Justiça aceita denúncia, e Amanda Partata vira ré pelo envenenamento de duas pessoas

18 janeiro 2024 às 17h14

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A Justiça aceitou nesta quinta-feira, 18, a denúncia do Ministério Público de Goiás (MPGO) e tornou Amanda Parta ré pela morte por envenenamento do pai e da avó do ex-namorado, em Goiânia. Além disso, ela também é acusada de tentativa de homicídio contra o tio e o avô do homem.
O juiz da 1ª Vara Criminal dos crimes dolosos contra a vida e Tribunal do Júri, Eduardo Pio Mascarenhas da Silva, ainda converteu a prisão temporária de Amanda Partata em prisão preventiva. Agora, não tem prazo determinado e ela responderá ao processo detida.
A denúncia do Ministério Público inclui dois homicídios triplamente qualificados — com o emprego de meio insidioso (com emprego de veneno), por motivo torpe (forma de vingança contra o ex-namorado) e cometidos mediante dissimulação sabendo que lhes causaria intoxicação.
O Jornal Opção tentou contato com a defesa de Amanda Partata, mas até a publicação da matéria não obteve retorno. O espaço segue aberto.
De acordo com o juiz, os indícios de autoria estão presentes nos depoimentos e documentos do inquérito apresentado pela Polícia Civil (PC).
Sobre a conversão da prisão, Eduardo Mascarenhas destacou que, “desde que haja prova da existência do crime e indícios suficientes de autoria ou participação, é cabível como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal.”
Caso Amanda Partata
Suspeitas, reviravoltas, novos crimes e uma minuciosa investigação compõem o caso Amanda Partata, apontada como autora do duplo homicídio por envenenamento de Luzia Tereza Alves, de 86 anos, e o filho, Leonardo Pereira Alves, de 58. As vítimas morreram no final do ano passado, após comerem um lanche comprado pela advogada, de 31 anos, em Goiânia.
As vítimas ingeriram os alimentos envenenados por volta das 10h da manhã e, cerca de três horas depois, começaram a sentir sintomas de vômito, dores abdominais e diarreia. O quadro se manteve até o óbito da idosa e do filho dela, ex-sogro de Amanda. Ambos morreram ainda no domingo.
As primeiras suspeitas sobre a causa da morte recaíram sobre uma doceria famosa de Goiânia. A filha de Leonardo afirmou, por meio das redes sociais, que as vítimas teriam comido uma sobremesa e depois começaram a passar mal.
Luzia e o filho tiveram de ser levados ao Hospital Santa Bárbara, na mesma cidade, onde ficaram internados e morreram. Amanda Partata, a qual estava supostamente grávida, também havia os acompanhado e disse ter ingerido o produto em menor quantidade e recebeu alta pouco tempo depois.
Reviravolta
O episódio teve uma grande mudança quando a Polícia Civil de Goiás (PCGO), por meio da Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH), descartou o envolvimento da doceria com as mortes. O Instituto de Defesa do Consumidor (Procon) também esteve no estabelecimento e não encontrou irregularidades.
As autoridades passaram a ter como hipótese central o duplo homicídio. O delegado Carlos Alfama, durante coletiva de imprensa, afirmou que a principal suspeita passou a ser a advogada Amanda Partata, que foi presa.
Alfama contou que a moça residia em Itumbiara, no sul de Goiás, porém chegou em Goiânia na última quarta. Ela se manteve próxima à família do ex-namorado, com quem se relacionou por um mês e meio e se separou em julho deste ano.
Ela teria comprado diversos alimentos de café da manhã e levado para a casa das vítimas. A polícia, no entanto, ainda não consegue dizer se o veneno foi inserido nos produtos no local ou no hotel no qual a suposta autora se hospedou enquanto estava na cidade.
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