um dos candidatos. Contra Frejat, que teria 25%, Rollemberg teria 47%. Contra Agnelo Queiroz, que ficaria com 20%, o candidato do PSB teria 52%. A pesquisa sugere que Agnelo é o candidato mais fácil de ser batido. Frejat derrotaria Agnelo – por 43% a 27%.
Rejeição
Agnelo é o primeiro colocado em rejeição – com 44%, um dado, aparentemente, intransponível. A rejeição de Rollemberg é a menor – 5%. Frejat tem rejeição de 16%. Pitiman: 10%. Toninho: 9%. Perci: 8%.
Governo mal avaliado
A pesquisa mostra que 47% dos entrevistados avaliam a gestão de Agnelo como ruim ou péssima. Um dado elevado. 32% a avaliaram como regular. 18% admitem que é ótima ou boa. 3% não responderam.
Na avaliação pessoal de Agnelo, 64% disseram que não o aprovam. 27% o aprovam. 9% não responderam.
A avaliação altamente negativa do governo e de Agnelo sugere que o petista dificilmente irá para o segundo turno.
A maioria do PT não queria aliança com o PMDB na disputa pela Prefeitura de Goiânia em 2008. Rejeitava-se a aliança com o candidato Iris Rezende. No entanto, por um milagre quase inexplicável, dois jovens do PT, que inicialmente não queriam a união com Iris, de repente mudaram de posição e passaram a apoiá-la.
O que a Articulação fez para “virar” os votos dos dois jovens – que resultou num apoio apartadíssimo a Iris, com a indicação do petista Paulo Garcia para vice – até hoje não mereceu um esclarecimento definitivo. Aproveitando a crise atual, o vereador Tayrone di Martino – vice na chapa de Antônio Gomide, candidato do PT a governador de Goiás – poderia explicar o que de fato aconteceu. Ele possivelmente sabe como os dois votos foram “virados”.
A adesão envolveu dinheiro? Político sincero e articulado, Tayrone di Martino poderia ajudar o goianiense a entender se o apoio dos dois jovens custou mesmo algum dinheiro? Teria custado módicos 30 mil reais – 15 mil reais para um dos garotos? Não se sabe.
O prefeito de Jataí, Humberto Machado, do PMDB, não apoia a candidatura de Iris Rezende para governador. Mas apoia a candidatura do deputado federal Ronaldo Caiado, do DEM, para senador.
Na terça-feira, 24, Machado hipotecou total apoio a Caiado e participou de uma caminhada nas avenidas Goiás e Dorival de Carvalho. “Vamos enviar para Brasília o melhor senador do País. O Brasil tem grandes nomes na política, mas nenhum é tão capacitado como Ronaldo Caiado. Esse é um momento que o Brasil será passado a limpo e que somente os melhores ficarão. O Ronaldo é um deles”, disse o prefeito, apontado como um dos mais qualificados do Estado.
Machado frisou que Caiado é decisivo na defesa dos produtores rurais e do agronegócio. “Hoje, o agronegócio carrega o Brasil, e muito por causa do trabalho de Ronaldo. Antigamente, enfrentávamos juros altos, dificuldades. Hoje, somos os produtores mais qualificados do mundo graças ao Ronaldo, que levou os nossos problemas para os debates e nos trouxe soluções”, afirma o prefeito.
Se Cabo Verde é Cesária Évora, Moçambique é Elsa Mangue. A cantora moçambicana, de bela voz, morreu na segunda-feira, 22. O jornal “Notícias”, o mais importante do país, disse que a causa da morte não foi revelada pelos médicos do Hospital Central de Maputo e pela família. Ela estava internada “há alguns dias”.
Elsa Mangue era uma das principais estrelas da música de Moçambique e, em 1987, ganhou o Prêmio de Música Rádio França Internacional (RFI). Foi a primeira cantora do país a ganhar um prêmio mundial de música. Naquele ano, foi consagrada como “cantora revelação africana”. Ela também ganhou prêmios da Rádio Moçambique, a mais ouvida do país.
“Fim de estrada”, “Tindjombo”, “Ma original” e “Xindzekwana” estão entre as músicas mais conhecidas do público moçambicano, como ampla repercussão na África de Língua Portuguesa e em Portugal.
Elsa Mangue era uma artista engajada, preocupada em discutir questões sociais em seu trabalho musical. “A violência, discriminação e marginalização da mulher são os principais temas da obra musical da artista, que, apesar da longa carreira, continuava a atuar em casas de pasto da capital moçambicana e arredores, mas de forma intermitente, devido à doença”, publicou a agência de notícias Lusa.
O jornal português "Diário de Notícias" chama Elsa Mangue de "a diva da música de Moçambique".
Confira a música de Elsa Mangue no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=A9xPbJKisEA

Portugal está em festa, ao menos na imprensa: a Porto Editora lança na terça-feira, 23, “Alabardas, Alabardas, Espingardas, Espingardas” (136 páginas), romance inédito de José Saramago.
O Nobel de Literatura de 1998 não concluiu o romance. O editor Manuel Alberto Valente disse à imprensa portuguesa que o livro mostra o “testemunho empenhado” de Saramago. A presidente da Fundação José Saramago, Pilar del Río, sugere que a obra é “uma forma de repúdio à violência. São poucos capítulos, mas o tema fica claro, o texto tem unidade.
Nas notas que escreveu a respeito do romance, “Saramago antecipa o andamento e o desenlace da história que pretendia contar”, afirma Pilar del Río.
O livro, cujo título do livro é inspirado em versos de Gil Vicente, “tem como protagonista o funcionário de uma fábrica de armas que vive um conflito moral decorrente de seu trabalho”, diz o jornal “Diário de Notícias”.
Gavetas limpas e oportunismo editorial
O romance certamente será avaliado por críticos literários especializados, acadêmicos ou não — que explicarão se a obra tem qualidade —, mas há sempre o risco de, por interesse financeiro, herdeiros e editores “limparem” as gavetas de escritores famosos, como Saramago, e publicarem tudo que encontrarem. Lançaram há pouco tempo um livro inacabado de Vladimir Nabokov. Como curiosidade, tudo bem. Mas, em termos literários, o livro é de uma fragilidade que seria condenada prontamente pelo exigente crítico Nabokov.
O governo do PT estaria avacalhando institutos de pesquisas como o IBGE? Pode ser que não. Pode ter sido um equívoco do próprio Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, sem manipulação do petismo, a pesquisa sobre desigualdade social no país. Na dúvida, fiquemos com o humor, como o de Sinfrônio, do “Diário do Nordeste”.
[Amauri Soares e Patrícia Poeta, da Globo]
Patrícia Poeta foi demitida ou demitiu-se do “Jornal Nacional”. Depois do disse-me-disse, parece que a apresentadora não foi afastada e que vai mesmo fazer um programa de variedade. O colunista da “Veja” Lauro Jardim, que havia publicado a informação de que ela havia adquirido um apartamento por 23 milhões de reais, em Ipanema, publicou na terça-feira, 23, que a Globo deve criar um programa para Poeta nas “tardes de sábado”.
Recentemente, Poeta, seu marido, Amauri Soares, e Ali Kamel, chefão do jornalismo da Globo, assinaram um carta coletiva a um colunista do UOL esclarecendo que, ao contrário do que este publicou, não são “brigados” nem estão em “guerra permanente”. Kamel e William Bonner não teriam puxado o tapete da apresentadora. Uma irmã de Poeta garante ela só quer ser “feliz”.
A presidente Dilma Rousseff nomeou na sexta-feira, 19, o ex-deputado federal Marcelo de Araújo Melo (foto acima) para o cargo de diretor da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O líder político, um dos mais articulados do Estado, é ligado ao vice-presidente da República, Michel Temer. Em Goiás sua ligação mais sólida é com o empresário Júnior Friboi.
Marcelo Melo é o principal cabo eleitoral da presidente Dilma Rousseff no Entorno do Distrito Federal. Não à toa é chamado, entre os petistas do Palácio do Planalto, de “o leão do Entorno de Brasília”.
A campanha de Iris Rezende — candidato do PMDB a governador de Goiás — praticamente não existe no Entorno do DF. O motivo é simples: Marcelo Melo, sabotado pelo irismo, cruzou os braços e só trabalha, com forte empenho, na campanha da presidente Dilma Rousseff. O jovem político, cotado para ser candidato a prefeito de Luziânia em 2016, é um craque político, sempre posicionado, mas o irismo prefere bajuladores.
As pesquisas eleitorais publicadas no final de semana colocaram o grupo de Antônio Gomide (PT) com as barbas de molho. A 15 dias das eleições, o cenário para o governadoriável petista deixou de ser desanimador para entrar no terreno do desespero.
Além de confirmar que sua candidatura realmente não encantou o conjunto do eleitorado goiano, os estudos mostram algo pior: Marconi Perillo (PSDB)pode chegar ao final da disputa com mais votos que Gomide até mesmo em Anápolis.
Para tornar a situação mais desesperadora para o grupo do ex-prefeito, seu irmão, o deputado federal Rubens Otoni (PT), pode ter menos votos que Alexandre Baldy (PSDB) na cidade. É o que também apontam pesquisas recentes nos últimos dias.
O problema para Gomide e Otoni tem configurações diferentes. O candidato a governador, por não ter chance nenhuma, despertou o raciocínio do voto útil entre os anapolinos: se votarem em Gomide, ajudam a colocar Iris Rezende (PMDB) no segundo turno. Como se sabe, o peemedebista é rejeitado em Anápolis.
Para Rubens Otoni, a questão é outra. Pela primeira vez, encara um candidato a deputado federal que, além de ter uma campanha organizada e competitiva em todo o Estado, tem um perfil de empreendedor, que combina mais com a cidade. “Votar em Alexandre Baldy virou um movimento em Anápolis”, diz um observador.
No sábado, Marconi e Baldy reuniram uma multidão impressionante para a caminhada que fizeram pelas ruas da cidade. O clima foi tão festivo e descontraído que, durante um trecho, chegaram a andar em bicicletas cedidas por moradores. O sorriso dos dois, disse o mesmo observador, era sinal de vitória.