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O petista-chefe pode ter cometido crime, segundo o MPF, de tráfico de influência
O jornal “Zero Hora” publicou reportagem, “Ex-soldado do Exército norte-americano é preso em Viamão”, assinada por Eduardo Torres, na quinta-feira, 30. A Polícia Militar do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina prendeu quatro pessoas e apreendeu dois adolescentes, “todos catarinenses”, no distrito de Águas Claras, em Viamão.
Um dos presos é David Beckhauser Santos Herold [foto acima], conhecido como o Americano. David Herold foi soldado do Exército dos Estados Unidos e, como é qualificado militarmente, é apontado como “um dos principais ‘especialistas’ do Primeiro Grupo Catarinense (PGC), facção criminosa que comanda crimes a partir das cadeias de Florianópolis, em Santa Catarina. Em outubro do ano passado, Americano foi denunciado por uma das execuções ordenadas pelo grupo”, relata o “Zero Hora”.
A Brigada Militar contou que o grupo estava “criando um ponto de distribuição de drogas”. A polícia apreendeu “1,5 quilo de maconha e 10 comprimidos de ecstasy”.
A facção criminosa PGC mata pessoas sob mando de traficantes de drogas em Santa Catarina e com ramificação no Rio Grande do Sul.
[Foto divulgada pela Polícia Militar]

[caption id="attachment_34222" align="alignright" width="620"] Erro em título de reportagem sobre morte de jovem negro nos EUA | Foto: Reprodução[/caption]
Mais uma nota da série “Socorro! Os editorem sumiram”: o jornalista Iuri Rincón Godinho, publisher da Contato Comunicação e ombudsman bissexto, registra que um editor de “O Popular” antecipou-se aos gramáticos e aos governos do Brasil, de Portugal, de Moçambique, de Angola e de Cabo Verde e fez uma nova reforma ortográfica sui-generis: “Baltimore à espera de repostas”.
Segundo Iúri Rincón e 100% dos gramáticos e dicionaristas, fora da redação do “Pop”, a palavra “respostas” continua merecendo mais um “s”.
O crítico de cinema Rogério Durst morreu na quarta-feira, 29, aos 54 anos, vítima de ataque cardíaco. Ele estava internado no Hospital Beneficência Portuguesa, no Rio de Janeiro. O jornalista sofria de pancreatite, diabetes e estava se tratando de um tumor no rim.
Durst começou como crítico de cinema no ex-célebre “Caderno B”, do “Jornal do Brasil”, entre 1988 e 1991. Era, entre tantos críticos, um dos melhores, um dos mais perceptivos.
Em 1991, contratado por “O Globo”, colaborou na criação do caderno “InformáticaEtc”. A editora era Cora Rónai, filha do crítico, escritor e tradutor Paulo Rónai.
Cora Rónai diz que Durst era bem-humorado. “Era uma época [1991] em que as pessoas não conheciam bem tecnologia, e tínhamos que aproximá-las desse universo. Rogério conseguia escrever com clareza e humor até sobre placa-mãe”, afirma a jornalista.
Mas sua vocação mesmo era a crítica de cinema. Era bem informado e procurava não repetir as críticas publicadas em jornais estrangeiros e nacionais. Buscava sempre acrescentar algum detalhe, alguma informação nova sobre o filme comentado. Se dizia que o filme era bom, o cinéfilo podia confiar.
Durst escreveu também na “Veja Rio”. Ultimamente, não estava em nenhuma redação — trabalhava como free-lancer.
O jornalista escreveu três livros, “Madame Satã: Com o Diabo no Corpo”, de 1985; “Anjo Caído”, de 1996, e “Geração Paissandu”, de 1996. Ele era casado com Ana Beatriz e tinha uma enteada, Ana Marcela.
[Foto do arquivo da família]
O livro, de autoria do pesquisador Ubirajara Galli, sai no próximo mês
Recebo todos os dias dezenas de e-mails “garantindo” que, ao contrário do que publiquei, o colunista Arnaldo Jabor foi “demitido” do jornal “O Estado de São Paulo”, o “Estadão”, “a pedido do Palácio do Planalto”, “a pedido da presidente Dilma Rousseff” ou “devido às pressões do PT”. Nada disso é verdade.
O “Estadão” demitiu Arnaldo Jabor, seu mais celebrado colunista e rei de audiência — lido por antipetistas e, também, por petistas, dada sua habilidade com as palavras; é o típico autor de textos excelentes para debates e polêmicas —, não por que tenha sido pressionado pelo governo da presidente Dilma Rousseff ou pelo PT de Rui Falcão e Lula da Silva.
“O Estado de S. Paulo” demitiu — ou não renovou o contrato (não havia carteira assinada) — Arnaldo Jabor porque está numa fase de contenção de despesas e decidiu reduzir o salário dos colunistas. Há uma nova política salarial no jornal. Só isso. O ganho mensal de Arnaldo Jabor estava acima, bem acima, do novo cenário financeiro do “Estadão”. O único responsável pela “demissão” é o jornal.
O próximo problema deve ser Dora Kramer, a colunista política.
O peso-pesado Mike Tyson, desde Joe Louis e Muhammad Ali, era o maior fenômeno do boxe. Era “a” estrela internacional, acima de quaisquer outros boxeadores. Mas uma vida desregrada, inclusive com o consumo de drogas, encerrou sua carreira mais cedo e abalou suas finanças. Diz-se que faltaram orientações. Não faltaram. Ele, na verdade, não ouvia ninguém — era escravo absoluto do “princípio do prazer”. Tinha dinheiro sobrando e preparo de menos.
O americano Jon Jones, campeão dos meio-pesados, é a maior estrela do UFC — acima do ótimo Cain Velasquez, este, um atleta aparentemente introvertido, que, se ganhar de Fabrício Werdum, passa a ocupar o espaço do espetacular meio-pesado, agora suspenso por tempo indeterminado. Não cabe a mim ditar como uma pessoa deve se comportar ou não. Não sou patrulheiro de comportamento. Desde que não prejudiquem a sociedade, os indivíduos têm o direito de fazer o que quiserem com suas vidas — inclusive usar drogas e ingerir bebidas alcoólicas. Porém, no caso de Jon Jones, há dois problemas.
Primeiro, Jon Jones é atleta de uma organização que tem regras. Não é legal lutar dopado. O campeoníssimo usou cocaína e foi pego num exame antidoping. O chefão Dana White só não foi duro com o pupilo porque se trata de um campeão fundamental para o sucesso financeiro do UFC. Se fosse outro lutador, como sugeriu Phil “Mr. Wonderful” Davis, teria sido suspenso por um longo tempo. Divulgou-se que Jon Jones faria um tratamento, mas não se sabe se fez. É muito difícil livrar-se das drogas. Os Estados Unidos são a meca das drogas — cocaína, heroína, maconha, entre outras menos citadas.
Segundo, a vida pessoal de Jon Jones começa a afetar outras pessoas. Ele não deu a mínima para um sinal vermelho e acabou batendo no automóvel de outra pessoa e quebrou o braço de uma mulher grávida. Poderia tê-la matado. Ele fugiu, abandonou o automóvel, que havia alugado, não deu nenhuma assistência à vítima. Depois da fuga, voltou apenas para pegar dinheiro que havia deixado no carro. A polícia encontrou maconha no veículo. Jon Jones pode ter levado, junto com o dinheiro, a cocaína.
O que tudo isto sugere? Que alguma coisa errada está acontecendo na vida pessoal de Jon Jones. Possivelmente, consumo excessivo e combinado de cocaína e álcool.

A reportagem “Tornozeleira não inibiu ação de sequestradores” (quarta-feira, 29), de “O Popular”, assinada pelo jornalista Vandré Abreu, reinstala o samba do crioulo doido na redação. Leia este trecho e tire suas conclusões: “O líder da quadrilha, Paulo Antônio Batista Filho [foto acima], de 22 anos, identificado como Fábio Junio Ferreira da Silva, era monitorado pela Justiça via tornozeleira eletrônica até o início desde, quando ele rompeu o equipamento”. Como se sabe fora da redação do jornal, Paulo Antônio Batista Filho e Fábio Junio Ferreira da Silva não são a mesma pessoa. Pelo contrário, Fábio Júnior é, tudo indica, o articulador do sequestro de Paulo Antônio.
O erro surpreende, pois Vandré Abreu é um dos repórteres do primeiro time do jornal.
Os leitores, se quiserem, podem gritar: “Socorro! Os editores sumiram”. Se não sumiram, estão dormindo.
Veja abaixo:
O diretor de fotografia da trilogia “O Senhor dos Anéis” e “O Hobbit”, Andrew Lesnie, morreu na segunda-feira, 27, aos 59 anos, de infarto. Ele ganhou o Oscar pelo primeiro filme da série — “A Sociedade do Anel”. Os filmes foram dirigidos Peter Jackson.
O ator Russell Crowe, amigo do diretor de fotografia, com o qual trabalhou (“O Mestre dos Mares”), “foi um dos primeiros a divulgar a notícia”, segundo o jornal “La Vanguardia”.
Andrew Lesnie era um diretor experimentado, com forte atuação na Austrália e na Nova Zelândia. Chegou a filmar “O Regresso”, documentário sobre a volta do ator Arnold Schwarzenegger ao fisiculturismo.
O sucesso de Andrew Lesnie começou com “Mad Max 2”, de George Miller. Mas o reconhecimento internacional chegou com os filmes dirigidos por Peter Jackson, a partir de 2002, com “A Sociedade do Anel”. Ele e Peter Jackson trabalharam juntos em “King Kong” e em “Um Olhar do Paraíso”.
O doutor em geografia e especialista em política internacional disse no “Roda Viva”, da TV Cultura, que a sigla da presidente tem cooptado políticos considerados conservadores
Nasci no início da década de 1960, quando o rádio era dominante na minha cidade, Porangatu, no Norte de Goiás. Ouvia jogos — principalmente do Santos e do Fluminense — pelo rádio. Grandes narradores eram Waldir Amaral, Jorge Cury, Antônio Porto, Fiori Gigliotti e, depois, José Carlos Araújo. O comentarista de arbitragem era Mário Vianna, com dois “enes”, como éramos alertados. “Ladrão!”, diz o rigoroso crítico. Todos eram estrelas da Rádio Globo (a mais ouvida na minha cidade — daí tantos torcedores locais dos clubes do Rio de Janeiro, sobretudo Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo). O rádio empolgava e vibrávamos com a emoção produzida pelos jogadores e, sobretudo, pelos narradores. Em Goiás, quando posso, ouço o Edson Rodrigues — craquíssimo.
Na terça-feira, 28, leio no site Comunique-se que José Carlos Araújo voltará a narrar jogos, na Super Rádio Tupi, do Rio de Janeiro, a partir de domingo, 3. O Garotinho era apresentado assim, com uma voz meio cantada: “José Carlos Araújo”. E ele dizia, entusiasmando quem o ouvia: “Voltei!”. Nós, ouvintes, voltávamos com ele — empolgadíssimos. Fazem parte da equipe o comentarista Gerson Canhota e o repórter e apresentador Gilson Ricardo. Vasco x Botafogo, na voz do Garotinho, certamente se tornará mais do que um clássico. Será um jogaço, se não no campo, pelo menos no rádio. Preciso descobrir, urgente, como ouvir jogos na Super Rádio Tupi.
Garotinho, de 76 anos, será “o narrador principal na emissora carioca”, informa Anderson Cheni, no site Comunique (http://portal.comunique-se.com.br/index.php/artigos-colunas/77092-jose-carlos-araujo-assina-com-a-super-radio-tupi). Washington Rodrigues, “principal comentarista da rádio”, é um dos responsáveis pela contratação de José Carlos Araújo.
Recomendo que o leitor observe a fotografia de Garotinho. Quase faz jus ao apelido.
[Na foto acima, Washington "Apolinho" Rodrigues e José Carlos Araújo. Divulgação]
O diretor e ator de teatro Antonio Abujamra, apresentador do programa de entrevistas “Provocações”, da TV Cultura, morreu na manhã de terça-feira, 28, em São Paulo. Ele tinha 82 anos. Foi encontrado morto, possivelmente de infarto.
Formado em Filosofia e Jornalismo, Abujamra, o Abu, era sobretudo um homem culto, criativo e produtivo. Estudou teatro Madri, Paris e Berlim.
Principal responsável pela adoção dos métodos teatrais de Bertolt Brecht e Roger Planchon no Brasil, Abujamra montou “O Marinheiro”, de Fernando Pessoa, “O Caso das Petúnias”, de Tennessee Williams, e “A Cantora Careca” e “A Lição”, de Eugène Ionesco. Profissionalmente, estreou com a peça “Raízes”, de Arnold Wesker.
Diretor inquieto, sempre atento aos ventos da renovação, adaptou Harold Pinter no Brasil; por exemplo, “O Encarregado”. Com “Um Certo Hamlet” — com as atrizes Cláudia Abreu e Vera Holtz no elenco —, Abujamra ganhou o Prêmio Molière. Ganhou o Prêmio Shell de 1977 com “O Casamento”.
Abujamra, polêmico e cortante, dizia sempre: “Sem humor, não dá”. Aos que o incomodavam com problemas de escassa importância, secava: “Por favor, não vamos tropeçar em palitos de fósforo”.
Sua montagem de “Antígona”, com Glauce Rocha, enfrentou problemas com a censura. A censura vetou suas peças “O Berço do Herói”, de Dias Gomes, em 1965, e “Abajur Lilás”, de Plínio Marques, em 1975. Ele era tão desbocado quanto Plínio Marques.
Como ator, Abumjara atuou nas novelas “Que rei sou eu?” (era o bruxo Ravengar), da TV Globo, e “Os Ossos do Barão”, do SBT.
A Polícia Civil de Goiás libertou Paulo Antônio Batista Filho (de uma família de produtores rurais), de 22 anos, na segunda-feira, 27, numa fazenda do município de Goianira. Ele havia sido sequestrado por um grupo de criminosos, que recebe resgate no valor de 216 mil reais. “O Popular” (textos de Vandré Abreu e Eduardo Pinheiro) publicou as reportagens “Sequestro — Quadrilha pediu dois resgates”, “Família deixou fazenda desde o sequestro” e “Bateria de celular retirada após ligações”. “O Hoje” publicou um só texto (de autoria de Anderson Costa), de qualidade inferior aos do concorrente. O “Diário da Manhã” foi “furado”.
“O Hoje” diz que o sequestro ocorreu há 30 dias, embora mencione que Paulo Antônio foi sequestrado no dia 26 de março e libertado no dia 27. “O Popular” informa que o sequestro foi articulado há 32 dias.
“O Hoje” escreve “fazenda Jaboticabal” (no título) e “Fazenda Jaboticabal” (na reportagem).
O “Pop” publica Paulo Antônio Batista, mas, ao contrário de “O Hoje”, não acrescenta “Filho”.
O “Pop” diz que a polícia prendeu quatro pessoas — dois homens e duas mulheres — supostamente envolvidas no sequestro. “O Hoje” menciona três prisões e afirma que um dos criminosos havia “sido morto”. O “Pop” não menciona nenhuma morte.
“O Hoje” diz que Nova Fátima é “distrito de Hidrolândia”. Não é. O “Pop” está certo: Nova Fátima é um município.
Relata “O Hoje”: “A família e nem a polícia informaram se o resgate pedido foi pago”. O “Pop” revela que a família pagou 216 mil reais e os criminosos exigiram “mais 800 mil reais”.
[Imagem acima foi feita a partir de cena de televisão]
O repórter Rogério Borges pediu demissão de “O Popular” na segunda-feira, 27. Em caráter irrevogável.
Rogério Borges, repórter e colunista do "Magazine", é dono de um dos melhores textos do jornal. Ele escreve bem, tem cultura e é criativo. É uma das maiores perdas do “Pop” nos últimos anos.
Ele é professor de jornalismo na PUC-Goiás. Ele tem mestrado pela Universidade Federal de Goiás e doutorado pela Universidade de Brasília (UnB).
Motivos das saída
Procurado pelo Jornal Opção na terça-feira, 28, enquanto dava aulas na PUC, Rogério Borges preferiu não se pronunciar. “Não vou falar sobre o assunto”, disse.
O Jornal Opção ouviu três fontes do jornal. Todas apresentaram duas versões para o pedido de demissão.
Primeiro, a insatisfação com a demissão da editora do “Magazine”, Rosângela Chaves, e a indicação de uma profissional inexperiente para o cargo. “Os dois tinham uma sintonia perfeita, porque têm cultura e apostam em jornalismo de qualidade”, afirma uma das fontes.
Segundo, e mais decisivo, Rogério Borges teria ficado chateado com o veto da direção de Jornalismo a um texto que havia preparado sobre os 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial. Quem vetou teria mandado dizer que o assunto está muito bem descrito em dezenas de textos na internet e que o jornal deve priorizar a publicação de reportagens que dão acesso. “Foi a gota d’água”, admite um funcionário do jornal.
Na sua autobiografia “Fala, Galvão!” (Globo Livros, 311 páginas), Galvão Bueno relata que o “Bem, Amigos!”, com mais de uma década no ar, “nunca deixou de ser o programa de maior audiência do Sportv”. O principal narrador esportivo da televisão brasileira confirma que tentou contratar Jorge Kajuru.
“Talvez o público não saiba, mas quando Luiz Fernando Lima e Carlos Henrique Schroder me pediram para montar o programa, eu disse que queria meu parceiro Arnaldo Cezar Coelho comigo e mais uma pessoa para arrumar confusão. Então, originalmente, os três fixos seriam eu, Arnaldo e Jorge Kajuru. Mas as conversas de Kajuru com a Globo não deram certo e me lembrei de Renato Maurício Prado, que é igualmente polêmico”, conta Galvão Bueno. A informação está na página 263. O narrador não esclarece o motivo de a Globo não ter contratado Kajuru. Mas, nos bastidores, comentou-se, à época, que Kajuru era incontrolável e, por isso, não se enquadrava no padrão Globo. Chegaram à conclusão de que era mais adequado contratá-lo a demiti-lo logo após, com grande repercussão na mídia.
Em 2004, quando estava internado no Hospital Albert Einstein, em decorrência de uma queda de cavalo, Galvão Bueno era visitado por dezenas de pessoas, como Pelé. “E todos os dias e recebia a visita de dois colegas de profissão, amigos queridos e solidários, Silvio Luiz e Jorge Kajuru”, conta o narrador.
[Na foto acima, Galvão Bueno aparece de roupa preta e Jorge Kajuru veste calça jeans; os dois eram mais jovens]