Em Palmas para inauguração de obras, presidente participou de solenidade ao lado da senadora pelo Tocantins 

Cláudia Lelis, Dilma Rousseff e Kátia Abreu | Foto: Roberto Stuckert Filho
Cláudia Lelis, Dilma Rousseff e Kátia Abreu | Foto: Roberto Stuckert Filho

A senadora pelo Tocantins e ministra da Agricultura, Kátia Abreu (PMDB), criticou os ex-aliados da presidente Dilma Rousseff (PT), em especial os ex-ministros, que votaram (na Câmara) e votarão (no Senado) pelo impeachment,

Após declarar que se sente orgulhosa da presidente petista — quem considera “honesta”, “honrada” e “séria” –, a goiana radicada no Estado nortista repreendeu os até então integrantes do atual governo, mas que agora se escondem nas trincheiras da oposição: “Traidores!”

“Esses políticos que até ontem eram ministros de vossa excelência, que foram ministros durante cinco anos do seu governo, agora lhe viram as costas, lhe enfiam a faca pelas costas. Mas antes usufruíram do seu mandato”, criticou a ministra direcionando a fala à presidente.

Kátia Abreu usou um dito popular para encerrar seu discurso no evento, realizado na nova sede da Embrapa: “Não toque o pé no barco que te ajudou a atravessar o rio”, numa referência ao que ela considerou uma “deslealdade” com a presidente.

Dilma reafirmou, em seu discurso, que o processo de impeachment contra ela é uma tentativa de golpe e disse que vai “resistir até o fim”. Para ela, o pedido de afastamento é motivado pelo fato o governo ter escolhido gastar o dinheiro do governo “com os mais pobres”.

“Nós fizemos escolhas porque o dinheiro é finito, então, você tem de escolher onde gastar. Nós escolhemos ampliar o gasto na agricultura, na produção e nos programas sociais. Na área da agricultura familiar e assentamentos, nós saímos de menos de R$ 2,5 bilhões para R$ 30 bilhões. Na agricultura comercial, nós saímos de menos de R$ 25 bilhões para R$ 202 bilhões [de estímulos econômicos]. Nós fizemos, de fato, uma escolha diferente da dos nossos antecessores”, afirmou.

Para a presidente o que está ocorrendo no País, “mais que um golpe, é uma tentativa clara de fazer uma eleição indireta para colocar no governo quem não tem voto suficiente para lá chegar”.

O novo governo, segundo ela, que será formado, caso seja afastada de fato, pretende reduzir o Bolsa Família aos 5% mais pobres do País, o que significa 10 milhões de pessoas. Atualmente, o programa atende a 46 milhões de brasileiros.

“O foco é tirar do Bolsa Família 36 milhões de pessoas. Isso porque eles sabem que o gasto do Bolsa Família é de menos de 1% do PIB, um dos menores do País. E aí querem fazer economia com o dinheiro dos pobres? Jamais se elegeriam”, rebateu.

Dilma também voltou a dizer que é honesta, não tem contas no exterior nem recebeu dinheiro de propina — alfinetando o presidente/deputado-afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Para ela, como não era possível apontá-la como criminosa por isso, tentam criar um fato em torno da edição de decretos que “todos os outros governos também fizeram”.

“São decretos que dão recursos para o Tribunal Superior Eleitoral fazer concurso, para o Ministério da Educação pagar hospitais, para o Ministério da Justiça complementar recursos para escoltas. Não são recursos que a presidência pegou para ela”, disse.

Ao final, Dilma conclamou as pessoas a lutarem pelos seus direitos. “Nós todos temos que lutar para que não haja retrocesso. Eu tenho de lutar contra o impeachment, e vocês tem que defender o interesse do povo. Nós temos que lutar pela democracia”, arrematou.

Além de Kátia Abreu, o evento em Palmas contou com a presença da ministra do Meio Ambiente, Izabela Teixeira, e da vice-governadora do Tocantins, Cláudia Lelis (PV). — que também é pré-candidata à prefeita de Palmas. (As informações são da Agência Brasil)