Imprensa
A Band do Rio Grande do Sul demitiu, segundo o Portal Comunique-se, 25 funcionários. O nome mais conhecido é de Paloma Poeta [foto acima; do arquivo pessoal], de 22, irmã da ex-apresentadora do Jornal Nacional Patrícia Poeta.
Haroldo dos Santos, coordenador de Esportes, e Christiane Matos também foram demitidos. O portal não apresentou a lista completa dos que foram afastados.
Nos bastidores, comenta-se que o faturamento da Band no Rio Grande do Sul caiu e, por isso, a cúpula decidiu enxugar a redação — quase à beira de extingui-la.
IMPRENSA PARAENSE
A história em cima da hora
Lúcio Flávio Pinto
[Introdução de “Uma arma letal — A imprensa do Pará”, de Lúcio Flávio Pinto, 130 páginas, Editora Smith Produções Gráficas]
Dez anos atrás, no dia 21 de janeiro de 2005, fui agredido pelo advogado e jornalista Ronaldo Batista Maiorana, um dos donos do grupo Liberal, formado pelo maior complexo de comunicação do norte do Brasil, cujo poder resulta em grande parte de ser afiliado à Rede Globo de Televisão. Segundo Maiorana, a agressão foi motivada por um artigo que escrevi sobre o irmão dele, Romulo Maiorana Júnior, o principal executivo da corporação. O texto não fazia qualquer menção a Ronaldo.
Prestei queixa na polícia, que encaminhou o processo ao Ministério Público, que fez a denúncia, que resultou em processo em uma das varas do juizado especial e culminou no pagamento, pelo agressor, de multa equivalente a 50 salários mínimos. Não em dinheiro, mas no fornecimento de cestas básicas a instituições de caridade, uma das quais muito ligada à família. Um dos dois PMs que deram cobertura a Ronaldo, o que participou diretamente da agressão, foi punido com multa de um salário mínimo.
Além de me negar a fazer qualquer acordo com meus agressores, nada mais pude fazer senão acompanhar, impotente, as tratativas do representante do MP atrás de um valor para a reparação do crime, já que o réu nada mais pode fazer no processo. Silêncio que lhe é imposto a pretexto de dar celeridade à instrução nas varas do juizado especial.
No momento em que fui agredido, dentro de um restaurante, localizado num parque público de Belém, onde também tem sua sede a Secretaria de Cultura do Estado, eu respondia a 16 processos na justiça, cinco dos quais – sendo quatro penais (por calúnia, injúria e difamação, com base na espúria e já extinta lei de imprensa, de 1967) e um cível (para me impedir de voltar a tocar no nome da autora das ações) – ajuizados por Rosângela Maiorana Kzan, diretora administrativa do jornal O Liberal e irmã de Ronaldo.
Menos de três meses depois da agressão, para evitar a decadência do direito no foro criminal, os irmãos Romulo e Ronaldo, mais sua empresa, Delta Publicidade, propuseram 14 ações contra mim. Duas delas porque disse que fui espancado quando, na verdade, fui “apenas” agredido. Cometera assim crime de injúria, difamação e calúnia, além de ser passível de indenizar o ofendido, que viu seu punho ser bloqueado na sua livre trajetória pelo meu rosto.
O melhor teste
Passados 10 anos, quando quatro dessas ações ainda sobrevivem no foro de Belém, continuando a atormentar a minha vida, decidi lançar este livro não para recontar a história da agressão, já suficientemente relatada em dois outros livros. Tento aqui demonstrar ao leitor o que está por trás das circunstâncias desses processos movidos por esses quatro autores, os três irmãos (Romulo, Rosângela e Ronaldo Maiorana) e sua empresa jornalística, 19 do total de 33 que me assolaram e ainda me oneram a partir dos cinco primeiros, os de Rosângela, de 1992:
- Apesar de terem ao seu dispor o maior complexo de comunicações da Amazônia, os três nunca o usaram para se contrapor ao que publiquei em meu pequeníssimo jornal, um quinzenário de 16 páginas em formato A4, com tiragem de dois mil exemplares.
- Os porta-vozes dos Maioranas alegam que essa atitude se explica facilmente: silenciam em seus veículos para não dar repercussão ao que sai no meu jornaleco, deixando que ele se esgote em si mesmo.
- No entanto, podiam aproveitar que publico na íntegra as cartas que são enviadas ao meu Jornal Pessoal e exercer nele o direito de resposta, contraditando o que digo. Ainda mais porque nunca tratei da vida privada dos irmãos. Sempre o que visei foi sua atuação pública, em função exatamente da influência que exercem sobre a sociedade com os seus poderosos veículos.
- Em função desse poder, as ações judiciais que interpuseram se tornaram a principal fonte de atenção, energia e tensão na minha vida a partir de 1992. Os Maioranas não se limitaram a dar andamento processual, como um cidadão comum faria: pressionaram nos bastidores, ou mesmo publicamente, aí, sim, usando seu império de comunicação, para conseguir o que queriam, mesmo que o que estavam querendo representasse a violação aos princípios legais, ao direito e à justiça. O objetivo se tornou evidente: usar a justiça para me impedir de continuar a fazer o meu jornal, ou fazê-lo sob tal sacrifício que a tarefa acabaria sendo demasiada. Eu sucumbiria.
O economista Rodrigo Constantino é um crítico incisivo do governo petista, mas não é um panfletário destemperado. Seus textos, mesmo os mais curtos, contêm análises sérias e equilibradas — o que reflete seu preparo intelectual. Mesmo assim, a publicidade de seu livro “Contra a Maré Vermelha” (Editora Record) — com 80 crônicas políticas — foi censurado pela Companhia do Metrô de São Paulo. Quando denuncia que houve censura — e de fato houve —, não há como discordar.
As frases da publicidade dizem: “Oitenta textos que não foram culpa do FHC” e “Cansado do governo? Rodrigo Constantino também”. Os censores, que se julgam acima das leis do país, disseram que não se pode usar nomes de políticos nem mencionar governos no espaço do metrô. Ora, o nome de FHC é mencionado num contexto positivo — não há uma letra negativa. Trata-se de uma ironia com o PT, que culpa o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sempre que se torna alvo de alguma crítica. O governo citado na segunda frase é, evidentemente, o governo de Dilma Rousseff, mas não há referência explícita — o que sugere mais abrangência. A direção do metrô fez “crítica literária” — identificando “alvos” —, interpretando a publicidade e vestindo, quem sabe, a carapuça.
O editor-executivo do Grupo Editorial Record, Carlos Andreazza, disse, com razão: “A questão fundamental, porém, é outra — e decorre da simples leitura do que foi censurado, cujo conteúdo, goste-se ou não, não fere qualquer direito ou lei: chegará, como parece, o momento em que nada mais poderá ser dito livremente no Brasil?”
O Portal Comunique-se procurou a direção do Metrô de São Paulo, que explicou sem explicar que o anúncio da Editora Record contraria as regras do Regulamento para Exploração de Mídias em Áreas e Equipamentos de Propriedade da Companhia do Metrô. Tais regras tem outro nome na vida real, para além dos tecnicismos habituais: censura pura e simples. A estultice alastrou-se — é o mínimo que se pode concluir. A direção do Metrô de São Paulo se tornou uma instância legislativa, executiva e judiciária.

Autora das obras-primas “As Ondas, “Mrs. Dalloway” e “Orlando”, Virginia Woolf era depressiva e se matou, em 1941, jogando-se no Rio Ouse. Livro resgata a sua trajetória

Morte — “Tancredo Neves — A Noite do Destino” (Civilização Brasileira, 866 páginas), de José Augusto Ribeiro, não é a fonte mais rica sobre a morte do presidente que, eleito pelo Colégio Eleitoral, não pôde assumir o governo. O livro mais qualificado persiste sendo “O Paciente — O Caso Tancredo Neves” (Cultura, 381 páginas), de Luís Mir. Os problemas de saúde que levaram à morte do peemedebista são investigados a fundo.
Tancredo Neves não foi assassinado. Morreu devido a alguns erros médicos. O que surpreende mesmo é o fato de o exaustivo livro de Luís Mir não ter sido mencionado por José Augusto Ribeiro nenhuma vez.
A notícia não é nova: Giancarlo Civita, um dos donos, substitui Fábio Colletti Barbosa na presidência executiva da Abril Mídia. Segundo o Portal dos Jornalistas, “Fábio pediu desligamento com o objetivo de ter uma agenda livre para projetos dos quais já faz parte e outros nos quais gostaria de se envolver”. A mesma informação saiu em todos os sites que publicam notícias sobre jornalismo, mas nenhum quis sabe o que ela de fato diz. O Comunique-se informa: “Ele continuará participando das reuniões de pauta da revista ‘Veja’, atendendo a convite de Giancarlo e Victor Civita Neto”. É outra informação interessante que nenhum dos sites ousou esclarecer. O que faz um executivo como Fábio Colletti Barbosa, que não é jornalista, nas reuniões de pauta da principal revista do país? Ele apresenta ou veta pautas? O leitor não fica sabendo.

O “Estadão” publicou que o escritor e pesquisador Jason Tércio disse que Mário de Andrade não era homossexual. Fica-se, pois, a insinuação de que era heterossexual. O jornal não apresentou nenhuma outra nuance. “O Globo” acrescentou outra informação, e do mesmo biógrafo: Mário de Andrade era bissexual.
A biografia de Jason Tércio, que pretende ser ampla, sai até o fim deste ano. Dizê-lo “bissexual” — ou melhor, “não homossexual” — seria uma estratégia para impedir a possível publicação da obra? Talvez sim. Mas há indícios de que, embora manifestasse mais interesse por homens, manteve relacionamentos afetivos e sexuais com mulheres. O psicanalista Sigmund Freud não sugeriu que os seres humanos são mais bissexuais do que heterossexuais e homossexuais?
Enquanto não sai a biografia “exaustiva” de Jason Tércio, pode-se consultar “Eu Sou Trezentos — Mário de Andrade: Vida e Obra” (Edições de Janeiro, 256 páginas), de Eduardo Jardim. Trata-se de um dos mais importantes estudiosos da obra e da vida do pai da Semana de Arte Moderna de 1922 e espécie de guia espiritual dos avanços modernistas posteriores — tanto os de Carlos Drummond e João Cabral de Melo Neto. Drummond e João Cabral, juntos, talvez sejam mais importantes do que a Semana de 22.
A jornalista Gisa Macia lança em maio a biografia “Pepe — O Canhão da Vila” (Realejo). Ela é filha do ex-jogador. Pepe, segundo maior artilheiro do Santos, com 450 gols em 750 jogos, usava o pé como se fosse um canhão, tal a potência de seu chute. Ele jogou durante 15 anos no time “de” Pelé. Uma campanha de crowdfunding pretende arrecadar 25 mil reais para bancar a edição do livro. Quem quiser contribuir — com valores de R$ 15 a R$ 1 mil — deve acessar o site www.kickante.com.br. Os colaboradores poderão se encontrar com o ex-jogador, de 80 anos, ou receber, em sua residência, o livro autografado pela autora e artilheiro. Numa entrevista ao “Estadão”, Pepe lamentou “a pouca aptidão ofensiva “ de técnicos e jogadores. “Você vê jogos naEuropa com muitos gols e aqui a gente fica economizando, 2 a 0 é goleada. Precisa melhorar. Os técnicos ficam satisfeitos em jogar com dois atacantes. A gente jogava com cinco”.
O romancista, contista e poeta Edival Lourenço lança na sexta-feira, 13, às 19 horas, o livro "Poesia Reunida (1983-2013)", numa bela edição da Editora Ex Machina, de São Paulo.
O lançamento será feito na sede da União Brasileira de Escritores-Seção de Goiás, na Rua 21, nº 262, Centro, ao lado do colégio Lyceu de Goiânia.
Edival Lourenço surpreende pela sua, digamos, polivalência. Há poetas que escrevem contos e romances, mas não com a mesma desenvoltura da veia poética. Assim como há prosadores que se aventuram pela poesia, mas nem sempre com a mesma qualidade.
Pois Edival Lourenço consegue a proeza de escrever bem tanto prosa quanto poesia. Fica-se com a impressão, aqui e ali, de que se tratam de autores diferentes. Mas há certo entrelaçamento entre a prosa e a poesia de Edival, mas claro que o autor percebe as duas "instâncias" como autônomas. Daí a impressão de que são duas personas por trás da prosa e da poesia.
O jornalista baiano Armênio Guedes morreu na quinta-feira, 12, aos 96 anos, em decorrência de falência múltipla dos órgãos. Armênio Guedes foi dirigente do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e um de seus quadros intelectualmente mais bem preparados. Raro num comunista: era democrata, portanto contra a luta armada. Exilado no Chile e na França, Armênio Guedes, ao voltar ao Brasil, trabalhou na revista “IstoÉ” e no jornal “Gazeta Mercantil”.
Na manhã de sexta-feira, 28 de março, um dia claro, luminoso e frio, Virginia foi como de costume ao seu estúdio no jardim. Lá, escreveu duas cartas e atravessou os prados até o rio. Deixando a bengala na margem, ela esforçou-se para pôr uma grande pedra no bolso do casaco. Depois encaminhou-se para a morteEm 28 de março de 2015, completará 74 anos que a escritora inglesa Virginia Woolf se matou. Virginia Woolf, que hoje tende a ser comparada (desfavoravelmente) a James Joyce, que ela considerava (invejosamente) um operário autodidata, morreu aos 59 anos, jogando-se no Rio Ouse, em 1941. A obra de Virginia permanece gerando polêmica. Para alguns, ainda é inovadora. Para outros, teria envelhecido. A revolução de Virginia estaria obscurecida pela revolução de Joyce. Talvez o mais justo seja não comparar os dois autores, percebendo, antes, que há diferenças, apesar de estarem próximos (literalmente), entre eles. Sobre sua vida, é possível saber alguma ou muita coisa, principalmente depois da sensível e abrangente biografia de Quentin Bell. Infelizmente, a autobiografia de Leonard Woolf ainda não foi traduzida para o português. Leonard foi a pessoa que mais entendeu Virginia. É provável que ela tenha escrito a maioria de suas obras porque teve o apoio firme do marido e amigo. Leonard sacrificou-se pelo talento de Virginia. Trata-se do sacrifício do menor talento pela afirmação do maior talento. O casamento sequer lhe proporcionou prazer sexual. “Virginia Woolf — Uma Biografia” (1882-1941), do escritor Quentin Bell, sobrinho de Virginia e filho de Vanessa e Clive Bell, é um livro belíssimo e traz fotografias excelentes. O meu texto é uma pálida síntese da esplêndida obra de Quentin Bell — publicada no Brasil pela Editora Guanabara, com tradução de Lya Luft. O único senão é a revisão, catastrófica, como de hábito no “nosso” doce Bananão. Para sorte dos leitores, a biografia, embora esgotada, pode ser encontrada em sebos. Um detalhe relevante para os preguiçosos leitores brasileiros, filhos diletos da televisão: a biografia tem 614 páginas. É um cartapácio. Um detalhe convidativo: o texto de Quentin Bell é agradável e não tem ranços acadêmicos.




Última carta a Leonard Woolf

Carlos Eduardo, amigo do jornalista Luiz Carlos Bordoni, sentiu-se mal e foi internado, mas passa bem. Como foi levado para o hospital por Bordoni — eles estavam no Hotel Bristol, nas proximidades do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) —, correu o boato de que o jornalista havia sofrido um infarto. “Bordoni está bem e, no momento, grava um comercial para a Prefeitura de Itapaci, na produtora de Jorcelino Braga”, disse ao Jornal Opção o jornalista e radialista Jorge Kajuru.
Faustão, do “Domingão do Faustão”, renovou o contrato com a TV Globo no fim do ano passado. Mas só agora as vísceras da negociação do apresentador com o chefão da rede, Carlos Henrique Schroder, são expostas publicamente. O colunista Leo Dias — às vezes apresentado pelos colegas como sensacionalista, mas é mesmo bem informado — conta que Schroder e Faustão endureceram o jogo e não queriam aceitar as propostas um do outro.
Quando o negócio estava pegando fogo, Faustão disse que, se a Globo não aceitasse sua proposta, não teria problema algum: poderia voltar para a Band. Schroder apavorou-se, pois o “Domingão do Faustão”, além de líder em audiência, é um dos símbolos da rede e, sobretudo, um dos campeões em faturamento. O diretor-geral da Globo aquiesceu e aceitou elevar o salário de Faustão de 3 milhões para 5 milhões de reais. É o maior salário da empresa.
Faustão continua com participação em alguns anúncios. É o rei do merchandising.
O jornalista Álvaro Borges, da TV Liberal, que retransmite a programação da TV Globo no Pará, será o substituto do diretor de Jornalismo da TV Anhanguera, Orlando Loureiro [foto acima, de seu Facebook]. Este sai no dia 25 deste mês.
Orlando Loureiro recebeu convite da Rede Mato-Grossense — parceira da Globo em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Como Orlando Loureiro conseguiu repor a TV Anhanguera na liderança de audiência em Goiás, os dirigentes da Rede Mato-Grossense querem que faça o mesmo nos dois Estados do Centro-Oeste. Fora dezembro de 2014, quando perdeu para a TV Serra Dourada — “Jornal do Meio Dia” —, a TV Anhanguera lidera a audiência desde julho do ano passado. Isto se deve, em larga medida, à visão estratégica de Orlando Loureiro. Um dirigente da TV Anhanguera frisa que ele define as linhas, dá autonomia aos editores e repórteres mas exige saber de todos os detalhes das programações e ações. Se não estiver funcionando bem — o que significa audiência —, muda rápido e traça novos caminhos.
Álvaro Borges [foto acima] tem perfil diferente de Orlando Loureiro, pois é mais operacional e dedicado ao trabalho básico da redação da televisão (ele foi decisivo para elevar a audiência da TV Liberal). É uma escolha da TV Globo, mas acordada com a TV Anhanguera. A Globo está buscando unidade em sua audiência nacional, daí as interferências nas emissoras estaduais.

Revista Exame destaca aumento de 30% em vendas e faturamento de R$ 120 bilhões de reais no ano passado -- cerca de R$ 30 bi a mais que a mineradora