Justiça cassa mandatos de prefeito e vice-prefeito de Aporé por abuso de poder econômico e compra de votos

17 junho 2025 às 08h54

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A Justiça Eleitoral determinou a cassação do mandato do prefeito de Aporé, Leonardo de Moraes Carvalho (PP), e do vice Valdiney Souza da Costa (PSD), por compra de votos e abuso de poder econômico durante as eleições municipais de 2024. Além da perda dos cargos, a juíza eleitoral Andreia Marques de Jesus Campos Juíza, da 18ª Zona Eleitoral de Itajá, declarou a inelegibilidade de Valdeiney por oito anos.
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O vice-prefeito também terá que arcar com multa de R$ 10,6 mil. Com isso, o município terá que passar por novas eleições. O processo foi movido pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) e revelou práticas irregulares, como a oferta de vantagens financeiras em troca de apoio político.
A principal prova foi um vídeo em que o então candidato a vice-prefeito, Valdiney, promete pagar o conserto do carro de uma eleitora. O caso aconteceu durante um evento de campanha e foi gravado com celular por uma das participantes. “Se for esse o problema, eu pago”, afirma Valdiney na gravação.
Como não ficou comprovado que Leonardo tenha participado ou autorizado a prática, ele foi absolvido da pena de inelegibilidade.
A Promotoria sustentou que os réus agiram com abuso de poder econômico e compra de votos, sendo decisivo para o resultado das eleições, uma vez que a diferença entre os candidatos vencedores e os vencidos foi de apenas 14 votos.
A juíza determinou que o Tribunal Regional Eleitoral de Goiás seja comunicado para que organize novo pleito em Aporé, como prevê a legislação quando há cassação da chapa majoritária.
Outros investigados
Além dos mandatários, o servidor público Jânio Marques dos Santos Júnior, acusado de tentar atrair eleitores da oposição com promessas de contratos e vantagens pessoais, também foi multado e declarado inelegível. Já os investigados Murilo de Moraes Carvalho e Victor Eduardo Barbosa Silva Vasconcelos foram absolvidos por falta de provas concretas.
O Jornal Opção entrou em contato com o prefeito Leonardo e com o vice, Valdiney, para que se posicionassem, mas não obteve retorno. A reportagem não conseguiu localizar a defesa de Jânio, Murilo e Victor.