Réu por provocar o acidente que matou quatro policiais do Comando de Operações de Divisas (COD) da Polícia Militar de Goiás  (PM-GO), o motorista Diego Michael Cardoso, de 40 anos, voltou a ser preso nesta quinta-feira, 26, em Itaberaí, enquanto dirigia um caminhão. O acidente ocorreu no dia 24 de abril deste ano.

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O caso, porém, sofreu uma reviravolta. Mesmo alegando que era o condutor da carreta, investigações realizadas com base em depoimentos de testemunhas, apontaram que Diego mentiu sobre a autoria do acidente, provocado após uma ultrapassagem mal sucedida. Ele teria assumido trocado de lugar com Jonathan Murilo Leite, de 22 anos, o verdadeiro motorista do veículo de carga, que também foi preso.

O real condutor, conforme documento assinado nesta quinta-feira pelo juiz Filipe Luis Peruca, da Comarca de Cachoeira Alta do Estado de Goiás, sequer possuía habilitação  necessária  para condução daquele  tipo de veículo. A fraude foi descoberta no último dia 9 de setembro. 

“[Testemunha]  informou ter presenciado os eventos que culminaram no óbito dos policiais militares supramencionados, sendo narrado por este que um sujeito diferente do réu Diego Michael Cardoso saiu do caminhão que atingiu a viatura policial, logo após o sinistro. [Diego] apareceu no local momentos após com o intuito de assumir a autoria dos fatos”, afirmou o magistrado no documento.

As vítimas do acidente são:

  • Subtenente Gleidson Rosalen Abib;
  • 1º sargento Liziano José Ribeiro Junior;
  • 3º sargento Anderson Kimberly Dourado de Queiroz;
  • Cabo Diego Silva de Freitas.

Confissão

Ao tomar conhecimento da troca de motoristas, Diego foi intimado e novamente ouvido, quando confirmou que não era o condutor do caminhão. Conforme o documento, o caminhoneiro trocou de lugar com Jhonatan, com intuito de fraudar o seguro automotivo  do veículo, bem como o seguro da carga transportada. 

Ainda de acordo com o juiz, o jovem teria retirado a carga com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) de outro caminhoneiro, que também trafegava pela BR-364, posta em que ocorreu a colisão entre a carreta e a viatura do COD. O dono do documento chegou a ser ouvido e confessou a fraude.

“Acrescentou que a versão dos fatos citada anteriormente em sede policial foi combinada por si, Jhonatan e Diego.  O investigado Jhonatan, desde o minuto inicial do incidente que culminou na morte dos policiais militares, tumultuou as investigações, combinando versão fantasiosa, a qual, em tese, levou a erro a Autoridade Policial condutora das investigações e o Representante Ministerial”, afirmou o juiz Filipe.

Além dos crimes de homicídios, tanto Diego quanto Jhonatan devem responder por fraude processual. O Jornal Opção não localizou as defesas deles para que se posicionassem.