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O Jornal Opção convidou os professores André Leonardo Chevitarese, da UFRJ, e Ademir Luiz, da UEG, para listar os livros que achassem mais importantes sobre o Jesus Histórico. A lista é para aqueles leitores que se interessarem mais pelo assunto e quiserem aprofundar a leitura a respeito.
Chevitarese, que em parceria com o professor da Unicamp Pedro Paulo A. Funari, tem um livro muito bom sobre o tema — trata-se de “Jesus Histórico. Uma brevíssima introdução”, publicado pela Editora Kline —, entende que esses são alguns dos títulos mais relevantes para quem quer saber sobre o Jesus Histórico:
[caption id="attachment_83104" align="alignright" width="250"] Fotos: Reprodução[/caption]
“Jesus and Archaeology”, de James H. Charlesworth
Este livro traz 30 trabalhos de especialistas diretamente envolvidos com os estudos arqueológicos e seus impactos para pensar Jesus de Nazaré.
“O Jesus Histórico. A Vida de um Camponês Judeu do Mediterrâneo”, de John Dominic Crossan
Publicado originalmente em 1991, este livro além de oferecer importantes chaves de leituras no campo teórico-metodológico, não deixa o leitor esquecer que qualquer pesquisa neste campo do saber exigirá sempre um olhar transdisciplinar acerca de quem é Jesus de Nazaré.
“The Misunderstood Jew. The Church and the Scandal of the Jewish Jesus”, Amy-Jill Levine
Esta obra nos lembra que Jesus nasceu, viveu e morreu como um judeu, não tendo sido jamais um cristão. Aborda também uma questão decisiva que diz respeito ao antijudaísmo da documentação antiga literária, especialmente o denominado Novo Testamento.
“Jesus the Magician. Charlatan or Son of God”, Morton Smith
Um livro indispensável para todos os interessados no tema, especialmente pela lembrança incômoda que ele apresenta acerca das discussões sobre quem é Jesus, como ele foi visto e lido, não pelos seus atuais seguidores, mas por aqueles dos séculos I e II.
“The Life of Jesus Critically Examined”, David Friedrich Strauss
Publicada originalmente em 1835, esta obra continua ainda sendo leitura obrigatória para todos os interessados em realizar pesquisas no campo do Jesus Histórico, especialmente pelo seu aspecto crítico e analítico da documentação.
Ademir Luiz, que também é escritor, está escrevendo um romance que se passa no século I e, para isso, tem lido muitos livros a respeito de Jesus. A seleção que apresenta como leituras indispensáveis sobre o tema, além de compreender “O Jesus Histórico”, de John Dominic Crossan, também citado por Chevitarese, contém:
“O que Jesus disse, o que Jesus não disse”, de Bart D. Ehrman
“Jesus, um judeu marginal”, de John P. Meier
“Jesus, uma biografia revolucionária”, de John Dominic Crossan
“A morte do messias”, de Raymond E. Brown
“Nascimento do messias”, de Raymond E. Brown
“A vida de Jesus”, de Ernest Renan
“Testemunha ocular de Jesus”, de Carsten Peter Thiede
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Melhor do Que Parece – O Terno “Descomplicado e leve” foi o que se revelou na busca pelo disco, uma vez que a última posição nacional veio do caro amigo, o também jornalista Augusto Diniz. Não obstante, que delícia já é a primeira e culpada faixa do álbum, o terceiro da jornada empreitada pelos paulistanos. Líder ou entre o top três de muitas listas reconhecidas, a obra é melhor do que eu digo, só ouvindo. 4. Soltasbruxa – Francisco, el Hombre A festa mexico-brasileña do multicultural grupo de Campinas (SP) saltam aos olhos e ouvidos pós-qualquer-show-que-seja-da-banda. Grudam as músicas. E, aos desconhecidos, o zunido às vezes desconhecido recai numa mais atenta escuta de quem percebe nas letras o engajado franciscano, este do mundo de Gabriel García Marquez, com seu personagem Francisco, o Homem, que girava o mundo a recontar num cantarolar a história deste globo azul – como descoberto por José Arcádio Buendía. 3. O Mesmo Mar Que Nega A Terra Cede À Sua Calma – Bruna Mendez Imenso, feito o título, é o universo sonoro marítimo do trabalho de Bruna Mendez, este de quase um violão e voz a sós. São letras, acordes que mostram uma calmaria inquieta de um caminho certo sobre águas. É por se dar conta, do que já cantava Caetano e Chico, que navegar é preciso que a obra se renova em meio a frescores juvenis amorosos, a virtualidade fatigante. Há sempre bem mais. 2. Princesa – Carne Doce Foi nos últimos dias de vida de minha vó que conheci a Princesa de Carne Doce. “O Pai” que canta da admiração maior será sempre de despedida para mim. No mais, este muito mais que afetivo, o álbum é de valor singular musical, por atestar primorosamente em cenário nacional os novos ritmos de um Goiás pluralíssimo, do rock. E são nas letras que recaem o valor maior por seus retratos crus, donos e donas de si do já desgastado hoje, este que se engendra de passados. Mudança, meu povo. No jeito de ser. 1. Tropix – Céu O pixelado sonoro de Céu se faz de muitas cores. Dentre elas, a saudade da varanda dos avós, o assombro infantil, as muitas camadas de ser e do ser, o apreço por Chico. Se, do lançamento, os argumentos rondavam o sintético brasileiro, o pop brasileiro se inaugural em Gal ou com Céu, Tropix já se distancia, fazendo-se rainha brasilis. Que delícia! 5. Joanne – Lady Gaga Deixando grandes nomes para trás, como Adele e seu álbum “25” (que é sim de fascínio, ainda mais para um coração quebrado), Lady Gaga merece destaque. Não que eu concorde com o primeiro single – “Perfect Ilusion”, o qual se destoa do álbum, que é sim bem-redondinho, ou quase no caso – “Joanne” mostra uma nova faceta da artista. Uma menos manipulada, maquilada, uma menos produto industrial e cultural, e nem por isso menos comovente. Ela, que soube sempre refletir com todas elas o mundo em que vive, amostra agora o cru do humano, comum a muitos, como a perda, as imperfeições, as muitas vontades. Vale sim, girl. 4. Blackstar – David Bowie Quantas perdas, não 2016? E que perdas. Nas letras, na música, muitos ficaram à mercê de nada novo de grandes artistas que se foram. E, certamente, o mundo ficou à mercê do camaleão David Bowie. O artista lançou, à beira de virar pó, sua última estrela. Uma obscura e infinita Blackstar. 3. Anti – Rihanna Nem parece que o álbum é deste ano, por tão longínquo janeiro, quando foi lançado. Mas “Anti” é sim de 2016. E como não ressalta-lo se, dele, desvela um dos maiores singles do ano? “Work, work, work”, babie, foi o que Rihanna fez, preambulando por letras e bandeiras próprias e ainda mostrando que manda bem (e como!) nos vocais – o que para muitos não é tão surpresa assim. Não é não, “Love on the Brain”? https://play.spotify.com/album/3mH6qwIy9crq0I9YQbOuDf 2. Blonde – Frank Ocean Depois de uma espera aflitiva, Frank Ocean enfim amostrou o sucessor de “Orange Channel” ao mundo. E que mundo retratou. No seguir das faixas, cada som e letra, e ainda nome envolvido e, nisso, o acréscimo musical que ofereceram, tal como os vocais de Beyoncé em “Pink + White”, “Blonde” se faz essencial em qualquer lista. E se você ainda não furou nenhum streaming de tanto ouvir o álbum, saiba que é sempre hora. 1. Lemonade – Beyoncé Que a artista se consagra a cada trabalho de modo original e inaugural, todos sabem. Nem é preciso dizer da importância do álbum, que foi lançado no horário nobre em um dos canais mais vistos nos Estados Unidos. O emponderamento da mulher e o orgulho negro já valem como ponto para lista, que destaca uma artista que preza pela visualidade, o livre-transito entre ritmos. Entre as liberdades.

Projeto que congela gastos públicos por 20 anos foi aprovado nesta terça (13) por 53 votos favoráveis contra 16 contrários

Na tarde desta quarta-feira (31/8), 61 dos parlamentares avaliaram que Dilma cometeu crime de responsabilidade fiscal. Apenas 20 deles ficaram ao lado da petista

Pelo PP, Eurípedes Pankão está bem avaliado pela população em Acreúna. O pré-candidato tem chances na cidade. O mesmo ocorre com Issy Quinan, em Vianópolis. É um dos poucos atuais prefeitos que vão à reeleição com chances de vitória. Outro pepista com mandato e que pode vencer em outubro é Evandro Magal, prefeito de Caldas Novas.

Grande parte desse tipo de filme vem dos EUA, mas isso não significa que apenas trabalhos de lá estejam entre as melhores
[caption id="attachment_38542" align="alignleft" width="620"] Cena de “Uma história de amor e fúria”, que retrata o Rio de Janeiro no ano 2096[/caption]
Marcos Nunes Carreiro
Listas são sempre polêmicas. Por isso, já aviso logo que esta é fruto de escolhas únicas e inalienáveis deste que vos escreve. As justificativas estão postas e aceito questionamentos e novas listas feitas por você, caro leitor. Critique-me. A intenção da lista é mostrar que há enredos bem feitos e histórias fantásticas – se me permitem a ambiguidade do termo – nessas produções. Um fato importante é que não há apenas ganhadores de Oscar na lista, embora haja muitos.
A questão é: a lista foi feita tendo em mente apenas aqueles filmes “blockbuster”, isto é, de muita aceitação entre o público e, consequentemente, de excelente bilheteria. A única exceção, como verá o leitor, é a animação brasileira “Uma História de Amor e Fúria”, que entrou na pré-seleção de indicados ao Oscar de 2014, mas não teve “aquela” abrangência nas salas de cinema. A classificação por número é mais uma questão didática do que necessariamente pelo fato de uma animação ser melhor que a outra. Cada uma foi escolhida por um motivo em particular e, por isso, merece um lugar neste “cânone”. Veja:
1) Os Incríveis
A história da família Pêra merece o primeiro lugar desta lista por um simples motivo: esta animação foi responsável pela reformulação do papel do herói na sociedade. O filme mostra como as instituições sociais começaram a desprezar os (super) heróis, afinal, eles destruíam a cidade durante sua luta contra o crime. Os gastos públicos eram muito grandes e o custo-benefício passou a ser negativo. Pela primeira vez em animações de grande investimento, vimos a sociedade se (re)voltando contra os super-heróis, algo que agora veremos no cinema em Batman vs. Superman e Capitão América: Guerra Civil. “Os Incríveis” fez história.
2) Uma história de amor e fúria
O leitor pode pensar: “ora, esse filme não é um ‘bockbuster’. Que filme é esse, afinal?”. Bem, esta animação – que estreou nos Estados Unidos com o título “Rio 2096: A Story of Love and Fury”, em 2013 – foi a primeira produção totalmente brasileira a chegar com chances de ganhar o Oscar. Além de uma produção gráfica muito bem feita, o enredo contém belíssimos traços de metaficção historiográfica, pois reconta a história das lutas do Brasil de 1560 à atualidade e ainda ficcionaliza os conflitos do ano 2096. Isto é, retrata a história brasileira: da luta indígena pela sobrevivência à colonização à escassez de água que provavelmente atingirá o país no futuro. Essa animação deve ter lugar garantido em todas as listas do gênero.
3) Wall.E
Nem é necessário falar largamente deste filme, que tem uma das histórias mais bem contadas tendo por recurso o não-diálogo. Afinal, Wall.E e Eva, dois robôs, não conversam por meio de palavras, que passam a ser quase desnecessárias ao entendimento de quem assiste, pois a linguagem não-verbal toma conta do imaginário e dá conta do enredo. A decisão por usar esse recurso estilístico é um dos grandes responsáveis por dar à animação o Oscar da categoria em 2009 – além, claro, da magnífica execução gráfica.
4) Happy Feet (1 e 2)
Os filmes são tão bonitos que sempre é preciso dizer: “Maldito cisco no olho”. Além da melhor trilha sonora já colocada em uma animação (sempre que vejo o filme preciso correr e ouvir Stevie Wonder depois), este filme traz “o” tema da atualidade: a necessidade de atenção às políticas ambientais. E faz isso com uma verossimilhança interna de dar inveja a muitos autores de ficção. O Oscar de 2007 foi mais que merecido a esta magnífica obra produzida pela Village Roadshow Pictures e pela Warner Bros.
5) A lenda dos guardiões
Não, esta animação não é aquela que conta a história do Papai Noel, do Coelhinho da Páscoa, João Pestana e companhia (esse é A origem dos guardiões). Este filme conta a história de Soren, uma corujinha fascinada pelas histórias dos alados guerreiros míticos que travaram uma grande batalha para salvar a espécie de uma enorme ameaça. Por que ela está na lista? Porque seu roteiro é a mais absoluta prova de que é possível unir dois gêneros literários, pois é um híbrido da épica epopeia heroica e da fábula. E faz isso com uma influência enorme do escritor britânico J.R.R. Tolkien, o primeiro a hibridizar os gêneros – embora o tenha feito com a epopeia heroica e o conto maravilhoso.
6) Toy Story (trilogia)
Toy Story marcou a infância e adolescência de muitas pessoas. Isso porque Woody e Buzz Lightyear são os maiores exemplos de lealdade já vistos nas telas de cinema. É tanto que algumas crianças até quiseram escrever Andy na sola dos seus sapatos direitos – algumas de fato o fizeram. Além disso, o filme (Oscar em 1996 e 2011) foi pioneiro em criar verossimilhança interna para guiar uma trilogia, fazendo isso com uma sutileza sem tamanho. Toy Story são filmes que merecem estar em qualquer lista que trate de animações.
7) Como treinar o seu dragão
Prefiro infinitamente o primeiro filme ao segundo. Acho que deveria ter ganhado o Oscar em 2011 e concordo que “Como treinar o seu dragão 2” tenha perdido o deste ano, até porque “Big Hero” teve competências gráfica e de enredo muito maiores (aqui uma explicação: “Big Hero” só não está na lista porque não trouxe nada de exatamente novo para as telas. Gostei demais do filme; sim, os gráficos são os melhores já feitos; e o enredo é bom. Porém, a história do vilão contra um grupo de heróis é comum). Por que só o primeiro filme está na lista? Porque é o único que representa os dragões em sua complexidade e função mitológicas: a do supremo desafio, que nenhum homem consegue vencer por suas próprias forças. No segundo, uma vez domesticados pela “sociedade viking”, os dragões não têm mais sua função primitiva. Por isso, embora goste do segundo filme, não posso colocá-lo aqui.
8) Valente
O papel da mulher foi reavivado de maneira ímpar neste filme (algo que foi retomado em Frozen no ano seguinte, o que justifica a falta deste na lista). Não à toa, Valente foi o primeiro filme da Pixar a ter uma protagonista mulher e que ganhou o Oscar de Melhor Animação em 2013. Além disso, Valente conta melhor que nenhum outro filme a jornada heroica feminina. Como disse na apresentação, a classificação por número é mais uma questão didática. Valente poderia facilmente estar na primeira posição desta lista. É um filme e tanto!
9) Coraline
O stop-motion baseado no livro homônimo do autor britânico Neil Gaiman – autor de Sandman, a melhor história em quadrinhos já feita, na minha opinião – é uma das mais profundas histórias criadas para filmes do gênero. O principal aspecto do filme remete à função dos espelhos como delineada por Michel Foucault: a do meio termo entre a heterotopia e a utopia, isto é, um lugar entre dois mundos – o real e o imaginário. Um belo filme.
10) A viagem de Chihiro
Oscar de 2003, esta animação japonesa, além de trazer à tona o tema da viagem (presente em quase todas produções do gênero, até porque é a ferramenta principal para qualquer autor de uma narrativas fantásticas), “A viagem de Chihiro” é uma das melhores animações de todos os tempos. Sério! É uma sequência tragicômica com uma competência gráfica incrível e um roteiro fantástico. Preciso assistir de novo. Se o leitor ainda não conhece, veja!

[caption id="attachment_37562" align="aligncenter" width="620"] O ator e diretor californiano, lenda viva dos westerns, completou 85 anos no último dia 31 de maio / Divulgação[/caption]
Yago Rodrigues Alvim
Veio filho dum ano de 1930 californiano, cidade de San Francisco. Nasceu ele de Margaret Ruth e Clinton Eastwood, se consagrando como uma das lendas vivas do cinema: Clint Eastwood. Recente cumpleaños, é um ator imortal, diretor ilustre. Dos bang-bangs, Clint se alçou entre os grandes atores de Hollywood com os western spaghetti de Sergio Leone, nos anos 1960 –– a conhecida “Trilogia dos Dólares”. Nas duas décadas seguintes, deu vida ao personagem Harry Callahan, na série de filmes “Perseguidor Implacável”.
Como diretor, tem grandes joias, como “Bird” (1988); “Os imperdoáveis” (1992), longa em que também foi protagonista; “Menina de Ouro” (2004); “Cartas de Iwo Jima” (2006); e “Gran Torino” (2008) –– filmes que levaram para casa Oscars, Globos de Ouro e César Awards. Seus últimos trabalhos foram “Jersey Boys” (2014) e “Sniper Americano” (2014), trabalho indicado ao Oscar de Melhor Filme.
Em homenagem aos 85 anos de Clint, o jornal madrileño ABC, via Hoy Cinema, listou as 10 célebres frases de filmes do californiano.
1) “Conte-me. Ele não assume que o xerife deve ser valente, leal e, acima de tudo, honesto? Eu acho que você precisa de um novo xerife.” (Por uns dólares a mais, 1965)
2) “O mundo está dividido em duas categorias: aqueles com arma carregada e aqueles que cavam. Você cava.” (O bom, o mau e o feio, 1966)
3) “Eu sei o que você está pensando: ‘Havia cinco ou seis tiros?’. Bem, na verdade, com todo esse alarde, eu já perdi a conta. Mas sendo uma Magnum 44, o revólver mais poderoso no mundo que poderia explodir sua cabeça, a pergunta que você tem que fazer é: ‘Me sinto com sorte hoje?’” (Perseguidor Implacável, 1971)
4) “Um homem deve conhecer suas limitações.” (Magnum Force, 1973)
5) “Alguém deixou a porta aberta e os cães errados entraram.” (O Estranho sem Nome, 1973)
6) “Vamos lá, fazer o meu dia.” (Impacto Fulminante, 1983)
7) “Eu sou o sargento da estrada. Eu bebi mais cerveja, mijei mais sangue, eu perdi mais pós e quebrei mais ovos que todos vocês, imbecis.” (O Destemido Senhor da Guerra, 1986)
8) “Quando você matar alguém, não só tire tudo o que ele tiver, mas também o que ele poderia chegar a ter.” (Os imperdoáveis, 1992)
9) “Não quero precisar de você... porque eu não posso ter você.” (As Pontes de Madison, 1995)
10) “Pequena, ser dura não é o suficiente.” (Menina de Ouro, 2004)
Frase bônus: “Você já reparou que, ocasionalmente, você pode se encontrar com alguém que você não deveria se meter? Esse sou eu.” (Gran Torino, 2008)

“Tudo aquilo que construir em grande escala ou com muita paixão convidará, irremediavelmente, o caos”, adverte o diretor de “O Poderoso Chefão”

[caption id="attachment_32458" align="alignnone" width="620"] Reprodução[/caption]
Yago Rodrigues Alvim
Ontem, chegou às redações de todo Brasil a informação que o último filme da franquia “Velozes e Furiosos”, que conta com a presença (recriada digitalmente) do ator Paul Walker, arrecadou US$ 36,9 milhões no Brasil apenas em seu fim de semana de estreia. Cerca de 2,3 milhões de pessoas assistiram “Velozes e Furiosos 7”, desde a quinta-feira, 2 (data de sua estreia). E, por isso, o Jornal Opção relembra os filmes que mais arrecadaram nas bilheterias. Adivinha quem é o primeiro da lista?
(Tcharam!) Avatar (2009)
Claro, “Avatar”, do diretor James Cameron. Não só dono do primeiro lugar, Cameron fez história ao ultrapassar a marca do bilhão arrecadado com o antigo primeiro lugar, também dirigido por ele, “Titanic”. O longa “Avatar” arrecadou cerca de US$ 2,780 bilhões em todo o mundo.
Titanic (1997)
Como já citado, o segundo lugar também é de James Cameron. Além de arrecadar US$ 2,180 bilhões nas bilheterias de todo o mundo, a história do naufrágio real do transatlântico Titanic ou de ficção de Jack and Rose foi vencedora de 11 Oscar.
Os Vingadores (2012)
Os super-heróis da Marvel lutaram bastante e conseguiram o terceiro lugar. Com direção de Joss Whedon, o filme reúne vários atores e muitos efeitos especiais, além da pequeniníssima bagatela, é claro, de US$ 1,510 bilhão.
Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2 (2011)
Os bruxinhos, já crescidinhos vale lembrar, Harry Potter, Hermione Granger e Rony Weasley, sem dúvidas, arrastaram uma galera, também já crescidinha, para assistir o desfecho da saga. Afinal, quem não lembra de “7.15 It All Ends”? (Saudade, viu?) E, assim, o longa arrecadou US$ 1,320 bilhão nas bilheterias.
Frozen (2013)
Não é de ver que o dono do hit-chiclete (que não sai de jeito nenhum da cabeça) “Let It Go”, também é o longa que fecha o Top 5 das bilheterias? Pois bem, o filme da Disney, dirigido pela dupla Chris Buck e Jennifer Lee, arrecadaram US$ 1,270 bilhão. Olha o que brincar na neve dá, não é mesmo?
Homem de Ferro 3 (2013)
O terceiro longa do super-herói da Marvel, estrelado por Robert Downey Jr., “Homem de Ferro 3” arrecadou US$ 1,210 bilhão e o sexto lugar do ranking.
Transformers: O Lado Oculto da Lua (2011)
Dirigido por Michael Bay, o terceiro filme da série “Transformers” recebeu três indicações ao Oscar e arrecadou o total de US$ 1,120 bilhão, em todo o mundo.
O Senhor dos Anéis – O Retorno do Rei (2003)
Além de conquistar o Oscar de melhor filme, o desfecho da trilogia também levou 10 estatuetas para casa (diretor, direção de arte, figurino, edição, maquiagem, trilha sonora, canção original, roteiro adaptado, mixagem de som e efeitos especiais). E, como se não bastasse, o total de US$ 1,190 bilhão com as bilheterias.
007 – Skyfall (2012)
Dirigido por Sam Mendes e com Daniel Craig como o agente secreto mais famoso da história dos cinemas, “Skyfall” foi o único filme da série que ultrapassou a marca do bilhão com as bilheterias mundiais (ao menos, até então. Afinal, em outubro chega aos cinemas 007 – Spectre. Vai que...). Enquanto isso, vale lembrar que “Skyfall” arrecadou US$ 1,100 bilhão.
Transformers: A Era da Extinção (2014)
Ainda com Michael Bay assinando a direção da série, o quarto título de “Transformers” ultrapassou US$ 1 bilhão e tirou o longa “Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge” desta lista. É, quando o morcego sai, os Autobots e Decepticons fazem a festa.

Odes ao amor e à vida enfeitam terças, segundas, a semana inteira. O canto da terra frutifica versos em estrofes. Fazer listas é tal qual efeito rarefeito, nunca de suspiro fácil. Por isso, algumas das poesias goianas em poemas, elencando títulos e nomes que têm feito, da história, estória. Tarefa que requereu ajuda. Recomendações. Façam as suas. Ei-los:
[caption id="attachment_30958" align="alignnone" width="620"] Texto de abertura e foto: Yago Rodrigues Alvim[/caption]
Ofício de viver - Afonso Félix de Sousa
O mundo que encontrei já era isso.
O jeito foi bordá-lo
com palavras.
Palavras e palavras, esta a herança
que tive e vou deixando.
O jeito foi juntá-las
untá-las
soprá-las
dobrá-las a meu jeito
Perdão ó mestres
vos dou a mão à palmatória
mas não sei ser outro, não sei
ser de outro jeito.
O mundo é isso
e o jeito é ir chutando e vou chutando
e vou driblando e vou sendo driblado
e vou caindo e vou-me erguendo e vou
e vou gemendo
atrás da bola
e a bola à frente
e ao lado a bola
e do outro lado
e nas alturas
Mestres
meus mestres
Toque de Flauta - Delermando Vieira
Um velho tonel de vinho
é o que tenho,
ali debaixo do pessegueiro florido,
na vesperal animosidade.
Por isso, assim, este beber
e não tocar-me, se é flauta o que me toca,
quando me toca esta saudade.
Eu sinto, ouço, vislumbro nos aros
da tempestade: é longo este soar de sinos,
quando meu amor lá longe já morreu.
Quem foi que tanto me buscou e me perdeu?
Não sei. Sei apenas
que todo buscar
(adaga/florferida)
é um sarilho arrastando a Vida.
Todo buscar faz de seu achado
alguma antiga e perdida ternura.
Portanto, me busco
e não me acho,
por tanto achado
e pouca procura.
Que sou?
a que vim?
Que amor terá de mim o sangue,
a libido, a navalha e sua ferrugem,
se meus lábios
(sempre tardos)
nunca insurgem?
Confesso: um cavalo de ouro trota, agora,
no epidérmico jardim de minha pele,
o rúbido bouquet de orquídeas
entre os dentes de alvura acetinada.
Relincha em ouro este cavalo
que enfim no meu peito empina, escoiceia,
bate os cascos contra as pedras
da enorme solidão: de amor,
quantas léguas tem meu coração?
Um velho tonel de vinho
é só o que tenho,
enquanto – na paisagem embriagada –
toco o soluço de uma flauta esmagada.
Por isso, então, nunca beber-me
aquele amor distante,
nunca querer-me a pessoa amada!
Alvorada dos nirvanas - Edival Lourenço
estou pela hora de cometer
um haraquiri com o gume
das palavras
estou a ponto de sofrer
um estouro de aneurisma
na jugular poética
Geração - Gilberto Mendonça Teles
Sou um poeta só, sem geração,
que chegou tarde à gare modernista
e entrou num trem qualquer na contramão,
e vai seguindo sem sair da pista.
A de quarenta e cinco me tutela,
me trata como a um filho natural.
Eu chego às vezes tímido à janela
mas vou brincar no fundo do quintal.
Na poesia concreta, a retaguarda
é que me vê brincando de arlequim.
Às vezes fujo à rima e lavo um fardo
de roupas sujas, não tão sujo assim...
A de sessenta e um foi de proveta,
foi mágica de circo para um só.
Ninguém me viu caçando borboleta
ou pescando escondido o meu lobó.
Quem fez letra, cantou e usou bodoque
que se fez marginal pela cidade,
será que fez poesia ou fez xerox
ou apenas tropicou na liberdade.
Sem Título - Heleno Godoy
Adentrar a casa, pelo
portão: pórtico finca-
do entre grades, gran-
de o muro em torno;
entre o porão e o ático,
a casa se estende e se
protege: um projeto ou
uma proposta (a porta
a ser fechada), a casa se
constrói no que acumula
— um cedro no jardim e
outro na sala, cortado
e revestido; como o musgo
a recobrir a casa e seus
súditos: um súbito susto,
de medo — sua medida.
Poema vertical - José Décio Filho
Dei um mergulho em mim mesmo, num pulo de cabeça a baixo.
Tudo lá no fundo está quieto como os caminhos abandonados;
a paisagem esfumou-se e confundiu-se num apaziguamento de cansaço.
Perdi-me nos atalhos sedutores,
gastei linhas retas e curvas, inquietações e deslumbramentos.
De místicas visões e amargos projetos fiz um montão de cadáveres.
Quanto trabalho perdido,
quanto tempo dissipado!
Mas de tudo que ajuntei
na mais lírica desordem,
alguma coisa houve de ficar, alguma coisa que às vezes se resolve em minha poesia ou em silêncio.
Poema - José Godoy Garcia
Eu queria informatizar a minha práxis poética
gostaria muito de ter ao meu dispor um Computer
Place, a tecnologia Epson, Action Laser 1000,
o Desktop,
Seria maravilhoso computar as estrelas
Que estão à minha disposição na hora exata
de minha criação
Gostaria de medir a pressão de meus órgãos
Quando em minhas mãos um Macintosh Centris
ou um Windows, e poder pegar uma loira baiana
com toda serenidade.
Sim, enfrentar uma baiana loira só com
um Macintosh, essa raridade beirando à
desídia de uma negra aça.
Sim, e que a madrugada venha para
o meu alento macho, sempre ao meu lado
uma bela tecnologia Windows NT,
assim poderei saber o útero perfeito
e sua extremidade quanto a madrugada se
abrir em coxas verdes-escuras-negras-grénas
e aças, medindo a pressão e repressão sub
reptícias em torno da Petrobrás. Oba!
Nova Scanner Geniu tem soft poliglota, um avanço!
Guimarães Rosa, em alemão, série verbegral-quicé.
Uma atrociadade de línguas suaves-lânguyidas,
as imagens Leyser de Bruna Lombardi de mel
e de flores brancas. Oh, meu santo Virgolino,
Santa Dica de Goiás, paixão de minha alma,
oh conselheiro, oh Zumbi dos Palmares!
O primitivismo nativista no bico dos
anjos da máquina infernal que nos digita
os sêmens, as porras micras, com uma
doce atenuante: os estilísticos teriam
um fim, até que enfim, salve nossas preces
ao Nosso Senhor do Bonfim, o Windows digitaria
as frases e períodos, no mágico de um
simples botão Reader Baby e
soletraria a estética num simples segundo
de nossa vidinha. Salve o Microsoft Windos NT,
infinito, oba-oba, lésbico!
Goyania - Manuel Lopes de Carvalho Ramos
Canto primeiro
Eu canto, patria minha, o heroe facundo
Que immortal sublimara aquella idade
Em que o Brasil, sonhando a liberdade,
Cingia as vestes do nascente mundo;
Em que da Historia, irmã da humanidade,
Tinha o gigante audaz o ser profundo,
E aquelles que, nos bosques brasileiros,
Foram os grandes cayapós guerreiros.
O’ tempos idos! O’ remotas eras!
Em que, á sombra das arvores copadas,
E das montanhas para os céos voltadas,
Eram outras as nossas primaveras!
Em que das selvas brutas e agitadas
Eram selvagens os irmãos das feras,
Em que a voz do cacique, ardente e bella,
Soía um brado ser da eterna tela.
Eras tu, patria forte, o grande povo
Embalado no bosque americano,
Não de escravos nascido ao eito insano,
Mas de algum ventre poderoso e novo;
Que então não tinhas outro soberano
Senão esse fortissimo renovo,
Mas que o perdeste á marcha triumphal
Dos bravos, que illustraram Portugal.
Eras tão livre como a voz dos ventos,
Que as tuas alvas praias despertavam,
Como a orchestra das aves, que esperavam
Da aurora os raios fortes e opulentos.
Ousado prometteu, que em ti buscavam
Nações da Europa, espiritos sedentos,
E estranhos, feros, cegos desertores,
E escravos negros de crueis senhores?
Em tudo a voz da terra esperançosa
Mil phantasticas sombras attrahia;
Em seus prados uberrimos nascia
Forte imburana ao pé de branca rosa;
Em seus valles risonhos, quando o dia
Na luz d’alva acordava a tribu irosa,
Eram lagrimas doces, purpurinas,
As lymphas das ribeiras crystallinas.
Mas em ti, só em ti, goyana terra,
Correia pertinaz ouvira o brado
Firme, soberbo de um paiz talhado
Para os fructos da paz, e não da guerra;
Porque em ti se firmava o luso errado,
Vingando as regióes de serra em serra;
Porque em ti, se não fosse a idade forte,
Teria a própria liberdade a morte.
Mas, por isso, bem vês, goyano povo,
A quem meus versos neste canto envio,
Que imagens vagas de paixão não crio,
Mas a gloria da patria em que eu me louvo.
Em teu regaço, em que melhor me fio,
Deponho a lyra e o canto audaz e novo:
Dá que a musa, animando a luz da historia,
Da patria cante a primitiva gloria.
[...]
Canto Vigésimo
[...]
Eis nesse instante, enquanto gloriosos
Os valles descem fortes os guerreiros,
Da fria noite os astros derradeiros
Iam doirando os ermos tenebrosos.
Scintillam sobre os cerros altaneiros
D’alva os clarões rosados e amorosos:
A doce brisa a pluma dos cocares
Agita aos buritys nos frescos ares.
Algumas aves cantam nas ramagens
Dos cambuhis da praia, em que serena
A laranjeira delicada e amena
Presta aos indios amantes as folhagens;
E, ouvindo aquella matutina pena
Do cardeal, que canta nas pastagens,
Anhangaia murmura: Anang morre...
Fria mão de Tupan seu rosto corre...
Morrer! Quando esta vida é toda amôres!
Quando, entre as rosas da manhã serena,
Suspira a jurity na selva amena,
Adeja o beija flôr beijando as flôres!
Morrer! Da ideia negra que envenena
Ao precipicio caminhar de horrôres!
No coração, que a treva desespera,
Ver extinguir-se a luz da primavera!
Morrer! Quando a folhagem que murmura
Presta suave sombra ao doce amado!
Quando brilhante o leito do noivado
E’ como um cofre aberto á formosura!
Quando sómente o enfermo é desgraçado!
Quando escarmenta o colhe a sepultura!
Deixar tudo e partir... Cahir sosinho
Cadáver! Sombra! Em meio do caminho!
Taes pensamentos negros scintillaram
No cerebro da indígena piedosa,
Cuja paixão suprema em dor penosa
Idéias mil oppostas transformaram.
Turva-lhe a vista gfelidez pasmosa
De Anag... e os passarinhos se calaram...
Naquelle instante aspérrimo e sombrio
Nem brilha mais o céo, nem falha o rio...
Era supremo o acaso, a dôr terrivel,
E findo estava o quadro da agonia:
Sem forças quasi a indigena acolhia
Aquella vida á margem do impossivel:
E assim, olhando a face quase fria
Que estreita, com disvello intraduzivel,
Guayra ri, soluça, e a voz discerra:
– Morto! Morto! – Suspira e cahe por terra.
Praia Morta - Miguel Jorge
esta praia morta
também é fruto do rio
cemitério de gaivotas
com seus ais
e nunca mais
esta praia morta
viajou horizontes
e se matou pelo rio
esta praia plana
esta praia plena
de triscos
ciscos
cacos
cascos
bicos
riscos
triscos
rabiscos
beliscos
reflete agoniando
a orla vermelha do rio
esta praia abriga vozes
abriga falas
e se cala
como quem perdeu a última palavra
Vaga litúrgica - Pio Vargas
O volume da chuva
é que decifra o dilúvio
como no corpo eflúvio
é âmbar a dúvida
a porta que mais vence
é a que aberta permanece
e o corpo que mais sente
é nem sempre o que adoece.
Que morte é natural
senão a que é sem leito
se nem só pelo sinal
traduz-se o que foi feito (?)
o que por dentro queima
e teima em prosseguir
o fôlego-fátuo que anuncia
cenas do óbito a seguir
Vai mais longe quem divaga
além de si aquém do se
a certeza que mais propaga
é a de quem menos disse
nenhum lugar pleno existe
a menos que a invenção o faça
: o perdão é de quem insiste
no pecado e não na graça.
Pacote Completo - Cássia Fernandes
Quando a gente ama,
compra o pacote completo:
o bilhete de ida e sem volta,
a ex-sogra,
o mau hálito quando acorda,
o mau humor
o mau amor.
A gente ama,
a gente compra
o pacote com tudo o que vem dentro:
um trem, uma família, um cachorro,
um papagaio, um sofrimento.
O feijão com caruncho,
a pedra...
A gente quase quebra um dente
quando morde.
A gente não pode
comprar uma meia meia,
uma meia sola,
só o seio esquerdo
e deixar na loja
uma só alça
do sutiã meia taça.
Comer só o miolo do pão
e do sonho de valsa;
a laranja e a couve;
e fingir que não houve
nem escravidão, nem fome, nem chicotada,
nem o pé de porco
na feijoada.
O amor não se vende avulso
nem picado,
para um pé atrás,
de um só lado.
Se bem que é bem preciso
começar com o pé direito,
dar ao menos um braço a torcer
e de vez em quando estender
a roupa no arame
e a outra face.
Porque a qualidade e o defeito
são irmãos siameses.
E o cachorro se senta
sobre o próprio rabo.
Bicho de goiaba é goiaba,
exceto para quem está
de barriga lotada.
Quando a gente ama,
não pode escolher
se tem aleijão
ou se é perfeito.
Tem que aceitar a barriga, a remela,
o cabelo de nego,
o presente de grego,
a mão em que sobra ou falta
um dedo,
e que é a pimenta da vida
e que dá tempero à comida.
Não há amor que se vende a granel,
como fiado
só no armazém ao lado.
E se é verdade
que a galinha da vizinha
é sempre mais gostosa e mais gordinha,
é verdade também
que não se faz omelete sem quebrar uns ovos
chocos
e que todo ofício,
mesmo o de você me comer
e de eu comer você
tem seus ossos.
As Jóias de Netuno - Valdivino Braz
Surdo rumor de ondas se avoluma
para os estrondos de espuma;
estilhaços da fúria fragmentária,
os cristais feito jóias,
perdigotos de Netuno.
Fraturas de oceano,
salso cuspe de espuma e louça
os nácaros, côncavos destroços.
O que há de maestro e música,
além do bramor de mostro,
nisto de Atlântico.
Sinistra massa, mista
de crustáceos e moluscos –
lagostos pednúnculos de antênulas,
cacos de acéfalos hipocampos,
espongiários espantos.
De hábitos solitários e anêmonos,
de celenteradas pedras,
isto de florir-se
o reino das actíneas.
Outra é água-viva,
mija-vinagre,
urtiga-do-mar,
isto de queimar.
Transparência de gelatina,
e de secreto nas entranhas marinhas,
as coisas-meduas,
tanto quanto não ser
a vida um mar de rosas.
Umas formas eriçadas,
uns ouriços,
uns crespos de abrir-se e fechar-se
- de não-me-toques -,
marinhos espinhos.
E coisoutras peludas,
isto análogo de púbis,
estranhos novelos de quelíceras.
Uns mijos de esponja,
de Nadja,
de nojo.
Umas pérolas nada pérolas,
num colar de búzios.
Com a fileira de pés ambulacrários,
A esdrúxula estrela,
uma crosta, uma casa,
parece que morta.
Vergue-se-lhe, entanto, o centro,
ei-la que ressuscita:
ondula-se o mar de áspero dorso,
onde varetas possibilitam
articular-se o dentro,
e pena é vê-lo ondular-se,
por certo que de dor,
isto de só restar devolvê-lo ao mar,
arremessa-lo feito disco voador.
O desvio - Yêda Schmaltz
A mim pouco me importa
aberta ou fechada a porta,
vou entrar.
E pouco me importa estar
sendo amada ou não amada:
vou amar.
Que a mim me importa tanto
eu mesma e o sentimento,
quanto!
A mim pouco me importa
se a tua amada é doente,
se a tua esperança é morta.
E me importa muito menos
se aceitas solenemente
a nossa vida parca e torta.
Porque a mim me importaria
deixasse de ser eu mesma
e a poesia.
A mim pouco me importa
se a lira quebrou a corda:
vou cantar.
E pouco me importa estar
no picadeiro do circo:
vou rodar.
Que a mim me importa tanto
eu mesma e o sentimento,
quanto!
A mim pouco me importa
se estamos todos presos
por uma invisível corda.
E me importa muito menos
sermos todos indefesos
ante o destino que corta.
Porque a mim me importaria
deixasse de ser eu mesma
e a poesia.

[caption id="attachment_30393" align="aligncenter" width="620"] Foto: Venâncio Cruz[/caption]
Goiânia é o centro do rock cravado no meio do Cerrado e isso já não é novidade para ninguém. Apesar de a cidade ser rotulada como a capital da música sertaneja, outros estilos musicais também conquistaram espaço e conseguem produzir excelentes artistas e bandas de destaque nacional e, até mesmo, internacional.
Segue a lista das 10 bandas de rock “made in Goiás” cujas sonoridades ganham e ganharam notoriedade além das divisas do Estado e que não podem passar despercebidos:
Black Drawing Chalks
Poucas foram as bandas que levaram o nome de Goiás para tão longe como Black Drawing Chalks. O grupo teve seu nome tirado de uma caixa de lápis carvão alemão muito antigo. Era formada por Victor Rocha e Douglas de Castro, enquanto ainda eram alunos da faculdade de Design. A banda cresceu e é apontada, atualmente, como a maior revelação do rock brasileiro, visto que foi a legítima representação do Brasil no palco alternativo do festival Lollapalooza, em São Paulo, em 2012:
Boogarins
Com nome de flor, a de jasmim, que exala o “amor puro”, Boogarins é a mais grata recente revelação da cena rockeira destes campos. Com pegada psicodélica, o quarteto conseguiu um contrato de três discos com o selo Other Music Recording, uma importantíssima loja de discos de Nova York. Capitaneada por Fernando Almeida, o conhecido “Dinho”, e Benke Ferraz, a mais genuína herdeira da tradição do indie rock de Goiânia se apresentou recentemente na Espanha e é uma das atrações principais do festival Lollapalooza deste 2015, em São Paulo, com apresentação marcada para o dia 28 de março:
Violins
O que falar de Violins? Misture aí Beatles, Zombies, Beach Boys, uma pitada progressiva de Pink Floyd e marine no Grunge e no indie 90´s. Adicione também música brasileira da melhor qualidade, como Chico Buarque e Caetano. Tcharam: Violins! O grupo foi formado em 2001 como Violins and Old Books (e que rendeu o EP “Wake up and Dream”), mas em 2003 já chamava a atenção com uma bela estreia, “Aurora Prisma”. Vieram em seguida seguir o esplendido “Grandes Infiéis”, “Tribunal Surdo” (2007) e “Redenção dos Corpos” (2008).
Os discos trazem uma musicalidade trabalhada nos detalhes, nas palavras de alguém que percebe muito bem o que está acontecendo no mundo à sua volta. Beto Cupertino é o cara das letras escritas e cantadas pelo Violins, no qual cravaram um de seus álbuns (Grandes Infiéis) entre os 10 melhores discos nacionais dos anos 2000, em votação feita pelo site Scream & Yell:
Cambriana
Cambriana é uma banda jovem que apostou numa estratégia bem atual de divulgação de seu trabalho: a internet. Por meio do universo digital, dispondo suas músicas para download em blogs, sites e, claro, nas redes sociais, o grupo angariou e conquistou seu espaço.
As letras da banda abordam aspectos da vida que são passíveis de identificação por grande parte do público, levando em consideração que as músicas são cantadas em inglês. O álbum de estreia da banda foi gravado em estúdios caseiros, o que não interfere em nada na qualidade sonora do conjunto. As músicas são leves, de batidas contagiantes, instigantes, enfim, som de gente grande feito para um público de ouvidos refinados:
MQN
Formada em 1994, o MQN foi uma das mais tradicionais bandas não somente de Goiás, mas de todo o Brasil — pelo menos no cenário do indie rock brasileiro. O quarteto que abandonou os palcos em 2012, já fazia rock quando Goiânia era de fato uma cidade pacata do interior do Brasil, cuja turma da botina, viola e chapéu reinava soberanamente nessas bandas do “velho oeste brasileiro”.
As músicas do grupo eram marcadas por refrãos carregados da mais pura essência do roqueiro que beberam da água dos anos 1990: shows agressivos, repletos de gritos, palavrões, cusparadas, cerveja, invasões de palco e empurrões. Era esse veneno que destilava a víbora do Cerrado. Como o próprio nome da banda diz: Melhor do que nada (riso):
Hellbenders
A banda goiana de metal stoner está em estúdio, gravando seu segundo disco no renomado Rancho De La Luna (onde apenas convidados podem gravar), na Califórnia, nos Estados Unidos. O Hellbenders será a primeira banda brasileira a ter um álbum produzido nos estúdio onde discos de conjuntos como Kyuss, Queens Of The Stone Age e Foo Fighters foram gestados. É por essas e outras que este quarteto, que surgiu em Goiânia em meados de 2007 e que fazem o legítimo rock garagem goianiense, está por aqui:
Carne Doce
A banda liderada pelo casal Salma Jô e Macloys Aquino tem feito nos últimos tempos muito barulho! Melhor dizendo, tem adoçado muitos shows por aí. Com letras sobre luxúria, ciúmes e sobre a mercantilização do sertão, o som tem agradado as mais diversas línguas. Além de batidas leves, com bases harmônicas combinadas com uma melodia impulsionada por um vocal poderoso, esse grupo merece nossa atenção:
Girlie Hell
Essa banda feminina de metal já fez apresentações ao lado de nomes de peso como Bad Religion, Kyuss Lives, Sepultura e a Crucified Barbara –– com quem fizeram uma pequena turnê pelo país. Lançado em 2012, o disco de estreia “Get Hard!” foi presença constante entre as listas dos melhores do ano e recebeu muitos elogios da crítica especializada: “Hard rock bem consistente e convincente”, declarou Silvio Essinger de O Globo. Então segura o som pesado destas goianas:
Overffuz
O som deste trio tem evoluído, portanto nada mais justo deles terem se apresentado nos principais festivais que rolam em Goiânia, como o Bananada e demais eventos no decorrer do ano. Não fosse só o som produzido pela banda e a necessidade de se apresentar, o Overfuzz também é conhecido por apresentações poderosas.
Trivoltz
Trivoltz é um trio muito barulhento que vem da efervescente cena hard rock de Goiânia e lançou seu primeiro disco de estúdio em 2010, tendo prensado o trabalho em vinil na República Tcheca e viajado para divulgar o álbum nos anos seguintes. A banda se destaca pela boa produção, acompanhada da vitalidade do rock and roll sem deixar de lado a criatividade e a vontade de fazê-lo muito bem feito. O trabalho desses caras merece ser notado:

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