Em anúncio feito pelo líder da legenda na Câmara, Leonardo Picciani, partido informou que aqueles contrários ao impedimento poderão votar sem sofrerem sanções

Foto: Gustavo Lima/ Câmara dos Deputados
Leonardo, que é contrário ao impeachment, garantiu que PMDB não fechará posicionamento único sobre assunto | Foto: Gustavo Lima/ Câmara dos Deputados

Maior bancada na Câmara dos Deputados, o PMDB anunciou que vai orientar a bancada pela votação a favor, no próximo domingo (17/4), do parecer que pede a abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. A informação foi dada pelo líder do partido na Casa, Leonardo Picciani (RJ), que é contrário ao afastamento da presidenta.

Segundo o líder, 90% dos parlamentares da legenda se manifestaram a favor do impedimento, porém os dissidentes estão liberados para votar diferente da maioria. “Foi uma aclamação simbólica, mas eu manterei minha posição”, disse. Para Picciani, o pedido em tramitação na Casa não tem fundamento jurídico de que Dilma Rousseff cometeu crime de responsabilidade. Segundo ele, o partido não fechará questão. “Não há e não haverá sanção a posições divergentes”, afirmou.

De acordo com o deputado Hugo Motta (PB), a bancada do PMDB tem 67 deputados, considerando titulares que estavam ocupando cargos nos Executivos federal e estaduais e vão deixar esses cargos para retornar à Câmara e votar no domingo (17). Conforme o deputado, 61 peemedebistas já se manifestaram a favor do impeachment.

A presidenta Dilma Rousseff exonerou três ministros, indicados pelo PMDB, que têm mandato de deputado federal para votarem contra o impeachment. As exonerações foram publicadas na edição de quinta-feira (14) do Diário Oficial da União. Os ministros exonerados são PMDB: Mauro Lopes, da Secretaria de Aviação Civil; Celso Pansera, da Ciência, Tecnologia e Inovação; e Marcelo Castro, da Saúde.

Há algumas semanas, o PMDB anunciou a saída da base governista. O partido é presidido pelo vice-presidente da República, Michel Temer.

Oposição

A oposição viu como um reforço a decisão do PMDB. O líder do DEM, Pauderney Avelino (AM), reconheceu que a adesão de peemedebistas ao movimento pró-impeachment “consolida o processo”.

De acordo com ele, há grandes chances de a base aliada tentar, após a votação de domingo, questionar o resultado na Justiça, assim como tem ocorrido com alguns procedimentos do rito que foram contestados judicialmente. “É o direito de espernear. Temos convicção que estamos fazendo a coisa certa”, disse.

Partidos menores

Mais cedo, dirigentes dos cinco menores partidos da Câmara (PTN, PSL, PROS, PHS, PEN), que somam 30 votos, não fecharam questão sobre a votação do parecer favorável ao impeachment não fecharam questão, mas informaram que pelo menos 25 deputados do grupo devem votar a favor da abertura do processo contra a presidenta Dilma Rousseff.

Desde a semana passada, os partidos estão se reunindo para tentar acertar uma posição única para a sessão de domingo, porém alguns deputados, contrários ao impedimento de Dilma, têm sinalizado que não tendem a mudar de posição. PHS, PROS e parte do PTN integravam há alguns meses a base governista.