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Bailarinos da escola ficaram com quatro das cinco vagas do Brasil para o Prix de Lausanne

Movimentos dos bailarinos Daniel Calvet e João Paulo Gross se encontram com a obra do desenhista, escultor e pintor mineiro Farnese de Andrade

Primeira aluna negra de balé em Goiânia celebra seus 50 anos exalando vigor e faz tributo às suas origens familiares no Teatro SESC Centro

Ao som de composições goianas, 12 bailarinos, sendo oito homens e quatro mulheres, se revezam em cena por pouco mais de uma hora

A dança do subsolo de Bausch nos traz à mente o Inferno de Dante. Suas repetições infinitas lembram várias cenas da Comédia, tal qual a que se passa no quarto círculo do Inferno: onde os avaros e os pródigos estão divididos em dois grupos opostos e empurrando grandes pesos. Obrigados a percorrer o círculo em movimento contrário um do outro, os dois grupos se chocam eternamente e gritam: "Por que poupas? Por que dilapidas?"
[caption id="attachment_89475" align="aligncenter" width="620"] Bailarinos representando a coreografia de "A Sagração da Primavera" de Pina Bausch[/caption]
Paulo Guicheney
Especial para o Jornal Opção
Pina Bausch e Igor Stravinsky não se conheceram. Pelo menos não no sentido mais comum de "se conhecer". A “Sagração da Primavera”, a obra mais célebre do compositor russo, foi composta em 1913. Pina nasceu em 1940, e sua coreografia da “Sagração” em 1975. Stravinsky morreu em 1971.
Teria o compositor aprovado o trabalho de Bausch? É óbvio que não temos resposta para isso. E qual seria a importância? Nenhuma. Assim como a obra de Bausch, e a obra de qualquer artista que mereça ter seu nome citado, a música de Stravinsky permite várias interpretações, várias leituras. É óbvio também que não qualquer leitura. Mais de 150 coreografias foram criadas desde Nijinsky, e é interessante saber que o próprio Stravinsky não aprovou a primeira versão: "Nijinsky (...) desconhecia o alfabeto musical. Ele jamais compreendeu metros musicais e não tinha uma percepção muito correta de andamento. Pode-se imaginar então o caos rítmico que foi Le Sacre du Printemps (...). E Nijinsky também não fez nenhuma tentativa para compreender minhas próprias ideias coreográficas para Le Sacre. Ele acreditava que a coreografia devia reenfatizar o pulso e o padrão musical através de coordenação constante. Como resultado, isto restringia a dança à duplicação da música e fazia dela uma imitação."
Se a crítica de Stravinsky é válida ou não, temos objeto para infindáveis discussões. Novamente: qual a importância de seu consentimento? Provavelmente, nenhuma. Mais produtivo é pensar a leitura que Bausch fez de sua peça. Uma leitura separada por mais de 60 anos.
Arrisquemos uma fórmula para a coreografia de Bausch: Jovem dança até a morte. O Outro olha e goza, impassível. Não seria uma fórmula para a nossa própria existência? Não poderíamos nos colocar nesse lugar? Desagradável, sim. Mas um lugar provável.
Da música de Stravinsky, desta, como definiu Alex Ross, "música do corpo, ao invés da mente" Bausch extraiu o máximo. Somos todo o tempo jogados de um lado a outro, ofegantes, sujos. Parodiando Schoenberg poderíamos dizer que a: "Dança expressa tudo o que habita em nós..." A dança em Pina Bausch expressa tudo o que de pior nos habita.
Uma dança do subsolo.
Uma possível semelhança com a coreografia de Nijinsky – e aqui vemos um elemento tradicional na poética de Bausch – é que a música também estrutura o todo. Ela é a responsável pela forma. Tal não acontece em “Café Müller” – aqui a música está destituída de seu poder de estruturar o indizível. A música de Purcell em “Café Müller” apenas evoca, machuca. É mais uma voz na polifonia do desespero e do isolamento. Uma personagem acusmática, mas também feminina, na voz angustiada de Dido.
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À esquerda, Stravinsky, acompanhado do coreógrafo de "A Sagração da Primavera", Nijinsky[/caption]
A dança do subsolo de Bausch nos traz à mente o Inferno de Dante. Suas repetições infinitas lembram várias cenas da Comédia, tal qual a que se passa no quarto círculo do Inferno: onde os avaros e os pródigos estão divididos em dois grupos opostos e empurrando grandes pesos. Obrigados a percorrer o círculo em movimento contrário um do outro, os dois grupos se chocam eternamente e gritam: "Por que poupas"? "Por que dilapidas?".
Perguntas sem resposta. Koans do desespero. Ou a própria técnica de pergunta-resposta, com a qual Bausch trabalhou desde 1978: 1) Copie o tique de alguém; 2) Faça algo do qual você se envergonhe; 3) Escreva seu nome com movimento; 4) O que você faria com um cadáver? 5) Mova sua parte favorita do corpo; 6) Como você se comporta quando perde alguma coisa?
Perguntas que geram Koans do corpo. Podemos novamente nos arriscar – ter com Pina Bausch é estar sempre no risco – e dizer que toda arte aspira à condição de Koan.
E somos forçados a lembrar Dante mais uma vez, quando na quarta vala do oitavo círculo do Inferno o poeta se comove com a pena dada aos adivinhos: com a cabeça torcida para as costas, impedidos de olhar para frente, eles estão eternamente, a condição do tempo no inferno, condenados a caminhar para trás. Podemos acrescentar uma pergunta ao questionário de Bausch: Como você caminharia se sua cabeça fosse torcida para trás?
Uma pergunta que evoca uma resposta do Inconsciente. "A arte pertence ao inconsciente! O artista deve expressar a si mesmo! Expressar a si mesmo diretamente! Não seu gosto, sua educação, inteligência, conhecimento ou habilidade", diz Schoenberg em uma carta a Kandinsk. Poderia ter sido dito por Pina Bausch.
Não há salvação possível, sabemos disso. A vida, ou melhor dizendo, a morte não perdoa nem mesmo os atores, lembremos do recado de Bergman no “Sétimo Selo”. Mesmo a criação artística falha, no intuito de trazer a felicidade, quando é o corpo que sofre, nos ensina Freud: "(...) a suave narcose em que nos induz a arte não consegue produzir mais que um passageiro alheamento às durezas da vida, não sendo forte o bastante para fazer esquecer a miséria real".
Mas o que devemos fazer? Tudo falha. Em um momento ou outro tudo falha. É a condição da vida. "A vida torna tudo feio", disse Strindberg. Um consolo é estar a par disso e não ser simplesmente uma vítima da fúria divina. Uma vítima do descaso divino. A obra de Bausch nos conduz por uma via desagradável onde todo tipo de promessa redentora esvanece. Assim, sua obra tem o poder de nos despertar. Poder que nasce da capacidade de, utilizando as palavras do psicanalista Jacques Alain Miller, "nos oferecer o próprio dejeto como objeto de arte"; da capacidade de "(...) estetizar o dejeto, idealizá-lo, ou, como dizemos em psicanálise, sublimá-lo".
Nos palcos mais chiques do mundo sua mensagem é desagradável. A mensagem-peste que insistimos em recalque celebrar. A crítica do The New Yorker, Arlene Croce, desdenhosamente descreve em 1984 a estreia da turnê da “Sagração” nos EUA: "gordinhas... que não se parecem bailarinas." E de maneira ainda mais sintomática, a partir da ideia de Belo completamente desprovido de qualquer dejeto: "ao suar os bailarinos se sujam, e o piso coberto de terra acrescenta um elemento de eca ao 'Sacre', que... fez a Brooklyn Academy... cheirar feito um estábulo".
Outra crítica do The New Yorker, Joan Acocella, acrescenta: "me aborrecia seu desespero tão na moda a respeito de sua sociedade, quando seus espetáculos sobre o assunto eram generosamente financiados pela mesma sociedade que ela culpava." Mas este é um preço que todo artista irá pagar, por mais radical que seja. É o jogo de azar em uma estranha economia da civilização que marginaliza, patrocina, estabelece, canoniza, extermina a obra de arte. Não nessa ordem e não serialmente.
Acocella continua: "Para mim sua visão era solipsista, até mesmo imoral, e o fato de que os artistas alemães ainda estavam de luto pelo papel de seu país na Segunda Guerra não me parecia uma desculpa suficiente. Primeiro os alemães mataram os judeus, e então nós deveríamos nos sentir mal por eles porque isto pesa em suas consciências? E uma culpa tão grande que eles têm que deslocá-la, atribuir à toda a humanidade os pecados dos anos 30 e 40 da Europa do norte?"
O que Acocella não percebe é que não é a culpa pelo Shoah que deve pertencer a todos os povos, mas a ideia de que o homem é fundamentalmente mau, ou que pelo menos, não é fundamentalmente bom. Ou de que se deve sempre esperar o pior do outro, ou que pelo menos, não se deve sempre esperar o melhor do outro. Esta é uma ideia paranóica, alguém poderia objetar. Sim, na medida em que, como diz Miller: "(...) a paranóia é consubstancial ao laço social, (...) é impossível ser alguém sem o apoio de uma paranóia". É temerário acreditar no "'Eu quero o seu bem'. É preciso pouca personalidade para que se possa botar fé nisso", ainda nas palavras de Miller.
Primo Levi e Imre Kertész, para citar dois autores que sentiram na própria carne a instabilidade do "Eu quero seu bem", demonstraram como a desgraça do Shoah é algo que pertence à toda a humanidade, ou seja, ele é um acontecimento de cunho universal, e não um fato restrito aos europeus do norte dos anos 30 e 40. Se esta percepção do abismo humano permeia a obra de Bausch então compreendemos o quão profunda era a visão que ela tinha de nossa existência.
"As dissonâncias que o espantam falam de sua própria condição e somente por isso lhe são insuportáveis", podemos ainda opor Adorno, em um trecho de seu livro sobre Schoenberg e Stravinsky, às afirmações de Acocella.
Seremos ainda nos dias de hoje forçados a lembrar que os piores estados, os mais criminosos, do século XX foram justamente aqueles que proibiram, não apenas não patrocinaram, mas proibiram, exterminaram, os artistas que questionaram o statu quo destes mesmos estados?
Proibir o anormal, proibir o estranho é um convite à barbárie. Pina Bausch se encontra na contramão disso. O que ela faz é jogar em nossa cara os dejetos de nossa existência higienizada, conformada e banal. Os corpos retorcidos, perdidos, com "cheiro a estábulo", condenados a movimentos repetitivos infernais falam de todos nós. São traços que nos constituem, a você e a mim. Não são um simples fruto da simples neurose de uma artista culpada alemã. Eles representam antes, o lugar desagradável que ocupamos no mundo.
"Eu amava dançar porque eu tinha pavor de falar. Quando eu estava me movimentando, eu podia sentir", diz Pina Bausch. Mal sabia ela da força deste mover-se sem palavras.
REFERÊNCIAS
ACOCELLA, J. Pina Bausch's zone of discomfort. Disponível em: http://www.newyorker.com/online/blogs/culture/2012/01/pina-bauschs-zone-of-discomfort.html Acesso em 19 abr 2013
ADORNO, T. W. A filosofia da nova música. São Paulo: Editora Perspectiva, 2002.
DANTE ALIGHIERE. A Divina Comédia. São Paulo: Editora 34, 2009.
FORESMAN, R. "Pina" and paradox. Disponível em: http://www.newyorker.com/online/blogs/backissues/2012/02/pinas-paradoxes.html Acesso em 19 abr 2013.
FREUD, S. O mal-estar na civilização. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
LAWSON, V. Pina, Queen Of The Deep. Disponível em: http://www.ballet.co.uk/magazines/yr_02/feb02/interview_bausch.htm Acesso em 19 abr 2013.
MILLER, J.-A. A salvação pelos dejetos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2011.
ROSS, A. The rest is noise. New York: Picador, 2008.
WHITE, E. W. Stravinsky. Porto Alegre: L&PM, 1991.
Paulo Guicheney é bacharel em música e mestre em composição pela Universidade Federal de Goiás (UFG)
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Confira, na íntegra, a coreografia para “A Sagração da Primavera”, criada por Pina Bausch, em 1975:
https://www.youtube.com/watch?v=nd_ZCuqYdVE&t=475s

Da cia Zoo, o espetáculo será encenado nos palcos do Centro Cultural UFG na quarta e quinta-feira
[caption id="attachment_78492" align="alignnone" width="960"] Fotos: Divulgação[/caption]
Com mangueiras de jardim, cobertores e cabos de vassoura, o dançarino Mat Voorter se metamorfoseia num mundo de criaturas extraordinárias. Entre a poesia e o humor, a criação e destruição, a performance “Dansé Étoffée su Musique Déguisée”, do coreógrafo suíço Thomas Hauert, desvia-se da narrativa linear e se desenrola imaginativamente nos palcos do Centro Cultural da Universidade Federal de Goiás (UFG).
Ao som das sonatas e interlúdios de John Cage, no palco interpretadas ao vivo pela pianista argentina Lea, o espetáculo, composto para o público infantil, convida as crianças das mais diversas idades a conhecerem mais da música e da dança contemporânea
Após concluir seus estudos em Roterdã, em 1991, Hauert se mudou para Bruxelas, onde trabalhou no Rosas, com Anne Teresa De Keersmaeker. Colaborou com Gonnie Heggen, David Zambrano e Pierre Droulers até criar a companhia Zoo, em 1998. Desde então, estreou mais de 15 espetáculos, com especial interesse na improvisação. A ZOO/Thomas Hauert apresentou Accords no Panorama 2008.
A apresentação ganha os palcos pela Manga de Vento, mostra expandida de dança idealizada por Kleber Damaso.
Serviço
Manga de Vento apresenta “Danse Étoffée sur Musique Désiguée”, de Com Cie Zoo (Bruxelas)
Dia: quarta-feira, 26 de outubro
Horário: 20h
Local: CCUFG
Ingressos: R$ 10, a inteira
Dia: quinta-feira, 27 de outubro
Horário: 15h
Local: CCUFG
Entrada Gratuita

Portador de coreoatetose, o artista da cia paulista Vidança apresenta o solo “Corpo Sobre Tela”, no Sesc Centro, pela mostra Manga de Vento
[caption id="attachment_70162" align="alignnone" width="620"] Foto: Vanessa Moraes[/caption]
O coreógrafo e dançarino Marcos Abranches apresenta “Corpo Sobre Tela”, um solo inspirado na vida e obra de Francis Bacon, na capital goiana. Portador de coreoatetose, sintoma raro decorrente de uma lesão cerebral, Abranches pensa seu estado físico, enquanto referência para o estudo da construção de sua linguagem artística corporal, o qual desenvolve desde 2003. Realizada na noite da quinta-feira, 7, a apresentação integra a mostra Manga de Vento, idealizada por Kleber Damaso, e tem como palco o Teatro Sesc Centro.
“Corpo Sobre Tela” traz o artista paulista, da cia Vidança, como pincel e, assim, ele acaba por pintar um quadro em cena. “Sou livre para o silêncio das formas e cores, na riqueza de pintar uma obra. As cores são vida. Podemos ser mais coloridos na forma de pensar”, diz ele que ainda apresenta uma performance no R³ Gabinete de Arte, na sexta-feira, 8; e realiza um bate-papo pelo “Encontro Conversado” da Casa Corpo, no sábado, 9.
Serviço
Corpo Sobre Tela de Marcos Abranches (SP)
Dia: 07 de julho
Horário: 20h
Local: Teatro Sesc Centro
Entrada: R$ 15, a inteira

Debates, rodadas de negócios e showcases integram o evento, que segue de quarta a sexta-feira, 15 a 17 de junho [gallery type="slideshow" size="full" ids="68547,68548"] A fim de unir as mais variadas vertentes da dança e possibilitar a troca de informações entre especialistas e apreciadores da arte do movimento, o Dança em Redes realiza, no Teatro Sesi e na Vila Cultural Cora Coralina, debates, rodadas de negócios e apresentações. Interativos, os debates, bem como as rodadas, têm como tema a sustentabilidade e o trabalho cooperativo; as apresentações de dança têm formato showcase, um demonstrativo de trechos dos espetáculos e obras menores. Danças em Redes acontece da quarta a sexta-feira, 15 a 17 de junho. Idealizador do projeto, o independente Nômades Grupo de Dança surgiu em 2002 com a proposta de desenvolver um trabalho cooperativo e inovador quanto à proposta cênica. Os artistas dão vida a “Beladona”, espetáculo composto de várias performances, intervenções e instalações coreográficas já realizadas ao longo dos seus 14 anos de existência. O grupo de dança ¿Por quá? também entra em cena com o número “Aparecidos”, que mostra o estranhamento gerado pela presença efêmera de sujeitos deslocados do seu ambiente original — tão comum na vida corrida, agitada e cinza dos centros das grandes cidades. A Cia de Dança Noah, que é um dos grupos da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), apresenta “sonhador moderno”, um espetáculo que mistura partituras coreográficas e movimentos que permitem aos intérpretes redimensionar a expressão e a comunicação artística de emoções cotidianas. Já o Núcleo Coletivo 22 interpretará “Entre raízes, corpos e fé”, uma performance que busca compreender os saberes e fazeres das mulheres do cerrado. O Grupo Solo de Dança também compõe a programação do evento com o projeto “Concreto”, um espetáculo de dança que une dois estilos: o break e a dança Contemporânea; e explora questões políticas, sociais e cotidianas. Com influências nacionais e internacionais, a companhia Giro8 interpreta seu segundo espetáculo, “((Entre)) o Eu e o Mundo”, coreografado por Joisy Amorim. Já os a cia Das Los apresenta “Sobre a Pele”, espetáculo inspirado no livro “Fragmentos de um discurso amoroso”, de Roland Barthes. Os artistas do Basileu França Cia de Dança interpretam a obra “Por um Toque”, trabalho contemporâneo que também aborda temáticas da cultura e do cotidiano. Programação completa 15/06 - Teatro Sesi 18h – Painel de Discussão: “Preparação para uma rodada de negócios em dança” 19h30 – ¿Por quá? grupo de dança – Aparecidas 20h – Nômades Grupo de Dança – Beladona 20h30 – Cia de Dança Noah PUC-GO – Sonhador Moderno 21h – Núcleo Coletivo 22 – Entre raízes, corpos e fé 21h30 – Grupo Solo de Dança Concreto 16/06 - Teatro Sesi 16h – Ensaios Abertos – Participantes convidados 17h – Painel de Discussões: “Políticas Públicas e Oportunidades para Dança” 19h30 – Anna Behatriz e Aline Brasil – Ao caírem as Abas 20h – Giro8 Companhia de Dança – ((entre)) eu e o mundo 20h30 – Das Los Grupo de Dança – Sobre a pele 21h – Basileu França Cia de Dança – Por um toque 17/06 - Vila Cultural Cora Coralina 9h – Painel de Discussão: “Economia Criativa: Empreendendo na Dança” 10h30 – Rodada de Negócio: Convidados/Artistas, Produtores e Gestores Locais 14h – Painel de Discussão: “Dança em Redes: Cadeia Produtiva e Sustentabilidade em Dança” 16h – Chá e finalização do evento Serviço Dança em Redes Data: 15 a 17 de junho Local: Teatro Sesi e Vila Cultural Cora Coralina Gratuito

[caption id="attachment_34904" align="alignnone" width="620"] Foto: Divulgação[/caption]
“Passei a língua no céu da boca e percebi que tinha uma imensidão dentro de mim”. Foi o que escrevi quando li “Céu na Boca”. Já a Quasar Cia. de Dança escreveu que há uma distância infinita entre o céu e a boca, entre o paraíso que está nas vontades e a realidade que vem com os dias. “O céu é o ideal inatingível e a boca é a realidade palpável”. Pelo não-linear, a cia. goiana não só escreve sobre “Céu na Boca”, ela dança essa narrativa sem começo, meio e fim encadeados. São ações, reações relacionadas pela ironia, desejo, frustração e humor. Coreografado por Henrique Rodovalho e estreado em 2009, o espetáculo ganha os palcos do Teatro Basileu França na noite da sexta-feira, 13. Os ingressos custam R$ 15, a meia.

[caption id="attachment_36788" align="alignnone" width="620"] Fotos: Marcus Camargo[/caption]
“É, só eu sei
Quanto amor
Eu guardei
Sem saber
Que era só
Pra você”
Só Tinha de Ser Com Você – Aloysio de Oliveira/Tom Jobim
As canções de Elis & Tom vibram nos palcos do Teatro Sesi e botam os bailarinos numa dança para lá de bonita. Eleito, em 2010, pela já saudosa Revista Bravo como um dos 10 melhores espetáculos de dança do século, “Só Tinha de Ser Com Você” traz a coreografia de Henrique Rodovalho no corpo de oito bailarinos, ao som da bossa do álbum de 1974.
Nasceu da música mesmo, já que o disco tocara a infância e adolescência do diretor. “‘Só Tinha de Ser Com Você’ desperta sensações”, diz. E foi no ano de 2005 que viveu sua estreia. Para quem ainda não viu, é uma ótima oportunidade para começar mais que bem o final de semana. Afinal, Elis + Tom + Quasar tem como ser melhor? Tudo bem, se você levar seu par, ah!, aí não tem jeito mesmo, fica melhor!
Os movimentos abstratos, macios e suaves numa articulação fragmentada de braços e pernas deitam na bossa, “evita exagero, escapa do óbvio”. Pode ir, que numa mistura de suas memórias, com seja qual for sua canção favorita (será que dá para escolher só uma?), a dança com toda a poesia de Tom & Elis criam uma coisa nova, que só assistindo para saber (sem dúvida, da Quasar, o espetáculo é meu favorito).
Então, não perde. Já é na noite desta sexta-feira, 29. Pode se achegar perto das 20h, horário do espetáculo. O ingresso custa R$ 20, a inteira. O Teatro Sesi fica perto do Clube Antônio Ferreira Pacheco.

Em sua 7ª edição, a mostra traz uma programação com grupos da Coreia e de diversos cantos do Brasil, além de oficinas de capacitação
[caption id="attachment_33824" align="alignright" width="620"] “Sobre Isto, Meu Corpo não Cansa”, da Quasar Cia. de Dança, que está na realização do Paralelo 16 | Layza Vasconcelos[/caption]
Yago Rodrigues Alvim
A Modern Table Contemporary Dance Company dá início à sétima edição do Paralelo 16 –– Mostra de Dança Contemporânea. A cia. sul coreana traz para os palcos do Teatro Goiânia o espetáculo “Darkness Poomba”, uma peça que reitera a dinamicidade da dança, com movimentos performáticos dos intérpretes, numa atmosfera até agressiva pelos zunidos que beira o rock. E no programa, os amores de Tulipa Ruiz, Mallu e Clarice Falcão embalam “Sobre Isto, Meu Corpo Não Cansa”, da Quasar Cia.. de Dança, que está à frente da realização do festival.
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“Darkness Poomba”, da Modern Table Contemporary Dance Company (Coreia do Sul) | Divulgação[/caption]
Idealizado pela produtora cultural Vera Bicalho, Paralelo 16 conta ainda com o patrocínio do O Boticário na Dança, através do Ministério da Cultura e da Caixa Econômica Federal, e do apoio institucional do Fundo de Arte e Cultura de Goiás. “Eventos como este geram uma grande movimentação no cenário cultural de toda a região Centro-Oeste. Além de promover o intercâmbio artístico entre diferentes Estados, a proposta da mostra é colocar Goiás no roteiro de grandes eventos de dança do País”, diz Vera.
Além da Quasar e da Modern Table, os palcos do Teatro Goiânia e do Espaço Quasar recebem: a Cia. de Dança do Teatro Alberto Maranhão, do Rio Grande do Norte, com o espetáculo “Rio Cor de Rosa”; a companhia de dança do mineiro João Paulo Gross, com “O Crivo”; o grupo de Edson Beserra e seu Composto de Ideias, do Distrito Federal, com “Vinil de Asfalto”; “Pretérito Imperfeito” da Mimulus Cia. de Dança, de Minas Gerais; e o Grupo de Dança 1º Ato, também mineiro, com o espetáculo “InstHabilidade”. Os sete grupos dos diversos cantos do Brasil e até da Coreia do Sul consolidam o Paralelo 16 como um dos maiores eventos artísticos do Centro-Oeste.
Oficinas
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“Rio Cor de Rosa”, da Cia. de Dança do Teatro Alberto Maranhão (RN) | Brunno Martins[/caption]
Além das apresentações artísticas, a sétima edição do Paralelo 16 oferece três minicursos, com o objetivo de capacitar e profissionalizar o mercado goiano de dança, que acrescem o todo do festival. Nas palavras de Vera, “o Paralelo 16 imprime na seleção de seus convidados, espetáculos com qualidade técnica, cênica e principalmente artística. O objetivo é a própria divulgação da dança como linguagem artística, voltada sempre para a formação de público e fomento aos trabalhos dos profissionais de arte”.
A artista visual Sofia Orihuela ministra a oficina “A Câmera e o Movimento” entre os dias 27 de abril e 3 de maio; o coreógrafo da Modern Table, Jae Duk Kim, dá uma oficina sobre dança contemporânea no dia 3 de maio; e Jomar Mesquita, coreógrafo da Mimulus Cia. de Dança, promove, no dia 10, o curso “Dança de Salão Sob a Visão Contemporânea”. As inscrições para oficina de Orihuela já se encerraram, os demais minicursos têm inscrições abertas até esta terça-feira, 28. Ainda dá tempo!
Paralelo 16
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“O Crivo”, de João Paulo Gross (MG) | Lu Barcelos[/caption]
O festival começou em agosto de 2005 como uma mostra não competitiva de dança, já trazendo nomes de destaque da dança contemporânea brasileira. Realizado inicia.lmente pela Agência. Goiana de Cultura Pedro Ludovico Teixeira (Agepel), o Paralelo 16 ocupou os palcos do Centro Cultural Martim Cererê, Teatro Madre Esperança Garrido, Teatro Goiânia, onde está sendo realizada esta edição, e até os palcos do Teatro Plínio Marcos, no Distrito Federal. Companhias como a espanhola La Intruza Danza e a Compagnie Linga, da Suíça, já movimentaram o evento.
[caption id="attachment_33828" align="alignright" width="300"]
“Vinil de Asfalto”, de Edson Beserra (DF) | Renato Mangolin[/caption]
Neste finalzinho de abril e início de maio, a expectativa é que o Espaço Quasar e o Teatro Goiânia seja um lugar de troca artística, de intercâmbio de conhecimento. Com ingressos acessíveis, o festival é aberto a bailarinos profissionais, estudantes de dança e a quem tem interesse e quer se familiarizar com esta linguagem artística que é a dança, e com esta expressividade do movimento.
Serviço
Oficinas: Espaço Quasar - (27 de abril a 10 de maio)
Espetáculos: Teatro Goiânia - (5 a 10 de maio)
Sempre às 20h
Ingressos: R$ 5, a meia-entrada
Mais informações: 3251-5580
[gallery type="slideshow" size="full" link="none" ids="33829,33830"]