Resultados do marcador: História

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Domingos Vellasco: herdeiro de Bulhões na política e antagonista de Prestes na esquerda  

Vellasco figura entre os mais preparados parlamentares com atuação no Congresso. Era “homem de notável cultura geral, talvez o mais capacitado de Goiás”

Miranda, herói da Venezuela e paixão de Catarina, a Grande

Ao contrário de Hugo Chávez, Francisco Miranda era considerado um homem bonito e se tornou mais uma paixão da dirigente da Rússia

Mentir foi a ruína do presidente Richard Nixon

As mentiras do líder republicano ficaram insustentáveis e ele foi obrigado a renunciar em 1974, na esteira do caso Watergate

Lyndon Johnson: o presidente dos Estados Unidos que lutou ao lado dos negros por direitos civis

O líder do Partido Democrata acabou com a segregação racial legal, garantiu o direito do voto livre para negros e democratizou a imigração

O tempo que usar terno e gravata era obrigatório

Professores da Faculdade de Direito davam aulas de terno e gravata. Até para viajar a vestimenta era obrigatória. Bons alfaiates eram disputados pelo público

A sugestão do ex-governador Coimbra Bueno para o governador Laudo Natel

O líder goiano disse que a Rodovia dos Imigrantes era muito cara e seria melhor o governo paulista construir um canal entre o mar de Santos e o pé da serra

Gripe espanhola em Goiás: primeira cidade atingida foi Ipameri. Morreram 38 pessoas em 17 dias

A cidade de Catalão também foi atingida. Porque a estrada de ferro “trazia” crescimento econômico e vírus

 A capitania de São Paulo sob o governo de Bernardo Lorena       

Em trabalho exaustivo, que requereu pesquisas em Lisboa, Adelto retrata um dos períodos de maior desenvolvimento da capitania de São PauloA História é um carro alegre/Cheio de um povo contente/Que atropela indiferente/Todo aquele que a negue.” (Canción por la unidad  latinoamericana –  Pablo Milanés) Wil Prado É corrente a assertiva que diz que a História é escrita pelos vencedores. Não estamos aqui para polemizar. Mas não podemos deixar de ressaltar que o bom historiador é aquele que sabe separar o joio do trigo. E é o que faz Adelto Gonçalves neste seu “O Reino, a Colônia e o Poder — Governo Lorena na Capitania de São Paulo 1788-1797” (Imprensa Oficial do Estado de São Paulo). Consciente disso, logo à página 77, ele adverte: (...) “os historiadores precisam se servir de fontes escritas cujos autores, uns mais outros menos, são sempre ligados à cultura dominante. Não que tenham sido todos mentirosos, mas a maneira como encaravam a História sempre os condenava à deturpação. Sem contar que a imensa maioria dos papéis que restaram nos arquivos oficiais só mostram a visão dos poderosos, daqueles que detinham posições de mando”. [caption id="attachment_220527" align="aligncenter" width="407"] Livro do pesquisador Adelto Gonçalves[/caption] Experiente e escrupuloso, ele não se deixa influenciar por vieses políticos e outras tendências deturpadoras da História, que, às vezes, empolgam historiadores mais apressados.  Por outro lado, podemos dizer que Adelto não se deixa fascinar pelo canto da sereia: casos e detalhes pitorescos da vida dos personagens, relevados, que muito despertam a curiosidade do leigo, mas que nada acrescentam aos rumos da História. O que nos acrescentaria saber onde o imperador fez xixi? E outros “achismos” e opiniões manietadas dos ditos revisionistas de plantão. Não. Adelto se atém aos fatos: interpreta-os e os transforma em História. Para escrever a História desse período colonialista que foi o governo de d. Bernardo José Maria da Silveira e Lorena (1756-1818), consultou arquivos de aquém e de além-mar. O resultado desta vasta e minuciosa especulação foi um grande painel — social, econômico e político — onde se registra o embate entre poderes ligados, mas distintos, como a Igreja, a burguesia e os representantes da Corte, aliás, vistos com desconfiança pelos poderosos locais. E todos, militares, religiosos, burgueses e autoridades administrativas, na dança pelo poder, se ajuntam e traem, em alianças as mais espúrias, com o intuito de aquinhoarem riquezas e se mostrarem bem vistos aos olhos da Coroa. Para termos uma ideia dessa convivência conflitiva ente o poder e o clero, citamos a intriga entre Lobo de Saldanha, governador e capitão-general da capitania de São Paulo (1775-1782), e o influente padre José da Silva de Oliveira Rolim, acusado pelo governador de manter uma vida promíscua. Episódio que, embora desenrolado em outra capitania, a de Minas, respinga na capitania paulista. E não resistimos em transcrever este parágrafo, que é, de fato, uma pérola: “A “vida dissoluta” de que o acusava Lobo de Saldanha, certamente, adviria do fato de que, irmão de Francisca da Silva de Oliveira (1732-1796), a famosa Chica da Silva, havia se envolvido com a filha desta, sua sobrinha putativa. Teria também deflorado a própria sobrinha, Quitéria, arranjando-lhe casamento de conveniência, com o ânimo de continuar a relação ilícita e, em razão da revolta do marido, ameaçou-o de morte, segundo denúncia de Joaquim Silvério dos Reis, delator das movimentações para a projetada revolta de 1789” (pág. 161). Em trabalho exaustivo, que requereu uma longa temporada de pesquisas em Lisboa, Adelto retrata — e podemos dizer que o termo é exato — um dos períodos de maior desenvolvimento da capitania de São Paulo: os nove anos do governo de d. Bernardo José Maria da Silveira e Lorena. Para tanto, espanou o pó e espantou as traças — se é que os arquivos lusitanos são tratados com o mesmo descaso dos de cá — de documentos seculares, guardados, dentre outros, pelo Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Academia das Ciências de Lisboa, Coleção Pombalina da Biblioteca Nacional de Portugal e o Arquivo Histórico Ultramarino. No Brasil, recorreria ainda ao Arquivo Nacional do Rio de Janeiro, ao Arquivo Público Mineiro e ao Arquivo do Estado de São Paulo, para citarmos apenas os mais importantes. Sempre que nos referirmos a São Paulo, uma pergunta é recorrente: por que este se tornou o mais rico e desenvolvido Estado brasileiro? Se lermos este volume com cuidado, certamente, encontraremos algumas dicas. E, dentre tantas, ficamos aqui especulando se esta não seria determinante: a “lei do porto único”? Editada em 1789, essa “lei”, assim impropriamente chamada pela historiografia, pois não passava de uma determinação do governador, permitia que o porto de Santos recebesse navios diretamente de Lisboa, sem a intermediação do Rio de Janeiro, o que aumentava o tempo e acrescentava despesas ao preço final das mercadorias. [caption id="attachment_215989" align="aligncenter" width="620"] Adelto Gonçalves: pesquisador, crítico literário e escritor | Foto: Euler de França Belém/Jornal Opção[/caption] Para reforçar essa ideia, transcrevemos este parágrafo à página 361: “Lorena tomou uma decisão que seria fundamental para abrir literalmente o caminho para o desenvolvimento da capitania, determinando que toda carga produzida na capitania teria de passar primeiro pelo porto de Santos. A medida permitiu que o porto de Santos passasse a receber mais navios e a fazer o comércio diretamente com Portugal”. Adelto, porém, não escreve para polir o bronze das estátuas. Ao contrário, algumas saem das suas páginas até um tanto arranhadas. Para darmos apenas um exemplo, citamos o bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera (ou Diabo Velho, como a ele se referiam os indígenas Goyazes), que, apesar de ter sido considerado um grande descobridor de ouro e prata, a ele colou-se a má fama de “matador de índios”. Por último, é bom lembrar que essas quatrocentas páginas, nas mãos de historiadores burocratas, poderiam se tornar deveras enfadonhas, mas nas mãos de um bom escritor — Adelto é um bom romancista! —, tornam-se leves e atraentes, como se estivéssemos, junto com o autor, descobrindo e desvendando cada falcatrua — oficial ou contrabandeada — de políticos, párocos ou burgueses locais. Infelizmente, ao fecharmos este volume, temos que admitir que o País pouco ou nada mudou dos tempos coloniais de outrora aos novos tempos republicanos de agora: a corrupção, as grandes fraudes e a malversação dos bens públicos continuam a ser a tônica do Estado. Adelto Gonçalves, paulista de Santos, é doutor em Letras na área de Literatura Portuguesa e mestre na área de Língua Espanhola e Literaturas Espanhola e Hispano-americana pela Universidade de São Paulo (USP). Foi professor em várias universidades e jornalista desde 1972, atuando como assessor de imprensa na área empresarial. Professor Adelto, como é conhecido e respeitado nos meios acadêmicos e jornalísticos, é um escritor vastamente premiado. Citaremos apenas alguns dos mais importantes: 1986, prêmio Fernando Pessoa da Fundação Cultural Brasil-Portugal, Rio de Janeiro, participando do livro “Ensaios Sobre Fernando Pessoa”, com o trabalho “O ideal político de Fernando Pessoa”; prêmios Assis Chateaubriand, 1987, e Aníbal Freire, 1994, ambos da Academia Brasileira de Letras; em 2000, com a biografia “Gonzaga — Um Poeta do Iluminismo (Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1999), seu trabalho de doutorado em Letras pela USP, o prêmio Ivan Lins de Ensaios da União Brasileira de Escritores e da Academia Carioca de Letras. Como jornalista seu currículo é tão vasto e importante quanto o de acadêmico. Escreveu para “O Estado de S. Paulo”, empresa Folha da Manhã, Editora Abril e “A Tribuna”, de Santos, tendo sido correspondente da revista “Época” em Lisboa (1999-2000). É colaborador da revista “Vértice”, de Lisboa. Escreve regularmente para o quinzenário de “As Artes Entre as Letras”, do Porto, e Jornal Opção, de Goiânia. É sócio correspondente e assessor cultural e de imprensa do Centro Lusófono Camões da Universidade Estatal Pedagógica Hertzen, de São Petersburgo, Rússia. Apesar de todos esses títulos de suma importância, não podemos deixar de destacar a sua face de ficcionista. Sim, ele ainda encontrou disposição e tempo para praticar a grande ficção, com livros de contos, ensaios e romances. Em 1980, com seu romance de estreia, “Os Vira-Latas” da madrugada, ganhou menção honrosa do Prêmio Nacional de Romance José Lins do Rego. E é sobre ele que queremos nos deter, não apenas pela sua qualidade literária, como também pelas condições históricas, posto que foi um dos primeiros a retratar o golpe militar de 1964, mesmo que sem proselitismo partidário, mostrando fatos, como as invasões dos sindicatos dos trabalhadores de Santos e a desumana e vexatória prisão de velhos e respeitáveis sindicalistas, tratados como bandidos comuns. O livro, já em segunda edição, pela Editora Letra Selvagem, de Taubaté-SP, está nas livrarias e, independentemente de quaisquer vieses ideológicos, vale a pena ser conferido, porque seus personagens são, de fato, verossímeis e comoventes. Serviço “O Reino, a Colônia e o Poder: O governo Lorena na Capitania de São Paulo – 1788-1797”, de Adelto Gonçalves, com prefácio de Kenneth Maxwell, texto de apresentação de Carlos Guilherme Mota e fotos de Luiz Nascimento. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 408 páginas, R$ 70,00, 2019. Wil Prado, jornalista, é contista e romancista, autor de “Sob as Sombras da Agonia” (Lisboa, Chiado Editora, 2016) e do e-book “Um Vulto Dentro da Noite” (Amazon). E-mail: [email protected]

Greene e Philby espionaram em Lisboa e ator de …E o Vento Levou foi morto por alemães

Livro de Neill Lochery mostra que, por ser um país neutro, Portugal serviu de campo para a espionagem na Segunda Guerra Mundial

O comunista Luiz Carlos Prestes autorizou assassinato de uma garota de 16 anos

Livro de Sérgio Rodrigues revela que, acreditando que a jovem era dedo-duro, um grupo de esquerdistas decidiu matá-la

O presidente que iniciou a política do café com leite e o presidente que amava cachorros

Afonso Pena patrocinou o Convênio de Taubaté, beneficiando os cafeicultores. Nilo Peçanha foi o primeiro presidente mestiço e popular do Brasil

Os duques de Aveiro e a derrota portuguesa na batalha de Alcácer-Quibir

A derrota portuguesa foi acachapante; o corpo de D. Sebastião jamais foi encontrado e os gastos foram enormes e chegaram a abalar a economia

John Reed, o primeiro escritor jornalista moderno

O repórter americano esteve no México de Pancho Villa e estava na Rússia no período da Revolução Russa de 1917, que retratou num livro clássico

Congresso de Intelectuais: Memórias sobre Neruda, Confaloni e os bastidores

Leia os depoimentos Amaury Menezes, Gilberto Mendonça Teles, Lena Castello Branco e Luiz Augusto Paranhos Sampaio e suas reminiscências sobre aqueles dias que marcaram Goiânia

Os nazistas e a resistência: o gueto de Varsóvia

Com seu um milhão de habitantes, antes da Segunda Guerra, cidade era a Paris da Europa Oriental. Judeus representavam mais de um terço da população